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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

OUÇA e LEIA Como os Beatles começaram!

O Submarino Angolano, da Rádio FM Luanda Antena Comercial, me deu abertura para falar sobre Beatles. Já tenho 23 programas lá, todo sábado às 13 horas.

Um dos primeiros que fiz, quase uma apresentação foi sobre as condições Sine Qua Non para a existência dos Beatles!

Ficou bem legal!

OUÇA o áudio AQUI neste LINK

LEIA o texto, abaixo!

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Olá, viajantes do Submarino Angolano. 

Aqui é Homero Ventura, direto do Brasil!

QUANDO THE BEATLES COMEÇARAM? Pergunto!

Desde que recebi uma oferta de uma camiseta com uma foto
montagem como se  Paul McCartney estivesse comemorando os 60 anos dos Beatles em 2020... fiquei encafifado... pois nunca comemorei o início dos Beatles em 1960. Fui pesquisar, e logo achei. Foi em agosto de 1960 que John Lennon resolveu ‘despratear ‘o nome da banda, e removeu o Silver de The Silver Beatles, restando apenas The Beatles, da forma que a conhecemos, sim, isso já fez 60 anos. Antes dele, tocaram um tempo como Johnny and The Moondogs, além da original The Quarrymen, que foi como tudo começou.

Mas será que é isso mesmo? Pera lá, em 1960, nem Ringo estava na banda, nem George Martin sonhava em entrar pra história, nem tinham Brian Epstein como empresário! Portanto, ainda não eram The Beatles, como conquistaram o mundo, não, não, não me convencem.

Até porque se for pra considerar Beatles sem Ringo, o próprio Paul considera In Spite of All The Danger' como a primeira gravação dos Beatles, como Quarrymen, em julho de 58, num estúdio caseiro de Liverpool, uma McCartney/Harrison, ou melhor, composição de Paul com guitarra de George. No Lado B, eles gravaram um cover de Buddy Holly, That Will Be The Day! Mas não.... não ... ainda prefiro minha interpretação.

The Beatles vieram aos olhos do mundo, já com a formação definitiva, em 5 de outubro de 1962, quando lançaram o primeiro compacto com 'Love Me Do' e 'P.S. I Love You'. Somente aí, deixaram de ser aquela banda de rock de uma cidade litorânea do norte da Inglaterra, para serem conhecidos em Londres, e chegarem ao 17° lugar das paradas inglesas, e fazerem shows na capital e depois toda a Inglaterra e depois todo o Reino Unido e depois toda a Europa e depois a América e depois o mundo! Foi naquele dia que a luz se acendeu. Sim, naquele dia The Beatles vieram ao mundo. Mas foi 45 dias antes que, em minha opinião, começaram!

Permitam-me algumas ilações! Vamos ampliar a discussão de datas, mas levando para um outro raciocínio, tipo ‘Se isto não acontecesse, os Beatles não existiriam!’. E então temos vários momentos de conjunção cósmica que levaram à formação dos Beatles. São fatos que SEM OS QUAIS NÃO ocorreria o fenômeno conforme o conhecemos. A partir daqui, uso a expressão em latim do mesmo significado, SINE QUA NON! A meu ver, foram 8 condições SINE QUA NON.

Trecho de The Quarrymen no pátio da igreja

Em primeiríssimo lugar, tem o 6 de julho de 1957, quando John conheceu Paul, no pátio de uma igreja de Liverpool, levado por um amigo comum, Ivan Vaughn, a quem nós beatlemaníacos agradecemos profundamente sua passagem pela Terra. John ouviu suas habilidades, percebeu que era um talento de igual magnitude que ele, e após uma noite debatendo com seu imensurável ego, decidiu por admiti-lo no Quarrymen. 

SINE QUA NON 1: 

Se John não conhecesse Paul, 

The Beatles não existiriam!

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Trecho de In Spite of All the Danger

Depois, um certo 6 fevereiro de 1958  também foi fundamental, pois foi quando Paul trouxe seu amigo de escola George para conhecer John, pasmem, no andar de cima de um ônibus, onde deu um show na guitarra. John demorou um pouco para admiti-lo na banda por ser ainda um pirralho (inda ia completar 15 anos), mas acabou por render-se à habilidade do menino.

SINE QUA NON 2: 

Se Paul não trouxesse George, 

The Beatles não existiriam!

