Esta é a 15ª canção da coletânea Past Masters #2, 15º Álbum Oficial dos Beatles
a história do álbum, assuntos e canções, aqui neste LINK
É uma de 3 canções Sem Sentido dos Beatles
as demais 2 canções de mesmo Assunto e Classe, neste LINK
You Know My Name Atenção, canções com títulos em vermelho
são links que levam a análises sobre elas.
15. You Know My Name (Nonsense Song by John Lennon)
(Look Up The Number)
John brinca: 'Você sabe o meu nome, procure o número. Você sabe o meu nome, procure o número Você você sabe você sabe meu nome. Você você sabe você sabe meu nome. Boa noite e bem-vindo ao Slaggers, apresentando Denis O'Bell, Venha Ringo, vamos ouvir o Denis! Boa noite! Você sabe o meu nome, melhor olhar o número'.
Essa verdadeira brincadeira começou com John admirando uma lista telefônica na casa de Paul, e seu anúncio "You know the name, look up the number", falou da ideia pra canção pra Paul, que perguntou 'Ok, o que mais?" e John respondeu: 'Só isso... quero que seja um mantra'.... e só nisso ficou, então variaram nos ritmos. Veja ao lado que era um pouquinho diferente. E John, sempre irônico, investiu nos textos e nos murmúrios, lembrou-se de um conhecido da época do filme A Hard Day's Night, e colocou o nome com uma letra trocada (o certo era O'Dell). As 3 primeiras sessões foram em 1967, com os 4 Beatles, e mais o saxofone de Brian Jones, dos Rolling Stones, mas ficou esquecida. John e Paul voltaram a ela apenas em 1969, e o técnico de som registrou que eles estavam muito felizes trabalhando nela, e dividindo um microfone só, como não faziam há anos, e aquela foi também a última vez.... triste! Ela foi lançada em 1970, em compacto como Lado B de Let It Be, direto para Nº 1 das paradas americanas (não da inglesa, onde topou no 2º posto), decerto ter sido o lançamento mais desequilibrado da história, uma linda balada no Lado A, e uma comédia musical no Lado B. Paul chegou a declarar que ela era a melhor canção que os Beatles haviam gravado (!!), mas eu reputo como um exagero sem sentido, aliás, que foi o Assunto que escolhi para descrevê-la, nesta minha saga.
Vamos ver se consigo trazer um pouco mais de luz a essa estranha obra dos Beatles que, decerto, está entre as mais desconhecidas do grande público. Mesmo fãs terão dificuldade de ter alguma recordação dela. A primeira das 3 sessões em que atacaram aquela ideia em 1967, foi em 17 de maio, logo após finalizarem-se as sessões do estupendo Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Foi uma sessão de experimentação, com John usando guitarra ou piano, Paul, no baixo ou guitarra, e George e Ringo em seus instrumentos usuais, tendo a verão alternativa escolhida para seguir adiante, o que ocorreu em 7 de junho, com pouco progresso, basicamente overdubs de atabaque e palmas sobre o Take 9, que tinha John ao piano, mas ainda fizeram mais 5 takes, ainda experimentando. Dia seguinte, houve a mudança de ritmo da canção para o que se poderia identificar como Parte 2, um ska bem gostoso, em 12 takes (recomeçando a numeração), agora com Paul ao Piano, John e George em guitarras e Ringo na bateria. Na Parte 3, em ritmo de jazz, no mesmo dia, com a presença de alguns convidados tendo acesso a equipamentos de percussão, e a apitos e gaitas. Seguiu-se uma Parte 4, com 5 takes, com Paul ao piano, e uma Parte 5, com John no baixo, Ringo na bateria e George num vibrafone que, mesmo sendo novidade, foi considerado bom com apenas 1 take. Foi aí que o guitarrista Brian Jones contribuiu com um saxofone, que foi o instrumento que trouxe para a sessão. E Paul, claro, também fez sua linha de baixo ao longo de todas as partes!
