Canto XIV – As Penas do Orgulho
Adentrando à primeira vil cornija
(no Purgatório é assim que se chama),
Observa-se a rotina assaz rija
Dos orgulhosos em seu duro drama.
Caminham em rochosa rota estreita,
Emparedados por extensa gama
De imagens, à esquerda e à direita,
De exemplos de extrema humildade,
Em oposto à sua vida imperfeita.
E carregam, em sua triste realidade,
Blocos de peso maior ou igual
Ao tempo que eram corpos de verdade.
Em seu marchar de baixo astral
Pisam em mil imagens esculpidas
Da história da soberba tão cabal.
E em meio a essas penas tão sofridas,
Entoam, de forma tonitruante,
Um Pai Nosso com letras estendidas.
Achei a coisa tão interessante,
Que reservarei o próximo Canto
À análise do Pai Nosso de Dante,
E, sim, prevejo um desafio e tanto,
Pois que terei que encadear as rimas
Da explicação aos versos do acalanto.
Que as Musas me iluminem lá de cima!
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