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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Mini MBA - Financial Awareness


CWC - Oil & Gas Mini MBA
Londres - Abril de 2005


Os Capítulos (links)

2. Essential Financial Awareness - Este

Não vou aqui ficar descrevendo as técnicas aprendidas neste módulo. Prefiro me concentrar no modo como foram apresentadas. O professor Chris Dickins é contador por formação, trabalhou na indústria (já foi diretor) e no mundo acadêmico (já foi reitor) e hoje é consultor e professor de finanças ao redor do mundo. Sua técnica didática é toda baseada na necessidade de desmistificar a fama de que Finanças e Contabilidade são ciências herméticas, difíceis de serem entendidas por simples mortais como os engenheiros, os geólogos e técnicos em geral. E nisso, ele foi um mestre!

Ele é ciente que, num mundo competitivo, um profissional, seja de que área for, tem que ter um mínimo entendimento dos aspectos essenciais daquelas duas ciências. Toda empresa, por mais técnica que seja, tem seu desempenho traduzido em números e depois organizado na forma de relatórios financeiros. O principal objetivo deste módulo é fazer com que os alunos desenvolvam alguma capacidade de ler e avaliar estes relatórios, de forma a retornar para suas empresas como um gerente melhor equipado para produzir melhores resultados, sem muitos traumas.

Chris foi perfeito ao apresentar fontes de financiamento e suas aplicações e usos, dando o caminho para se entender a estrutura de um balanço, seu passivo e seu ativo. Insistiu na essencial noção de que uma empresa é uma pessoa jurídica distinta dos provedores de capital, daí explicando definitivamente porque o lucro no final do exercício é um passivo, não um ativo! Passou de forma suave a explicar o segundo relatório financeiro importante: a demonstração de resultados, e a migração entre eles: isto é uma despesa ou um investimento, um lucro ou um exigível. Clarificou o conceito de tangível e intangível, a noção de depreciação e amortização, aproveitando a deixa para introduzir a diferença entre caixa e lucro: caixa é fato, lucro é uma opinião. Segundo ele, um bom contador (ou do mal!) pode produzir o resultado que seu chefe quiser, o que não se pode esconder é o caixa, em suas diversas formas, que é o que realmente diz se a empresa está saudável ou vai quebrar. Apresentou uma notável analogia com uma banheira da água com a demonstração de resultados: o nível d’água é o valor da empresa, balanço entre o lucro (líquido!!!) que vem da torneira e a soma de impostos, juros, depreciação e amortização que saem pelo ralo.

Depois, passeou pela determinação do WACC, a relação entre Debt e Equity, alavancagem financeira. E, pena, espanou a tradicional pergunta: como se determina o Cost of Equity? Disse que, no MBA de verdade, dedicam dois meses só para isso.... vou ter que aguardar o meu!

Depois, os tradicionais exercícios de elaboração de balanço: “Abra-se uma empresa com 100 de capital, compre-se um edifício por 80, pegue 60 emprestados num banco e coloque no caixa....”. Depois para a demonstração de resultados e caixa: “Compre matéria prima para produzir, produza seu produto por 10 e o venda por 20 com 2 meses para receber” e assim por diante.  Faz muito tempo que não fazia um exercício teórico, posso estar sendo parcial e afetado pelo momento mas, sinceramente, não me lembro de ter sido assim tão claro. 

Passou por valor do dinheiro no tempo, taxa interna de retorno, tudo aquilo que sabemos de cor. Aplicações à indústria de petróleo, suas particularidades, sem novidades para mim, mesmo assim, proveitoso.

Isto tudo, sem contar seu excelente bom humor, foram dois dias perfeitos.



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