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sexta-feira, 2 de setembro de 2022

OUÇA e LEIA - George Harrison nos Beatles, Capítulo 1 - As Covers

Esta é a 31ª edição de OUÇA e LEIA,

onde você ouve uma historinha minha e lê o que está ouvindo


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Olá, viajantes do Submarino Angolano

Aqui é Homero Ventura direto do Brasil!

A carreira de George Harrison nos Beatles

Capítulo 1 – As Covers

Em 7 de julho, celebramos o aniversário de 82 anos de Ringo Starr com um áudio especial listando todas as 13 canções que ele cantou na época dos Beatles.

Um amigo agradeceu e cobrou algo parecido para George Harrison, seu Beatle preferido. Argumentei que seria mais difícil, afinal foram 22 canções que compôs na época, além de 6 em que foi vocal principal, em covers de outros compositores, então pensei, pensei, e resolvi fazer em capítulos.

Então, será assim!


Este Capítulo 1 das Covers

Depois,

Capítulo 2: A fase romântica

Capítulo 3: A fase indiana

Capítulo 4: A fase madura

E até pensei em um bônus

Capítulo 5: As canções não gravadas!

 

Então, vamos começar... pelas covers!

Início de Chains

A primeira vez em que se ouviu a voz de George Harrison num vocal principal foi no 1º LP, Please Pleas. Era Chains, composta por Goffin e King, e este King, na verdade é mulher, e é, sim, a diva Carole King, quem diria... de grandes sucessos nas décadas seguintes, deixo aqui como registro apenas dois, It's Too Late e You've Got a Friend, precisa mais não, né! Quem a gravou originalmente foi o grupo vocal The Cookies, que teve breve sucesso, mas terminou por virar backing vocal de Ray Charles. Não é de minhas favoritas, mas tem uma harmonia vocal espetacular de John e Paul, as usual, cantando junto com George nos versos e deixando-o solo apenas nas pontes "I'm gonna tell you pretty baby...". Aliás, foi esta a primeira vez em se ouviu em disco a marca registrada dos Beatles: a harmonia vocal tripla! E o que está no disco é o primeiro de quatro takes, naquele histórico dia.

Início de Do You Want To Know A Secret

George cantou mais uma naquele LP, numa composição de Lennon/McCartney, Do You Want To Know A Secret, deliciosa canção, na verdade de John, que se lembra de sua mãe Julia cantando 'Want to know a secret? Promise not to tell?' do filme Branca de Neve. Foi onde se inspirou. Paul contribuiu com a ideia de parte da introdução relembrando uma melodia espanhola (só faltaram as castanholas) e na ponte ("I've known a secret for a week or two... nobody knows, just we two"). John delegou o lead vocal, ao caçula da banda, por ser uma melodia simples, de pouca exigência vocal, iniciando uma prática de sempre fornecer uma oportunidade vocal a George, uma exigência das fãs. 

Início de Roll Over Beethoven

Uma favorita de John, Paul e George, feita pelo compositor americano Chuck Berry, guindado por John ao posto de Rei do Rock & Roll. Foi George quem deu vocal a esse hino, direcionado ao compositor clássico Beethoven (e Tchaikovski e outros), dizendo pra eles se revirarem no túmulo porque o Rock chegou! Aliás, foi uma de três faixas de With The Beatles que têm George no vocal principal, sendo uma delas sua primeira autoral. 

O clássico de Chuck Berry foi gravado rapidamente, em cinco takes, com todos tocando, e George cantando ao vivo, na 2ª sessão de gravação para o álbum, em 30 de julho de 1963! George estava inspirado ao cantar Chuck Berry e realizar excelente solos em sua guitarra, seguro.

Início de Devil In Her Hearth

A 3ª canção cantada por George no LP With The Beatles era uma canção obscura, de um selo obscuro, não chegou às paradas nem nos Estados Unidos, muito menos na Inglaterra, mas encantou aos Beatles. Sendo mais uma composição feita para mulheres cantarem (seu nome era Devil in His Heart), eles adaptaram a letra para a perspectiva masculina. Tocaram-na em shows, e inclusive na BBC, após o que resolveram que era uma boa opção para seu 2º álbum! E foi! E somente então a canção chegou ao estrelato, com que seu autor Richard Drapkin nunca sonhou! Ela foi gravada na 1º sessão de gravação do LP, em 18 de julho de 1963. Executaram-na três vezes, ao vivo, com vocais, principal e de apoio, perfeitos. Em mais 3 takes, aperfeiçoaram partes da guitarra, dobraram o vocal de George e Ringo acrescentou um chocalho.

