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sábado, 17 de julho de 2021

I Saw Her Standing There, my heart boom!

 Esta canção abre o álbum Please Please Me, o 1º dos Beatles

a história do álbum, assuntos e canções, aqui neste LINK

É uma de 19 canções com Paquera de Garotas

                                        as demais 18 canções de mesmo Assunto e Classe, neste LINK

Atenção, canções com títulos em vermelho são links que levam a análises sobre elas.

1. I Saw Her Standing There  (Flirt Girl Song by Paul McCartney)

Paul convida: Bem, ela olhou para mim, e eu, eu pude entender que não tardaria muito para eu me apaixonar por ela. Ela não dançaria com outro (whooh) quando a vi parada lá  
 
A primeira canção do primeiro LP dos Beatles é uma paquera com uma menina de 17 anos que ele convida pra dançar e não vai entregar pra mais ninguém. A letra original falava 'She'd never been a beauty queen', mas Paul não gostou da rima, e John veio com a definitiva 'And you kow what I mean', muuuito melhor, até pelas segundas intenções de sexo com uma menor de idade, enfim. Esse diálogo aconteceu na casa de Paul em Liverpool, em algum dia de novembro de 1962, portanto, após o lançamento de Love Me Do, o 1º compacto dos Beatles. A canção tinha o título provisório de Seventeen, que era a idade de uma das garotas com quem Paul estava saindo, sim, ele saía com mais de uma... depois resolveram nomeá-la com a frase que termina os versos, quase um refrão por si só. I Saw Her Standing There era perfeita para abrir o LP até porque foi a PRIMEIRA canção efetivamente composta pela dupla Lennon/McCartney! Naqueles tempos, e só naquele primeiro LP, a dupla se assinava como McCartney/Lennon, mas a coisa reverteu, e adotou-se o nome que ficou para a posteridade. Ordem alfabética?

 
A estrutura da canção desde já mostrava uma prática de versos + pontes. E também uma prática que foi pouquíssimas vezes quebrada: a  composição dos Beatles terá, no mínimo, DOIS versos com letra diferente! Neste caso, foram, TRÊS. Em tempo, o termo 'Verso', musicalmente falando, não tem o mesmo significado da poesia. Em música, 'Verso' é o conjunto de frases que apresenta a melodia principal, e a ideia básica da letra. O Verso 1 conta como a garota capturou a atenção do autor, parecendo a ele sem comparação com qualquer outra que havia conhecido, e que ele garante que vai dançar com ela. O Verso 2 mostra a resposta do olhar dela e ele logo vê que iria se apaixonar. Aí vem a Ponte, aquele trecho de melodia diferente, que muda o nível de tensão, neste caso para cima (mas pode ser no sentido oposto), onde ele diz que seu coração estava explodindo quando cruzou o salão em sua direção e pegou-lhe a mão, e grita em falsete extremo sua satisfação. O Verso 3 mostra que ele já a conquistou e dançou com ela a noite toda! Depois, nos acordes dos versos, vem o solo de guitarra de George, que seria o primeiro de sua carreira, pois as cinco primeiras canções gravadas (Canções 1 a 4) até então não tinham solos. E, finalmente, o verso final repete ipsis literis o Verso 3.  
 
Como já falado na introdução para este álbum, os dois compactos já lançados com extremo sucesso, levaram George Martin a pedir mais 10 canções para completar um primeiro álbum, e eles só teriam um dia para completá-lo, e esse dia foi 11 de fevereiro de 1963. Os Beatles chegaram cedo, começaram a gravar às 10 da manhã. I Saw Her Standing There foi a segunda canção a ser gravada, antes do almoço. O 1º Take foi perfeito, mas decidiram seguir tentando melhorar, mas houve sucessivos problemas, ou de Paul que errava a letra, ou de John na harmonização. Nos Versos, John e Paul fazem harmonia vocal perfeita, mas a letra variou entre "She wouldn't dance" para "I'll never dance" ou "How could I dance", ou George não fazia um solo legal, ou mesmo Ringo se esquecia de um chimbal, enfim a coisa foi evoluindo até o Take 9, que saiu perfeito. Eles decidiram não almoçar, para continuar praticando outras canções, tomando apenas leite. Mais adiante, George Martin deu sua pitada, e chamou todos no final da tarde para baterem palmas sobre um playback do Take 9. Ficou bom, mas Martin achou que o Take 1 estava melhor, e então repetiu-se a operação das palmas sobre ele!
 

A canção foi muito tocada ao vivo pelos Beatles, inclusive, no começo, John tocava gaita na seção solo. Ela esteve no set list do histórico show no Washington Coliseum, o 2º do processo de conquista da América, em fevereiro de 1964, mas após junho daquele ano, outras canções tomaram seu lugar. Muito reproduzida ao longo das décadas, em shows, com destaque para o próprio John em sua antológica participação no show de Elton John, em New York, 1974, e por Billy Joel na reinauguração do Shea Stadium em 2008, também na Big Apple, e tal, mas nada supera o destaque mais recente que Paul McCartney deu a ela, cantando inteirinha numa festa de fim de ano corporativa da empresa de sua esposa Nancy Shevell, no final de 2019. Dispenso a piadinha sem graça que acompanhou dezenas de mensagens que recebi, com um texto de quem não sabia nada do que estava acontecendo, e dizendo tratar-se de um avô sem noção com sua netinha... ela que na época tinha 60 anos... neguinho tem que fazer graça... abominei! Olha que show, neste LINKRecentemente, eu descobri uma versão que tem que ser destacada aqui, do grande Little Richards, neste LINK.... parece até que ele assumiu a canção para ele. Que cantor!!

