Capítulo 46
De minha saga
O Universo das Canções dos Beatles
Todos os Capítulos têm acesso neste LINK
46.1 O cenário para Yellow Submarine, O Disco
E segue a história dos Beatles
Estamos em 22 de novembro de 1968!
E seguem crescendo os números!!!
Em pouco mais de 6 anos de carreira, lançaram 172 canções, sendo 148 autorais e 24 de outros autores, filmaram dois Longas Metragens de sucesso mundial, A Hard Day's Night e HELP!, e um de sucesso mediano, reconhecido posteriormente, fizeram 571 shows, sendo 386 no Reino Unido, 94 na Europa Continental, 67 na América, 16 na Austrália e 8 na Ásia, esse número ficou estacionado, e ganharam 4 títulos de Membros do Império Britânico, lançaram 17 compactos, um EP de inéditas, 9 LPs, Please Please Me (LINK), With The Beatles (LINK) A Hard Day's Night (LINK), Beatles For Sale (LINK), HELP! (LINK), Rubber Soul (LINK), Revolver (LINK), Sgt. Pepper's Lonely Hearts CLub Band (LINK), e The White Album (LINK) um EP Duplo - Magical Mistery Tour (LINK) - todos chegando ao primeiro lugar, com exceção do primeiro e de mais um (!!!) compactos.
Os números seguem espantosos!!!
Depois de passarem quase cinco meses em estúdio para produzir as 30 canções do Álbum Branco, não sem conflitos internos, o resultado foi um estrondoso sucesso. E o próximo álbum, com a trilha sonora do longa metragem Yellow Submarine, não iria requerer nenhum trabalho de estúdio, suas quatro canções novas já estavam todas gravadas, a primeira remontando a fevereiro de 1967, a última foi em fevereiro de 1968, e inclusive já eram conhecidas, de uma parte do público, os que assistiram ao filme, que estreara em julho de 1968 em Londres. O lançamento da trilha sonora foi em 13 de janeiro de 1969. O filme, na verdade uma animação, foi o último projeto lançado por Brian Epstein em vida, que gostou do fato de os Beatles, eles mesmos, não terem envolvimento, eles não queriam mais, mas o filme era uma obrigação contratual com a United Artists. Não usaram nem mesmo suas vozes, mas gostaram tanto do filme que resolveram fazer uma aparição ao final cantando uma das canções, para nossa suprema felicidade e gáudio! Então, já estava tudo pronto e foram 40 dias de 'férias' para os 'rapazes', entre o lançamento dos dois álbuns, mas não sem acontecimentos ou percalços...
John e Yoko haviam sido presos em outubro, e depois soltos sob fiança, por posse de maconha, no apartamento de Ringo em Montagu Square, em que moraram enquanto não se estabeleciam em definitivo em sua casa 'no campo'. A droga foi encontrada pela polícia, mas não convenceu John, porque eles haviam sido avisados da averiguação e limpado a casa. John ia brigar na Justiça, mas nesse ínterim, um dia antes do lançamento do Álbum Branco, Yoko teve um aborto com quase 6 meses de gravidez, após duas semanas de internação porque seu médico temera pelo bebê. O aborto, decerto foi precipitado pela tensão da situação. Durante a internação, John ficou com ela todo o tempo, primeiro numa cama do hospital, e depois, quando precisaram da cama, ele dormiu no chão. O bebê era um menino, ele se chamaria John Ono Lennon II, que foi enterrado não se sabe onde, e decerto seria local de peregrinação até hoje. No dia da audiência, em 28 de novembro, John se declarou culpado, por temer que um longo processo causasse a deportação de Yoko. Na argumentação, o advogado usou o aborto, e o fato que que John estava 'limpo' desde a viagem à Índia, e o fato de que a música de John era um benefício para a humanidade. Eles foram liberados após pagamento de uma multa de 150 libras e um alerta de que aquela seria a última vez. Percalço digno de registro, né? Bem, sobre o fato de ele estar 'limpo' de maconha, se era verdade, durou pouco.
Magoados com a perda do filho, John e Yoko embarcaram firme na heroína... mas não o suficiente para interromper o processo criativo. O controverso álbum Two Virgins, em que aparecem nus, de frente e de costas, na capa e na contracapa, foi lançado em Londres no final de Londres, sem qualquer participação da EMI em sua distribuição, duas semanas após seu lançamento nos EUA, onde foi coberto por uma capa marrom, em que deixava expostas apenas suas faces. Em dezembro, John aceitou o convite de Mick Jaegger, dos Rolling Stone para participar de um programa para a TV chamado 'Rock and Roll Circus', cuja gravação foi nos dias 10 e 11, em que John foi com Yoko e Julian, seu filho de 5 anos. (veja neste LINK uma ótima cena deles com Mick). O programa não foi ao ar, mas possibilitou vir ao mundo a única performance ao vivo de um Beatle tocando uma música dos Beatles, coisa que não acontecia desde agosto de 1966. Eu contei sobre ela em minha análise de Yer Blues (LINK). Em paralelo, ele e Yoko filmavam Rape, para a TV austríaca, em que uma garota qualquer nas ruas de Londres é filmada em close, e é perseguida por um cameraman que não abre a boca, até que ela ê encurralada e começa a chorar de verdade, tanso, e no lançamento John explicou que aquilo era o que acontecia a pessoas em Biafra (país africano devastado pela fome) e no Vietnã, era John seguindo em seu 'protest mode' que começara em Revolution 1 (LINK), apesar de ser uma ideia de Yoko, totalmente abraçada por ele. No dia 18, estiveram no Royal Albert Hall, convidados pelos organizadores do Underground Christmas Party, em que se apresentaram envoltos em uma fronha gigante, garantindo ser aquela a melhor forma de comunicação. Coisa de Yoko, mas ela tinha razão, afinal, se fossem apenas em suas presenças, não seriam lembrados até hoje por este escriba, por exemplo.
