Nos primeiros minutos deste 13 de outubro,
celebro os 68 anos de vida do responsável
pela parte mais importante da minha vida!
Mesmo sem sua presença física nos últimos 13 anos,
decerto ele está ainda nos abençoando com sua perene luz.
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EM OUTUBRO DE 2008, CARLINHOS MUDOU DE PLANO
EM JULHO DE 2016, DONA MIRA FOI SE ENCONTRAR COM ELE!!
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Outro dia, chegou a minhas mãos uma reportagem sobre um rapaz que ‘corre’ o mundo divulgando sua luta, e que luta, já que nasceu sem os dois braços e sem as duas pernas. Sua peregrinação pelo otimismo é acompanhada por um constante e tocante sorriso.
Presenciamos um sorriso como aquele todo dia lá em casa, em meu cunhado, com seus inacreditáveis 54 anos de idade. Seu nome, Antônio Carlos, mas só na certidão... pra todo mundo, Carlinhos, nosso querido!
Seu nível de consciência é de uma criança de dois anos, mas é o suficiente para demonstrar seu estado de espírito. Está, na maior parte do tempo, com um sorriso no rosto. É sua melhor expressão. A fala é limitada: quando estimulado, profere alguns vocábulos que só nós entendemos, dissílabos, raramente tri. Agradece sempre que o ajudamos, faz carinho no cabelo da irmã e da sobrinha, retribuindo o carinho que elas constantemente lhe dão. Conhece a todos nós pelo nome. E também conhece alguns parentes e amigos que deram atenção a ele, ao longo de sua pacata vida. Outro dia, recebemos a visita de três senhoras, uma tia e duas amigas, que ele não via há 15 anos, e ele lembrou-se perfeitamente delas. Não reclama de nada: quando fica sério, sabemos que não está bem, alguma dor o perturba, mas não sabemos onde. Damos aquela medicação tipo medicina familiar, ele volta ao normal e nem sabemos como. Vive naquele mundinho que só ele entende. Não presta atenção em TV, mas acompanha com a cabeça as pessoas que passam à sua frente. Também capta as presenças do outro mundo, notamos pelo seu movimento de defesa, por vezes. Sua única distração é uma bola amarela que ele passa de uma mão à outra em movimentos ritmados, repetitivos: bola na mão direita, bate na barriga, coça o dedo duas vezes, passa para a mão esquerda, bate duas vezes a bola na barriga, coça uma vez o dedo, passa a bola para a mão direita, todo o dia, a vida toda. De vez em quando, muda a série, numa lógica que só ele entende.
Seu nível de consciência é de uma criança de dois anos, mas é o suficiente para demonstrar seu estado de espírito. Está, na maior parte do tempo, com um sorriso no rosto. É sua melhor expressão. A fala é limitada: quando estimulado, profere alguns vocábulos que só nós entendemos, dissílabos, raramente tri. Agradece sempre que o ajudamos, faz carinho no cabelo da irmã e da sobrinha, retribuindo o carinho que elas constantemente lhe dão. Conhece a todos nós pelo nome. E também conhece alguns parentes e amigos que deram atenção a ele, ao longo de sua pacata vida. Outro dia, recebemos a visita de três senhoras, uma tia e duas amigas, que ele não via há 15 anos, e ele lembrou-se perfeitamente delas. Não reclama de nada: quando fica sério, sabemos que não está bem, alguma dor o perturba, mas não sabemos onde. Damos aquela medicação tipo medicina familiar, ele volta ao normal e nem sabemos como. Vive naquele mundinho que só ele entende. Não presta atenção em TV, mas acompanha com a cabeça as pessoas que passam à sua frente. Também capta as presenças do outro mundo, notamos pelo seu movimento de defesa, por vezes. Sua única distração é uma bola amarela que ele passa de uma mão à outra em movimentos ritmados, repetitivos: bola na mão direita, bate na barriga, coça o dedo duas vezes, passa para a mão esquerda, bate duas vezes a bola na barriga, coça uma vez o dedo, passa a bola para a mão direita, todo o dia, a vida toda. De vez em quando, muda a série, numa lógica que só ele entende.
Quando não está segurando a bola, está segurando o vidro em que urina; fosse outro, jogava o vidro longe .... um santo. Não fosse esta 'educação', minha sogra estaria ainda mais piradinha do que já está. Ele costuma avisar quando vem a vontade (ele mexe lá), porém não é sempre que alguém está olhando para ele, de forma a poder perceber o aviso. De tão cansada de fazer estágio segurando o vidro e esperando a natureza ajudar, minha sogra acabou por conseguir ensiná-lo a segurar o recipiente. É muito chato quando escapa e ele faz suas necessidades no chão, tem que levar pra cama, trocar tudo, lavar ele todo, enfim, não sei como ela agüenta, no alto de seus 84 anos. Acontece, em média, uma vez por dia, apesar de todo o cuidado. Isso sem contar as ocasiões mais, como direi, mal cheirosas: apesar de os pais terem conseguido regular seu intestino e ele só defecar durante a manhã, já sentado ao vaso, e quando estimulado por laxante, de vez em quando escapa e aí, já viu, né?! Felizmente, essas ocasiões são mais raras. A vida dela tem sido essa missão resignada, de fazer tudo por um menino que não consegue fazer nada por si só, banhar-se, alimentar-se. Por muito menos, e já há algumas décadas, outros o teriam deixado aos cuidados de casas especializadas. Bem, fosse assim, e certamente ele não teria chegado à idade que está. Ele chegou até aqui à guisa de muito amor, dedicação, carinho.
Ele vive aquela vidinha, todo dia, a mesma coisa: da cama para a cadeira de banho, da cadeira de banho para a cama, da cama para a cadeira de rodas, onde passa o tempo em que está acordado, depois, de volta para a cama, sempre com a ajuda do nosso inseparável e fundamental companheiro, o levantador de doentes, em inglês, patient lifter. Trata-se de um macaco hidráulico bonito, todo cromado, que, em conjunto com alguns assessórios (ganchos e cestas), torna possível a movimentação de incapazes. Graças a ele, pessoas como minha sogra, esposa, filhos e empregadas podem mover um ser inerte de 65 quilos pra lá e pra cá e seguirem suas vidas adiante sem sérios problemas de coluna. Nunca me esqueço que meu sogro sempre fez aquele esforço sozinho, anos a fio, no muque, como diziam, por absoluta ignorância nossa, não sabíamos da existência daquela fenomenal ferramenta. Quis o destino que, na mesma época de sua morte, passou também para o andar de cima o sogro de meu irmão, de quase 90 anos, também imóvel. Caiu a ficha em meu irmão que, em seguida, apresentou-nos à oitava maravilha do mundo, e nós a adquirimos, de imediato. Claro que minha sogra, ainda fragilizada pelo momento de perda, rejeitou o aparelho, dizia que não aprenderia a mexer naquela geringonça, enfim. Hoje, todas as noites, antes de se deitar, dá um beijinho no monstrengo, que viabilizou sua vida (e a nossa) desde a partida de seu companheiro de missão, em 1992. Ela passava então a depender única e exclusivamente de sua única filha.
