sexta-feira, 23 de setembro de 2022

OUÇA E LEIA - O George Romântico - Parte 3

 Esta é a 34ª edição de OUÇA e LEIA,

onde você ouve uma historinha minha 

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Olá, viajantes do Submarino Angolano

Aqui é Homero Ventura direto do Brasil!

A carreira de George Harrison nos Beatles

Começamos este projeto cobrindo as canções em que George foi apenas o vocalista principal de canções, nos anos de 1963 e 1964.

Estamos em meio ao Capítulo 2: O George Romântico, que teve canções em 63, 65, 66 e 69.

Parte 1: With The Beatles e HELP

Parte 2: Rubber Soul e Revolver

Agora, a

Parte 3: O último ano

          Início de Old Brown Shoe

George flerta: "'Pareço ser imperfeito, meu amor é algo que você não pode rejeitar. Mudarei mais rápido do que o tempo se você e eu ficarmos juntos, quem sabe, baby, você pode me confortar "

Demo de George em janeiro de 69 a Billy Preston

George estava particularmente feliz com a canção que apresentou aos colegas naquele 27 de janeiro de 1969, no estúdio da Apple, para potencial inclusão no Get Back Project. Ele já estava 'de bem' com todo mundo após aqueles 10 dias de ausência (11 a 20 de janeiro) devido a desentendimentos pretéritos. Billy Preston já estava no grupo provendo teclados para as apresentações ao vivo que eles planejavam fazer, e foi a ele que George apresentou a canção, já que a havia composto ao piano, mesmo não sendo seu instrumento de preferência, ele admite que piano não era o seu forte. Nos Beatles, era Paul quem tinha o melhor piano, seguido de John, depois George, e lá atrás nosso querido Ringo com seus 3 acordes (ele até fez música se autogozando nesse aspecto).

Enfim, naquele 16º dia do projeto, foi Ringo quem mais batalhou para chegar ao desejado ritmo de sua bateria, quando ensaiaram um não registrado número de vezes aquele rock quase ska que George trouxera. John estava no baixo e Paul na guitarra. No 2º dia, aí sim contaram, e foram oito os ensaios, mas com John de volta à guitarra, Paul de volta ao baixo, o próprio George na guitarra e Billy no órgão. Ringo ainda tentou uma variação na bateria para aquele galopezinho gostoso de Get Back, mas retornou ao ritmo original e dele não mais largou. Houve mais um ensaio da canção no dia 29 mas, infelizmente, ela havia chegado muito tarde ao projeto. 

Coisas do destino, Old Brown Shoe acabaria vindo à luz bem antes (11 meses!) da maioria das canções do Projeto Get Back, lançada em junho de 69 como Lado B de The Ballad Of John And Yoko, que foi o último single Beatle a alcançar o topo da parada inglesa.

No dia de seu aniversário, 25 de fevereiro, George fez uma demo já em Abbey Road, gravando, ele mesmo, voz, piano e duas guitarras em diferentes canais do equipamento de gravação. Ficou ótimo!

Outra demo, já em Abbey Road

Claro que uma bateria e backing vocal agregariam muito, mas ele mandou muito bem fazendo o papel do baixo nas cordas mais graves de sua guitarra, já seu solo nas notas mais agudas no verso instrumental melhoraria bastante nas gravações posteriores. 

George trouxe uma letra bem elaborada, com três versos e duas pontes, tudo com letras diferentes, não decepcionando o 'Manual Beatles de Composição'. Aqui, ele volta com alguma influência oriental na letra, o que se observa pelo número de dualidades que agregou, povoando os três versos com seis opostos, vai contando: "right / wrong, up / down, short / long, smile / frown, love / hate, early / late", e conseguindo rimar muito bem. E além de dar indicações de que está se livrando do mundo material ("I'm stepping out from the old brown shoe") ou saindo das amarras do mundo ocidental (“got me escaping from the zoo") nas duas pontes.

Nos Versos 1 e 2, George tenta convencer a garota de que ela é a ideal pra ele, que pode levá-lo ao oposto do estágio em que ele se encontra, uma verdadeira mudança de 180 graus. Depois, entram as duas pontes, com melodias diferentes (e uma estonteante sequência de baixo), em que George faz suas promessas e termina ambas com a proposta "Who knows, baby, you may comfort me". Entre as duas pontes há o tal 'verso instrumental' onde George arrebenta com sua guitarra, e vem o 3º Verso, com os últimos dois opostos para conquistá-la, terminando do mesmo jeito, mas ele agora se coloca na frente da fila para conquistar o doce beijo da garota. Note as rimas em finais de versos. Brilhante!

