Capítulo 27
O Universo das Canções dos Beatles
Todos têm acesso neste LINK
Este capítulo descreve as 5 canções que parecem viagens alucinógenas. Letras que só poderiam emergir de mentes alteradas. No Capítulo 26, contei sobre a origem do vício (ou quase) dos Beatles em drogas. E algumas histórias de gente alterada.
Então, vamos à tabela, com o trecho de letra selecionado como evidência (que será traduzido posteriormente), e ano e mês em que foram lançadas!!
E abaixo da tabela, a descrição possível de cada uma!!!
E vamos a alguns detalhes das canções
1. Tomorrow Never Knows (Revolver - 1966)
John viaja: Desligue sua mente, relaxe e flutue correnteza abaixo, isso não é morrer, isso não é morrer. Renuncie a todos os pensamentos, renda-se ao vazio, isso é brilhar, isso é brilhar. Ainda você pode ver o significado de dentro, isso é ser, isto é ser'. John tirou inspiração do Livro Tibetano dos Mortos, na visão de Timothy Leary, o guru dos anos 60, defensor das propriedades terapêuticas do LSD. Pronto! Nem preciso mais justificar minha classificação, né! O nome da canção foi por muito tempo Mark 1, depois The Void (que John não queria, porque atrelava ao estado da mente de um viajante do LSD - O Vazio), e acabou num malapropismo de Ringo, mais uma vez (remember A Hard Day's Night), que disse essa frase aparentemente sem sentido, que John adorou e adotou, mesmo não aparecendo na letra, coisa que aconteceu apenas em outras 6 canções na carreira (A Day In The Life, The Ballad of John & Yoko, Revolution 9, dele, e Love You To, The Inner Light e For You Blue, de George, Paul nunca se utilizou da prática).
Musicalmente, a canção é uma verdadeira revolução. Ela abriu os trabalhos de estúdio para o álbum Revolver, em abril de 1966, com os Beatles já dedicando um pouco mais de tempo ao estúdio, ainda iriam excursionar, mas não teriam mais nenhum filme para tomar seu tempo. Então, começou a experimentação. Coincidiu com a promoção do Engenheiro de Som Geoff Emmerick a Produtor, e o álbum foi seu primeiro trabalho nesse papel. Ao mesmo tempo que tinha boas idéias, ele materializava os desejos dos rapazes. Por exemplo, John queria soar como um monge tibetano no alto de uma montanha, sugeriu até que colocassem-no pendurado de cabeça para baixo enquanto girava em torno do microfone, gravando (!!!). Emmerick arrumou uma solução menos radical, passando a voz de John por um alto-falante Leslie. Dá pra notar o efeito. John estava cansado de gravar sua voz por cima de sua voz (pra deixar o som mais cheio, dá pra notar, por causa de pequenos desvios em canções anteriores), Emmerick encomendou a Ken Thousend, um colega engenheiro eletrônico da casa, e ele apareceu com uma engenhoca eletrônica a que deram o nome ADT - Authomatic Double Tracking, que produz o efeito sem falhas. O ADT foi usado até o fim da carreira dos Beatles e 'exportado' para outros estúdios. Finalmente, a bateria de Ringo precisava ficar de acordo com o peso da canção, e Emmerick autorizou um microfone grudado na bateria, prática que era proibida, enfim, uma penca de novidades. Afora isso, foi a primeira vez em que tiveram a ideia de gravar a guitarra de George revertida, coisa que apareceu ao mundo em Rain, gravada depois, porém lançada em compacto antes do LP. Outra inovação foi o uso e abuso de tape loops, e os quatro Beatles produziram sons que se materializaram na versão final. Foi uma festa! A canção é considerada um marco na tecnologia de gravação! Geoff Emmerick ganhou um Grammy de Produção pelo álbum Revover, aos 21 anos de idade, ele era mais jovem que os Beatles!