Uma situação que ela sempre rezou para que não acontecesse. Não passava pela cabeça dela atrapalhar a vida da filha com aquela configuração familiar de dedicação e sacrifício. Qual nada, depois do desenlace, lá se vão 15 anos, trouxemos os sobreviventes para o Rio e foi tudo sempre muito tranqüilo. Colocamos mãe e irmão em um apartamento no mesmo prédio em que morávamos, após uma pequena reforma no banheiro, de maneira que seguiam suas vidinhas, separados, mas muito próximos. Sempre estávamos juntos, porém, vivíamos sob diferentes tetos. Ela se sentia com uma certa liberdade, comandava sua casa, tinha sua empregada para ajudar e, claro, o criado cromado, mudo e sempre eficiente. Ele só requeria uma manutenção periódica e uma troca de óleo pelo pagamento de seus serviços. Fomos todos ajudados, também, pela excelente saúde de meu cunhado. No máximo, umas crises de gritos, muito poucas e em bem menor freqüência que antes, em sua terra natal. Tudo controlado por uma medicação de fundo, anti-convulsiva, que ele vem tomando desde criança. Seu sorriso sempre estava presente, um sorriso de agradecimento, parece. Claro que estavam os dois amparados por um plano de saúde, ainda bem que nunca precisamos utilizá-lo para o meu cunhado. A única vez em que o fizemos foi para a realização de exames ambulatoriais, que realizamos (resultados normalíssimos, saúde de ferro) à época da grande movimentação de nossas vidas: a mudança para outro país, a terra americana.
Eu sempre desejara uma missão permanente no exterior, a empresa em que trabalho oferecia esta possibilidade, porém eu nunca procurara mostrar interesse, devido à minha peculiar situação familiar, com uma configuração que comprometia. Tanto tinha certeza da impossibilidade que, quando recebi o não solicitado e muito inesperado convite, alertei meu diretor de que as chances eram bastante remotas, devido àquela situação. Surpresa absoluta, quando cheguei em casa e falei à minha esposa sobre a oportunidade, ela, que sempre recusara a hipótese de sair do Brasil por causa daquilo tudo, pensou 2 minutos e disse: Vamos nessa! Naquele curto intervalo de tempo, ela vislumbrou uma excelente oportunidade de dar à mãe e ao irmão uma atenção exclusiva, tempo integral, coisa que ela não podia fazer aqui, devido ao trabalho. Além, é claro, dos benefícios para nossos filhos e minha carreira. Os três meses seguintes, de preparação, até a partida, entretanto, foram de batalha inglória de tentar convencer minha sogra de que aquela decisão não era uma loucura. Ela chegou a sugerir que fôssemos, que os deixássemos aqui, amparados, que eles ficaria numa boa! Só nos faltava essa, nunca nos passou pela cabeça a idéia de viver longe deles. O maior temor da velha senhora, além da natural resistência a mudança, compreensível naquelas situação e idade, era a viagem, em si: o menino não vai agüentar, ele vai ficar nervoso, vai se sujar todo, vai ter crises, vai gritar, vai incomodar todo mundo, enfim, tudo o que de ruim poderia acontecer, era líqüido e certo de que aconteceria, em seu raciocínio, fragilizado naquele momento de incerteza. Na verdade, eu dizia que não se peocupasse, que tudo daria certo, mas, lá no fundo, eu estava bem preocupado, sem transparecer, com aquele que viria a ser o dia mais tenso de minha vida.
Fomos acompanhados por uma pequena comitiva de amigos, na partida. Felizmente, os temores de minha sogra não se confirmaram, como todos sempre lhe diziam. Ainda não havia o vôo direto, sem troca de aeronave, o que facilitaria muito nossa vida. Teríamos que desembarcar em uma escala, esperar por mais de 3 horas, caminhar um bom pedaço para trocar de terminal, e somente então embarcar para o destino final em outra companhia aérea. Deu tudo certo na viagem, fora o trabalho normal, que já esperávamos, meu cunhado ficou ótimo o tempo todo, quase 24 horas, de casa a casa. O tempo de espera na escala foi bastante movimentado, começando com a retirada de nossos 14 volumes, incluindo cadeira de rodas e o inseparável patient lifter, além de, nas mãos, outros 10 volumes. Éramos 7 (levamos uma empregada, que não durou muito conosco), foi uma verdadeira invasão! Aconselhados de que era arriscado fazer o despacho normal, automático, de bagagem para o outro terminal, dado o indecente volume, fomos a pé mesmo, carregando tudo para o outro terminal. Contratamos um negão enorme, que conseguiu colocar aquilo tudo empilhado num carrinho só e lá fomos nós por aqueles terminais afora… às vezes, caía uma mala lá de cima … parecíamos a Família Buscapé! Novo embarque, movimentação de meu cunhado da cadeira para a poltrona, no muque, e finalmente, a última perna do vôo. Na chegada ao destino final, uma outra comitiva nos esperava, e com tanta gente pegando mala, acabamos por levar também a mala de outra pessoa que estava lá perdida na esteira. Felizmente tudo acabou se resolvendo. Começava uma vida nova para todos
Nossa vida americana foi um período especial, no aspecto familiar. Num sobrado grande, instalamos os mais velhos no piso inferior. Não sem antes, claro, de uma reforma básica, feita antes da triunfal chegada, por conta das necessidades de meu cunhado: numa terra sem ralos no banheiro, era impossível banhá-lo sentado ao vaso, como sempre se fazia. Removemos a banheira, transformando-a num box, onde ele foi banhado diariamente sobre uma cadeira de banho. Era a primeira vez em que estávamos todos sob um mesmo teto. Minha sogra sentiu-se mais amparada, recebíamos visitas de outras famílias brasileiras. Ela sentiu-se mais paparicada. E dava para perceber a felicidade de meu cunhado, seu sorriso era mais freqüente, seu olhar mais agradecido, gostava do movimento de entra e sai das crianças, era mais gente lhe dando atenção. Chegou a aprender os nomes de amigas de minha esposa que lhe davam atenção especial. Com muito esforço, ensinamos também que ele estava nos Estados Unidos. Perguntávamos se ele queria voltar para o Rio, ele dizia: “Não”; aonde ele queria ficar? ele dizia: “Aqui”; aonde?, ele respondia: “i-idos”, (tentamos acrescentar o nome do país em que estávamos a seu pequeno vocabulário particular e era assim que ele traduzia). Durante o nosso período americano, ele não teve sequer uma crise, com gritos, daquelas que usualmente tinha no Brasil. Foram quatro anos bem aproveitados. A volta ao Brasil foi bem mais tranqüila, já que não houve troca de aeronaves, ou seja, menos necessidade do muque! Aqui, de volta à terrinha, permanecemos na configuração de antes, juntos, mas separados por 2 andares, mas sentíamos que minha sogra tinha saudades da época em que estivemos todos juntos e, finalmente, agora estamos todos sob o mesmo teto. Meu cunhado continua bem e expressando seus desejos da mesma forma. Perguntamos se ele quer voltar para os Estados Unidos, ele diz: “Não”; aonde ele quer ficar? ele diz: “Aqui”; aonde? ele responde: “ Rio”. É, na verdade, parece que ele quer mesmo é tranqüilidade, esse negócio de viajar de avião não é lá muito com ele. Do estágio americano, trouxemos um facilitador a mais, a cadeira de banho, que lá usávamos para banhá-lo no box: em um belo momento, caiu a ficha de que poderíamos continuar usando-a. Aqui, ela veste o vaso e o banhamos com a ducha. Economizamos duas utilizações do criado.
