quarta-feira, 1 de julho de 2020

Dante XXVIII – Nota AO Tradutor

Acabei a Divina Comédia de Dante.... e publiquei em alguns Cantos.


Os capítulos anteriores estão acessíveis nos links abaixo (clicar no nome)


Canto XXVIII – Nota AO Tradutor

Quando se lê livros em Português
E o original é em outro idioma
A gente percebe, de quando em vez,

No rodapé, informação que soma
Para o entendimento do leitor,
Que nos salva tal qual firme redoma,

A famosa ‘Nota do Tradutor’.
Tendo acabado de ler ‘A Comédia’
Obra-prima de notório esplendor,

Com dificuldade acima da média,
Em que é necessário ao profissional
Saber nível alto de enciclopédia,

E além disso, uma aptidão colossal
De versejar com rima encadeada
Mantendo o sentido original,

Sem perder o doce fio da meada,
Terça a terça pelo longo caminho
De 14 mil versos, linda estrada,

É bem de se ajeitar o colarinho,
Contratar coquetel com canapés,
E dar Nota AO Tradutor, com carinho,

Um muito sonoro DEZ, NOTA DEZ,
Qual diria Carlos Imperial,
E cercá-lo de ternos cafunés.

E na Comédia, ele é fundamental!
São tantos nomes e situações,
Que sem seu estupendo cabedal

De história, fatos e informações,
Que vêm nos mui bem-vindos rodapés,
Impediria as interpretações,

Seríamos pegos nos contrapés,
À deriva no denso temporal.
Ítalo, coloco-me aos seus pés!

E vejam como é fenomenal
Sua história, querido ouvinte!
É nascido em São Paulo, Capital,

Aos nove anos do Século Vinte,
Filho de pai e mãe italianos,
Mas veja bem o incrível requinte,

Na Primeira Guerra, passou os anos
Na Itália, onde o pai médico serviu,                       
Onde ‘piano piano se va lontano’,

Empreitou uma tarefa varonil:
Guardou de cor a Comédia de Dante!!
Bem educado, PONTE QUE PARTIU!

Na volta, a paixão seguiu adiante:
Estuda lá no Dante Allighieri.
Na literatura não vai avante,

Porque a Engenharia ele prefere.
Faz nome em Arquitetura Moderna,
Mas no final, é Dante que interfere!

Já nos setenta, volta a paixão terna
Pelo Poeta maior florentino,    
E o doce tempo não lhe passa a perna:

Ítalo Eugênio Mauro
Por 15 anos traduz, bailarino
Dos versos cultos com rima encadeada,
Conseguindo um sucesso genuíno.

A obra foi com honra premiada
Com o renomado Prêmio Jabuti,
No ano 2000, quase ao fim da estrada.

Mais três anos, foi-se embora daqui.
Digníssimo Ítalo Eugênio Mauro,
Grato por descascar o abacaxi!


De admiração, eu nunca me exauro!

- FIM -


Um comentário:

  1. Estou a iniciar essa leitura,
    Que, por certo levarei ao fim,
    Pois que se trata de uma arte pura.

    Bem traduzida, tintim por tintim,
    E resumida, conforme se apura
    Por esse Homero, floreado a nanquim.

    ResponderExcluir

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