2. Strawberry Fields Forever (Compacto e Magical Mistery Tour - 1967)
John convida: Deixe-me te levar comigo porque eu estou indo para os campos de morango, nada é real e não há nada com o que se preocupar. Campos de morango para sempre! Viver é fácil com os olhos fechados, entendendo errado tudo o que você vê. Está ficando difícil ser alguém, mas tudo vai dar certo! Isso não me importa muito...'. John convida a todos para viajarem com ele para Strawberry Fields. O local realmente existiu, era um orfanato que John e seus amigos iam espiar quando crianças em Liverpool. Mas esse da canção não é real, é um local na mente dele, onde nada é real. É uma viagem para dentro dele, a canção é uma auto-análise. John considera esta sua melhor canção nos Beatles, como um conjunto letra-música (a melhor letra ele considera Across The Universe. Ele começou a escrevê-la num set de filmagens em Almeria na Espanha. Aliás, existe um filme espanhol inspirado nisso, um professor da cidade ensina inglês pra crianças com letras dos Beatles, e fica doido quando sabe que Lennon está lá filmando, e faz o possível para encontrá-lo. Muito legal! E o nome do filme é justamente o primeiro verso ali de cima 'Vivir es fácil con los ojos cerrados', sim, o verso, porque a canção começa com o refrão. Aliás, foram várias indas e vindas até se atingir a versão final, foram quase 50 horas de estúdio, quase 30 takes, desde novembro de 1966 até seu lançamento em fevereiro de 1967, em um compacto duplo Lado A com Penny Lane, de Paul, ambas as canções com reminiscências de suas infâncias. É apaixonante acompanhar a evolução da canção, desde o voz e violão, sem refrão, e letra incompleta, até aquela efeméride de técnicas e ousadia da versão final.
Quando John mostrou o demo, já com o refrão, mas ainda no meio, para George Martin, o maestro quase passou mal, de tão impactado que ficou com a beleza da canção! O que você pensa ser um conjunto de flautas na introdução, na verdade, é um melotron, um teclado que 'sampleia' outros instrumentos, que era uma baita novidade na época, e todos os Beatles tinham um em casa, sob influência de John. Foi Paul quem compôs o arranjo. E a 'flauta' melotrônica acompanha toda a canção. Tape loops, instrumentos reversos, em alguns takes, e um arranjo de trompetes e violoncelos de George Martin em outros, e John querendo misturar os dois, que estavam gravados em tempos diferentes, deixando a missão para o maestro resolver, numa época em que edição de fita era feita na base da tesoura. Outros destaques: encante-se com o swarmandal, instrumento indiano tocado por George ao terminar a segunda e a terceira vezes em que o refrão é cantado, e eu recomendo fortemente que o façam com um fone de ouvido, notando como o som começa agudo no ouvido direito e percorre sua mente lindamente até terminar grave no esquerdo, sem brincadeira, faça isso e viaje, aliás, deixo aqui o LINK com o trecho mencionado, repetido 4 vezes, pra você fixar bem; note a bateria ressonante de Ringo a partir do meio do segundo refrão e até o final; e preste atenção ao fade out, cheio de tape loops, e o fade in (retorno) quando ninguém espera, e ali pelo meio, John falando 'cranberry sauce' e povo entendendo 'I buried Paul', contribuindo para a conspiração de que Paul era agora um sósia do original.
O resultado ficou 'astonishing', às vezes é preciso usar o inglês, sorry. E então, parece que o povo se assustou com a proposta da canção e a resposta das vendas surpreendeu, e pela primeira vez em quatro anos, um single dos Beatles não chega ao topo das paradas, nem em UK nem nos EUA!! Já comentei o mistério no post sobre Penny Lane. Sendo um duplo Lado A, as vendas têm que ser divididas por 2, então um intruso que tinha menos vendas, ficou no topo. Foi o maior arrependimento de George Martin, pois tivessem lançado cada uma das canções ladeadas por uma canção menor de Sgt. Peppers, tipo When I'm Sixty Four e Good Morning, Good Morning, decerto ambos atingiriam o merecido topo.