De volta às gravações, a próxima sessão veio só em abril, no dia 16, em que George chegou mais cedo, gravou mais uma demo, e quando os demais três Beatles chegaram, já estava aquecido, e conduziu 4 takes, sendo os três finais bem sucedidos, indo até o final, com Paul no piano, John na guitarra base, Ringo na bateria,  e George no vocal e na guitarra solo, cada um em um canal do equipamento de 8 canais. Notem a slide guitar de George durante a 1ª metade do verso instrumental, em destaque, e depois um ótimo solo nos últimos oito compassos! Falando nele, notem a mudança de ritmo da bateria, do ska dos versos para o rock padrão nas pontes.

Ao Take 4, George adicionou guitarra junto com Paul no baixo, especialmente aquela maravilhosa montanha russa subindo e descendo nas pontes, ponto marcante da gravação. 

Trecho de baixo das pontes

Interessante que com isso, é apenas Paul que se ouve na introdução da canção, que tinha o piano da base, mais o baixo acrescentado! John e Paul acrescentaram vocais de apoio, junto com George ao microfone repetidas vezes nas duas pontes, especialmente no trecho "Who knows baby, you may comfort me...,", até chegar à perfeição que ouvimos no final.  Notem também um "Hey" após as pontes, que é gritado por Paul. Tudo aparentemente terminado, entretanto, George achou que podia melhorar, e voltou dois dias depois para acrescentar mais guitarra, desta vez 'inchada' por uma dobra automática e por um Leslie Speaker. Uma coisa mais aconteceu naquele dia: a guitarra de John foi apagada por um órgão Hammond tocado por George, na mesma faixa, e se ouve-o bem nas pontes e no verso final e conclusão. George era o dono da canção, podia fazer o que quisesse, e fez. Então, a única participação de John em Old Brown Shoe foi seu vocal de apoio... Como compensação, na extensa conclusão, aquele "Doo-Da Doo-DaDa" foi puxado por ele e harmonizado por Paul. Em que pese o climão daqueles tempos, Old Brown Shoe foi gravada com muita vontade por todos. 

Claro que os Beatles nunca a tocaram ao vivo, mas felizmente seu autor George se lembrou dela no último de seus poucos shows ao vivo na carreira solo, no Japão.

                     Old Brown Shoe ao vivo no Japão.

 

Início de Something

George se declara: "Alguma coisa em seu jeito de andar me atrai como nenhuma outra. Alguma coisa no jeito como ela me seduz. Eu não quero deixá-la agora. Você sabe o quanto eu acredito"

O maior momento de George no disco Abbey Road veio logo na segunda canção e é o maior momento de George em sua carreira Beatle. Trata-se de 'alguma coisa' especial, ou 'Something' special. Tão especial que mereceu um lançamento em Lado A de single Beatle, deixando a ótima 'Come Together' no Lado B, e John não reclamou nem um instante. Foi a primeira e última ocorrência deste tipo na história dos Beatles. Trata-se de uma das mais regravadas canções Beatle (perdendo apenas para 'Yesterday'), inclusive foi gravada pelo Rei Elvis e o grande Frank Sinatra. Este último elegeu 'Something' como a mais bela canção de amor de todos os tempos! E olha que o 'old blue eyes' entendia do assunto. E, cá entre nós, ela merece a alcunha:  Olha só o começo da canção 'Something in the way she moves attracts me like no other lover, something in the way she wooes me...Eu me arrepio ao escrever este trecho da letra, aliás, adoro o verbo woo, que é onomatopaico do flerte vocal.

É George falando para Pattie, sua então esposa, e inspiração desde 1964. À época, o George estava numa de dizer que toda canção dele era falando com Deus, e disse que Something era uma delas. Ah SAI PRA LÁ!! Vou destacar algumas partes da letra "the way SHE moves", "the way SHE wooes", "Somewhere in HER smile SHE knows", "Something in HER style", "I don't want to leave HER now", "Something in the way SHE knows", "And all I have to do is think of HER". Ora, vá plantar batatas! Quer me enganar que conversava com Deus? Aliás, se fosse uma conversa com Deus, por que ele aceitou fazer aquele filme promocional, lindo, com os quatros casais Beatles em ternas imagens, incluindo edição, mostrando Pattie andando, Pattie olhando e Pattie sorrindo?

A melodia de 'Something' é linda, suave, triste, a gente se arrepia já na introdução, de bateria e guitarra, o solo de guitarra de George no meio da canção é o mais lindo da história do rock, e na hora da ponte "You're asking me will my love grow, I don't know, I-I-I don't know!', a bateria de Ringo é inesquecível.

Destaque para a bateria de Ringo.

