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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Oh, Darling,! Paul cried, almost died!

 Esta é a 4ª canção do Lado A do LP Abbey Road

a história do álbum, cenário, assuntos e canções, aqui neste LINK

É uma de 5 canções sobre Saudade, na classe Desespero

                                        as demais 4 canções de mesmo Assunto e Classe, neste LINK

Atenção, canções com títulos em vermelho 

são links que levam a análises sobre elas.

4. Oh! Darling  (Dispair Miss Song by Paul McCartney)

Paul grita 'Quando você disse que não precisava mais de mim, bem, você sabe, eu me desmontei e quase morri! Oh! Querida, se você me deixar, eu nunca vou conseguir ficar sozinho' 

Paul diz que quase morreu quando ela disse que não precisava mais dele. Se eu tivesse que designar uma coisa só dessa canção, eu diria: O MAIS ESPETACULAR DESEMPENHO VOCAL DE TODA A CARREIRA, DURANTE E PÓS BEATLES! Paul conta que ia todo dia gravar sozinho até chegar ao vocal sujo que ele desejava para o caráter primal do grito. E disse que cinco anos antes, teria feito muito mais facilmente, certamente se referindo por exemplo a I'm Down e Long Tall Sally. Tem uma interpretação paralela, de que o recado seria direcionada a John, por causa das desavenças entre eles, como um apelo pra que tudo voltasse aos velhos tempos!!! E olha, aquela canção foi até um marco que poderia ser um sinal de que tudo continuaria bem. John, e também George e também Ringo se dedicaram bastante, como uma banda, e produziram espetaculares participações. 

A estrutura é simples, com dois versos, depois uma ponte para um terceiro verso, mais uma ponte para um verso final. Apenas duas rimas na canção, ambas envolvendo verbos, uma delas entre versos, note: no Verso 1, o primeiro pranto, ou pleito, ou súplica, que são muitos ao longo de toda a canção, diz "Oh, darling, please believe me" que rima com a primeira linha do Verso 2, que diz "Oh, darling, if you leave me". Depois, nas pontes (que têm letras idênticas), ele rima "cried" com "died". E só! No resto, o que se denota é a profusão de termos suplicantes, "beg", "please", "don't", só faltou o "bended knees" de outras canções pretéritas! Puro desespero, como classifiquei a canção. E, acompanhado de berros agudos, roucos, primais, como disse antes, faz com que o recado seja muito bem dado, a gente fica até com pena do rapaz.

O que se ouve na versão final é Paul ao piano, com George assumindo o baixo, John em sua guitarra e Ringo em sua bateria, e mais vocais de apoio sensacionais de John e George e Paul. Esse line-up foi definido logo cedo, desde as primeiras vezes em que veio ao mundo, nos estúdios de filmagem do Projeto Get Back, em janeiro, quando a canção foi ensaiada com a presença de todos. Quando Billy Preston chegou ao grupo, trazido por George em sua volta (ele havia abandonado os Beatles!), Paul chegou a assumir o seu tradicional baixo, mas voltou depois ao piano. Ao final daquele mês, que culminou no show do terraço, Oh! Darling ainda não estava ainda pronta e foi rejeitada para o projeto. Ouça neste LINK, que havia a segunda voz de John, e Paul falando algumas partes da letra, e uma jam ao final, com John celebrando o divórcio de Yoko. 

Nada do que se fez naqueles sete dias de janeiro foi considerado oficial, e Oh! Darling começou a ser gravada oficialmente em abril, já em Abbey Road, no dia 20. Foram 26 takes, com o último sendo a base para a versão final, mas veja aqui o Take 4, neste LINK, em que se ouve um vocal de Paul muito bom, mas ainda longe do que ouvimos no álbum, e também note o órgão de Billy Preston, que some na versão final. O take escolhido (26) já tinha o espetacular baixo anos 50 (tum tuuuum tuum tum tuuum), os acordes a cada dois tempos na guitarra de John, que acelera em subidas e descidas nos acordes das pontes, e um Ringo antenadíssimo, especialmente insano nas introduções das pontes, acompanhado de um orgulhoso Paul, ao piano! 
 
Àquela altura, ainda nem havia a decisão de se gravar um novo álbum, então apenas em 17 de julho, Oh! Darling voltou à baila, com a gravação dos backing vocals de John, Paul e George, note como começam em "uuuuuh"s e passam a "aaaaah"s no meio dos versos e somem nas pontes, para o esplendor da súplica berrada de Paul. Naquele mesmo dia 17, Paul chegou antes de todo mundo (ele morava a um quarteirão do estúdio) e começou sua batalha para atingir o vocal dos sonhos que ele queria.  Ele repetiria o movimento nos dias 18, 22 e 23, variando de configuração, sentado ou de pé, com ou sem fone de ouvido, com microfone de mão ou no pedestal, enfim, até que atingiu aquela pérola com que nos brindou. Ainda teve forças para dobrar os vocais nas pontes! 
 
John queria muito ter participado, mas era canção de Paul, era uma questão de honra para ele. Invejoso, John chegou a declarar que era uma ótima canção de Paul com um desempenho vocal abaixo do esperado. Sai pra lá, John! 
 
Em homenagem a Paul, vou fazer uma coisa que ainda não fiz, por temer que meu post seja proibido pela Apple. Eis aqui um LINK com a gravação de Oh! Darling original dos Beatles.