Bem, se o povo não entendeu muito bem a mudança do som dos Beatles, os críticos receberam muuuito bem. É considerada um marco da cena psicodélica, influência séria para outras bandas que surgiriam, especialmente Pink Foyd, por exemplo. E seus colegas de profissão ficaram boquiabertos. Conta-se que Brian Wilson, dos Beach Boys, ouviu a canção em seu carro, parou e falou ao seu interlocutor passageiro: 'They did it again!', bastante sério, e depois até interrompeu seu projeto de disco. Os Beatles eram imbatíveis! E seu filme promocional não fica atrás e é considerado precursor dos vídeo-clipes, a amostra mais antiga de vídeos que formataram o mercado da música na TV, registrado oficialmente nos MOMA's pelo mundo.
3. I Am the Walrus (Magical Mistery Tour - 1967)
John viaja: Espertos, trouxas, fumantes inveterados, vocês não acham que o Coringa vai rir de vocês? Veja como eles sorriem como porcos num chiqueiro, veja como eles zoam. Eu estou chorando. Sardinha de Semolina escalando a Torre Eiffel. Um pinguim elementar cantando Hare Krishna. Cara, você devia ter visto eles chutando o Edgar Allan Poe'. John alucinado, coloca no papel tudo o que sua mente vê, em seu estado alterado. Ele admitiu em sua famosa entrevista para a Playboy de 1980 que as principais linhas vieram em acid trips em dois fins-de-semana subsequentes, e o resto veio surgindo na mesma linha. A 'Morsa' veio de um poema de Lewis Carroll, The walrus and the carpenter, mas ele não entendeu bem e acabou pegando para a letra o bandido do poema, o mocinho era o carpinteiro, mas depois gostou, pois ficou beeeem mais sonoro, na métrica perfeita. A letra é pontuada por inúmeras imagens estranhas, o padre pornográfico, o 'sentado num floco de milho esperando a van chegar', e acabou sobrando até pro pobre escritor Edgar Allan Poe, I am the eggman, they are the eggmen, I am the walrus, googoogjoob! Musicalmente, é outro poço de novidades. Rock vigoroso com arranjo orquestral potente, um coral de vozes masculinas para os Hoo Hoo Hoo Hi Hi H Ha Ha Ha e os OOmpa OOmpa..., e note o longo final com a orquestra subindo as notas da escala, concomitando com as linhas de baixo descendo, e vozes de uma transmissão de rádio de uma peça de Shakespare, loucura, loucura, loucura!!! Genial loucura!!
4. Everybody´s Got Something to Hide Except Me and My Monkey
(Álbum Branco - 1968)
John viaja: Quanto mais fundo você desce, mais alto você voa. Quanto mais alto você voa Mais fundo você desce. Então, vamos lá, vamos lá. Vamos lá, é tanta alegria Vamos lá, é tanta alegria. Pega leeeve, pega leeeve, todo mundo tem algo para esconder exceto eu e meu macaco. John está eufórico, um dos estados possíveis da mente alterada. Ele sempre dizia que era referência ao momento do relacionamento dele com Yoko e a reação dos outros com a constante presença dela nas gravações, que ele e ela não tinha nada a esconder. Entretanto, 'monkey' é referência a heroína (em que o casal havia embarcado), pois era um apelido à droga nos anos 40, o 'higher' e o 'deeper' não deixam a menor dúvida, e o 'take it easy' é um autoconselho, ele mesmo se recomendando pegar mais leve. Musicalmente, ela é frenética, gritada, e tem um sino alucinante, em vários momentos, tocado por Paul, que também entra no clima e dá uns gritos ali no meio. Não é preciso ressaltar que é a canção de maior nome dentre as 185 da autoria dos Beatles.