Ela já estava iniciada em setembro de 68, quando apareceu no estúdio assim como quem não queria nada, quando George a cantou para Chris Thomas, e o engenheiro se impressionou, e sugeriu que gravasse. George perguntou: 'Você acha boa mesmo?', veja só! E ele pensou em dar para um outro gravar, um certo Jackie Lomax, artista novo da Apple, mas ele escolheu outra, veja só! E ele a deu para Joe Cocker que aceitou, mas felizmente, atrasou o lançamento para o final do ano e nesse meio tempo, George finalmente ganhou confiança para gravá-la com os Beatles, e deu no que deu! Insegurança, teu nome é George Harrison!

Depois ele escreveu outro verso e a melodia da ponte, e levou para as sessões do Projeto Get Back, em janeiro de 1969, e pede sugestões de letra, e John sugere as linhas que seriam a finalização de todos os versos: "I don't want to leave her now, You know I believe and how". Incrível, não? Bem, poderia então ser uma Harrison/Lennon, mas não foi o caso. John também aconselhou que colocasse qualquer palavra num trecho em que estava faltando... o “attracts me like ...” ‘a cauliflower’ ou seja, uma couve-flor... Esse era o John.

Sugestão de John sobra a couve-flor

Apenas um mês depois, em 25 de fevereiro, ocorreu o primeiro dia oficial de gravação, no formato demo, apenas George e sua guitarra, várias, e também piano. Uma parte dessa sessão sobreviveu e foi lançada no Anthology 3.

Trecho de Something do Anthology 3

Em abril, houve uma sessão estranha, sem a presença de Ringo, Paul tocou bateria e John o baixo, foram 13 takes, todos jogados fora. Tudo recomeçou, do zero, em 2 de maio, e então foram 36 takes, o último válido, com a base com John ao Piano, George nas duas guitarras, Paul no baixo, e Ringo na bateria.

Trecho de Something antes de overdubs

Três dias depois, a sessão foi no Olympic Studios, e foram somente dois overdubs, George na guitarra e Paul no baixo, mas, num sentido inverso do que se espera na evolução de uma canção, ele passa de uma tocada mais burilada, para uma mais simples ao final, a pedido de George, que não queria porque não queria que o baixo tivesse destaque em sua canção. Coisas daquela época... 

Quase dois meses se passaram, e apenas nesse tempo foi decidido que um novo álbum seria gravado. Dia 1º de julho, recomeçaram as gravações, e no dia 11, Something estava de volta! George gravou seu vocal e Billy Preston apareceu para brilhar com seu órgão. Nesse ponto, decidiu-se que o piano de John seria eliminado da versão final. E ele não mais voltou. Não existe John em Something!! Paul gravou um piano depois. Após uma mixagem no começo de agosto, George percebeu que uma 'orquestrazinha' ia bem! Que bela decisão! Encomendou o arranjo a seu xará Martin e, no dia 15, aquele magnífico som veio ao mundo!

Something orquestral, by George Martin (arrepiante)

E não só da canção de George, mas de outras quatro, incluindo a outra dele, Here Comes The Sun.  E foi uma extensa sessão com muitas horas extras pagas aos músicos, e improvisações para fazer com o gravador de oito canais de um estúdio fosse conectado com o Estúdio 1, aquele enorme, que não dispunha do console! Claro que deu tudo certo.

Entretanto, o mais marcante dessa já marcante sessão, é que George resolveu refazer o seu solo, sim, aquele magnífico solo de guitarra, o mais fenomenal solo romântico da história do rock. Só que.... não havia mais espaço na fita. O último canal tinha que ser o mesmo da orquestra. Ele teria que tocá-lo ao vivo, e sem falhas, para não vazar sons indesejáveis para os outros microfones! Ao ser colocado sobre o problema, George não teve dúvidas: "I'll do it!".

E olha o que ele fez, ouve o que ele fez, sente o que ele fez!!!

Um perfeito Gran Finale para uma grande canção!!

Enfim, uma grande bola dentro de George. A melhor de todas, em minha opinião! E o mundo assim o percebeu. George a tocou em dois dos poucos shows que fez ao vivo em sua carreira solo, Concerto para Bangladesh, e Live in Japan, vocês podem encontrar facilmente. E podem encontrar também no Concert for George, com Paul no ukulele, e depois o arranjo completo, com Eric Clapton cantando, e com Ringo na bateria! Sensacional!

