Esta é a 5ª canção de A Hard Day's Night, o 3º LP dos Beatles
a história do álbum, assuntos e canções, aqui neste LINK
É uma de 27 canções de Amor por Garotas
as outras 26 canções de mesmo Assunto e Classe, neste LINK
Atenção, canções com títulos em vermelho são links que levam a análises sobre elas
5. And I Love Her (Love Girl Song by Paul McCartney)
Paul declara: "Eu dou a ela todo o meu amor. É tudo o que eu faço. E se você visse o meu amor, você a amaria também. Eu a amo"
Escalada para o filme A Hard Day's Night, And I Love Her é a primeira canção de Paul no álbum com a trilha sonora, após quatro de John (uma delas cantada por George), e também a primeira balada da carreira do Cute Beatle (ele detestaaava a alcunha!), iniciando uma sequência de canções românticas que seguiria com I'll Follow The Sun, Yesterday, Michelle, Here There And Everywhere nos álbuns seguintes, o que o alçaria ao título de maior baladeiro dos Beatles, mas era um jogo que naquele momento estava empatado, afinal John fizera o primeiro gol com If I Fell, outra linda balada duas canções antes, no mesmo LP.
Paul havia feito apenas três versos para a canção, nos dois primeiros apresentando seu novo amor e, colocando inveja nos amigos, chega a ter uma conotação sexual "She gives me everything", porém "tenderly". No 3º, brilhante, verdadeira poesia, inverteu a ordem natural das frases, colocando o objeto na frente do sujeito, "Bright are the stars that shine" e "Dark is the sky", e ainda usou rimas ricas, como as definimos em português, rimando com "mine" e "die". Destaque para a colocação do nome da canção terminando os Versos 2 e 3. O 1º termina com a declaração "I love her". O "her" em questão muito bem poderia ser Jane Asher, com quem começara um relacionamento que duraria quatro anos, inclusive ele já morava no sótão na casa dos pais dela, em 57, Wimpole Street. "She was almost seventeen ... you know what I mean...". Aliás, ela tinha mesmo 17 quando Paul fez a canção... ou quase. Foi naquele sótão que ele fez a canção, em um dos quatro dias de fevereiro que ficou em casa, entre as duas missões de conquista do mundo, na França e nos EUA. Paul garante que não era para ninguém em específico. A canção receberia também uma ponte, entre os Versos 2 e 3, que veio já no estúdio, em meio às gravações, que resumo a seguir. Jane teria outra canção inspirada nela, no Lado B do álbum, Things We Said Today. Ela foi motivo de inveja mundial, enquanto durou seu relacionamento com Paul.Foram três sessões necessárias para finalizar a canção, sendo 3 três takes no dia 15, mais 17 takes no dia 16 mais dois takes no dia 17 de fevereiro de 1964, e tudo acabou com quatro diferenças em relação aos primeiros takes, (i) George deixou de lado sua guitarra Rickenbacker 12 cordas e, no violão fez o brilhante riff de introdução, que Paul elogia até hoje, e ele volta na conclusão, (ii) John aceitou o desafio do editor Dick James de tornar a canção menos repetitiva, chamou Paul para tomar um chá e elaboraram a ponte, de oito compassos ("A love like ours should never die as long as I have you near me") e, finalmente, (iv) Ringo deixou a bateria e ficou só nos bongôs. Note que, na ponte, aqui sim justificando a alcunha de "middle eight", por ter 8 compassos, trazida por John, há uma mudança da terceira pessoa ("her") para a segunda pessoa ("you"), dirigindo-se à própria garota. Houve também a decisão de subir meio tom a partir do solo de George e que seguiu na repetição da ponte e do verso final, e a inclusão posterior (overdubs) de clavas, ajudando na levada latina da canção. John ficou o tempo todo no cha-kun-dun no violão. George também foi fundamental no delicado arpejo nas cordas agudas de seu violão, a partir do segundo verso!Na cena do filme (neste LINK), Paul está num tablado, John sentado ao fundo, George leva seu perfeito violão com uma perna sobre o tablado e Ringo firme em seu atabaque, quase escondido pela bateria sem uso! Paul e George têm ótimos closes! Nosso (muitos amigos torcem o nariz para o título, mas pra mim, é) Rei Roberto Carlos teve a oportunidade de gravar a canção no mesmo Estúdio 2, veja neste LINK.
Análise ampla e minuciosa desse clássico dos meninos. A diferença entre um take anterior da canção deixa visível o aprimoramento técnico nas sessões de gravação. Não sabemos se George Martin deu pitacos, mas o ritmo, com o bongô, fez algo novo na música. O violão de nylon de George torna tudo mais macio, com seu dedilhado elegante,além do riff (como você comentou) sempre elogiado pelo Paul.
ResponderExcluirQuando vi o filme, reparei que colocam John e seu violão com acordes fora de lugar. But, who cares? Ver, no filme, os Beatles "ao vivo" era algo mágico!
