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segunda-feira, 5 de julho de 2021

Hey Jude Facts

     Esta é a 7ª canção da coletânea Past Masters #2, 15º Álbum Oficial dos Beatles

    a história do álbum, assuntos e canções, aqui neste LINK

    É uma de 5 canções com atos de Cupido

                                            as demais 4 canções de mesmo Assunto e Classe, neste LINK

    Atenção, canções com títulos em vermelho 

    são links que levam a análises sobre elas.

    7. Hey Jude (Cupid Girl Song by Paul McCartney)

    Paul aconselha: 'Hey Jude, não me decepcione! Você a encontrou, vá lá e conquiste-a! Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração, aí você vai começar' a tornar tudo melhor'   
     
    Hey Jude é uma canção de Lennon/McCartney, composta por Paul em 1968;
    • A inspiração veio por causa da separação de John Lennon pra ficar com Yoko Ono. Cynthia e Julian se sentiam abandonados. Tiozão Paul dirigia seu carro a caminho da casa deles, pensando em Jules, como ele chamava o ‘sobrinho’. E veio a melodia e a primeira frase, "Hey Jules, don’t make It bad! Take a sad song and make it better"
    • Depois, a letra desvia pra um conselho amoroso, e ele começa a usar de várias maneiras o pronome "HER", "Remember to let HER into your skin" ou "Remember to let HER into you heart" até o conselho definitivo no Verso 3 "You have found HER, now go and get HER, mas o 'Don’t carry the world upon your shoulders" aplica-se também. John achava que era direcionado a ele. Enfim, sei que a inspiração veio de Julian, tanto que coloquei a imagem do post com ele, e 'tio' Paul, mas trata-se de uma Cupid Song, e tenho dito! (esta assertividade é dirigida a uma comentarista minha, ela saberá por quê...)
    • Paul mudou depois para Jude, porque gostava de um personagem de um musical famoso de então (Oklahoma), mas teve problemas com a escolha porque significa ‘judeu’ em alemão, chegou a ser ameaçado;
    • Ele estava supre animado com a canção, sabia que tinha uma pérola nas mãos, e chegou a apresentá-la em bares de Londres. Imagina a reação das pessoas;
    • A letra de Hey Jude apresenta um jogo de rimas internas que poucas vezes se vê em música pop, note nos 3 versos da canção, 5 rimas do FINAL de uma linha com o MEIO da linha seguinte (linhas, aqui separadas por uma vírgula);
    1. Hey Jude, don't make it BAD, take a SAD song and make it better 
                 Remember to let her into your HEART, than you can START to make it better
    2. Hey Jude, don't be AFRAID, you were MADE to go out and get her
                The minute you let her under your SKIN, than you BEGIN to male it better  
    3. Hey Jude, don't let me DOWN, you have FOUND her go now and get her
    • Entre os Versos 2 e 3, tem a primeira ponte, que começa com "And anytime you feel the pain, Hey, Jude, refrain, don't carry the world upon your shoulders.." e entre os Versos 3 e 4, uma outra ponte (letra riquíssima!) que começa em "So let it out and let it in, Hey, Jude, begin, you're waiting for someone to perform with...". E após essa ponte, e antes da seção NaNaNa, tem um Verso 4, que na verdade, é uma mistura das frases 1 e 2 do Verso 1com as frases 3 e 4 do Verso 2. Ufa!!!
    • O manuscrito com a letra foi objeto de vários leilões, sendo a última vez em maio deste ano arrematado por 910 mil dólares;
    • Ao mostrar a canção pra John e Yoko, Paul disse que iria melhorar o ‘The movement you need is on your shoulder!’. Mas John disse que era a melhor frase da canção, então ela ficou. Essa foi a única contribuição de John na composição;
    • Hey Jude começou a ser gravada em Abbey Road em 29 de julho, quando a base era Paul no vocal e piano, John no violão, George na guitarra e Ringo na bateria. Foram 6 takes. No dia 30, após  take 7, houve a intercorrência entre Paul e George sobre a participação da guitarra na canção. George oferecia um riff na guitarra a cada frase, fazendo seu papel de guitarrista solo da banda, mas Paul preferiu a versão só com piano, prerrogativa do compositor, George ficou chateado, e foi pra sala de controle, com seu xará. Outros 16 takes foram tentados, agora sem George; E mais dois foram montados para preparar transferência para outro estúdio;
    • Era o Trident Studios, que tinha um equipamento de gravação em 8 canais. Esta e outras 4 canções do Álbum Branco foram gravadas lá, após o que a EMI adquiriu o equipamento. No diz 31 de julho foram gravados mais 4 takes, já com George de volta, mas sem os movimentos que ele propusera. Começaram tudo do zero. nada do que foi gravado em Abbey Road foi aproveitado. O Projeto Anthology 3 ressuscitou o take 2, ainda sem os Na-Na-Nas iniciais, que ficam só no piano  mas timidamente nos finais. (LINK)