Something do Concert for George no Albert Hall

Demais edições do OUÇA e LEIA

  1. Neste LINK - A Origem dos Beatles 
  2. Neste LINK - Homenagem a Buddy Holly
  3. Neste LINK - 1º Capítulo do Projeto Medley
  4. Neste LINK - 2º Capítulo do Projeto Medley 
  5. Neste LINK - 3º Capítulo do Projeto Medley 
  6. Neste LINK - 4º Capítulo do Projeto Medley
  7. Neste LINK - 5º Capítulo do Projeto Medley 
  8. Neste LINK - O Projeto Medley
  9. Neste LINK - O 6º Compacto. 
  10. Neste LINK - The Ballad Of John And Yoko  
  11. Neste LINK - Happiness Is A Warm Gun  
  12. Neste LINK - While My Guitar Gently Weeps  
  13. Neste LINK - You Know My Name (Look Up The Number)  
  14. Neste LINK - A 1ª Década Sem The Beatles - Going Solo 
  15. Neste LINK - A 2ª Década Sem The Beatles - Década de Luto
  16. Neste LINK - A 3ª Década Sem The Beatles - Antológica 
  17. Neste LINK - A 4ª Década Sem The Beatles - NakedLove090909 
  18. Neste LINK - A 5ª Década Sem The Beatles - Cinquentenária 
  19. Neste LINK A 6ª Década Sem The Beatles - The Get Back Decade
  20. Neste LINK Os Números nas Canções dos Beatles 
  21. Neste LINK Os Nomes de Gente nas Canções dos Beatles
  22. Neste LINK Os Nomes Próprios nas Canções dos Beatles
  23. Neste LINK Os Animais nas Canções dos Beatles
  24. Neste LINK - A Parceria Lennon / McCartney 
  25. Neste LINK - Os Beatles de Ringo Starr 
  26. Neste LINK Análise de Eight Days A Week
  27. Neste LINK Análise Temática de Being For The Benefit of Mr. Kite 
  28. Neste LINK Análise Temática de Honey Pie
  29. Neste LINK Análise Temática de Yer Blues 
  30. Neste LINK Análise de Birthday
  31. Neste LINK Análise temática de Yellow Submarine
  32. Neste LINK O George Harrison dos Beatles - As Covers
  33. Neste LINK O George Harrison dos Beatles - O George Romântico Parte 1
  34. Neste LINK O George Harrison dos Beatles - O George Romântico Parte 2

sábado, 17 de setembro de 2022

Momento Escarlate na Bahia

Aconteceu em Irecê, interior da Bahia. 

Pra quem ainda não sabe, um pre-requisito para o entendimento do citado Momento!

RenataVentura é escritora, e está em meio a uma saga de 5 livros sobre Escolas de Magia no Brasil. Na verdade, um belo disfarce, chamativo à leitura, para discutir os problemas de nosso país.

O primeiro livro foi lançado em 2011 se chamou A Arma Escarlate - que virou o nome da Saga.

Ele fala sobre a Escola Nossa Senhora do Korlovado, que abriga os estudantes da Região Sdeste. O segundo foi em 2014 e fala sobre a escola que abriga os estudantes do Nordeste e se chamou A Comissão Chapeleira. O terceiro foi lançado em 2019 sobre a escola que abriga os estudantes da Região Norte, e se chama O Dono do Tempo, e ficou tão grande que teve que sair em dois volumes.

O personagem central é Hugo Escarlate, um mulato favelado de olhos verdes, que tinha 13 anos no começo e já está com 15, super complexo, quase um anti-herói, dadas as condições em que viveu sua infância.

É o suficiente. Vou deixar que as palavras do Momento Escarlate falem por si.

Só acrescento que em janeiro, a Editora Novo Século fez questão de lançar uma celebração dos 10 anos de A Arma Escrlate, com o lançamento de uma caixa com os 4 volumes, que ficou linda.

Claro que recomendamos a aquisição já da obra completa.

O LINK é da Amazon: https://amzn.to/3cgkweM

Agora vamos ao Momento Escarlate!

É de um escritor que foi a uma feita literária e descobriu um mundo novo.

Vou deixar a imagem do instagram de minha filha, com quem ele se comunicou.





SEM PALAVRAS, NÉ...
 A NÃO SER
ENTRE NESSE MUNDO!

LINK AMAZON:










sábado, 10 de setembro de 2022

OUÇA E LEIA - O George Romântico, Parte 2

 Esta é a 33ª edição de OUÇA e LEIA,

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A carreira de George Harrison nos Beatles

Capítulo 2: O George Romântico

Parte 2: Rubber Soul e Revolver

Início de Think For Yourself

George Harrison finalmente se consolida como a terceira força compositora dos Beatles, com duas contribuições no 6° disco da banda, repetindo o feito de HELP!, apenas quatro meses antes. E suas canções já eram conhecidas como Harrisongs! E abre sua participação com uma pérola, tanto em letra como em música. Aqui, ele descasca duramente com uma ex-namorada, que não se pode identificar com ninguém em especial, muito menos com Pattie Boyd, com quem ele estava in love, e com quem se casaria meses depois. Em uma entrevista bem posterior, ele disfarça, e diz que era uma mensagem política, e que a entidade vítima de suas declarações seria o próprio governo.      

