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Canto XXI - Paraíso - Lua, Mercúrio, Marte
Como já disse, nove esferas são,
Como se fossem nove atmosferas
De nosso planeta em sã ascensão,
Em que a cada andar se reverbera
O nível de santa beatitude
Da nobre alma que ali aglomera.
Na primeira, de menor magnitude,
A Lua abriga as almas virtuosas
Mas que não foram firmes na atitude.
Lá, Dante vê Santa Clara, bondosa,
Mas que foi retirada de um convento,
Para uma vida menos primorosa.
A seguir, Mercúrio, onde têm acento
Os que, em ambição, fizeram o bem,
Porém em busca de fama e provento.
O Imperador Justiniano mantém
Ali seu lugar. No Século SEIS,
Ele entregou as armas pr’outro alguém,
Em prol do aprimoramento das Leis,
Pois que, então, Roma era a Águia de Deus.
Ele conta que ali estão outros reis.
Dignifica dois seguidores seus:
Tibério que proveu Glória à Paixão,
E Tito, que se vingou dos judeus,
Colocando Jerusalém ao chão.
Vênus é a inspiração do puro amor,
Que ao terceiro Céu dá luz e vazão,
Lá estão almas que amaram com fervor,
Ainda que com pouca temperança.
Como exemplo desse fio condutor,
Dante vê Raab, que deu esperança
Aos hebreus em Canaã, abrigando
Espiões, que os levaram à bonança,
Na Terra Prometida. Abandonando
Sua rameira profissão, deu a luz
Ao bisavô de Davi, pés fincando
Na sã linhagem santa de Jesus.
Importante neste ponto é notar
Que não importa qual o seu capuz,
Qualquer alma pode bem volitar
Ao Empíreo, onde Deus se acha,
Para uma bênção e depois voltar
À atmosfera em que melhor lhe encaixa
Aos costumes que tiveram em vida
Que fizeram por merecer a faixa.
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