Esta canção abre Beatles For Sale, o 4º LP dos Beatles
a história do álbum, assuntos e canções, aqui neste LINK
É uma de 6 canções Saudade na classe Retorno!
as outras duas cançõe de mesmo Assunto e Classe, neste LINK
Atenção, canções com títulos em vermelho são links que levam a análises sobre elas
1. No Reply (Return Miss Song by John Lennon)
John grita: 'Quase morri, quase morri, porque você andava de mãos dadas com outro homem no meu lugar. Se eu fosse você, eu perceberia que eu amo você mais do que qualquer outro cara'
John denota também desespero com a garota evitando encontrá-lo, mas como ele tenta convencê-la a voltar ("and I'll forgive the lies"), deixei como Return Song. A menina não atende o telefone, os pais dizem que ela não está, mas ele sabe que é mentira, pois viu a silhueta dela na janela. Pobre rapaz! E diz que quase morreu quando a viu caminhando de mãos dadas com outro. Sacanagem!
Simplesmente amo essa canção, o conjunto da obra, letra, música, clima! Apesar de ter uma estrutura relativamente simples, de verso-verso-ponte-verso, quase padrão dos Beatles daquela época, a qualidade dos ritmos e a dramaticidade da letra elevam-na a um alto estágio! Tão bom que a colocaram para abrir o álbum, mesmo não sendo aquele rock do bom que abriu os primeiros três LPs deles. Acho geniais as mudanças de ritmo, começando com uma espécie de bossa nova, depois dá uma quebra nos gritos 'I saw the light', 'I nearly died', 'No reply', notáveis as batidas sincopadas de Ringo nos pratos também ali, depois volta a bossa nova, e, na ponte, a tensão vai ao máximo, 'If I were you...', com uma batida firme de rock, mais o piano de George Martin, tudo temperado por magníficas palmas, quatro por compasso, inesquecíveis. Uma canção só de violões, e um baixo sem muito floreio, mas com um vocal rouco de John fenomenal, e Paul nas harmonias agudas, nos gritos e em toda a ponte. Aliás, notem que a canção é de John, basicamente, mas é Paul quem canta a melodia principal na ponte, lá no alto, pois o próprio autor não conseguia! Chamou o parceiro para fazê-lo!!! Uma pena que nunca tenham-na tocado ao vivo!! O público certamente teria vindo abaixo na ponte, batendo aquelas palmas 64 vezes! E chorando, junto com o pobre protagonista.
No Reply nasceu com John, durante suas férias no Tahiti (com Cynthia e com George e Pattie, sua nova namorada) em maio de 1964, após as filmagens de seu primeiro filme. Na volta, Paul contribuiu, provavelmente com a ponte. Ela poderia ter entrado já em A Hard Day's Night, mas John não gostou do resultado da primeira sessão, em 3 de junho, até porque Ringo não estava presente, internado que fora para operar suas amídalas. Nem Ringo, nem Jimmy Nicol, que havia sido chamado às pressas para substituí-lo na excursão mundial que fariam, e esteve no estúdio para ensaiar, mas quando a canção nova foi ensaiada, já de noite, ele já havia ido se preparar para a viagem, e não há registro de quem assumiu a bateria. O resultado daquele verdadeiro improviso pode ser ouvido no Projeto Anthology, neste LINK, note que ainda não havia aquela riqueza da variação de ritmos, e que ele 'esquece' (forget) em vez de 'perdoar' (forgive), como na letra definitiva, as mentiras que ele ouviu. John instruiu Brian Epstein, o empresário dos Beatles, a oferecê-la para outro cantor, um certo Tommy Quickly que, entretanto, não a gravou! Ela voltou ao estúdio no final de setembro. Na noite do dia 30, cinco takes foram executados, com todos tocando e cantando ao vivo, inclusive George Martin ao piano. Percebendo o poder da ponte, chegaram a repeti-la e o verso final, mas acabaram desistindo. Por sobre aquele Take 5, John e Paul dobraram seus vocais, e estava pronta a canção!! Ouçam como ficou, neste LINK.
No Reply foi lançada em compactos em alguns países do mundo, ou ladeada por Eight Days a Week ou por Rock and Roll Music ou ainda Baby's in Black. A primazia de abrir um álbum Beatle foi ignorada pela Odeon no Brasil, onde foi lançado um LP chamado Beatles 65, com apenas 12 canções, sofríamos aqui....
Homero, essa é uma das minhas canções prediletas. É um pouco sofrida, mas o ritmo equilibra a história contada. Adorei sua análise. Obrigada pelo presente!
ResponderExcluirDenise
“Sem Resposta” (_No Reply_), de 1964, mostra o desespero de John que só recebe negativas ao procurar sua amada; o pai diz que ela não está, mas a sombra na janela denuncia o contrário; ele a vê de mãos dadas com outro, e pensa “como ela não percebe que ele a ama mais que qualquer outro.”
ResponderExcluirLinda letra, bela música, que começa como se fosse bossa nova; depois ouvem-se gritos - as harmonias agudas de Paul -, as batidas de Ringo nos pratos, George Martin no piano, e o vocal rouco de John. Na gravação final, no estúdio, John e Paul dobraram seus vocais.
Pena que nunca a tocaram ao vivo.
Música espetacular. Mas a letra... O problema aí não é de John. É meu. Não me identfico com letras desse tipo, de amor torturado, jogos de amor. John parecia só gostar disso, não é? No inicio, antes de Bob Dylan. E tudo ficção estou quase certa disso. Não tenho estar cem por cento com certeza. Digamos que 99 por cento. rs rs rs. Por mais que não fosse fiel a Cynthia não creio que ficaria desse jeito por outra já casado e com filhinho. Não nessa loucura toda. Ele criou uma história, talvez algo vivido no passado... O mais provavel é que nem nunca existiu essa mulher que não deu resposta. Não há problema algum nisso. Os compositores fazem isso sempre
ResponderExcluirBossa nova...Não estou captando bossa nova não