5. Come Together (Abbey Road - 1969)
John segue viajando: Ele não usa nenhuma graxa no sapato, ele tem dedos de jogador de futebol, ele tem dedo de macaco, ele atira na coca cola, ele diz: "eu o conheço, você me conhece". Uma coisa que eu posso dizer pra você é que você tem que ser livre. Venha cá, agora mesmo junto a mim!. Você usaria estas características acima, e outras como, 'velho chato', 'cabelos até o joelho', 'botas de morsa', para a campanha de um amigo a governador da Califórnia? Acho que não, né? Pois isso foi o que melhor John conseguiu quando Tomothy Leary, guru do LSD, pediu-lhe uma canção para impulsionar sua campanha contra Ronald Reagan, que usava 'Come Together' como slogan. Claro que John foi o primeiro a perceber que não conseguira... mas tinha certeza que seria, como foi, uma de suas melhores e mais cultuadas obras durante a carreira nos Beatles. Dizem que a figura estragada, degringolada, que ele criou seria um auto-retrato, conforme ele se sentia naqueles anos pesados nas drogas.
Ela abre o LP Abbey Road e foi simultaneamente lançada em compacto com duplo Lado A, junto com Something, de George, direto ao topo das paradas. É muito triste ver uma banda com todos os seus instrumentistas e criadores no ápice de suas capacidades anunciar o seu fim após coisas como as citadas e as outras de seu último LP. Note bem os instrumentos em Come Together: o baixo levemente distorcido de Paul na introdução e nos versos é inovador, a bateria de Ringo nos 'Shoot me' da introdução é inesquecível, e a guitarra de George no final com o duelo com a voz de John é arrebatadora. Além, claro,do vocal inspirado de John. Aliás, o backing vocal que se ouve não é de Paul, como eles sempre fizeram em dezenas de cações.... nesta, John disse: 'Desta vez, deixa comigo!' Paul ficou triste!
Como triste ficou o mundo, 11 anos depois, quando um maluco atendeu ao chamado da introdução...
Shoot me ... Shoot me ... Shoot me ... Shoot me ...
Neste LINK, as outras 4 Acid Songs dos Beatles
Oh!! My god!! Mal consegui ler tudo ou ouvir algo mas estou bastante chocado com a sua lembranca ao final deste post. Muito chocante!!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirE parece que Ringo não ganhou muito com os seus ditos malatropismos na sua caminhada ao lado dos expoentes do grupo. Não faz mal, no seu blogue (Homerix), ele costuma ganhar o devido reconhecimento em justas, adequadas e diversas ocasiões.
ResponderExcluirA propósito, quanta informação nas suas postagens! De onde você tira isso tudo?
Paul ficou de fora dos backing vocals em cone together mas as linhas de baixo definem a música..
ResponderExcluirSim, exatamente. E ainda foi quem mudou o ritmo da música para ficar um pouco menos parecida com a de Chuck Berry. E foi quem fez algo original já que a parte - musical - de John foi plagiada do seu ídolo do rock.
ExcluirTomorrow Never knows é uma das coisas mais Beatles que existem. Seria de pouca importancia sem a participação de todos. Paul veio com a ideia dos loops...gente, aquele som parecendo gaivota é a gargalhada de Paul! Todos eles contribuiram com aqueles sons que definiram um novo estilo: o rock psicodélico. A música é mesmo revolucionária...graças a ideia de Paul e que foi aceita com entusiasmo por todos eles. Aí estava a magia dos Beatles. Trabalhavam como um time.
ResponderExcluirVi um vídeo sobre como tudo foi feito. Procurei por ele recentemente e já foi removido do youtube. George, Paul, Ringo e George Martin dando detalhes sobre a gravação. Magnífico. Provaram que nunca foi uma música exclusivamente de John. Removam os loops e a música fica apenas bonitinha e até canstiva porque é uma coisa só. Mas os sons e as ideias genias, como John querer sua voz parecendo a de um monge tibenato, a tornaram revolucionária e um divisor de águas.
