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sexta-feira, 25 de outubro de 2019

CeL - Do Vinho para a Água

Capítulo 16

Do Vinho para a Água
Este é um mais um Capítulo do Projeto 

Capítulos anteriores:

Intro 1:  A terra do rock
Capítulo 1: CeL - Hyde Park
Capítulo 2: CeL - Abbey Road
Capítulo 3: Cel - Na Academia, a visão
Capítulo 4: CeL - O Curso

Capítulo 5: CeL - Albert Hall, Regent, Oxford, Picadilly
Capítulo 6: CeL - Logradouros Project
Capítulo 7: CeL - Animals sem o porco
Capítulo 8: Cel - Beatles Walk
Capítulo 9: CeL - Tate Modern

Capítulo 10: CeL - London Eye
Capítulo 11: CeL - The Famous Square Mile
Capítulo 12: CeL - Mais Beatles Walk
Capítulo 13: CeL - East End - A Broadway Londrina
Capítulo 14: CeL - Farewell Dinner Turma Mini MBA
Capítulo 15: CeL - Australian Pink Floyd
Capítulo 16: CeL - Do Vinho para a Água


Novamente, não se trata de mais um show ou espetáculo, apenas o sentimento de quem parte de Londres para ir para Lagos (ao menos, a inicial é a mesma!), a capital da Nigéria. Acordei às 3:45 da manhã para pegar um táxi para o Aeroporto de Heathrow. Não poderia pegar o metrô como fiz na chegada, pois estava fechado. A segunda opção mais barata seria um táxi até Paddington e um trem expresso até o aeroporto, que custaria cerca de 25 pounds, porém, o primeiro expresso sairia somente às 5:15, insuficiente para a hora do vôo, 7:05. 

Ficheiro:Black London Cab.jpgEntão, “vou de táxi, cê sabe, tava morrendo de saudade!”, como já dizia a sábia Angélica. E, na verdade, estava mesmo, não havia ainda usado este tradicional meio de transporte londrino nesta minha passagem por lá. Infelizmente, porém, também está acontecendo a modernização: little by little, os antigos táxis pretos, de formas arredondadas, estão sendo substituídos por modelos mais modernos, aquilinos, cada vez mais coloridos, que lástima! Os táxis vinham mantendo sua tradicional forma desde a segunda guerra. A fábrica continuava produzindo novinhos em folha, 0 km com o mesmo charmoso formato. Os táxis novos, como o que peguei, ainda continuam com aquela magnífica cabine, confortável para 5 passageiros sentados de frente uns para os outros, com muito espaço para malas entre eles, o motorista isolado por acrílico grosso. A corrida foi de 50 pounds, + 6 de “handling fee” por ter que pagar com cartão de crédito, pois não tinha pounds suficientes. Adorei a expressão que o motorista falou quando foi bem sucedido na obtenção do recibo de cartão de crédito com aquele aparelhinho manual: “It came lovely!” . E finalizou com o tradicional: “Thank you very much, indeed!”. É legal como eles indeedeiam o thankyouverymuch na Inglaterra, isto não acontece nos USA.

Resultado de imagem para suffragette ladies englandBem, na primeira perna do vôo, tirei o atraso do sono, 100 minutos até Frankfurt (fotos neste link): nem senti o avião decolar, nem vi o serviço de bordo passar. Na segunda perna, para Lagos, aproveitei para ler as últimas 100 páginas de meu querido livro “Londres, o Romance”, só parando para comer e beber. Depois, farei um comentário sobre este magnífico livro. Um dos episódios que mais gostei no vôo foi o das Suffragette Ladies (Mulheres pelo Voto), que brigavam pelo direito de voto feminino no fim do Século XIX, começo do Século XX. Cansadas de tentarem convencer parlamentares e realeza pela palavra e pela abordagem educada, da injustiça que era deixarem as mulheres de fora do processo democrático, estas bravas mulheres partiram literalmente para a porrada, quebrando vitrines de loja, fazendo barulho. A repressão foi forte: elas eram presas, na prisão faziam greve de fome e eram alimentadas à força por tubos enfiados por suas gargantas. Houve mesmo mortes, uma delas, atropelada por cavalos reais. Houve uma passeata memorável em 1911, com mais de 7 quilômetros de mulheres pacificamente bradando por seus direitos mas só conseguiram seu ideal por um singelo motivo: falta de homem! Isso mesmo! Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), homens ingleses estavam no continente europeu, guerreando, morriam aos borbotões, poucos ficaram para fazer o serviço normalmente masculino. As mulheres pegaram no pesado, trabalhando de motoristas, de atendentes, em fábricas de munição, em estradas de ferro e, finalmente, o governo reconheceu seu valor em 1917. 

Bem, acabado o livro, preenchi os formulários de imigração e me lembrei da mensagem padrão que recebi, assim como todos os viajantes da empresa para a Nigéria e a li novamente, para saber as instruções de chegada. É de autoria do nosso Gerente Geral e, entre outros conselhos, diz: 
“Se, por acaso, você não tiver sido encontrado (por um agente da empresa) depois de passar pelo check-out de bagagens, não saia do aeroporto em hipótese alguma. Da mesma forma, nem pense em pegar um táxi, pois correrá risco de vida (sic).”
Depois, uma declaração deveras tranqüilizadora: 
“A malária é uma doença endêmica na África, e pode se manifestar em duas formas: malária recorrente, tipo amazônica, e malária do sangue, conhecida como malária cerebral. A malária cerebral é a mais comum na Nigéria, e pode matar, por hemorragia no cérebro, em até 72 horas.” 

Nada mal, o avião já estava em procedimento de descida e nada mais poderia fazer, senão rezar!

Próximo Capítulo

Capítulo 17: CeL - This is Africa

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