Não, eu acho que não! Tem certas coisas que não se falam para uma entidade, tipo, ‘fique com sua mente ruinosa’, ‘acabe-se em seu egoísmo’, e até o nome da canção ‘pense por você mesmo’, enfim, era uma garota que o havia magoado profundamente E PRONTO! Ampliando um pouco o conceito, George dava uma mensagem a todas as pessoas, para que pensem menos em si mesmas e mais nos outros, uma espécie de começo de uma revolução espiritual, de sua fase indiana.  Seguindo a política de seus parceiros maiorais, George não repete letra nos 3 versos da canção.

Beatles ensaiando Think For Yourself 

A base da canção tinha apenas George no ritmo, Paul no baixo e Ringo na bateria, John chegou apenas nos overdubs, no órgão, esmurrando os acordes oito vezes a cada passagem! Gosto muito da batida sincopada de Ringo no segundo refrão, que infelizmente ele se esquece de fazer nos demais. Sua percussão é enriquecida com pandeirolas nos versos e maracas dobradas nos refrões. E, ponto altíssimo nos overdubs, Paul repete, praticamente, sua linha de baixo, porém usando uma caixa de ‘fuzz’, uma fuzz box, alterando o som de seu instrumento de forma marcante, conferindo-lhe um ar eletrônico, na primeira vez que utilizavam esse recurso, que foi copiado por muitas outras bandas. 


Paul Fuzz Box

Paul e John completam harmonia tripla nas segundas frases dos versos, e apenas Paul acompanha George no refrão, após o solo da primeira frase

“Do what you want to do” “And know where you’re going to”,

com a costumeira qualidade vocal Beatle, incomparável! Ao vivo? Nunca foi tocada!

Think Yourself

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        If I Needed Someone quase inteira

If I Needed Someone, a 3ª inédita de George em Revolver, é uma paquera, mas veja que George não está lá assim muito interessado em alguém específico, “Carve your number on my wall and maybe you will get a call from me, if I needed someone” ou seja, se ele precisar de alguém e ele tiver o telefone dela GRAVADO NA PAREDE DELE (olha que dificuldade!), ele poderá chamar. Ou ainda em “If I had some more time to spend, than I guess I'd be with you my friend, if I needed someone”, ou seja, se ele não tiver nada o que fazer, pode ser que ele esteja com ela. Essa postura, muito devida ao intenso assédio que os quatro sofriam, mesmo comprometidos com namoradas ou esposas, a oferta era grande. Nas pontes, ele até fala que a garota chegou em má hora, porque ele está apaixonado, mas quem sabe, depois ela tenha uma chance!

Ponte inteira: “Have you come some other day… too much in love”!

Ou seja, em permanente estado de paquera, mantendo uma fila...

A canção foi a primeira de George gravada para Rubber Soul, mas acabou no Lado B. Foi Think For Yourself que teve a distinção do Lado A. Ela necessitou duas sessões de gravação, a primeira para a base, com George na guitarra solo, John na base, Paul no baixo, Ringo na bateria, ou seja, bem padrão, com a notável posição do CAPO lá em cima, no 7° traste da guitarra do compositor. 

Detalhe da guitarra, CAPO no 7º traste

No segundo dia, George acrescentou algumas notas de sua guitarra, Ringo acrescentou um pandeiro importante, primeiro calmamente, nos versos, depois acelerado nas pontes (“Had you come some other day, then it might not have been like this, but you see now I'm too much in love”). Note a ausência de rimas e uma interessante disritmia: a última palavra cantada da primeira frase ("then") é na verdade a primeira da frase seguinte. Sabe como se chama isso? Eu também não, apenas achei muito interessante! E voltando aos overdubs, finalmente, claro, entram os já tradicionalmente estupendos vocais dos Beatles. O vocal principal de George é quase todo levemente sincopado, ou seja, sílabas cantadas fora da batida principal, coisa rara. Nos versos, George canta sozinho apenas na primeira vez em que o título é cantado, e depois, a cavalaria de John e Paul chega e não larga mais, ao longo de todos os versos, Paul na harmonia aguda, John na grave.

Harmonia vocal da 1ª frase do 2º verso “If I had some more time… someone! 

Inclusive no verso instrumental, quando os três atacam nos aaaaa’s, quatro vezes. Nas pontes, é George sozinho de novo, com vocal dobrado, e com a companhia fundamental do pandeiro desembestado de Ringo!!

