Capítulo 8 (da peregrinação londrina, lááá de abril de 2005!)
Beatles Walk
Este é um mais um Capítulo do Projeto
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Intro 1: A terra do rock
Capítulo 1: CeL - Hyde Park
Capítulo 2: CeL - Abbey Road
Capítulo 3: CeL - A Academia, A Visão
Capítulo 4: CeL - O Curso
Capítulo 5: CeL - Albert Hall, Regent, Oxford, Picadilly
Capítulo 6: CeL - Logradouros Project
Capítulo 7: CeL - Animals sem o porco
Capítulo 3: CeL - A Academia, A Visão
Capítulo 4: CeL - O Curso
Capítulo 5: CeL - Albert Hall, Regent, Oxford, Picadilly
Capítulo 6: CeL - Logradouros Project
Capítulo 7: CeL - Animals sem o porco
Ao longo da semana, o pessoal do curso foi dando umas dicas de passeios. Uma delas me atraiu bastante: London Walks. São mais de 30 passeios de 2 a 3 horas, conduzidos por um guia, especializado no assunto em questão. Os interessados se encontram com o guia em alguma estação de metrô em determinados dia e hora, pagam 5,5 pounds e partem para o passeio. Os temas geralmente cobrem variados aspectos da riquíssima história de Londres, ou pontos turísticos atuais ou ainda rotas de entretenimento famosas. Claro que me atraíram dois Walks em especial, em que se passeia por pontos relativos à passagem dos Beatles pela capital inglesa. Naquele sábado, acordei um pouco tarde e não pude fazer minha ginástica. Parti então direto para o metrô e comprei o Day Travel Card, que custa 4,7 pounds (R$26) e dá direito a múltiplas entradas durante aquele dia, tanto em metrô como em ônibus. É a opção mais econômica para turista curioso, como eu. Bem, para vosso registro, a passagem simples de metrô custa 2,0 pounds (R$11, bem carinha, comparada com os R$2 daí).
Paul e Ringo se casaram aqui (cada um com sua mulher...) |
Fui para Marilebone Station e lá estava Richard Porter, que tem o título de “Beatles Brain of Britain” devido a seu expertise, cercado de umas 15 pessoas, de 8 a 70 anos de idade (a senhora mais velha sempre atrasava nossa caminhada). Começamos pela própria estação de Marilebone, que também é de trem. É lá que os Beatles filmaram as cenas de abertura de “A Hard Day’s Night”, reconheci perfeitamente a rua lateral em que eles aparecem fugindo das fãs e o local em que Paul aparece disfarçado, sentado num banco junto com seu “tio”. Depois, uma parada em frente ao cartório onde Paul e Linda se casaram em 1969 (foto acima), com o relato interessante de que os dois tiveram que entrar pelos fundos, ao lado dos latões de lixo (bem romântico!) devido à verdadeira passeata de fãs que protestavam por ver acabarem-se as chances de se casarem com Paul. Em 1981, também Ringo e Barbara Bach (tremenda bond girl) lá se casaram, momento marcante também pois foi a primeira vez que 3 Beatles se encontravam num mesmo evento público depois da separação (Paul e George estiveram lá, John havia morrido 4 meses antes).
34 Montagu Square |
Depois, uma parada bem interessante, em 34 Montagu Square (ao lado), apartamento de Ringo, onde ele morou com sua primeira esposa Maureen, entre 1965 e 1966; depois, por um tempo, Paul utilizou o porão (basement) como estúdio onde trabalhava algumas de suas músicas como, por exemplo, Eleanor Rigby; depois, muito surpreendentemente, lá morou Jimi Hendrix quando chegou de New York; para finalizar, lá habitaram John e Yoko, antes de se casarem e lá tiraram a famosa foto, nus, da capa do controvertido álbum “Two Virgins”. A seguir, nova parada em 94 Baker Street, local da famosa Apple Shop, loja de quinquilharias psicodélicas que os Beatles abriram em 1968, quando criaram o famoso selo Apple. Claro que, agora, sem a magnífica pintura que tomava toda a parede do edifício de 3 andares.
57 Wimpole Street |
Próxima parada, 57 Wimpole Street (ao lado), residência de 4 andares dos Asher, onde morava sua namorada Jane. Não só por isso, mas porque, numa certa noite de 1963, Paul visitava Jane, mas perdeu o último trem (na época, ele ainda podia pegar trens!) e o pai de Jane gentilmente convidou-o para passar a noite e assim ele fez pelos próximos 2 anos e meio, inclusive quando Jane viajava com sua companhia de teatro pelo interior da Inglaterra (folgado, não?). Lá, ele recebia freqüentemente a visita de John e compunham algumas músicas no basement, onde o pai de Jane dava aulas de música. Foi lá também que Paul sonhou com a melodia de “Yesterday”. Ainda em Wimpole Street, Richard nos levou a conhecer a saída secreta de Paul, quando queria sair sem ser incomodado pelas fãs que rotineiramente faziam plantão no número 57.