Lembro-me que quando entrei na vida deles, lá se vão 30 anos, eles moravam num sobrado de uma rua tranqüila de bairro em Santos, e eu presenciava o esforço de meu sogro. A casa era antiga, não tinha um grande banheiro no piso inferior, todo o ‘serviço’ de higiene de meu cunhado era feito num pequeno banheiro, sem nenhum espaço para cadeira de rodas: não dava para ‘estacionar’ a cadeira de rodas ao lado do vaso. Meu sogro pegava meu cunhado no muque, fora do banheiro e o arrastava até o vaso. É bem verdade que, à época, ele pesava bem menos, uns 40 ou 45 kilos no máximo, mesmo assim um esforço e tanto. E ele nunca me deixou ajudá-lo: era a missão dele. Na época, ele já estava aposentado há uns 11 ou 12 anos. Ele dormia num colchão, ao lado da cama do menino, na sala de jantar: naquela época, já estava impossível levá-lo aos quartos superiores. Antes da aposentadoria, quem cuidava do menino era a mãe, para possibilitar o trabalho do pai, que era doqueiro. Isso mesmo, cuidava da casa, da comida e do menino, de vez em quando auxiliada por uma empregada, nem sempre constante, sabemos. Levava-o a médicos, fisioterapeutas, fono-audiólogos, tudo fazia para tentar dar uma vida um pouco mais normal ao filho. Teve até um período em que ele ia a escola. A casa deles era o ponto focal da família, até mesmo da vizinhança. A dificuldade de locomoção de meu cunhado tornava natural a escolha. E minha sogra não deixava por menos, sempre recebia a todos, muito bem servidos. Nos domingos, eram sagradas as reuniões de família, quando as crianças brincavam, as mulheres conversavam e os homens jogavam sueca. Nunca houve um ano sem festa de aniversário das crianças, ou sem festa junina, ou sem a reunião de Natal, com Papai Noel distribuindo presentes, até mesmo para as crianças pobres que para lá acorriam. Eram os momentos de maior alegria de meu cunhado. Até uns 15 ou 16 anos de idade, meu cunhado conseguia até andar, apoiado num carrinho de madeira com rolemã, montado pelo avô, pai de meu sogro, que dedicou o final de sua vida ao garoto, até que a doença o impossibilitou. O outro avô também estimulava muito o menino. Tinha muita paciência e perseverança para tentar ensiná-lo a fazer um pouco mais por si só. Com todas as limitações que tinha, meu cunhado conseguia até mesmo dar uma volta no quarteirão empurrando o carrinho, acompanhado pela irmã e amigas, ou quem pudesse, ia andando com suas perninhas atrofiadas e fazendo “Piiii”, como se fora um trem em movimento. E xingava os mendigos que passavam! Não por maldade, claro! É que ele, quando estava em casa, ficava olhando a rua, da varanda, com aquele movimento da cabeça pra lá e pra cá, chegava um mendigo pedindo um prato de comida, e parecia que meu cunhado dizia “não” com a cabeça, sem lhe dar atenção. O mendigo então o xingava de várias maneiras, sendo a mais freqüente: “Filho da P _ _ _!” Então, quando andava pela rua e via um maltrapilho, soltava o verbo: “P _ _ _”. E morria de rir! É assim que ele aprendia. Ele era badalado e festejado por toda a vizinhança. Interessante que, embora eu ainda não conhecesse a família naquela época, tenho na mente a imagem do Carlinhos andando, empurrando o carrinho, com aquele jeitinho trôpego. Talvez por ter passado de carro alguma vez por lá, o que é improvável, pois não havia muitos motivos para eu andar por aquelas bandas. Ou, sei lá, talvez minha mente tenha montado inconscientemente a imagem, devido à nossa proximidade e afinidade e aos relatos que ouvi. Talvez Freud explique!
Ele conseguia até mesmo se arrastar pela escada até seu quarto, então no andar superior. Contam-me que, no difícil caminho de subida, ele parava em frente a uma imagem de Santa Terezinha que fora pintada por sua mãe e pedia: “a-inha, andá!”, traduzindo, “Santa Terezinha, me faça andar!”. Infelizmente, seu desejo foi ficando cada vez mais difícil de ser atendido: apesar de sempre ter feito fisoterapia, especialmente para as pernas, ele foi crescendo, mais o tronco e os membros superiores do que as pernas, que continuavam atrofiadas, o esforço começou a ser cada vez maior até que um belo dia, parou de vez, e começou sua rotina cadeira-vaso-cama. O que não foi empecilho para seu pai deixar de cumprir, todo santo dia, ou melhor, toda santa noite, uma outra rotina, infalível: depois do jantar, colocava o garoto no fusquinha, e ele ia lá, agarrado à alça de segurança do painel, com seu “Piiii”, num passeio até a praia para visitar seus queridos tios e padrinhos e comer pipoca. Na volta, meu sogro sempre fazia questão de fazer o caminho maior para poder passar pelo único túnel da cidade e ouvir o filho gritar: “Úneu, Úneu!”. Pequenas alegrias de uma vida obstinada. Vida que foi muito modificada por minha chegada, já que tirei daquela casa o maior motivo de alegria da família, a filha tão querida, luz da vida deles, pai, mãe e irmão, sobre quem eram lançadas todas as expectativas, onde se depositavam todos os sonhos. Claro que o casamento da filha fazia parte dos sonhos da mãe, ela sabia que ela sairia de casa um dia. O problema é que eu não só a tirei de casa, mas sim, da cidade, levei-a para uma outra bem longe, a 500 quilômetros daquele peculiar recanto familiar. Senti, ao vê-los pelo espelho do carro, um pouco de remorso. Posso imaginar como foram aqueles primeiros tempos sem ela. Mas, assim é que a vida se configurava, fazer o quê? Fizemos muito para tentar diminuir o sofrimento deles: nossas viagens para fora do Rio sempre foram para visitá-los. Íamos todos os meses passar 2 ou mais dias com eles, conforme deixavam os compromissos (e feriados) de nossos empregos, estava fora de cogitação aproveitar, por exemplo, um feriado prolongado sem bater o ponto em Santos; quando minha esposa tinha mais disponibilidade, ficava lá por mais tempo e eu ia todos os fins-de-semana, de ônibus. Enfim, fazíamos a nossa parte.
Em outras ocasiões, fazíamos o inverso: trazíamos todos para o Rio. Ia de carro sozinho num sábado e pegava a estrada de volta no domingo, com sogro, sogra, cunhado e cadeira a tiracolo. Numa dessas viagens, a minha freqüentemente alta velocidade fez com que fôssemos parados por um guarda rodoviário. Assim que eu lhe entreguei os documentos e estava prestes a começar minha ladainha de desculpas, nem foi preciso. Meu cunhado, que vinha a meu lado, começou a falar alto, gritar, berrar, como ele fazia às vezes, eu disse: “Ele é doente!” e o guarda, rapidinho, deu-me os documentos de volta e disse: “Pode ir, doutor!”. Até parece que meu cunhado captou o momento, e sua reação foi proposital pois, logo depois que partimos, pararam os gritos e seguimos viagem como se nada tivesse acontecido. E rindo muito da inteligência do menino-senhor de 33 anos. Meu sogro adorava aqueles períodos no Rio, era sua única oportunidade de sair daquela vidinha pacata e sofrida que tinham. Adorava ir à padaria, ao super-mercado, a pé, conversava com os porteiros, com os guardas de trânsito, simples que era, fez muitas amizades. Nunca ouvi daquela boca de meu sogro, em meus quinze anos de relacionamento, uma reclamação, um lamento, sempre estava alegre e brincalhão, mas sempre buscando forças na espiritualidade para entender e assumir a missão que lhe fora conferida. Espiritualidade que, contam, atuou decisivamente em três ocasiões, em que meu cunhado foi dado como desenganado, esteve a ponto de desencarnar, como dizemos. Muita oração, muito pedido, muita promessa, muita fé, fizeram com que ele continuasse neste plano, nesta visita, nesta encarnação. Seguramente, ainda não era a hora de dar como cumprida sua missão ou a de seus pais e irmã (ou mesmo a minha, que ainda nem estava na vida deles). Sábios são os desígnios do éter, que disseram: continue por aí, há muitos lições a aprender, muitos exemplos a dar, muitos pecados a expiar, quem pode saber? Assim deve ter sido também a decisão superior que não o deixou ser levado, quando tinha 11 meses de idade e foi acometido por uma encefalite. Não foi o suficiente para levá-lo, apenas para deixar as seqüelas com que convivemos até hoje.