A canção foi a ÚNICA composta por George que foi tocada ao vivo pelos Beatles, e foram muitas vezes! Ela foi tocada na excursão europeia, na excursão mundial, e na excursão americana. George também a tocou em seu último show solo ao vivo, na excursão ao Japão, em 1991,  quando sua banda teve o auxílio luxuoso de um certo Eric Clapton, e sua Psycho Guitar.

 

Trecho de If I Needed Someone em Tokyo com Eric Clapton (espetacular)

  

Início de I Want To Tell You

I Want To Tell You é a 3ª canção de George em Revolver (um marco em sua história Beatle),  ele está cheio de coisas pra falar quando  está com ela, mas as palavras parecem sumir quando ela se aproxima, as coisas começam a atrapalhar. E então, ele se resigna: "Está tudo certo! Talvez da próxima vez eu consiga!" Pobre George!   Mas é apenas um personagem.... ele não parecia ser assim, tímido, na vida real, quando abordou Pattie Boyd, nas filmagens de A Hard Day's Night, por exemplo. No momento da composição, ela já era Mrs. Harrison. 

Bem, George podia demorar a entregar uma canção mas quando o fazia, entregava perfeição: são quatro versos diferentes um do outro e também duas pontes contando uma história cada uma! Ah, sim, há uma repetição, mas é de uma frase ("I don't mind, I could wait forever, I've got time")

A base é George na guitarra, Ringo na bateria e Paul no ... piano! Sim, sim,começava um período em que Paul preferia deixar sua linha de baixo para os overdubs, onde podia se dedicar mais, e entregar uma coisa mais bojuda! E Paul era o melhor pianista da banda! Assim, foi, mas ele colocou o baixo só na sessão seguinte. Antes, vieram o chocalho de Ringo, o pandeiro de John (sim, ele toca algo!) por vezes com energia dobrada, e as harmonias vocais de John e Paul! 

Harmonias vocais de George, John e Paul

Notáveis são o riff de entrada da guitarra de George chegando de longe, e repetido ao longo da canção, e finalizando-a, brilhante.. e o piano de Paul num acorde dissonante, na segunda metade de todos os versos ("When you're here..." e "It's all right ...." e duas vezes "I don't mind...") e no ataque numa nota só anunciando o verso seguinte ou a ponte! Brilhante! 

Claro que nada foi tocado ao vivo, felizmente George nos brindou num show no Japão em 1991, sua segunda e última excursão da carreira solo!

I Want To Tell You no Japão

 

No próximo capítulo, as últimas canções do George Romântico

Até lá!

 Na próxima semana, Mais George Romântico

Até lá!

Demais edições do OUÇA e LEIA

  1. Neste LINK - A Origem dos Beatles 
  2. Neste LINK - Homenagem a Buddy Holly
  3. Neste LINK - 1º Capítulo do Projeto Medley
  4. Neste LINK - 2º Capítulo do Projeto Medley 
  5. Neste LINK - 3º Capítulo do Projeto Medley 
  6. Neste LINK - 4º Capítulo do Projeto Medley
  7. Neste LINK - 5º Capítulo do Projeto Medley 
  8. Neste LINK - O Projeto Medley
  9. Neste LINK - O 6º Compacto. 
  10. Neste LINK - The Ballad Of John And Yoko  
  11. Neste LINK - Happiness Is A Warm Gun  
  12. Neste LINK - While My Guitar Gently Weeps  
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  14. Neste LINK - A 1ª Década Sem The Beatles - Going Solo 
  15. Neste LINK - A 2ª Década Sem The Beatles - Década de Luto
  16. Neste LINK - A 3ª Década Sem The Beatles - Antológica 
  17. Neste LINK - A 4ª Década Sem The Beatles - NakedLove090909 
  18. Neste LINK - A 5ª Década Sem The Beatles - Cinquentenária 
  19. Neste LINK A 6ª Década Sem The Beatles - The Get Back Decade
  20. Neste LINK Os Números nas Canções dos Beatles 
  21. Neste LINK Os Nomes de Gente nas Canções dos Beatles
  22. Neste LINK Os Nomes Próprios nas Canções dos Beatles
  23. Neste LINK Os Animais nas Canções dos Beatles
  24. Neste LINK - A Parceria Lennon / McCartney 
  25. Neste LINK - Os Beatles de Ringo Starr 
  26. Neste LINK Análise de Eight Days A Week
  27. Neste LINK Análise Temática de Being For The Benefit of Mr. Kite 
  28. Neste LINK Análise Temática de Honey Pie
  29. Neste LINK Análise Temática de Yer Blues 
  30. Neste LINK Análise de Birthday
  31. Neste LINK Análise temática de Yellow Submarine
  32. Neste LINK O George Harrison dos Beatles - As Covers
  33. Neste LINK O George Harrison dos Beatles - O George Romântico Parte 1

sábado, 3 de setembro de 2022

OUÇA e LEIA - O George Harrison dos Beatles - Capítulo 2 - O George Romântico - Parte 1

 Esta é a 32ª edição de OUÇA e LEIA,

onde você ouve uma historinha minha 

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Clique neste 
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E siga lendo o texto abaixo! 