Início de I’m Happy Just To Dance With You

Mais uma cover de George cantando Lennnon/MCartney, e sua única contribuição vocal no LP A Hard Day’s Night. Era I’m Happy Just To Dance With You! Apesar de ele lá ter inaugurado sua carreira de compositor, meio ano antes, com Don't Bother Me em 'With The Beatles', ele estava demorando muito a entregar a canção que dissera ter, então John tomou a atitude de fazer uma pra ele, afinal ela tinha que aparecer no filme! George admite que na época, ele precisava de meses pra finalizar uma canção. A letra é simples com tema adolescente, George incorpora o perfeito pé-de-valsa, diz que não quer saber de beijos ou de pegar na mão, ou ainda de abraços apertados, e termina dizendo que ele só quer dançar, e, no refrão, reforça a ideia, que é só o que ele precisa para, quem sabe, conquistá-la

A ponte de I’m Happy Just To Dance With You

Foi num domingo, 1º de março de 1964 que  a canção veio ao mundo. E tinha que ser porque na segunda-feira começariam as filmagens de A Hard Day’s Night. E foi muito rápido: foram 3 takes para acertar a instrumentação, George cantou apenas no 4º take, e sobre ele vieram os overdubs, ele mesmo dobrando seu vocal, e Paul e John harmonizando, e também o bongô de Ringo, nos versos.

A canção aparece no filme em cena que começa divertida, com bailarinos ao som instrumental e John fazendo estripulias a caminho do palco, onde George sobe um tablado, a única vez em que tocam nessa configuração, John e Paul, abaixo e Ringo tocando de frente para eles. George a cantou ao vivo na excursão de outono, já na condição de um dos Reis da América.    

Início de Everybody´s Trying to Be My Baby

A canção Everybody´s Trying to Be My Baby tem a distinção de fechar "Beatles For Sale" e consolida Carl Perkins como campeão de todos os tempos da carreira dos Beatles com a segunda canção num mesmo LP. E com Matchbox lançada no mesmo ano cantada por Ringo em um EP, Perkins se consolida como o compositor com mais canções originais gravadas pelos Beatles, mais mesmo que o próprio Ringo (estou desconsiderando What Goes On, em que ele apenas ajuda). George a canta, como fazia nos primórdios e voltou a fazer após o lançamento, na TV e nos shows de 1965. A letra reflete o que acontecia com cada um dos quatro Beatles à época, todas queriam ficar com eles! George era o maior admirador do guitarrista americano, em quem se inspirou para seu próprio estilo na guitarra. Ela foi gravada na mesma sessão em que John e Paul gravaram suas ONE-TAKE-Songs, Rock And Roll Music e Long Tall Sayy, respectivamente, no fabuloso e épico 18 de outubro de 1964, e George não ficou atrás: apenas um take foi necessário para a conclusão da faixa, com John no violão e os demais em seus instrumentos usuais.

Era o final de 1964. Foi a última participação de George apenas como cantor principal, Ele já havia começado a compor, mas estava preguiçoso! A partir do ano seguinte até 1969, foi uma média de quatro composições por ano!!

Final de I’m Happy Just To Dance With You

No próximo capítulo, a fase romântica do Compositor George Harrison ... com uma exceção.

Até lá!