E vivemos bem, não tenham dúvida! Temos sempre momentos a mais para festejar do que as outras famílias. Temos sempre uma criança em casa, embora já com alguns cabelos brancos, de quem podemos apreciar as façanhas. Como quando a sobrinha chega na frente dele e fica parada, esperando a sua reação, e ele responde com o gesto de ‘Barra Limpa’, coisa da época da Jovem Guarda, aquele sinal de positivo que o Roberto Carlos fazia, com o polegar para cima, é uma festa! Aliás, ele jamais se esquece da Vanderléa. Ou quando damos a ele a bola amarela, para ele poder fazer seus exercícios, olhamos fixamente para ele, como a pedir agradecimento, e ele diz: “Anato!”, isto é, “Obrigado”, é uma festa! Ou quando ele acorda e o colocamos na privada para seu estágio matinal e peguntamos: “Como é que se fala quando acorda?” e ele diz: “A-dia!”, isto é, “Bom dia”, é uma festa! Ou ainda quando a irmã chega e pergunta: ”Quem é o menino mais bonito do mundo?” e ele responde: “Cacaulo!”, que é como ele se refere a si mesmo, e depois “E quem é o Cacaulo?” e ele diz: ”Eeeeu!”, é uma festa! Ou ainda, claro, quando ele urina no vidro ou defeca no vaso, também é uma festa! Por outro lado, dias há, em que entra em seu pequeno mundo e fica mudo, impassível, sem reagir a qualquer estímulo. Sabe-se lá o que se passa em sua mente, que funciona em um estágio incompreensível para nós. Na primeira vez que aquilo aconteceu, durante nosso exílio americano, foi um baixo-astral tremendo, uma tristeza pela casa, pensamos que ele havia desligado, tememos que nunca mais fôssemos ouvir sua voz. O silêncio durou quase uma semana, mas, felizmente, acabou, e ele voltou de sua catarse, como se nada tivesse acontecido, parece que foi fazer uma viagem astral para reciclar-se. Vez por outra, esses momentos de ausência total se repetem. E, felizmente, até hoje, houve retorno. E sempre agradecemos muito quando ele volta. Como disse, nos alimentamos com suas reações. A casa não é mesma sem aqueles pequenos momentos. Vez por outra, quando ele está bastante inspirado, fazem-no rezar a ‘Mamaria’, antes de deitar, virado para aquela mesma imagem de Santa Terezinha da subida da escada da antiga casa. É mais ou menos assim:
Ele conseguia até mesmo se arrastar pela escada até seu quarto, então no andar superior. Contam-me que, no difícil caminho de subida, ele parava em frente a uma imagem de Santa Terezinha que fora pintada por sua mãe e pedia: “a-inha, andá!”, traduzindo, “Santa Terezinha, me faça andar!”. Infelizmente, seu desejo foi ficando cada vez mais difícil de ser atendido: apesar de sempre ter feito fisoterapia, especialmente para as pernas, ele foi crescendo, mais o tronco e os membros superiores do que as pernas, que continuavam atrofiadas, o esforço começou a ser cada vez maior até que um belo dia, parou de vez, e começou sua rotina cadeira-vaso-cama. O que não foi empecilho para seu pai deixar de cumprir, todo santo dia, ou melhor, toda santa noite, uma outra rotina, infalível: depois do jantar, colocava o garoto no fusquinha, e ele ia lá, agarrado à alça de segurança do painel, com seu “Piiii”, num passeio até a praia para visitar seus queridos tios e padrinhos e comer pipoca. Na volta, meu sogro sempre fazia questão de fazer o caminho maior para poder passar pelo único túnel da cidade e ouvir o filho gritar: “Úneu, Úneu!”. Pequenas alegrias de uma vida obstinada. Vida que foi muito modificada por minha chegada, já que tirei daquela casa o maior motivo de alegria da família, a filha tão querida, luz da vida deles, pai, mãe e irmão, sobre quem eram lançadas todas as expectativas, onde se depositavam todos os sonhos. Claro que o casamento da filha fazia parte dos sonhos da mãe, ela sabia que ela sairia de casa um dia. O problema é que eu não só a tirei de casa, mas sim, da cidade, levei-a para uma outra bem longe, a 500 quilômetros daquele peculiar recanto familiar. Senti, ao vê-los pelo espelho do carro, um pouco de remorso. Posso imaginar como foram aqueles primeiros tempos sem ela. Mas, assim é que a vida se configurava, fazer o quê? Fizemos muito para tentar diminuir o sofrimento deles: nossas viagens para fora do Rio sempre foram para visitá-los. Íamos todos os meses passar 2 ou mais dias com eles, conforme deixavam os compromissos (e feriados) de nossos empregos, estava fora de cogitação aproveitar, por exemplo, um feriado prolongado sem bater o ponto em Santos; quando minha esposa tinha mais disponibilidade, ficava lá por mais tempo e eu ia todos os fins-de-semana, de ônibus. Enfim, fazíamos a nossa parte.
Em outras ocasiões, fazíamos o inverso: trazíamos todos para o Rio. Ia de carro sozinho num sábado e pegava a estrada de volta no domingo, com sogro, sogra, cunhado e cadeira a tiracolo. Numa dessas viagens, a minha freqüentemente alta velocidade fez com que fôssemos parados por um guarda rodoviário. Assim que eu lhe entreguei os documentos e estava prestes a começar minha ladainha de desculpas, nem foi preciso. Meu cunhado, que vinha a meu lado, começou a falar alto, gritar, berrar, como ele fazia às vezes, eu disse: “Ele é doente!” e o guarda, rapidinho, deu-me os documentos de volta e disse: “Pode ir, doutor!”. Até parece que meu cunhado captou o momento, e sua reação foi proposital pois, logo depois que partimos, pararam os gritos e seguimos viagem como se nada tivesse acontecido. E rindo muito da inteligência do menino-senhor de 33 anos. Meu sogro adorava aqueles períodos no Rio, era sua única oportunidade de sair daquela vidinha pacata e sofrida que tinham. Adorava ir à padaria, ao super-mercado, a pé, conversava com os porteiros, com os guardas de trânsito, simples que era, fez muitas amizades. Nunca ouvi daquela boca de meu sogro, em meus quinze anos de relacionamento, uma reclamação, um lamento, sempre estava alegre e brincalhão, mas sempre buscando forças na espiritualidade para entender e assumir a missão que lhe fora conferida. Espiritualidade que, contam, atuou decisivamente em três ocasiões, em que meu cunhado foi dado como desenganado, esteve a ponto de desencarnar, como dizemos. Muita oração, muito pedido, muita promessa, muita fé, fizeram com que ele continuasse neste plano, nesta visita, nesta encarnação. Seguramente, ainda não era a hora de dar como cumprida sua missão ou a de seus pais e irmã (ou mesmo a minha, que ainda nem estava na vida deles). Sábios são os desígnios do éter, que disseram: continue por aí, há muitos lições a aprender, muitos exemplos a dar, muitos pecados a expiar, quem pode saber? Assim deve ter sido também a decisão superior que não o deixou ser levado, quando tinha 11 meses de idade e foi acometido por uma encefalite. Não foi o suficiente para levá-lo, apenas para deixar as seqüelas com que convivemos até hoje.