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Olá, viajantes do Submarino Angolano

Aqui é Homero Ventura direto do Brasil!

A carreira de George Harrison nos Beatles

Começamos este projeto cobrindo as canções em que George foi apenas o vocalista principal, nos anos de 63 e 64.

Vamos agora ao

Capítulo 2: O George Romântico, que teve canções em 63, 65, 66 e 69. A partir de agora, não se faz mais necessário destacar os compositores das canções, serão todas compostas por George Harrison, um compositor em ascensão dentro dos Beatles.

Fiz em três partes.

Parte 1: With The Beatles e HELP

Início de Don’t Bother Me

A primeira vez em que se ouviu uma composição de George Harrison foi logo no 2º LP, With The Beatles. E veio no modo GGG, Greta Garbo George, "I want to be alone!"

Don’t Bother Me era uma canção de Saudade, na classe Tristeza, uma das poucas que escapavam àquele estilo 'happy-go-lucky', de garotos felizes e apaixonados do início de carreira dos Beatles. Ela foi feita durante uma turnê em Bournemouth, no litoral sul da Inglaterra, em que ele ficou mais na cama, por estar doente, só saía de lá pra tocar, nos 6 shows. 

George compondo na cama do hotel em Bournemouth

Ele passou esse climão para a letra. E mesmo sendo sua primeira canção, já usou o padrão Beatle de composição: fazer mais de um verso com letras diferentes. Aqui foram logo três. No 1º, ele quer ficar só e admite a culpa por seu estado. No 2º Verso, ele não pode crer que está só, que não é justo, e tal, mas quer continuar só. Então, vem a ponte, com melodia diferente, onde declara que não será mais o mesmo, e que aquela garota é a certa pra ele. No Verso 3, ele confirma seu desejo: não quer ver ninguém até que ela volte! Então vem um verso quase todo instrumental, com a guitarra do autor e a finalização repetindo a repulsa final do Verso 2. Depois, mais uma ponte, igual, e a finalização com um "Não me amole!" do título da canção repetido várias vezes em fade out.

Ela foi gravada em 11 de setembro de 1963, com George cantando ao vivo e os 4 Beatles tocando seus instrumentos usuais, só que John introduziu um toque diferente, um trêmulo, constituindo-se na 1ª vez em que um equipamento eletrônico foi usado na carreira dos Beatles! 

Takes 10, 11, 13,  notem os trêmulos

O 9ºTake, foi a base para overdubs. George dobrou seu vocal, com umas poucas falhas, afinal era a 1ª vez em que fazia aquilo, e aí resolveram abrir a sala de instrumentos de percussão da EMI: Paul pegou claves e Ringo, um bongô árabe. 

Infelizmente, Don't Bother Me nunca mais foi tocada pelos Beatles, e nem por George em sua carreira solo, e nem por seus amigos no concerto de despedida, um ano depois de sua morte! Felizmente, ela acabou entrando para a posteridade, pois aparece no filme A Hard Day's Night no ano seguinte ao seu lançamento, mas apenas como música incidental, é a segunda que toca enquanto os Beatles dançam.

Versão Mono, tocada no filme A Hard Day's Night
Início de I Need You

Welcome back, GeorgeDemorou ano e meio para George Harrison apresentar sua veia de compositor novamente. Após dois álbuns ausente, ele aparece com duas selecionadas para o novo produto Beatle! E a primeira é tão boa que foi Lado A do LP HELP e foi tocada no filme de mesmo nome! 

I Need You pode ter sido indiretamente inspirada em sua namorada, Pattie Boyd, mas apenas como um desejo que o rompimento não aconteça, pois não há notícias de que eles estivessem brigados à época, enfim. Fato ou fake, a canção é maravilhosa. A estrutura seguia o padrão daqueles tempos, verso-verso-ponte-verso, sem refrão, versos com letras diferentes, depois repete ponte e o último verso. Ela nasceu nas últimas horas do 1º dia de gravações para o álbum, em 15 de fevereiro de 65, e foi terminada nas primeiras horas do dia seguinte.   

