Lá nos idos de 2012...
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Alguns sabem, outros não! Faço parte de um grupo de beatlemaníacos de minha empresa que se reúnem toda 4ª-feira para conversar sobre o assunto que nos une, durante o almoço. Liderando o grupo está o Renato, emérito colecionador, de quem já falei algumas vezes (ele tem 5.000 discos dos Beatles!!!). E sempre recebemos sua mensagem convocatória, com a programação do encontro. A convocação de hoje foi sensacional! Não resisti e divulgo pra vocês!
Uma verdadeira aula!
Prezados amigos
Confirmando o nosso almoço beatle imperdível de hoje no restaurante Cantinho do Senado.
Se não houver nenhum contratempo, teremos no almoço de hoje a presença da Renata. Eu e o Haddad a conhecemos na 6ª feira passada. Ela é uma jovem muito simpática, e se prontificou a nos contar como foi o seu relacionamento com Sir Paul McCartney durante o ano de 2008.
Para incrementar ainda mais o nosso almoço de hoje, estou trazendo para mostrar para vocês, um dos discos que eu mais curto da coleção.
Antes de falar do disco, é necessário fazer algumas considerações. Que eu já havia feito ao vivo na semana passada, mas vou repetir, pois tivemos 3 ausências:
Antigamente (não sei se atualmente é assim), as gravadoras lançavam várias edições (prensagens) de um disco oficial de um artista, principalmente se o artista tinha muito sucesso, como era o caso dos Beatles.
Isto ocorria porque com os recursos de informação disponíveis na época, era muito difícil para uma gravadora prever antecipadamente o nível de vendagem de um disco, aliado ao fato da indústria fonográfica na época não ser tão abastada de recursos financeiros, como veio a acontecer posteriormente.
Dependendo da gravadora e do tempo que o disco se mantinha em catálogo, estas várias edições podiam apresentar diferenças entre si, quer seja nos detalhes da capa, quer seja nos detalhes do selo, no caso dos discos em vinil.
Isto se torna importante para os colecionadores, porque naturalmente eles procuram adquirir para as suas coleções, o exemplar de um determinado disco que é considerado uma edição original, ou seja, a mais antiga de todas.
Só que a definição de “versão original de um disco” não é uma coisa tão simples assim.
Alguns colecionadores consideram como originais todas as edições lançadas, desde a primeira até a última em que o disco ficou consecutivamente em catálogo.
Para outros, as edições originais são todas as lançadas desde a primeira até aquela em que se deu uma significativa alteração em alguma parte do disco (capa, selo ou repertório), mesmo que o disco em questão ainda se mantivesse em catálogo. Eu particularmente sou adepto deste entendimento.
É bom destacar que na maioria das vezes, os colecionadores não têm a menor noção de quantas edições (prensagens) um disco tem. Aqui no Brasil, em razão da bagunça que vigorava nas nossas gravadoras, esta afirmação é mais do que verdadeira.
Em alguns casos, onde se consegue identificar pequenas diferenças nas prensagens, nem sempre é possível saber qual é a primeira, a segunda e etc...
Às vezes, é possível. Como exemplo, no almoço da semana retrasada, eu trouxe 3 versões diferentes do primeiro single dos Beatles lançado no Brasil (From me to you / Please please me), que graças às informações contidas nas contracapas, foi possível definir a ordem de prensagem das 3 versões, todas elas consideradas originais por mim.
Porém lá no exterior, principalmente na Inglaterra e nos Estados Unidos, já é mais fácil para um colecionador obter as informações relativas às diferenças entre as diversas prensagens de um determinado disco.
Mesmo assim, é natural que dentre todas as versões originais de um determinado disco (qualquer que seja o critério utilizado), a edição mais visada é aquela que corresponde a primeira prensagem, se for possível identificá-la.
Eu dei esta confusa e longa explicação para dizer que eu estou trazendo para mostrar a vocês no almoço de hoje, a primeira prensagem, da primeira edição, do primeiro álbum dos Beatles lançado na Inglaterra, exatamente no dia 22 de março de 1963, que foi o álbum Please Please Me (inclusive com a capa interna original).