E vivemos bem, não tenham dúvida! Temos sempre momentos a mais para festejar do que as outras famílias. Temos sempre uma criança em casa, embora já com alguns cabelos brancos, de quem podemos apreciar as façanhas. Como quando a sobrinha chega na frente dele e fica parada, esperando a sua reação, e ele responde com o gesto de ‘Barra Limpa’, coisa da época da Jovem Guarda, aquele sinal de positivo que o Roberto Carlos fazia, com o polegar para cima, é uma festa! Aliás, ele jamais se esquece da Vanderléa. Ou quando damos a ele a bola amarela, para ele poder fazer seus exercícios, olhamos fixamente para ele, como a pedir agradecimento, e ele diz: “Anato!”, isto é, “Obrigado”, é uma festa! Ou quando ele acorda e o colocamos na privada para seu estágio matinal e peguntamos: “Como é que se fala quando acorda?” e ele diz: “A-dia!”, isto é, “Bom dia”, é uma festa! Ou ainda quando a irmã chega e pergunta: ”Quem é o menino mais bonito do mundo?” e ele responde: “Cacaulo!”, que é como ele se refere a si mesmo, e depois “E quem é o Cacaulo?” e ele diz: ”Eeeeu!”, é uma festa! Ou ainda, claro, quando ele urina no vidro ou defeca no vaso, também é uma festa! Por outro lado, dias há, em que entra em seu pequeno mundo e fica mudo, impassível, sem reagir a qualquer estímulo. Sabe-se lá o que se passa em sua mente, que funciona em um estágio incompreensível para nós. Na primeira vez que aquilo aconteceu, durante nosso exílio americano, foi um baixo-astral tremendo, uma tristeza pela casa, pensamos que ele havia desligado, tememos que nunca mais fôssemos ouvir sua voz. O silêncio durou quase uma semana, mas, felizmente, acabou, e ele voltou de sua catarse, como se nada tivesse acontecido, parece que foi fazer uma viagem astral para reciclar-se. Vez por outra, esses momentos de ausência total se repetem. E, felizmente, até hoje, houve retorno. E sempre agradecemos muito quando ele volta. Como disse, nos alimentamos com suas reações. A casa não é mesma sem aqueles pequenos momentos. Vez por outra, quando ele está bastante inspirado, fazem-no rezar a ‘Mamaria’, antes de deitar, virado para aquela mesma imagem de Santa Terezinha da subida da escada da antiga casa. É mais ou menos assim:
“Ave Maria, cheia de ..... “ e ele: “Assa”
“O Senhor é con ..... “ e ele: “Ôsso”
“Bendito é o fruto do vosso ventre ..... “ e ele: “Esus”
“Santa Maria, Mãe de ..... “ e ele: “Deus”
“Rogai por nós, peca ..... “ e ele: “Ôres”
“Agora, e na hora de nossa ..... “ e ele: “Óti”
“A ..... “ e ele: “Mein”
Depois, o deitam, colocam sua fralda noturna, o viram de lado, que é como ele gosta de pegar no sono, e falam:
“Agora, o Cacaulo vai sonhar com quem?” e ele: “anjinhos!”
E ele fecha os olhos, ainda com o sorriso em seu rosto, ele sim, um verdadeiro anjo aqui na Terra. Até parece que ele está aqui para olhar pela gente.
Já tinha lido, mas tive que reler.
ResponderExcluirEmocionante, lindo relato, lindas vidas.
Vida longa a todos!
Laura
Homero,
ResponderExcluirObrigado por compartilhar a sua história comigo. De alguma forma devo ter feito alguma coisa para merecê-lo.
Li tudo agora. Pensei em dizer-lhe muitas coisas, mas ficou apenas o seguinte.
Sabia que você tinha um parente doente. Minha esposa, que é sua vizinha de prédio, já o havia dito. Pensei que fosse um seu irmão. Mas essas histórias dificilmente vêm a público. Por uma questão de respeito ou de vergonha - vergonha de quem escuta, pois de você isso não virá, veja como você escreveu, com a facilidade e a sensibilidade que lhe é própria.
Passei recentemente por um aperto de saúde do qual Deus quis que eu me safasse. Alguma razão existe para isso. Assim como alguma razão existe para o divino encargo entregue aos seus sogros, à sua esposa e a você.
Seu cunhado não veio até esse grupo familiar por acaso. Nada é por acaso. Independente de confissão religiosa.
É a missão que lhes foi destinada, a vocês e a ele. Dentro do mesmo grupo familiar, onde, segundo creio, as diferenças são resolvidas. Em prazo maior ou menor.
Só digo que o seu relato faz com que os problemas de nós outros fiquem muito, muito pequenos.
Que Deus os abençoe!
Nossa!!!!! Não sabia que o Carnaval te dava tanta inspiração!!! Ou será que foram as passistas!!
ResponderExcluirTirei cópia ontem do seu texto e levei para ler com calma em casa.
Realmente, muito lindo e muito interessante para alguém, como eu, que não vivencia (de tão perto) algo semelhante. Chorei um pouquinho... no trecho em que os pais descobrem a doença do filho (mães são assim!). Depois tudo se ajeita e vida que segue. Este assunto é realmente bastante complexo!!! ..., ou simples!!
Bem, mesmo não sabendo escrever tão bem como você, gostaria de te dizer que sua história de vida é muito bonita e que você reproduziu ela muito bem em seu texto. Obrigada por eu ter tido a oportunidade de lê-lo.
Homero
ResponderExcluirGostei de ouvir e sentir sua história. Como sempre, me surpreendo com a forma de toda tua família, mas, em particular, você, encaram a situação e vivem maravilhosamente bem com ela. Eu também lembro do fato que ocorreu com o meu filho quanto eu sofri na preocupação com possíveis sequelas, que graças a Deus não existiram.
Caro Homero,
ResponderExcluirO que dizer .... apenas manifestar o quão emocionado fiquei com o seu relato.
Quando enfrento dificuladades penso no que dizia Madre Teresa de Calcutá, algo assim: "Pensei que Deus não me colocaria frente a frente com uma situação que eu não soubesse lidar. Só não esperava que ele confiasse tanto em mim..."
Assim, vejo que Deus confiou a missão de cuidar do Cacaulo à sua generosa e devotada família, que recebeu uma reforço especial: Homero Ventura.
Forte abraço
Homero, eu li imprimi e levei para casa. Chou de emoção. Me pediu para repassar seu Email para ela para que respondesse, mas acabei esquecendo. Estou copiando ela agora. Voce anda inspirado heim ! Nessas alturas voce já deve ter uma coleção de "Crônicas da Vida Real", sem querer parafrasear o Nelson Rodrigues em "A vida como ela é".
ResponderExcluirHomero,
ResponderExcluirTão logo recebi o seu e-mail, abri-o com aquela ânsia que sempre me impulsiona a viajar nas suas narrativas. Ao perceber o assunto, achei por bem deixar a leitura para após o almoço, pois eu sabia que iria viver, intensamente, cada palavra escrita, insinuada ou, até, pensada.