Na introdução, nota-se o efeito de volume na guitarra de George, pela primeira vez usado em gravações Beatle. São quatro acordes, e apareceria de novo ao final de cada frase dos versos, mas isso veio em overdubs, após estabelecida a base.

George confessa: “Eu não conseguia coordenar direito... algumas vezes fazíamos assim: John se ajoelhava em frente a mim e acionava o controle de volume da guitarra!!"

Na distribuição dos instrumentos, uma configuração diferente: Paul, sim, no baixo, simples, nada demais, George faz o ritmo no violão, John surpreendentemente está na bateria, simples mas mostrando versatilidade, mas e Ringo? Ele está no violão.... mas calma, o violão está no seu colo, com as cordas para baixo, sendo batucado! Foram 5 takes até acertarem a base! De madrugada, vieram os overdubs, além do pedal de volume, já citado, Ringo também grava o cowbell, nas duas vezes em que a ponte aparece, entre os versos.

"Oh, yes, you told me you don’t want my lovin’ anymore That's when it hurt me, and feeling like this, I just can't go anymore"

Eu gosto tanto do som do cowbell, que tenho a estranha mania de quantas vezes ele é ouvido, e aqui foram 74 vezes (2 x 37). E vieram a guitarra de George e as harmonias vocais de Paul no final dos versos, e de John e Paul nos versos e na ponte, elas conferem o tom dramático da letra que fala em abandono.  

No filme, eles tocaram I Need You ao ar livre, em meio a tanques, mas era fake, afinal ia ficar estranho ver John sentado à bateria e Ringo batucando num violão, então eles assumem seus tradicionais instrumentos. Ao vivo, mesmo, aliás, I Need You NUNCA foi tocada, nem em rádios, nem em shows! Felizmente, ela foi lembrada no Concert for George, de 2001, na voz de seu grande amigo Tom Petty, companheiro dos Travelling Wilburys.

I Need You do Concert For George, com Tom Petty, em 2001

Início de You Like Me Too Much

George Harrison estava num ano muito produtivo. Após um 63 e um 64 que viram apenas uma canção do astro, em 65 ele produziu 4 (quatro) canções dignas de nota, que passaram pelo crivo do ‘compositores-chefe’, os imbatíveis Lennon/McCartney. Uma delas, inclusive, mereceu aparecer no filme HELP!, duas viriam no segundo álbum do ano, e esta que ora vos descrevo. Ela esteve, inclusive, entre as finalistas para aparecer no filme, mas escorregou pra o Lado B.  

Era uma DR.

George reclama que a garota o deixou de manhã, mas tinha certeza que ela voltaria de noite "'Cause you like me too much and I like you!". Ao final, a promessa/confissão "There’ll be no next time, I admit that I was wrong"  foi suficiente. Se foi realmente baseado em um episódio da vida real dele com a  namorada Pattie Boyd, não há a certeza, mas é provável, afinal ele e os amigos davam muuuitos motivos, com a sequência de traições durante as excursões do quarteto, e elas sabiam disso. O fato é que George e Pattie acabaram se casando em janeiro do ano seguinte, portanto, o amor venceu, e deixei a canção classificada como Love Song. George inova na conjunção entre elementos da estrutura, fazendo com que a ponte seja um complemento à última frase do verso anterior, ao mesmo tempo que introduz o verso seguinte. Explicando melhor:

o Verso 2 termina com "and I like you...",

e   vem a ponte e complementa a frase com "I really do... ",

ela segue, e finaliza com "...if you leave me",

mas aí vem o verso 3 para terminar a frase "I will follow you... "

Genial! Seus geniais companheiros letristas nunca haviam feito isso! Um primor!! Parabéns, George!!   

E ela veio ao mundo em 17 de fevereiro de 1965, a 2ª sessão de gravação para o álbum HELP. Foram 8 takes no total. Pra mim, o destaque absoluto vai para o piano, desde a introdução fenomenal que é tocada por Paul e depois por Paul e George Martin sentados lado a lado,  em overdubs sensacionais, e ainda John assume o piano ao longo dos versos, com som incrementado por eco.   

Nem pensar, claro em cantar You Like Me Too Much ao vivo, né. Impossível Paul e John estarem ao piano E em suas guitarras ao mesmo tempo! E nem pensar também que americanos e brasileiros pudessem ouvi-la como foi lançado no oficial britânico, ela não fez parte do álbum HELP lançado nos EUA nem no Brasil, com o detalhe que os gringos a ouviram antes mesmo dos ingleses, num álbum chamado Beatles VI . No Brasil, foi relegado a mais um daqueles EPs com 4 canções.

            You Like Me Too Much - versão completa

 Na próxima semana, Mais George Romântico

Até lá!

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