    • Curiosidade 1: Você sabe por que não há bateria de Ringo nos dois primeiros versos? Porque Ringo foi ao banheiro! Isso mesmo! Paul não percebeu que Ringo não estava e começou o Take 1, para notá-lo voltando na ponta dos pés, sentar-se na banqueta e entrar mais que corretamente quando começa a 1ª ponte! Paul achou que aquilo ficou ótimo e foi aquele que ele escolheu como base para os overdubs.
    • Curiosidade 2: Apure bem os ouvidos e preste atenção na 2ª vez em que Paul canta: "Remember to let her under your skin ... then you begin to make it better", exatamente no minuto 2:57, logo antes de começar a seção dos NaNaNa's, que Paul solta baixinho um "f#cking hell". É que ele reclamou do microfone para o engenheiro de som. Percebido o erro e informado aos rapazes, é claro que John exigiu que aquilo fosse mantido, por mais tênue que fosse! Esse John!!! 
    • Quase um mês depois, já abrindo agosto, vieram os overdubs, do vocal de Paul (quando somente aí ele colocou a letra correta "you have found her" em vez de "she has found you"), o baixo de Paul, mais piano de Paul, as harmonias de John e George, com os murmúrios nos três Beatles no Verso 2, e nas duas pontes, e John harmonizando lindamente na letra dos Versos 3 e 4, o pandeiro de Ringo dando um show à parte a partir do Verso 2, John e Paul berrando aqueles crescentes "Better, Better, Better....." para o grito primal de Paul "WoooooW", e os 4 Beatles cantando os NaNaNa's e, Paul gritando e animando a plateia na mesma seção final.
    • Mais à noite, chegou a orquestra, de 36 músicos para acompanhar a parte final, dos NaNaNa's. Algumas coisas interessantes sobre essa sessão noturna: (i) Com o estúdio longo e estreito, George Martin preferiu colocar as tubas à frente, para não ficarem muito longínquas, e para não abalar as estruturas dos instrumentistas à frente; (ii) naquela apoteose final, todos os instrumentistas da orquestra que não tocavam nada se levantaram e acompanharam com canto e palmas, como todo amante da música faz, MENOS 1, que se levantou e disse e eu vou deixar em inglês: "I'm not going to clap my hands and sing Paul McCartney's bloody song"... inveja pura...; (iii) como faltaram faixas livres, mesmo no equipamento de 8 canais, a orquestra teve que ser gravada no final de duas outras e, portanto, as guitarras de John e George naquele final sumiram.... pena!!!
    • A canção ficou com 7:11 minutos, coisa inédita no rock. George Martin, meio sem jeito, argumentou que as rádios não tocariam, John disse que como era dos Beatles eles tocariam. Eles tocaram .... e como!!
    • Hey Jude não saiu em LP. Era o Lado A de um Compacto Double A Side, um de vários na carreira Beatle (vou escrever sobre isso), cujo Lado B era Revolution, mas John não brigou pelo Lado A, reconhecendo a grandeza da composição do parceiro;
    • O compacto foi o primeiro lançamento da Apple Records em agosto de 1968, ficou meses no topo das paradas pelo mundo todo e foi o mais vendido de todos os tempos até então; veja várias capas pelo mundo. 
    • O maestro George Martin não queria lançar uma canção de mais de 7 minutos em compacto, pois disse que não ia tocar nas rádios. John disse que, sendo Beatles, eles iam tocar. O maestro perdeu a aposta! 
    • Hey Jude ficou inéditas nove (9) semanas no topo das paradas americanas, como nenhuma outra canção havia ficado até então:
    • Tanto Hey Jude como Revolution tiveram vídeos promocionais, dirigidos por Michael Lindsay Hogg, que passaram na TV Britânica, inicialmente, e depois viajou pelo mundo! Falei sobre o primeiro neste LINK!!
    • Hey Jude foi cantada no maior flashmob registrado, por 13.000 pessoas em Trafalgar Square, em abril de 2009; 
    • Na carreira solo, a partir de 1990 (que vi, extasiado, no Maracanã), Paul a tocou em virtualmente todos os seus shows, e a gravou ao vivo inúmeras vezes.
    • O Brasil está gravado na memória de Paul por conta de uma performance de Hey Jude, em 2011, no Rio de Janeiro, quando dezenas de milhares de pessoas levantaram um cartaz com as letras NA hora de entoar o canto final, de 3 minutos!!! Falei sobre esse dia histórico neste LINK. Eu não era uma delas pois estava na arquibancada.
    • Finalizando com informação de suma importância: foram 216 as vezes em que a sílaba NA foi cantada na gravação original. 
    UFA!
    Se alguém souber de mais algo que mereça registro aqui
    É só me dizer que eu registro!