Uma mixagem de 6 minutos das 5 partes que emergiram daquelas primeiras sessões foi montada para futura revisita da banda que, entretanto, passou a se dedicar a um compromisso maior: a participação na 1ª transmissão ao vivo via satélite para o mundo todo, para o qual John fez, sob encomenda, nada menos que All You Need Is Love. E depois veio a morte de Brian Epstein, e o novo projeto Magical Mistery Tour, e a 'nossa' canção foi ficando no esquecimento. E veio a temporada na Índia, e o Álbum Branco e o novo filme, Yellow Submarine, e ela na prateleira, até que John se lembrou dela e chamou Paul ao estúdio, para finalizá-la, no dia 30 de abril de 1969, ou seja, a alguns dias de completar dois anos das sessões iniciais. Foram momentos de diversão, com John e Paul dialogando num mesmo microfone, com sorrisos nos rostos. Tosses, murmúrios, gemidos, cuspes, pigarros, imitações, vozes diferentes, foi uma plêiade de sons vocais que eles introduziram, felizmente tudo registrado. Na versão que foi ao disco, eles eliminaram a Parte 2 em ska, mas ela completa, ou quase, está aqui neste LINK, liberado no Projeto Anthology.
DIVIRTAM-SE!!
Houve um projeto de lançar YKMNLUTB como Lado A de um compacto da Plastic Ono Band a nova banda que John havia montado como veículo de suas canções e de Yoko, tendo no Lado B, a ótima What's The New Mary Jane, que havia 'sobrado' do Álbum Branco. Só que, as duas sendo Lennon/McCartney, não poderiam ser lançadas por outra banda que não os Beatles. E a canção continuou na prateleira, já com um formato reduzido, para viabilizar transmissões em rádios. Finalmente, chegou sua hora em abril de 1970, como Lado B de Let It Be, conforme já falado.
Nonsense? Sim, mas fez todo sentido!!!
Acho que o Paul foi irônico e debochou de quem perguntou, ao eleger You know my name etc como a melhor dos Beatles. Imagina quantas vezes devem ter perguntado para ele "qual é a melhor música dos Beatles?" Chutou o balde e calou a todos! Perfeito!
ResponderExcluirFoi a música que me apresentou os Beatles, adoro ela.
ResponderExcluirPara mim Paul participa vocalmente. Não é ele quem fala o Good Evening? John o apresenta como Dennis O'Bell e ele entra cumprimnentando. Com voz de abajour? Posso estar enganada porque não a ouça faz tempos. Mas adcoro! Não, eu nao acho que Paul estava sendo irônico. Acho que ele gostava sim. Minha turma amava. A gente ouvia You Know My Name muito mais que ouvia Let it be.
ResponderExcluirLembro de uma noite ouvindo a música em casa e uma amiga que morava com uma tia. E a tia fez cara ruim para nós...e apenas disse. "Jazz" . Querendo dizer que detestava jazz. Mas nós deliramos com a música. Há momentos simplesmente deliciosos.
Resolvi ouvir de novo. Achei no youtube. Sim, é Paul quem canta fazendo o papel do O'Bell com cada badabada mais gostoso do mundo. E achei a declaração de Paul sobre a música. Ele foi sincero. "Probably my favourite Beatles track, just because it’s so insane. All the memories…" Provavelmente a favorita porque é muito doida. rs rs rs
Paul não disse que era a melhor faixa. Mas provavelmente a favorita...Nem sempre a favorita é a melhor. Faz ele lembrar de muitas coisas boas...All the memories...Posso estar enganada, mas me pareceu verdadeiro. Goos times...E o principe Brian lá com eles...Para mim era um pequeno princípe aquele menino. Soube que ele disse certa vez que seu maior sonho era entrar para os Beatles. Pois conseguiu nessa música pelo menos.
ResponderExcluirEu achava muito estranho essa faixa
ResponderExcluirA versão do Anthology 2 é muito melhor!
A parte com o "ska" é incrível
Mas talvez por acharem desnecessário foi cortada..uma pena..
É uma faixa totalmente experimental meio jazz meio alternativo
Essa faixa ficaria melhor se tivesse entrado no magical Mystery tour mas infelizmente foi dividir o compacto com a magistral "Let it be"
Foi ofuscada e no ano seguinte a banda foi"pras cucuias"..