7 comentários:

  1. Que post rico!!!
    Sobre a música
    Oh Darling, a versão final é tão magistralmente dramática que é inevitável integrar a ela, o instante de silêncio que segue ao final. Esse segundo é tb impactante (por causa letra).
    Ñ entendo nada de música, mas achei que a versão com a participação do John vai surpreendentemente se revelando um blues (ñ os imaginava cantando nesse estilo e adorei).
    A outra versão com o Paul está tão belamente romântica 💛🎶💖🎶👏👏👏👏👏👏

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  2. Valeu a pena ele ter se esforçado para chegar ao tal do caráter primal do grito. O resultado foi fantástico!

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  3. PARABÉNS mt bom o post , e a musica também, eu á ouço sempre .VALEU

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  4. De Paul para john...
    Triste final

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  5. Aí Bitao! Uma das mais lindas canções. E que origem. Sensacional a história. Valeu. Abraço. Obrigado 👍👍👍👍👍👍👍

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  6. O "sai pra lá John" foi ótimo. rs rs rs.

    Atrevo-me a comentar o que muitos fâs dão gritos de protesto. E juram de pé junto que ele realmente diz Oh Darling. Eu escuto Oh Johnny.

    E não entendo por qual motivo ficam tão furiosos com quem escuta claramente Oh Johnny. Nesse caso teriam de ficar furiosos com Paul. Foi ele que cantou. Se era Oh Darling, por que optou por uma pronuncia tão diferente que parece Johnny? Não temos culpa de ouvir o que ele realmente está falando. Nas duas primeiras vezes é uma palavra desconhecida que parece darling. Apenas parece. Nas duas últimas vezes fala Johnny claramente. "Ah, mas ele queria darling...' Ora, então por que não falou darling? Ele sabe como pronunciar a palavra. Falou darling bonitinho no meio da musica...Believe me darling. Ali foi darling mesmo.
    Eu escrevo em tantos blogs e páginas nas redes sociais que não tenho como guardar onde escrevi o quê. Por isso posso repetir. Pode ser que já tenha contado a historia a seguir aqui no blog de Homero. Pode ter sido em outro lugar. Mas vejo que aqui abaixo do texto ( por sinal rico em detalhes como só ele sabe nos fornecer) eu nada escrevi.
    Voltando no tempo. O disco Abbey Road tinha acabado de chegar às minhas mãos. Eu convido amigos para ouvir comigo. Estamos todos ali curtindo Naquele tempo a gente curtia. Sem conversas. Imersos nas músicas. Começa Oh Darling e então entra Lucia na sala. Lucia era nossa cozinheira. Uma menina simples e doce que trabalhava conosco. "Posso entrar? Eu adoro essa música Oh Johnny." A turma fica prendendo o riso. Eu digo que pode entrar, claro, mas o nome da música era Oh dar..." Bem no meio da palavra ouvimos Paul cantando o titulo pela terceira vez. Então todos escutam ...Oh Johnny. Olhamos um para o outro, concordamos com nossas cabeças. No final do disco, na saída, um dos amigos diz:" Hoje aprendemos algo importante sobre os Beatles. Paul sofreu mais que tudo quando John cortou a parceria". Não tivemos dúvida.
    Pouco depois sai um artigo sobre isso no Pasquim escrito por Nelson Mota. Ela também ouviu Oh Johnny, claro. Mas o artido de Nelsinho era humoristico levando tudo na brincadeira.

    Muitos anos depois vi uma suposta declaração de Mal Evans ( que dizem ter saido na revista Mojo) contando sobre o dia que John oficialmente informou na vista de várias pessoas que não mais comporia com ele. Yoko seria sua nova parceira musical. Paul teria caído literalmente. Mal o levou para casa pois ele não teria como dirigir do tanto que chorava. Eu sinceramente penso ser invenção...conto como curiosidade, mas não creio que Paul tivesse desmontado desse jeito. Enfim, o artigo diz que no dia seguinte Paul apareceu com a musica Oh Darling.
    Bom lembrar que em inglês darling serve como querida ou querido.

    Eu tenho como provar? Não há necessidade porque Paul forneceu a prova. Basta ouvir. No meio da música o seu "don't never leave me alone" se parece mais com John never leave me alone. Poderia ser don't meio embolado. Mas o darling não tem como não ser Johnny. O que significa isso eu jã não posso dizer. Sei apenas que cantou assim e nada mais. A história supostamente contada por Mal Evans faz sentido. E foi exatamente o que meu amigo sentiu naquela noite quando uma garota que nem sabia nada de inglês, em sua inocência, nos mostrou. Geralmente são os inocentes que percebem a verdade. Sem preconceitos falam o que sentem, no caso o que ela ouviu.

    No let it be sessions tem um diálgo interessante entre John e Paul. Estavam sendo gravados para o documentário, então, por certo, ponderavam no que falavam. Mas mesmo assim brincaram sobre isso. Disseram que parecia um respondendo ao outro. Paul diz uma coisa assim., "Você gritou Don't let me down e eu respondi I will never let you down".

    Sim, estavam brincando, mas nas brincadeiras muitos falam a verdade. Nesse comentario ele nos conta então que ele falava realmente para John e respondendo a um apelo de John.





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