 

Demais edições do OUÇA e LEIA

  1. Neste LINK - A Origem dos Beatles 
  2. Neste LINK - Homenagem a Buddy Holly
  3. Neste LINK - 1º Capítulo do Projeto Medley
  4. Neste LINK - 2º Capítulo do Projeto Medley 
  5. Neste LINK - 3º Capítulo do Projeto Medley 
  6. Neste LINK - 4º Capítulo do Projeto Medley
  7. Neste LINK - 5º Capítulo do Projeto Medley 
  8. Neste LINK - O Projeto Medley
  9. Neste LINK - O 6º Compacto. 
  10. Neste LINK - The Ballad Of John And Yoko  
  11. Neste LINK - Happiness Is A Warm Gun  
  12. Neste LINK - While My Guitar Gently Weeps  
  13. Neste LINK - You Know My Name (Look Up The Number)  
  14. Neste LINK - A 1ª Década Sem The Beatles - Going Solo 
  15. Neste LINK - A 2ª Década Sem The Beatles - Década de Luto
  16. Neste LINK - A 3ª Década Sem The Beatles - Antológica 
  17. Neste LINK - A 4ª Década Sem The Beatles - NakedLove090909 
  18. Neste LINK - A 5ª Década Sem The Beatles - Cinquentenária 
  19. Neste LINK A 6ª Década Sem The Beatles - The Get Back Decade
  20. Neste LINK Os Números nas Canções dos Beatles 
  21. Neste LINK Os Nomes de Gente nas Canções dos Beatles
  22. Neste LINK Os Nomes Próprios nas Canções dos Beatles
  23. Neste LINK Os Animais nas Canções dos Beatles
  24. Neste LINK - A Parceria Lennon / McCartney 
  25. Neste LINK - Os Beatles de Ringo Starr 
  26. Neste LINK Análise de Eight Days A Week
  27. Neste LINK Análise Temática de Being For The Benefit of Mr. Kite 
  28. Neste LINK Análise Temática de Honey Pie
  29. Neste LINK Análise Temática de Yer Blues 
  30. Neste LINK Análise de Birthday
  31. Neste LINK Análise temática de Yellow Submarine
  32.  

2 comentários:

  1. Gostei. Aí ficou claro como ter pelo menos duas músicas com George em cada álbum estava longe de ser desdém como hoje tantos falam. Era algo até inusitado. Basta olhar as outras bandas para ver se o guitarrista principal cantava tinha o mesmo espaço. Creio que Keith Richards gravou apenas duas músicas em toda sua carreira com the Rolling Stones. E vejam que ele era o compositor...George compunha pouco quando tudo começou. E mesmo assim ele tinha seu lugar . Se não tivesse musica dele, gravava músicas de outros compositores incluíndo Lennon McCartney.
    E então, nem sei como, o menino destrambelou a compor...A inspiração chegou " com borra".. Uma coisa extraordinária. O contrato lá na Northen Songs já estava feito desde quando ele não compunha. Nesse ponto eu não tenho como saber o que pensaram...Impossível saber. Mas acho que todos ficaram surpresos e sem saber como resolver aquilo. Mas seria resolvido. Tem aquela suposta fita que ninguém nunca ouviu, mas que parece realmente existir, onde falam em quatro músicas para George, quatro para John e quatro para Paul...Quer dizer, em pé de igualdade. Foi reconhecido. Mas...os Beatles se separaram antes disso acontecer.
    Eu vi uma entrevista de George onde ele confirma isso. Só ficou inspirado a partir de 1966. E mesmo assim...só apresentou uma musica para o Sgt Pepper's. E teria espaço para outra.
    Por mim ele sempre foi magnífico. Amo "Don't Bother Me". " I need you" arrebentou no filme Help sendo gravada em português pelos Golden Boys.
    Lembrei ontem do final do filme Help...na hora dos créditos...Ouvimos a voz de George duas vezes gritando..." e I Need You, by George Harrison. E todas nós fanzocas de Moc nos derretemos por causa disso, achando a coisa mais linda do mundo.

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  2. Pois é Homero, até o surgimento de DON'T BOTHER ME , o George não era um dos compositores da banda, e era ele o seu crítico mais severo.Muita coisa boa deve ter ido pro lixo.Uma vez contou pra turma da GUITAR WORLD que até o verão de 63 nem sonhava em compor, mas quando percebeu que a dupla Lennon e McCartney fazia isso com muita facilidade,sentiu que merecia participar da brincadeira, afinal de contas todos os ventos do planeta estavam a favor do quarteto de Liverpool. E quem diria que um dia iria assistir uma entrevista do Frank Sinatra dizendo que SOMETHING era uma das melhores músicas de amor de todos os tempos...Até sábado HOMERIX MACHINE!!! Dyl Figueiredo

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