Vocês também vão conhecer a sutil diferença que existe entre a primeira e a segunda prensagem (estou trazendo uma foto da segunda prensagem para vocês fazerem a comparação) do álbum Please Please Me, ambas lançadas em 1963.
Na verdade, o teste de hoje é a descoberta da diferença entre as duas prensagens (não precisa ser beatlemaníaco ferrenho para acertar, pois depende somente de observação). Quem descobrir primeiro a diferença será declarado vencedor, e se ainda por cima, o vencedor conseguir dar uma justificativa convincente do motivo que levou a EMI/Parlophone promover a alteração, vai ser condecorado como beatlemaníaco-mor.
Com relação ao álbum Please Please Me, álbum pouco comentado, até onde eu sei, foi o álbum dos Beatles que mais semanas consecutivas permaneceu em 1º lugar nas paradas na Inglaterra (30 semanas), ficando mais de 70 semanas entre os TOP 100.
Para não ficar só no Please Please Me, estou trazendo também a segunda prensagem da versão original do segundo álbum dos Beatles (With The Beatles), lançado na Inglaterra em 22 de novembro de 1963 (a primeira prensagem traz dois erros no selo).
Vocês vão poder conferir a diferença enorme que existe entre o modelo dos selos do Please Please Me e do With The Beatles, o que faz com que a 3ª prensagem do Please Please Me, lançada ainda em 1963, e que eu também estou trazendo, deixe de ser considerada uma edição original pelos colecionadores, por já trazer o novo modelo de selo (igual ao do With The Beatles original) utilizado pela Parlophone.
Espero a confirmação de vocês, ok.
Abraço
Renato
Show, né?
Em tempo, a Renata mencionada, não é a minha filha, claro. É uma profissional de comunicação que estava cuidando de uma reportagem com a gente e contou que há uns anos era garçonete em New York de um restaurante veggie que o Paul frequentava, depois que todos saíam. Certamente, ela tem histórias a contar.
Abraço
Amigo Homero
ResponderExcluirFico muito honrado em ser mais uma vez mencionado no seu blog, que é leitura obrigatória para mim, de uma forma tão bacana. Me pegou de surpresa.
Você sabe que é um prazer enorme para mim dividir com o nosso grupo, as informações que eu conheço sobre a banda que a gente tanto curte, e também mostrar o material dos Beatles que certamente poucas pessoas conhecem.
Grato sinceramnte pela homenagem.
Homero,
Excluirmuito legal você ter percebido que a convocação do Renato daria um ótimo post.
Parabéns pela percepção!
Como o Renato menciona no texto, pode até existir a data do lançamento de um disco, mas dizer QUAL é que é a primeira edição de um disco em muitos casos é praticamente impossível. Mesmo trabalhando em uma gravadora....
Abs,
Ricardo Haddad
Já colecionei plásticos, chaveiros e até tampinhas de garrafa. Estas coleções não existem mais, mas eram realmente impressionantes e, na época, eu tinha bastante orgulho delas. Hoje, entretanto, é que vejo o que é ser um verdadeiro colecionador "profissional". Não tanto pelo tema da coleção, mas pela dedicação, pela satisfação e pelo prazer em compartilhar. Parabéns ao Renato por esta merecida homenagem do Homerix.
ResponderExcluir
ResponderExcluirHomero: 10 para você!. Renato, para você, apenas 11!
Abraço,
Ribor50
146529
Beleza! Esse Renato, mega colecionador dos Beatles, certamente merece ser seu guru. Além de tudo, deve ser um papo muito agradável, com muita história acumulada ao longo dos anos.
ResponderExcluirÉ bom conhecer a primeira prensagem, da primeira edição, do primeiro álbum dos Beatles - _Please please me_ lançado, na Inglaterra, em 22 de março de 1963; sem falar na Renata, garçonete que atendia Paul, depois que todos saíam do restaurante veggie frequentado por ele. Por enquanto, não posso passar no teste de saber a diferença da capa da primeira prensagem em comparação às seguintes. Vou pesquisar, depois eu digo. Vale quanto? - um cafezinho no Edifício Central, pós pandemia?
Caramba!!! Deve ter sido muito legal fazer parte desse grupo
ResponderExcluirParabéns a todos