    6 comentários:

    1. Poderia estar no álbum branco tbm...mas no meu ponto de vista foi o melhor compacto dos Beatles q eles lançaram

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    2. Poderia...mas Os Beatles não gostavam de incluir as músicas dos compactos nos albums. Paul disse que ficava muito frustado quando rapazinho e cooprava um LP e de repente estava ali inclúido uma música que ele já tinha em compacto. Se sentia lesado. Por isso não queria fazer o mesmo que os outros faziam e todos concordaram. Eu tenho de concordar porque sentia algo parecido. Para evitar isso eu preferia comprar logo os Lps e não comprava os compactos. Estou falando sobre outros músicos. Ex: eu gostava de Simon & Carfunkel Era mais negócio comprar os albums deles que os compactos. Pois se as músicas dos compactos estavam ali!

      Um dos problemas dos Beatles, no meu pensar, é que eles não eram homens de negócios. A parte da industria da música não era a deles. Não tinham um pensamento capitaista de apenas faturar. Eram meninos muito especiais quanto a isso. Queriam fazer música e pensando nos fãs porque se lembravam de quando eram apenas fâs. Queriam revolucionar não apenas o som, mas também o comportamento humano. Mas vencer a indústria, principalmente nos Estados Unidos não era tarefa fácil. A Capitol estava sempre fazendo o que eles desaprovavam. Eles davam um jeito de invetar um album novo jogando os compactos ou separando as que achavam melhores dos albuns originais para novo album feito por eles e não pelos Beatles.

      Mas, pelo menos naquele 68 o compacto saiu apenas em compacto mesmo. Eu não tenho mais o meu porque simplesmente sumiu. Levei um choque ao ver que todos meus compactos deles sumiram. Todos. Um dia achei alguns numa gaveta no quarto que era do meu irmão! Mas não foi ele quem os levou, porque infelizmente faleceu faz tempos. Não sei como foram parar lá. Ainda tenho esperança de achar os outros incluíndo Hey Jude. Mas se não achar eu a tenho em DVD. Aquele DVD dos compactos. Assim eu aceito. Apos tantos anos, depois que nossos compactos podem ter sumido ou estragado, fazer um DVC com todos eles é compreensível e vãlido.

