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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

You Like Me Too Much - 1ª dobradinha de George

 Esta é 3ª canção do Lado B álbum HELP! 

a história do álbum, assuntos e canções, aqui neste LINK 

É uma de 27 canções de Amor por Garotas

                                        as demais 26 canções de mesmo Assunto e Classe, neste LINK

Atenção, canções com títulos em vermelho são links que levam a análises sobre elas.


 10. You Like Me Too Much   (Love Girl Song by George Harrison)

George declara: '... dizendo que não haverá outra vez se eu não te tratar bem. Você nunca me deixará e você sabe que é verdade porque você gosta muito de mim e eu gosto de você
George Harrison estava num ano excepcionalmente produtivo. Após um 1963 e um 1964 que viram apenas uma canção do guitarrista (Don’t Bother Me, em “With The Beatles”), em 1965 ele produziu 4 (quatro) canções dignas de nota, que passaram pelo crivo do ‘compositores-chefe’, os imbatíveis Lennon/McCartney. Uma delas, inclusive, mereceu aparecer no filme HELP!, como falei aqui mais em cima (I Need You), duas viriam no segundo álbum do ano, em dezembro, e esta que ora vos descrevo. Ela esteve, inclusive, entre as finalistas para aparecer no filme, mas escorregou pra o Lado B.  
 
Em uma avaliação apressada de minha parte, classifiquei-a como Love Song mas, na verdade, está mais para uma DR. Afinal, ele reclama que ela o deixou de manhã, mas tinha certeza que ela voltaria de noite "'Cause you like me too much and I like you!". Ao final, a promessa/confissão "There’ll be no next time, I admit that I was wrong"  foi suficiente. Se foi realmente baseado em um episódio da vida real dele com a namorada Pattie Boyd, não há a certeza, mas é provável, afinal ele e os amigos davam muuuitos motivos, com a sequência de traições durante as excursões do quarteto, e elas sabiam disso. O fato é que George e Pattie acabaram se casando em janeiro do ano seguinte, portanto, o amor venceu, e vou deixar a canção classificada como Love Song. 
 
Musicalmente, ela veio ao mundo em 17 de fevereiro de 1965, a 2ª sessão de gravação para o futuro álbum. Foram 8 takes no total. Pra mim, o destaque absoluto vai para o piano!! Primeiro, na introdução fenomenal que é tocada por Paul (lembrem-se que eu falei acima que ele estava muito focado em seu aperfeiçoamento no instrumento). E ele pega o baixo no resto da base, que tinha o ritmo levado por George no violão, Ringo na bateria e John no pandeiro, especialmente forte nas pontes! Quando chega a sessão solo com os acordes dos versos ao fundo, a guitarra de George se embrenha num lindo duelo com o piano, desta vez tocado por Paul e George Martin, sentados lado a lado, em overdubs sensacionais. Brilhante! John assume o piano ao longo dos versos, com som incrementado por eco. Entendeu a importância do piano nessa canção? O instrumento teve três 'tocadores' na mesma canção, e o som alterado: além do eco citado, o hoje famoso Leslie Speaker foi acionado para o piano levado a quatro mãos que duelou com a guitarra. Os vocais vieram também em overdubs, George no lead vocal e John e Paul nos backing vocals, com o diferente detalhe de que a harmonia grave aqui é de Paul, nas vezes em que George canta o título da canção e nas pontes!
 
Aliás, falando em ponte, George inova, fazendo com que ela seja um complemento à última frase do verso anterior, ao mesmo tempo que introduz o verso seguinte. Explicando melhor: o Verso 2 termina com "and I like you." E vem a ponte e complementa a frase com "I really do... ", ela segue, e finaliza com "...if you leave me", mas aí vem o verso 3 pra terminar a frase "I will follow you... " Genial! Seus geniais companheiros letristas nunca haviam feito isso! Apesar de ensinar essa lição aos super-maiorais, ele mostra que aprendeu duas outras: 1. A não repetição – os três versos são diferentes entre si e 2. As rimas que chamaríamos  ricas em português, na grande maioria das vezes: "true" com "you" e com "do", "nerve" com "deserve", "wrong" com "belong", "right" com "tonight". Um primor!! Parabéns, George!!   
 
Para terminar, nem pensar, claro em tentar tocar You Like Me Too Much ao vivo, né. Impossível Paul estar no piano E no baixo ao mesmo tempo! E nem pensar também que americanos e brasileiros pudessem ouvi-la como foi lançado no oficial britânico, ela não fez parte do álbum HELP! lançado nos EUA e no Brasil, com o detalhe que os gringos a ouviram antes mesmo dos ingleses, num álbum chamado Beatles VI . No Brasil foi relegado a mais um daqueles EPs com 4 canções. Vou deixar aqui o LINK da original, porque há que se admirar aqueles três pianos a seis mãos.

4 comentários:

  1. E ainda não tinha desandado. Estava começando a desandar. A partir de 66 ninguém podia mais segurar o menino que parecia inspirado vinte e quatro horas por dia.
    Adorável You Like me Too Much.

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  2. POis é...deve ser mesmo problema de videos "remastered". Não dá para ouvir bem o que você adorou: o instrumental...o piano a tres mãos. Até que dá para ouvir ,..ao longe...quilômetros de distancia. Busquei outro video que está perfeito. Não é remastered.

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  3. Sou ouvir novamente só para prestar atenção nos pianos... muito bom.

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