É uma aula de bom gosto e genialidade dos 4 meninos de Liverpool. Eternos para sempre. Homero sempre genial em suas colocações. Também vi a gravação de Roberto Carlos que teve um romantismo especial. A música música um pouco mais lenta, porém não tirando a beleza dela. Parabéns Homero por mais essa magnífica aula.
ResponderExcluirAcho que nem preciso dizer que fico muito grata a você pelos detalhes durante as gravações, sempre com novidades para mim. E cada uma das canções me leva a uma situação particular.
ResponderExcluirAqui me vejo com certa dor de cabeça...resolvo ouvir os Beatles antes de tomar um medicamento. A dor de cabeça passa completamente quando eu ouço And I love her.
Curiosamente Paul fez o mesmo ouvindo Elvis Presley. Também ficou livre de uma dor de cabeça com musica. Na voz de Elvis.
Eu penso em boleros quando a ouço. Até o bongô é coisa de bolero. Paul gostava do estilo, foi ele que incluiu Besame Much no repertório deles. Claro que é um bolero pop estilo anos sessenta. Mas é bolero mesmo assim. Amo.
Jà contei como percebi que era beatlemaníaca. Eu era e não sabia. Mas no cinema ouvindo os primeiros acordes de A Hard Day's Night a ficha caiu. E foi também ali no cinema que me vi, de repente, apaixonada. rs rs rs. Descobri meu príncipe encantado na pessoa de Paul McCartney bem quando cantava And I love Her. Sabe aquela hora mais no final quando vem a sombra e vemos seu perfil? Fiz que nem Branca de Neve. " Meu Principe Encantado"...Pena que ele não resondeu "Branca de Neve"...Foi como se ele tivesse cantado aquela música que eu amava desde meus quatro anos. "Essa canção que eu canto, fala só de você..." A Canção do princípe.
Mas naquele tempo éramos fans de todos. Não havia essa feiura de hoje de escolherem apenas um e falarem mal dos outros. Juro que não entendo como algúem pode ser fã...mas detestar John, ou detestar Paul, ou George e ainda achar que Ringo era zero à esquerda. Para mim isso não faz o menor sentido. Se eu gosto dos Beatles tenho de saber que todos se complementavam.
Enfim, Paul era meu príncipe, mas todos eles moravam no meu coração do mesmo jeito. E todos os fâs meus amigos eram assim. Podiam ter um favorito, mas jamais menosprezando os outros.
Chega 2014. E a chance de ver Paul in concert pela primeira vez, em Brasilia DF. Incrível ver meu principe ali no palco. Eu não posso afirmar, mas tenho quase certeza absoluta que foi exatamente quando ele cantava And I love her que fiz algo inesperado. Algo não planejado. E se tivesse planejado não o faria. Quando me dei conta já estava gritando: Paul, I love you!
Pois ele ouviu não sei como. Eu nem estava assim tão perto do palco e tammbém não muito longe. Mas ele olhou para o lado onde eu estava e respondeu também gritado: I love you too!
Sentiram? Eu trago o amor de Paul dentro de mim desde então. E para sempre. He loves me yeah, yeah, yeah... Que energia maravilhosa, curativa, milagrosa. Quão grata sou. :)
Eu com minhas voações imagino Paul cantando para John a fim de que ele aceitasse Jane, que também a amasse, ou gostasse dela. É sabido que John fez brincadeira de mau gosto quando foi apresentado a ela. E nunca a tratou bem. Daí me pego vendo Pàul dizendo a John que ela a visse ( com os olhos dele) também a amaria. Ele a ama.
ResponderExcluirJohn teria feito o mesmo muitos anos depois pedindo a Paul que não o deixasse down...e entendesse a presença de Yoko. Eu viajando, viu? Nunca li nada sobre isso em lugar algum.
Não entendi bem sobre a ponte. Foi composta por John? Tomaram chá juntos e...John entrou com aquela parte? Ou apenas sugeriu e Paul mesmo fez tudo? Porque se foi John quem fez a letra...seria a resposta. Pronto. Já estou voando de novo. Mas isso explicaaria a mudança do her para you. Como é uma música romantica o clima romantico permanaceu. Mas seria John dizendo,"tudo bem, Paul. Vou aceitar Jane numa boa desde que você continue meu parceiro, não comece a pensar que ela é mais importante. Nossa pareceria não vai morrer As long as I have you near me. Epa, voei alto demais dessa vez.
Bom deixar bem claro que George não apenas fez o brilhante riff. Porque hoje em dia resolveram que fazer é o mesmo que tocar ou cantar. "Eu fazer agora uma música..." diz o cantor durante o show. Então podem pensar que George apenas tocou o riff. Mas é de autoria dele! Criou na hora! E se tornou algo essencial na música. Sem a introdução não seria a mesma coisa como Paul está sempre dizendo.
Clquei para ler sobre Tell my why e ..voltei para And I love her!
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