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    3. Não, Homero, entendi não. rs rs rs. Eu sei que você considera Hey Jude uma cupid song. Tudo bem. Eu nem tenho o direito de querer mudar seu pensamento. É algo seu que tem de ser respeitado. Mas você disse que eu entenderia...nao entendi ainda como uma música feita para um menininho pode ser considereda cupid song. Não entendi como você chegou a essa conclusão. Par mim uma canção de cupido seria de amor romântico, como And I love her, Here there and everywhere. Para mim o deus cupido joga suas flechas para causar uma paixão. E o tema de Hey Jude é apenas uma tentativa de animar uma criança que perdeu a presença física do pai a seu lado, um pai que se separou da sua mãe...e dele. Não consigo encaixar cupido nessa história.
      Estou pensando aqui...Querendo entender seu comentário. Seria por causa do Her? Paul trata a musica como uma mulher. Nâo usa 'it'. Eu não tenho como saber os motivos de Paul para isso, mas posso imaginar que se trata da licença poética e da licença musical também que sempre usavam. My baby don't care no Tickt to Ride. O correto é My ba by doesn't care. Mas na música não pegava bem. Ficaria sobrando uma sílaba.
      You have found it now go and get it...Não, não soaria bem. Him também não soaria bem. Teria de ser her mesmo. Isso confundiu até John que estava convicto que Paul cantava para ele dizendo que ele tinha encontrado Yoko e deveria conquiestá-la. Get her. Que Julian não tinha encontrado nenhuma namorada naquele tenra idade, então teria de ser para ele a música. Yoko tambem achava assim e costumava canta-la dizendo Hey John. rs rs rs. Mas se esqueceram que John não precisava de conquistá-la pois já estavam juntos! Now go and get her é que Paul não precisava falar para John.
      Agora vamos ver se entendi: Paul descrevendo a musica como uma mulher ele estaria aconselhando Juian a deixar essa mulher entrar no seu coração. E por esse motivo Paul estava se portando como cupido, incentivando o amor à musica. Seria esse o seu pensar? É bonito!

      Paul se refere à musica o tempo inteiro inclusive olhando o sofrimento do menino como musica. O que ele vivia era uma canção triste que ele devia modificar tornando-a melhor. Take a sad song and make it better...então deveria receber essa canção no seu coração e as coisa melhorariam. Paul sempre foi defensor da música como medicamento para nossas dores. 'A música cura', disse ele certa vez. Tratou de uma dor de cabeça ouvindo Elvis Presley. E eu tratei de uma enxaqueca ouvindo Paul cantando And I love her sem saber que ele já tinha feito o mesmo. A enxaqueca foi embora.

      E tem aquele documentário sobre o poder de curar da música que todos os fâs precisam conhecer. Paul participa dando aulas de musica para crianças autistas. É lindo ver Paul sentado no chão tocando violão com as crianças e compondo na hora para o garotinho Martin, quando recebe o vioão. Paul canta...Martin can play, Martin can play..." Gente, é muito lindo mesmo Procurem pelo video no youtube.

      Agora...gostaria de ter ouvido como seria a versão com a guitarra de George vetada por Paul. Estou ouvindo na imaginação e....gostando.

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      1. Verdade !!
        Até pq se todas as músicas fossem para os álbuns jamais teríamos as "músicas inéditas" dos compactos
        Eu enquadraria essa música como uma música de "esperança" q apesar de tudo estar dando errado o mundo sempre da voltas e tudo pode mudar para o bem ou para o mal...basta ter esperança e pensamentos positivos

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    4. Realmente eu não sabia da historia do músico que se recusou a ficar batendo palmas para a musica de Paul. Nem sabia que era uma música dos Beatles!:)
      Quer dizer que as pessoas nas arquibancadas não receberam o cartaz com na na na lá no Rio? Todos nós recebemos em Belo Horizonte. Que emoção ficar ali cantando com ele fazendo parte do show! Tem foto minha com meu cartaz na na na. Foi arrepiante.
      Cani, conhece a história de Caetano Veloso? Deve conhecer. Quando ele foi preso devia ter rádio onde ele ficou porque contou recentemente que algumas músicas ele sentia ser de azer...Mas quando ele ouvia Hey Jude ele se sentia cheio de esperança. E cantava junto o better better better...na certeza que seu problema passaria e tudo daria certo. Como de fato deu. Bem como você sente. É de esperança mesmo. Caetano até gravou a música no ano passado cheio de gratidão...Ficou super bacana. Saiu no documentário sobre ele...que nunca tive a chance de ver. Mas vi ele tocando e cantando Hey Jude.

      Eu soube que já existia uma música mais longa que Hey Jude quando ela foi lançada. Vi um debate sobre isso no Quora. Mas não me recordo que música era.

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    5. Fantástico
      Paula sempre acrescenta e muito aos já excelentes posts do Homero
      👏👏👏

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