Próximo ponto, 4-6 Blandford Street, locação de filmagem de “Help”, claro que, agora, totalmente diferente da época, sem muito interesse, não fosse pelo fato de que a cena, ambientada com motivos indianos, estimulou George a conhecer a cítara, e depois Ravi Shankar, e depois a cultura indiana que tanto influenciou e mudou sua vida.
Para finalizar o passeio, uma visita a Abbey Road, onde já estivera, porém nunca é demais. Aproveitei para tirar algumas fotos que faltaram no último domingo, como nos degraus de entrada do estúdio e de algumas inscrições na mureta. Disse Richard que aquela mureta tem que ser pintada de 3 em 3 meses, para dar oportunidade para todos os fãs aporem suas mensagens de amor aos Beatles. Eu já havia notado que todas as mensagens que vira no domingo eram datadas de janeiro de 2005 em diante. O muro já está cheio, hora de pintar novamente.
Bem, na estação de St.John’s Wood, dei uma parada no Abbey Road Cafe para tomar um chocolate (estava frio!!!). Comprei o livro de Richard “Guide to the Beatles London” (que viria a ser decisivo para o final de domingo) e comprei um pouco de merchandising oficial, como não podia deixar de ser! Logo depois chegou o próprio Richard, que me autografou o livro e ficou conversando um pouco sobre as lembranças do passado.
Interessante ainda, no café, fui atendido por 2 moças que, depois que chegou o gerente, começaram a falar com ele em português. Pois é, eram brasileiras! Estão aqui há um ano e pouco aprendendo inglês e disseram que o que tem mais aqui é brasileiro. Logo depois eles começaram com “Seu Homero” pra cá, “Seu Homero” pra lá enquanto eu estava pagando a conta e eu não estava entendendo nada já que não havia dado meu nome a elas, quando percebi que se dirigiam ao gerente, Seu Omero (sem H mesmo), um italiano que fala português de Portugal que conhece muito o Brasil e tem até mesmo uma propriedade em Santa Catarina. Mundo pequeno!
Outros capítulos do Projeto Caminhar em Londres
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Capítulo 10: CeL - London Eye
Capítulo 11: CeL - The Famous Square Mile
Capítulo 12: CeL - Mais Beatles Walk
Capítulo 13: CeL - East End - A Broadway Londrina
Capítulo 14: CeL - Farewell Dinner Turma Mini MBA
Capítulo 15: CeL - Australian Pink Floyd
Visita proveitosa. Conhecer os lugares sagrados, mesmo que meio século depois, é parte do processo - longo - de ser Beatlemaníaco.
ResponderExcluirTem que aproveitar até o ar desses santuários pra energizar a alma
ResponderExcluirQue delicia de relato. Ri muito de você todo confuso com as brasileiras sabendo seu nome...mas era o Omero de Portugal
ResponderExcluirQue sorte você ter um guia. Tudo já pronto para um beatlemaníaco conhecer. Quando lá estive não havia nada disso. Eu tive de ficar fazendo sozinha meus passeios e sem saber muito. Mas achei Wimpole Street. Infelizmente ignorava o número da casa. Então fiquei andando de lá para cá de cá para lá olhando todas as edificações porque uma deles seria a dos Asher onde Paul tinha habitado.
E cantando "On the Street Where you Live". Da peça musical, depois filme, My Fair Lady. Ali morava o professor da florista Elisa Doolittle, Henry Higgins. E ela foi morar com ele em Wimpole Stret para aprender a falar inglês corretamente, embora fosse inglesa. Ganhou um fâ que de tão apaixonado vai passear na rua cantando a musica. Eu cantava pensando em Paul mesmo sabendo que já não mais residia ali. O interessante é que Jane Asher fez o papel de Elisa no teatro. As vezes penso que Paul foi influenciado pelo professor que pegou uma aposta dizendo que conseguiria o impossível: fazer Elisa falar direito sem aquele sotaque horrível. Ele conseguiu. E ainda casou-se com ela. Paul parece ter apostado que conseguira fazer Linda ser boa tecladista e cantora embora nada soubesse sobre música. Mas Paul não conseguiu.
Eu não vi as locações dos filmes. Teria sido emocionante ver como foi para você. Mas Paul com o tio? Vou ter de rever o filme. Juro que não me lembro de falso tio de Paul em A Hard Day's Night. Lembro só do avô.