Bom lembrar que mais que música ácida é também uma música de Amor. Amor verdadeiro, universal. Love is all and love is everyone.
No carnaval do ano do lançamento do disco eu dancei com uma camiseta escrito Turn off your mind relax and float downstream.
Eu nunca li o livro de Leary...mas penso que a letra veio dele. Ou teria sido apenas inspirada no teor do livro? Ainda não sei. Quem souber me informe por favor. Acho que John pegou as frases do livro e as musicou. Não tenho certeza.
Agora já não me lembro se comentei sobre Strawberry Field. Se já peço que me perdoe. A informação que eu tinha era que Paul fez muito mais que compor o início da música. E eu penso que realmente fez mais porque algum tempo depois, já separado e mal influenciado, teve a ousadia de dizer que Paul tinha estragado a música toda. Ora, se ele acha isso é porque Paul fez muita coisa para poder receber tal culpa. Ou então ele teria dito apenas que Paul tinha estragado a introdução apenas. Mas ele tudo "he ruined it all". Enfim, o resultado final tem tudo a ver com Paul e palmas para Paul entao porque ficou perfeita. Tão perfeita que, se algum dia alguém me oferecer muito dinheiro, ( mas tem de ser muito mesmo) para eu informar qual é a minha música favorita dos Beatles ( eu tenho todas como favoritas), eu diria: Strawberry Fields Forever. E viva Lennon/McCartney. Nada como aqueles dois juntos.
ResponderExcluirMeu pai não era muito fâ dos Beatles. Nascido em 1909, não tinha mesmo grande atração por cantores estrangeiros. Ele era folclorista. Apesar disso foi ver os dois filmes dos Beatles. E minha mãe viu duas vezes os dois filmes. Ele comprava os discos dos Beatles para me dar de presente. E de vez em quando cantava Help olhando para mim...caçoando. Mas carinhosamente. Gritava no meio da sala. "Help, I need somebody" E parava.
Um dia dentro do carro vindo do Recife com o rádio sempre ligado tocaram "Paperback Writer". Não falaram antes quem estava cantando. No meio da música ele falou que estava gostando muito. Algo assim. "Que música boa! Parece nossa Marujada". Quem está cantando?" Ficou surpreso quando disse que era os Beatles. Em seguida veio Rain. E ele. " Agora quem é? Os Beatles de novo: Mas é a nossa folia de reis." Eu disse que sim, eram os Beatles. No final ele disse. " Pois parece que tenho de ouvir os Beatles mais vezes. Muito bonito isso...Nosso folclore!"
Então veio aquela noite que colocou o single com Strawberry Fields Forever na radiola na sala de jantar bem quando ele chegava em casa. Pois foi direto para junto da radiola. Nunca tinha feito isso antes. Ficou ali ouvindo em silencio. Certa hora falou. " Que beleza é essa? Que música linda!" Eu fiquei calada apreciando e impressionada por ver ele apreciando também algo tão psicodélico. Mas ele perguntou sobre o que era. Não dava para explicar tudo, era muito complexo. Falei apenas que Strawberry Fields era um orfanato de Liverpool que teve muita importancia na vida de John Lennon. Olha, ele só voltou a comversar quando a música acabou. E prestando atenção. Disse ao final que estava impressionado porque era uma coisa muito diferente, parecendo um sonho...Eu falei que ele estava nos convidando para ir lá...Let me take you down... E papai. ! Pois eu fui. E de trem de ferro..." E assim eu e meu pai viajamos junto para a Strawberry Fields do interior de John Lennon. E que viagem. Uma viagem que não teria acontecido sem os sons que preenchem a música, sem aqueles sons que John desdenhou depois. A musica não é apenas a melodia com a letra. A música é o conjunto de tudo que ouvimos.
Ah, sim. Eu escuto Cramberry Pie, e não cramberry sauce.