Após o almoço, consegui, com alguma dificuldade, ir do começo ao fim, sem parar. O "alguma", a rigor, "muita" - pois, para mim, tal leitura não se resume a uma simples interpretação das expressões empregadas, mas o mais autêntico, e intenso, viver das experiências narradas -, faz parte da minha própria experiência de vida nesses últimos 26 anos, quando fui premiado, sem qualquer sentido irônico, a experimentar sensações únicas, intensas, poderosas, radicais, levando o meu ser, muitas vezes, ao limite do imaginável ... Um vínculo que hoje me motiva a dirigir por cerca de 12 horas, de 15 em 15 dias, numa estrada com toda sorte de perigo (e também dirijo rápido ...), o que faço com a maior alegria da minha vida.
Para quase tudo que você narrou, vejo uma relação particular; seja o período vegetativo (ou contemplativo?), os gritos, controles esfincterianos, remédios, transportes, o ir e vir, o sono, o deitar, o acordar, o banho, as dores, os risos, as expectativas, a atenção descomunal, a vigilância em tempo integral (e mais um pouco), etc, etc, etc. A única, e absurdamente grande, diferença, é a questão da separação. Nesse ponto, meu caminho acabou se tornando diferente, não obstante toda a minha resistência e a da minha esposa. Até mesmo quando todos à nossa volta, familiares e amigos, nos alertavam dos vísíveis sinais de absoluto esgotamento, ainda assim, resistimos por muitos anos. Fomos a um extremo tal, que poucos, dos ditos "normais", conhecem. Mas nos rendemos quando constatamos que a nossa atitude estava se tornando muito perigosa, perigo de vida, inclusive, para quem, justamente, queríamos proteger.
A dor é grande, muito grande, mas tudo isso teve um efeito muito positivo. Fomos como que "lançados" nos braços de Deus, forçados a uma reconciliação de uma outra magnitude, a viver intensamente na presença do Criador ... e isso nos proporcionou uma nova visão a respeito de tudo o que fazemos, somos, possuímos ou sentimos. Mas isso é uma outra, e longa, história da minha vida. Aliás, uma história de sorriso, também!
Caro Mero,
ResponderExcluirNao resisiti e dei uma lida. E confesso que fiquei muito emocionado, pois conheco a historia, a determinacao, a persistencia, a perseveranca , o amor de fato pelo ser humano, pelo filho, pelo cunhado, pelo irmao, pelo tio, sem importar nada mais do que ve-lo vivo, com saude e recebendo em troca a sua presenca com reacoes que so voces conhecem, onde o um sorriso representa um premio. A vida e dura e muitos tem que contornar caminhos dificeis, mas reconheco o empenho da familia, sobretudo da mae, para mante-lo vivo e com saude por tantos anos. Ele tem exatamente a minha idade.
Que Deus deh muita saude a voces e vida longa e continuem nesse verdadeiro exemplo de vida.
Um forte abraco,
Que belo fruto !! Que bela obra!! Que capacidade de entendimento e aceitacao, de tua parte, tua esposa, sogra e demais membros da familia. Eu sabia um pouquinho da tua história, nao muito, apenas o suficiente para te admirar e respeitar como cidadao e ser humano . Hoje vejo que és ainda mais evoluido do que eu imaginava !!
ResponderExcluirPara teu conhecimento, se é que já nao sabias, professamos a doutrina "Espitita", que é mais que uma religiao , é um guia de orientacao para "as vidas". E por isso entendemos um pouquinho melhor a tua missao e a forma gloriosa como a tens cumprido.
Quanto ao texto, é ótimo como os anteriores!!!. Mas neste caso especifico o conteúdo é muitissimo mais rico do que a forma.
Homero
ResponderExcluirEsta é uma das suas peças mais poéticas e humanas, aos mesmo tempo.
A parte final, quando você fala do anjo aqui na terra, é incrivelmente bela.
Como é sua família.
Um grande abraço
Prezado Homero
ResponderExcluirDando uma "geral" em meu Notes, encontrei essa preciosidade de relato que você me enviou em 28/4/2007, data em que minha filha fez 29 anos, e eu estava em Houston trabalhando na estruturação da OTC. Somente pude ler agora, há poucos minutos, e diante desse emocionante exemplo de vida e dedicação ao próximo só posso dar meus parabéns à família de sua mulher (você incluído), por sua persistência e amor sem cobrança e sem limites.
Meus respeitos a todos vocês.
Amigo Homero,
ResponderExcluirComo sabe sou seu fã, não só pelas suas qualidades profissionais e músico-literárias, mas principalmente pelas suas qualidades humanas que passei a conhecer e admirar ainda mais quando soube do seu envolvimento e o carinho que dedica ao seu cunhado.
Li com muita emoção - mesmo para um coração empedernido como o meu foi difícil conter as lágrimas - a História de um Sorriso e o relato das "pequenas alegrias de uma vida obstinada".
Vida longa para você, meu caro amigo.
Homero,
ResponderExcluirIsso não vale !!! Me fazer chorar já de manhã !!!
Muito lindo! Uma história tão especial se tornou mais especial.
Beijos,
Migão... sabia muito superficialmente da situação, que alguns diriam problemática, mas que deduzo da sua belíssima, emocionante, carinhosa, feliz até, narrativa, com a aceitação, não penosa, mas gloriosa, para você e sua família, que conheço, agora, mais orgulhoso de ti e dêles todos.
ResponderExcluirTodos os comentários que lhe enviaram, tudo disseram, pouco a acrescentar, mas importante expressar a minha admiração por todo este histórico, que diríamos à nivel espiritual, feliz, por estarem cumprindo rigorosamente e com o maior nível, compreensível a nosso entendimento terreno, o que o destino maior lhes DEU, e que estão se saindo maravilhosamente bem.
De seu amigo, admirador e hoje banhado pela áurea de vossas harmonias...
Paulus
Homero,
ResponderExcluirtambém fiquei com pena de não ter ido, mas aos pouquinhos, minha vida está voltando ao normal. A alegria e a felicidade estão voltando tímidas para a minha vida, porém fortalecidas e desta vez, para ficar... Que bom que voce mandou novamente seu blog. Vou salva-lo, assim posso ler com calma. Forte abraço, Martinha
Sem palavras... parabéns a seus sogros, sua esposa e a você que teve a sensibilidade de perceber as coisas boas que seu cunhado proporcionou...
ResponderExcluirRespondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais, mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus João 9:3
ResponderExcluirGlórias a DEUS!! Excelente testemunho da parte de vocês e demonstraçao de amor...
Nós amamos porque ELE nos amou primeiro 1 Joao 4:19 Bjkas Homero FlaviaLeal
Homero,
ResponderExcluirLendo esta linda história de sua vida, vemos que ser humano maravilhoso vc é. Talvez, por isso, vc tenha essa linda família ao seu lado.
Além disso, aprendemos uma grande lição de maor ao próximo!
Seja feliz! Boa Páscoa!
Bjs,
Claira
Relato emocionante.....Parabéns!!!
ResponderExcluirQue belo relato.A minha sogra também hoje esta completando 110 anos.É um doce de pessoa.Conversa sobre todos os assuntos, inclusive me cobra aquela derrota do meu time querido o santos futebol clube la no japão.Eu disse a ela que este ano traremos o título e não passaremos mais a mesma vergonha.Parabéns pelo relato de sua sogra Homerix.
