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Canto XI – A Arquitetura do Purgatório
Do nosso planeta em 1300,
E durante a Era Medieval,
Era diferente o conhecimento.
Num hemisfério setentrional
Havia toda terra e toda gente,
E lá na remota metade austral
Um oceano, sem vida presente.
No centro desse imenso oceano
Uma montanha se eleva, imponente,
Que é o Purgatório soberano,
Purgando os Pecados Capitais,
Que comprometem o andar humano.
São Sete Círculos Co-axiais
Com seus diâmetros diminuindo
Até o Paraíso em seus portais.
As penas que lá se vão impingindo
São menos cruéis que no lado oposto
Pois de desconforto vão infligindo
Mas de dores não lhes dão o desgosto.
As almas as cumprem, tão ansiosas
Por preces que as afastem do encosto,
Que as liberará para, gloriosas,
Rumarem, beatas, ao Paraíso!
Sei que pessoas estão desejosas
Pelo, das penas, relato preciso,
Mas devo voltar à Cosmologia,
E prometo que serei bem conciso.
É que no início desta vã porfia,
Ao descrever do Inferno a arquitetura,
Faltou detalhe da geografia.
O mundo então tinha a envergadura
Da Espanha até o Golfo de Bengala,
Jerusalém no centro da figura,
Onde se abre a insuperável vala,
Destino dos pecadores mortais,
O Inferno que as almas encurrala.
Dante desce os círculos infernais
Até chegar ao centro do planeta,
E não volta, mas segue mais e mais,
Agora subindo a posterior valeta,
Surgindo noutro lado, no oceano,
Pra abrir do Purgatório a maçaneta,
E seguir, de Beatriz, o santo plano.
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