4 comentários:

  1. Não tem jeito. Eu penso em John standing there no palco no dia 6 de julho de 1957. E no impacto que Paul teve como ele mesmo revelou. Como é de Paula (mas não sabe) teve de ver alguns pequenos 'defeitos'. John não sabia a letra da música e inventava coisas até engraçadas como ' venha comigo para a penitenciária...".Pois é...John cantava bem uma música que era um convite: Come and go with Me. Penso sentir Paul pensando...'eu vou com você." Paul ainda percebeu que o violão de John não estava afinado corretamente. Mas adorou o visual dele ( the way he looks was away beyond compare), e decidiu que queria tocar com ele na banda. Na verdade, já gostava do visual dele pois já o tinha visto duas vezes antes, mas sem se aproximar. Ali vendo ele em pé no palco veio confirmação: o cara era boa pinta mesmo, com seu estilo teddy boy, seu jeito de se vestir e se pentear. Ele não queria mais tocar com nenhum outro desde que o viu em pé ali. Então ele atravessou a sala do salão paroquial e segurou nas suas mãos ao ser apresentado a ele oficialmente. Bem, Paul fez seu show mostrando que sabia cantar músicas com letras quilométricas sem errar e ainda o ensinou a afinar o violão. E John olhou para ele bem de perto ( claro que se acercou porque Paul notou que estava com bafo de cerveja) e Paul então soube que tinha encontrado seu parceiro ideal. John não comporia com nenhum outro desde então. Ah, John só tinha dezesseis anos, mas logo em outubro completaria 17. Gosto de deixar as coisas claras pois podem não entender. É fantasia minha, acho que combina e se mudassem a letra daria certo para celebrar aquele primeiro encontro com essa música. E eu vejo mesmo. Sabe aquela foto de John lá no palco? Quando a musica começa eu a vejo grandona na minha mente. Nunca vi nada nem parecido escrito em outro lugar, e claro que não se trata disso. Apenas coisa minha. Enfim, virou um clássico do rock com a mesma importância que um Blue Suede Shoes ou Tutti Frutti. Tanto que foi escolhida para se cantada por uma turma de peso quando eles deram entrada no Rock n Roll Hall of fame. ( Será que foi nessa data mesmo? Acho que sim). Já a escutei por cobras do rock por aí. E foi a última música interpretada num concerto por John. O concerto com Elton John. Como aquele concerto não foi filmado? Inacreditável. Mas tem áudio de toda a parte de John. Sobre Lennon/McCartney já comentei sobre isso. Pode ser simplesmente porque John era mais letrista que Paul. A ordem certa por lá para parceiros é essa: primeiro nome do responsável pela melodia e segundo nome pelo responsável pela letra. Não fica correto no caso deles porque John também fazia melodia e Paul também fazia letras. Mas Paul mesmo pedia suporte a John sempre no tocante a letras. Além disso, para meus ouvidos, soa bem melhor que MacCartney/ Lennon.

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  2. DePaula, Vou dizer que foi uma epifania sua... posso?

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  3. LOL..Pode,..tenho de rir. O risco de que alguns fãs não entendam e fiquem aborrecidos existe. �� Mas assumo o risco. Afinal não estou dizedndo que foi essa a intenção de Paul. Apenas que entrei numas.. Sim, uma epifania.

    Lembrei quando tudo começou. Eu estava lendo o livro O dia que John conhece Paul. Eu não sou muito de ler livros sobre os Beatles. Isso porque sinto que sacam muito. rs rs rs. Mas esse livro achei lindo. É poético. E o próprio autor informa que teve acesso a informações variadas que se contradiziam. Ele não está afirmando que as coisas se passaram daquele jeito. Ele usou de lincença literária, imaginando como estava o céu...descreve tudo desde o nascer do sol daquele 6 de julho.

    E ali fiquei sabendo que Paul chegou no fete quando John estava no palco cantando. Ele ficou vendo o show. E eu na hora vi a cena porque conhecia a foto. E veio na mente que he saw him standing there...

    A música entrou naturalmente compondo a cena.

    Depois li, não sei mais se foi no mesmo livro, que ele foi para o salão paroquial onde a turma estava e onde foi oficialmente apresentado a John. E eu.. when I crossed that room.. Comecei a me divertir com isso...

    Com certeza segurou na sua mão, pois foram apresentados. E aquele encontro mudou a vida de ambos para sempre. Se tornaram a parceria musical mais importante do século.

    Agora mais uma da lista de coisas coincidentes que vivo encontrando. No livro o autor fala no dia 6 de julho de 57 em outras cidades como Paris, Londres, Nova York, Tóquio. Nada parecido aconteceu.

    É que não buscou por Montes Claros. Porque aqui tivemos festa semelhante. Uma festa que começou no dia 3 e foi até o dia 9. Quer dizer que minha cidade estava em festa no dia 6. Uma festa de rua, com muita coisa na praça da matriz, com desfiles, e danças folclóricas. Era centenário da cidade. No dia 6 teve a eleição da Rainha do Algodão. Em Liverpool foi a Rose Queen. Tivemos baile também exatamente como lá tiveram o baile no salão paroquial. ��

    E eu desfilei de princesa...;

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  4. Comentários do Homerix sempre precisos... e os comentários da Depaula enriquecem o ambiente. Quem não sonha e viaja com Eles? Quem de nós não gostaria de estara lá, na festa da igreja, ouvindo o violão desafinado do garoto de Liverpool? Obrigado!

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