ResponderExcluirHomero,
ResponderExcluirDe tudo o que você já escreveu, e não é pouco, considero este o seu melhor texto. Através dele ficamos conhecendo o Carlinhos, a familia da Neuza e você, todos personagens com o melhor da qualidade humana. Aproveitei a oportunidade para reler e me emocionar, como da primeira vez que o li.Aquele abraço, Camargo
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ExcluirHomerix,
ResponderExcluirSeu texto me emocionou pela primeira vez, outra vez. Sou testemunha do que você escreveu e profundo admirador do notável ser humano que vocé é, bem como dessa Família que me sinto grato de ser amigo. Nesta sexta-feira, 20 de abril, eu estava no Maracananzinho entre outros muitos apreciadores sêniores do Roberto Carlos. Confesso que me emocionei quando ele cantou Lady Laura. Curiosamente, naquele momento me veio à cabeça a imagem da Dona Zulmira, mãe lutadora e perseverante. Imagino que ela adoraria estar alí naquele momento. Parabéns à Dona Zulmira e que ela tenha muita saúde para que continue a nos brindar com a sua presença.
Homero,
ResponderExcluirA sua sogra nos deu uma demonstração do quanto é infinito o amor e a dedicação de uma mãe que ama seus filhos.
Dê parabéns a ela por mim. Fiquei muito emocionado e com vontade de conhecê-la.
O texto que você escreveu no Blog está realmente espetacular.
Um grande abraço
José Henrique Danemberg
Homero, mais uma vez, agora pelo blog e não somente pelo notes, meus sinceros parabéns por esse texto maravilhoso, o qual nunca esqueço. E mais uma vez, também, minha admiração por minha querida Dona Mira, nos seus 89 anos e a bela homenagem que você proporcionou a ela ! Abração do amigo Arnaldo.
ResponderExcluirNeusa e Homero, um grande beijo e parabens para D. Zulmira, o meu Pai (já falecido) trabalhou com o Sr. Pacheco na CDS, lembro muito da casa da João Guerra......Felecidades para todos.
ResponderExcluirSem maiores comentários.
ResponderExcluirTenho um aparentado (primo de primo) especial e eu longe de Santos, (11 anos) lembro dele e fique pensando em como ele está.
Estas pessoas são especiais , não pela sua deficiência seja qual ela for, são especiais, pelos exemplos, lições de vida, e bem como a expor para todos que dela se aproximam a necessidade de nós sermos mais solidários, solicitos, amorosos com todos os que precisam de uma atenção, paciência, mais detalhada.
Eles mostram o quanto nossa vida é delicada e o quanto é interessante fazer parte da vida de pessoas que nos ensinam tanto, pois eles nos ensinam mais a cada dia e a cada lembrança dos momentos vividos juntos.
Antonio Alvarez (Santos & Serra Negra SP)
Homero, leio com imenso interesse o seu blogue, sempre actual, sempre viva, muitas vezes co'mico, muitas vezes terno mas...nunca li texto tao bonito quao este...Que sensibilidade, que carinho, que amor! Muito, muito obrigada por nos fazer parar, pensar e sorrir com aquele aperto no coracao!
ResponderExcluirPatricia, Londres
Homero:
ResponderExcluirJá conhecia a história do inesqueível Carlinhos. Lí tudo outra vez e, como sempre, me emocionei bastante. Lembro-me do Carilinhos sentado na cadeira e brincando com a bolinha amarela e com o eterno sorriso no rosto. Lembro-me da devoção da Tia Zulmira e a de vocês. Foi assim que aprendi a gostar muito de vocês e a ter o maior respeito Amo toda a sua família e compartilho os valore de vocês.
Beijos carinhosos,
Ana Maria Clark
me fez...emocionar!!
ResponderExcluirlembrei de tantas coisas!!
e qdo vc fala que moravam em santos...
fiquei pensando...quem seriam...
e assim viajei!!!um relato emocionante...
e vcs pessoas maravilhosos!!
Homero, apesar de nos conhecermos há tantos anos não sabia dessa história. É emocionante!
ResponderExcluirObrigada por compartilhar.
Um abração a todos, com muito afeto.
Marisa
Homero,
ResponderExcluirObrigada por compartilhar uma linda historia.
A sua missao nos Estados Unidos nao foi somente profissional. Foi, tambem, a oportunidade dada a outros, como eu, de testemunhar e aprender com voces o amor de uma grande familia.
Carmen W.
Uma verdadeira história de luta da dona Mira. Sei o quanto é difícil não pelo trabalho mas por ver aquele ser alí impotente. Por cinco anos lutei para dar conforto e carinho ao meu irmão que ficou tetraplégico por conta de um AVC. É um aprendizado de fé e resignação. Ele se foi em 20 de março do ano passado, ainda sinto a presença dele e sinto saudades daquele par de olhos azuis me retribuindo o afeto pelo cuidado, ainda que não conseguisse se expressar...
ResponderExcluirForça para dona Mira, esta mulher admirável! Que ela consiga se recuperar e comemorar sua data de aniversário com as pessoas queridas.
Olá Homero,
ResponderExcluirEntrei no seu blog e li sobre o seu cunhado. Nossa! que história de vida! A forma que você escreve, com detalhes e muita sensibilidade.
Me sinto muito honrada de te conhecer !
Tenho 36 anos de Petrobras e no meu caminho não tive a felicidade de conhecer pessoas sensíveis, boas de coração e que vejam o ser humano da forma que você vê.
Mas como Deus é maravilhoso, no meu final de carreira ele me proporcionou essa oportunidade.
Parabéns pelo Blog! Desejo a você e sua família muitas alegrias e felicidades.
Sds,
Marli Pires da Fonseca
Homerix, que bela história de vida familiar, dedicação, amor, compreensão, resignação e principalmente fé.
ResponderExcluirE tem gente que reclama do emprego, do vizinho, que está gordo (magro), velho (novo).
Deus dá o frio conforme o cobertor.
Grande abraço.
Roberto Coelho
ps.: você já decidiu o que vai ser quando crescer?
Caro Amigo,
ResponderExcluirTeu testemunho de vida é um exemplo para todos nós. Ficamos muito sensibilizados e desejamos tudo de bom para vocês.
Forte abraço,
Evandro Camelo e Claudia Diogo
Homero,
ResponderExcluirObrigado por me fazer parte e conhecer essa linda história de Vida, Amor, Luta, Dedicação, Perseverança, Esperança, Fé........ e todos os adjetivos que você fez constar nessa narrativa, você não foi só o cunhado a partir do momento que você passou a fazer parte dessa família, você foi.... Pai, Mãe, Irmão, Irmã, Amigo e sei lá mais o que, tudo que o Cacaulo precisa, de mais um irmão mais velho que cuida do mais novo, já passei por momentos um pouco parecido nessa vida, e creio que você assim como Eu que o nosso dever foi cumprido.
Grande Abraço
Ju,
Homero,
ResponderExcluirA todos da família transmita meus sentimentos pela perda de Dona Mira. Estejam em paz. F Aiube
Homerix,
ResponderExcluirEstou profundamente emocionado com a notícia. A Dona Mira é um exemplo de ser humano extraordinário, lutadora, perseverante. Uma admirável vencedora, pelo que construiu, pelo que pregou e praticou, pela Família de princípios e valores. Deixará muitas saudades, mas estará sempre presente em nossos corações e nas nossas memórias. Meus sentimentos à Neusa, a você e à Família.
Que Deus a tenha em bom lugar.