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Trecho de John, Paul, George, Stuart Sutcliffe em gravação caseira

Pouco tempo depois, com Pete Best na bateria e com Stuart Sutcliffe no baixo, um ótimo artista plástico, mas que não sabia tocar baixo, e ali estava só porque era o melhor amigo de John, os rapazes partiram para algumas temporadas em Hamburgo, onde tocavam 7 horas seguidas todas as noites, com George ainda menor de idade. Ao final de uma delas, Stuart percebeu que a praia dele era outra e resolveu ficar lá, com a nova namorada, a artista Astrid Kircherr, fotógrafa de fotos históricas dos rapazes. Corria o mês de julho de 1961. Sua saída se constituiu num turning point, porque somente aí, Paul assumiu de vez o baixo e se tornou um dos maiores baixistas de todos os tempos, fator crítico de sucesso da banda. Algum tempo depois, infelizmente, Stuart veio a falecer, devido a um aneurisma... 

SINE QUA NON 3: 

Se Stuart não fosse embora, 

The Beatles não existiriam!

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Trecho de My Bonnie, com Tony Sheridan

Um próximo momento foi quando Brian Epstein resolveu sair de sua loja de discos na hora do almoço para ver ao vivo uma banda que ele ouvira em um disco acompanhando Tony Sheridan, que tinha uma certa projeção,  cantando a valsinha "My Bonnie" em ritmo de rock. Gostara do som, porém mais da banda de apoio que do próprio astro. E chegou ao The Cavern Club e ouviu John e Paul dominarem o palco, George com ótimos solos de guitarra, e ainda Pete Best na bateria, mas principalmente, ficou impressionado com o carisma deles, principalmente dos dois frontmen. Era um 9 de novembro de 61. Um mês e um dia depois, fez a proposta de empresariá-los em troca de 25% dos rendimentos, eles aceitaram e começaram a batalha por uma gravação.

SINE QUA NON 4: 

Se Brian Epstein não chegasse, 

The Beatles não existiriam!

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Besame Mucho, no teste da Decca Records

Talvez eu apele um pouco agora, mas um NÃO pode ter sido essencial para o sucesso deles. Foi Dick Rowe, gerente da Decca Records, que num 1 de janeiro de 1962, recebeu-os em sua gravadora para um teste, não gostou do que ouviu, dizendo que aqueles grupos de guitarra não tinham futuro... Se tivesse gostado, e assinado com eles, talvez eles tivessem mantido Pete Best. E não teriam Ringo, fator crítico de sucesso da banda, e não teriam conhecido George Martin, outro fator crítico de sucesso, pois era gerente de uma gravadora concorrente. Apelei? 

SINE QUA NON 5: 

Se Dick Rowe tivesse dito SIM, 

The Beatles não existiriam!

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Trecho de Searching, do teste da Decca Records

Com aquele NÃO, o desânimo tomou conta dos rapazes mas não de Brian, que seguiu buscando, e passou nos escritórios da grande loja HMV na Oxford Street 363, para transformar a fita num disco, entregando-a para um certo técnico de som Jim Foy, que ouviu e gostou, sugeriu que conversasse com um certo chefe dele Sid Coleman, que pegou o telefone e marcou uma reunião do grupo com um certo maestro George Martin, da  gravadora EMI. Era um 8 de fevereiro de 1962. 

SINE QUA NON 6: 

Sem o encontro na HMV, 

The Beatles não existiriam!

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Trecho de Love Me Do

E veio o histórico 6 de junho de 62, na EMI, do encontro com George Martin, que aliás nem os ouviu ao vivo, ficou só na fita, mas enxergou longe, adorou o carisma dos rapazes (o garoto George até gozou da gravata do velho George), mas recomendou que trouxessem outro baterista. Martin seria fundamental para a transformação dos Beatles numa banda mais madura, sempre estava aberto a ouvir as ideias dos rapazes e fazia o possível para concretizá-las.

SINE QUA NON 7: 

Se Martin tivesse gostado de Pete Best, 

The Beatles não existiriam!

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Trecho de Boys

E somente aí, apareceu a chance de Ringo. Já era o melhor baterista de Liverpool,  astro da banda Rory Storm and The Hurrianes, era claro que John e Paul o queriam na banda. Fizeram o convite, ele se manteve nas duas bandas por um tempo, até que, num 22 de agosto de 1962, assumiu as baquetas da bateria Beatle para nunca mais largá-las, exceto num par de três ou quatro breves ocasiões, por saúde, férias ou briguinhas...

The Beatles estavam completos! 

E 45 dias depois, viria ao mundo seu primeiro disco!

SINE QUA NON 8: 

Se Ringo fosse fiel à sua banda, 

The Beatles não existiriam!

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A partir daí, foi só botarem o talento e o carisma pra fora e correr para mudarem a história!!

O que pensam? 

Como celebração é livre, em 22 de agosto de 2022, eu, ao menos eu, celebrarei os 60 anos da maior banda de todos os tempos, que ainda hoje, quase sexagenária, ainda encanta e influencia gerações!!!

Um abraço para os ouvintes do Submarino Angolano, da Rádio LAC, Luanda Antena Comercial, até para a semana 

Trecho de The End, última canção do último disco gravado pelos Beatles


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