Paul, agora morando com Linda e sua (dela) filha Heather, passaram longo tempo na fazenda de Paul na Escócia, no hoje famoso Mull of Kintire (Far have I travelled and Much have I Seen), e depois causaram furor na pequena cidade praiana de Faro, em Portugal, quando chegaram de surpresa num jato particular, para atender a um convite de última hora de Hunter Davies, seu amigo, e biógrafo oficial dos Beatles. Enquanto em Londres, tocou baixo em uma canção de James Taylor, que era artista da Apple, gravadora dos Beatles. Em seu papel de porta-voz dos Beatles, anunciou que devido ao aborto de Yoko, seus planos de fazerem apresentações ao vivo seria adiado. Sim, eles haviam até marcado algumas datas de dezembro para o efeito. Olha só...
George passou boa parte do tempo nos Estados Unidos, onde lançou seu álbum Wonderwall, com a trilha sonora do filme de mesmo nome, e de lá anunciou que os Hell's Angels, aqueles motoqueiros hippies, iriam invadir a capital londrina, garantindo que não fariam confusão. O evento se materializou na festa de Natal na Apple, com John e Yoko vestidos de Papai e Mamãe Noel distribuindo presentes para as crianças que apareceram. Ringo também esteve nos States para a première de seu filme Candy, estrelado por ele, um de muitos de sua carreira de ator.
No caso de terem feito as contas dos '40 dias' que mencionei no primeiro parágrafo, estranhariam que o final daquele período resultaria em 2 de janeiro de 1969, enquanto sabemos que o álbum foi lançado em 13 de janeiro. Faltaram 10 dias! É que eles foram usados trabalhando. Sim, começava o novo trabalho dos Beatles, o Projeto Get Back, de retorno às raízes. Ele teve 10 dias de gravação, sobre os quais falarei no Capítulo 48. Ué, mas este aqui sendo o Capítulo 46, por que o próximo Capítulo não seria o 47? É que ..... bem .... não vou dar spoiler! Aguardem pacientemente!
Próximos SubCapítulos
Eu gostaria de saber mais sobre o filme. E não sobre as loucuras de John e Yoko que nada tem a ver com os Beatles. Não para mim. Enfim, é bem provavel que você tenha falado e com riqueza de detalhes em outro texto.
ResponderExcluirDiscordo que a heroina não interrompeu o processo criativo. Interrompeu totalmmente. Não houve criatividade alguma naquele tempo porque nada feito com Yoko teve valor artístico, tirando fora a Plastic Ono Band, que era muito boa. Mas ali eram muitos músicos bons e as múaicas eram de John sem Yoko. Two Virgins é um pavor. John não levava jeito para música de vanguarda. Muito menos Yoko.
Quanto ao filme Rape eu desconhecia. E não entendi bem. Pelo que li aqui me pareceu um abuso inaceitável a uma criança. Mas pode ser que eu tenha entendido errado. Ao ver que a menina chorou de verdade ficou parecendo que ela foi vítima de violência apenas para um filme...O fato disso acontecer sempre em outros lugares não justifica tamanho desespeito a uma criança. A menos que ela tivesse consciencia que era apenas um filme...que não foi forçada. Mas então por que realmente chorou?
Pensando bem deve ter sido com consentimento dela sim. Yoko é tenebrosa, mas acho que John não permitiria algo tão cruel.
Eu amo o filme. É totalmente Beatle. Puro amor. Tenho uma teoria...mas vou deixar para lá.
Acrescento apenas que, antes do casal ir para o apartamento de Ringo eles moraram algum tempo com Paul em Cavendish. No dia estreia do filme eles estavam lá. Por isso os tres chegaram juntos para a estréia.
Deu uma investigada por aí e vi que não se trata de uma criança no filme Rape. É uma mulher. A palavra garota me fez pensar em criança. Menos mal. Mesmo assim ainda está estranho como se ela tivesse sido usada sem saber. Isso eu não achei. Nada encontrei a respeito. Apenas que vi uma crítica boa. E várias dizendo ser um filme tendioso, chato e que não vale a pena ser visto. Excessivamente longo onde nada acontece.
ResponderExcluir