Estimado Homero,
ResponderExcluirQuem conhece a sua história (eu a conhecia apenas um pouquinho, hoje bastante mais ao ler o seu relato) sabe que você, liderando essa abençoada família, tem sobre o seu peito uma condecoração, dada pelo Pai Celestial, reservada aos que cumpriram seu dever "above and beyond the call of duty", como dizem nos filmes. Compartilho com a minha experiência, bastante marcante mas bastante reduzida ao ser comparada com a sua, reafirmando que nada se iguala à sensação do dever cumprido, ainda que reservando as forças que Deus certamente nos dará para enfrentar os outros desafios que nos estão reservados.
Um abraço do
Paulo Sergio Carvalhaes e Souza
Emocionante.
ResponderExcluirAbraço,
Gico
Emocionante.
ResponderExcluirAbraço,
Gico
Estou emocionada Homero, Deus te abençoe e a sua família! um forte e carinhoso abraço a todos vocês. Josiene
ResponderExcluirAh Homero, que relato lindo.Deus abençoe todos vocês.
ResponderExcluirEmocionante sua história de vida Homero com a Neuza!Não conheci Dona Mira, agora conheço um pouco. Meus sentimentos
ResponderExcluirà Neuza, você e toda família. Abraço carinhoso.
Fátima
Meus sentimentos, caro Homerix.
ResponderExcluirHomero,
ResponderExcluirobrigado por compartilhar a história da sua família, tão comovente e espiritualmente inspiradora.
Meus profundos sentimentos pela passagem de Dona Mira.
Abraços com carinho.
Amigo Homero, sem medo de errar, pouquíssimas vezes, para não dizer never, eu me lembro de ter visto tantos comentários sobre um tema específico em seu Blog. Prova de que nem tudo está perdido. As pessoas ainda valorizam muito esse aspecto da "Humanização"...E maiores representantes disso, Dona Mira, Carlinhos, Renata, Felipe, enfim a Família Ventura! Mais uma vez parabéns, e também os meus sentimentos por essa perda mais recente. Mas com certeza, Da. Mira já está ao lado do Carlinhos, felizes os dois, olhando por nós aqui embaixo. Não foi à toa que tanto me lembrei dela na 6a. f passada. Era ela, provavelmente, se despedindo de nós aqui na Terra...Abçs, A2
ResponderExcluirPuxa Homero, desejo que estejam em paz, cálidos e próximos. História de força e coragem, me ajuda a lembrar como somos pequenos diante de tantas outras coisas, e me da força para, na minha pequeninice, seguir meu caminho. Bem, quanto ao texto, que já não precisa de mais elogios, te felicito.
ResponderExcluirAndré Scartezini.
Emocionante... Li tudo. Vocês são uma família muito bonita e guerreira. Você conseguiu passar muita emoção na escrita desta bela história de vida repleta de lutas e alegrias.
ResponderExcluirMuito amor e paz para todos.
Grande abraço,
Juliana.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA Vida é Tão Breve...
ResponderExcluirBem alto, na árvore, o pequeno rebento cresceu até que se tornou uma folha completa, abrindo-se para os céus, gloriando-se na vida que fluía nos seus veios, aquecendo-se na imensidão ensolarada. Verde e próspera, a folha pendia do seu galho altiva e confiante. Muitos dias depois, a estação começou a mudar. O suprimento de vida da folha gradualmente esvaiu-se, e ela se tornou seca e descolorida. Logo sua haste enfraquecida partiu-se da árvore, e a folha começou seu percurso para baixo. Embora fosse, de quando em quando, levada para cima pelos ventos, ela sempre retomava sua descida. Num curto tempo ela se reuniu a muitas outras que, da mesma forma, passaram para o chão frio e úmido, onde não mais havia glória, nem ventos encorajadores, nem vida. Sua vida, foi, no máximo, muito breve.
Deus compara o homem a uma folha. Isaías 64:6 diz: "Todos nós murchamos como a folha". O homem experimenta um determinado tipo de vida, a vida humana. Em muitos aspectos, a vida humana é maravilhosa. Todavia, há um fato contra o qual não há argumento: essa vida maravilhosa é uma vida que murcha. Continuamente ela conta a mesma história, sempre anunciando que seu suprimento é limitado, seu tempo de existência é curto; sempre lamentando que algo está faltando, que existe um vazio interior.
Todavia, há um outro tipo de vida - uma vida sempre nova, sempre viva, sempre verde, que é maravilhosa em todos os aspectos e não é carente de nada. Jesus disse: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância." (João 10:10). Deus deu Sua própria vida por nós. Quando nós O temos, experimentamos a vida daquele que é sempre verde.
Se você quer experimentar a vida maravilhosa de jesus Cristo, faça a seguinte oração com profunda sinceridade: "Senhor Jesus, minha vida está secando. Tudo é tão temporário. O prazer de viver está diminuindo mais e mais. Eu quero receber a vida que Você veio me dar; portanto, eu peço que Você venha agora para o meu interior e me encha com Sua vida".
"E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas."
(2 Coríntios 5:17)
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Compilado de livreto.
Que lindo e inspirador. O sorriso é curador. Tenho até um texto lá no blog.
ResponderExcluirPessoas assim deixam em nossas almas grandes ensinamentos
Homero , Neusa e filhos,
ResponderExcluirMissão cumprida com êxito pleno, não é?
Cacaulo, do Céu , com certeza, hoje, já pleno, sem as limitações que eram somente de seu corpo físico, há de estar a sorrir docemente, aguardando o tempo de abraçar vocês novamente, e de lhes Dizer o quanto grato, por terem lhe ajudado a cumprir reencarnação probatória, de tamanha envergadura. Mas, como o amor tudo cura e tudo provê , a prova da doença física, passou e até pareceu ao Cacaulo, leve sopro no seio de família tão amorosa. Que linda história !
Vale a pena rever, se reemocionar e refletir.
ResponderExcluirExcelente, parabéns
Emocionante esse depoimento
ResponderExcluirCaro Homero, é um grande prazer prezar da amizade de uma pessoa sensível , inteligente e do bem como você. Obrigado por compartilhar esta história de vida linda e emocionante
ResponderExcluirQuase chorei. Parece até que conheci Cacaulo. Sei um pouco sobre vidas assim porque tenho um priminho em segundo grau que também é da cama para a cadeira...Mas seu problema não foi devido a encefalite. Acho que não. E tinha o Manoel com sindrome de Dawn em grau bem profundo...Na verdade tenho mais dois primos com sindrome de Dawn que vivem muito bem e se comunicam bem. O Manoel falava poucas palavras e carecia de pessoas cuidando dele. E as palavras que falava não eram corretas. Chamava meu pai de Rams..O nome era Hermes.
ResponderExcluirQuando você narra sua conversa me lembrei dele. A oração...foi aí que quase chorei. E o pedido a Santa Terezinha? Cadê meu lenço de papel?
Ao mesmo tempo me vi sorrindo também pelos momentos bonitos que você descreveu. O melhor: o carinho da família, o apego necessário, ( só apegados cuidam e sabem amar de verdade). Nem todos iriam passar quatro nos no exterior levando um menininho assim. E como fez bem a ele lá no...idos!
Sua familia é um exemplo de amor, Homero. Que maravilha.
Não comentei antes mas agora faço questão de publicar a minha enorme admiração pelo Homerix e sua família.Muito importante dividir os detalhes da vida familiar de forma íntima e sincera. Meu fervoroso abraço. Gerson Braune
ResponderExcluirQue emocionante. Um grande desafio tocado pela sua família.
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