Esta canção é a 2ª do LP Let It Be, o último lançado pelos Beatles
a história do álbum, cenário, assuntos e canções, aqui neste LINK
É uma de 8 canções com um Histórias na Primeira Pessoa
as demais 7 canções de mesmo Assunto e Classe, neste LINK
Atenção, canções com títulos em vermelho
são links que levam a análises sobre elas.
2. Dig A Pony (Group Speech Song by John Lennon)
John provoca: " A-ha-ha-ha-ha, faço um brinde, pois você pode imitar quem você conhecer! Sim, você pode imitar quem você conhecer! Eu disse assim! Tudo o que eu quero é você. Tudo pode acontecer como você quiser!'
John celebra a liberdade, dizendo a seus amigos (O Grupo) que eles podem fazer o que quiserem, e no caso do trecho escolhido, podem imitar quem vocês quiserem. Bem, o título significa 'Fazer um brinde' mas, mais especificamente, entornar aquele shot de uma bebida forte, tequila, por exemplo. Eu escolhi esse trecho porque eu não posso deixar de associá-lo a um recado a Mick Jagger, já que ele começa o verso com 'I-ha-ha-ha-hai roll a stoney' e havia essa fama de que os Stones imitavam os Beatles, e tal. Bem, ao longo da letra ele também incentiva a 'apontar o dedo pra o que quer que você veja', ou 'você pode irradiar tudo o que você é' e outros, além do refrão que diz 'Tudo tem que ser exatamente do jeito que você quer que seja!'. Aliás, antes disso ele coloca um 'Tudo o que eu quero é você', o que indicaria que ele se referia a Yoko, aliás, também o verso onde ele fal que pode penetrar o que quiser tem exatamente essa conotação que você pensou. Sexo, mesmo!! Porém eu tenho a firme convicção de que é uma Group Speech Song! Musicalmente, o riff de entrada é sensacional, tem Billy Preston, companheiro das sessões do Projeto Get Back no piano elétrico, backing vocals perfeitos de Paul e George, e o destaque supremo de fazer parte do set list das canções que foram tocadas no telhado, na última apresentação ao vivo dos Beatles! Não é pouco, não!
Apesar de John desprezar a letra, ela tem muitos atrativos, além dos já citados. Primeiro, a estrutura: são 6 versos diferentes (regra Beatle obedecida!), entremeados dois a dois com um refrão (além de um verso instrumental). Depois, a rima entre os 6 versos, com a escolha dos verbos da principal ação de cada um, veja se não: 'celebrate', 'penetrate', 'radiate', 'imitate', 'indicate', 'syndicate', verdadeiro deleite, não? Finalmente, note que os versos pares, que introduzem o refrão, terminam com verbos que rimam com sua frase inicial 'I told you so!', veja, no Verso 2 com 'any place you go!', no Verso 4 com 'everyone you know!', no Verso 6 com 'any boat you row!', arrasou, não? Além, mais uma, da rima rica no refrão, do pronome 'you' com o verbo 'to', sim, porque ele introduz o verbo 'to be'. Adoro essas coisas!
E vamos à música! Apesar de John trazer Dig A Pony logo no primeiro dia do Projeto Get Back, ali ele a tocou uma vez, solo, depois chegou Ringo e depois George, mas não houve um ensaio pp dito. Paul viu a canção pela primeira vez no dia 7, até tentou engajar-se mas nem tanto assim, John até ficou chateado. Os dias foram passando, George saiu dos Beatles, e os outros 3 chegaram a tentá-la, mas nada sério. Demorou pra engrenar! No primeiro dia da volta de George, mais algumas tentativas, e aquela fala introdutória de John que acabou abrindo Two Of Us no disco. O dia 22, entretanto foi quando hpuve um número considerável de ensaios da canção, foram 24, e uma delas sobreviveu e foi lançada no Anthology 3, veja neste LINK, quase pronta. Mais um par de vezes nos quatro dias seguinte, o dia 28 viu outros 6 ensaios sérios de Dig A Pony, o suficiente para colocá-la no sel lista do show no terraço, o que foi decidido no dia seguinte, o que a colocaria para a posteridade, apenas 5 canções tiveram a honra de vir ao mundo no último show ao vivo dos Beatles, e o primeiro em 30 meses. Dig A Pony foi tocada apenas uma vez, à perfeição, aquela valsa, aquele riff inicial tocado por John e George nas guitarras e tabém por Paul no baixo, Ringo, no pratos e tom-toms, entram Pau e George cantando 'All I want is...' e vem John no vocal principal 'I-ha-hi-ha-hi dig a pony for you can celebrate anything you want...' e depois o Verso 2, onde já aparece Paul harmonizando no pronome estendido, e também depois ao longo do primeiro refrão, e o esquema se repete nos outros dois pares de versos e refrões, sempre impressionando a precisão e beleza do riff introdutório que se repete nos ouros refrões e também na conclusão. Magnífico!
Ah, sei não. Sérias dúvidas que toda vez que ele falava you tinha de ser sempre para Yoko. Mas se nesse caso ele realmente se referia a ela tudo o mais era para ela antes dessa frase. E mostra algo apavorante...tudo teria de ser do jeito que ela queria. Estaria revelando que já tinha perdido sua identidade e ela estaria no comando? De fato isso aconteceu, mas penso que foi mais após o casamento. Isso sou eu pensando, querendo entender o mistério. Há possibilidade que essa música nada tenha a ver com ela.
ResponderExcluirTambém não sei se penetrate aí signifique necessariamente sexo. A menos que ele tinha dito que sim.
Não sei, eu gosto de pensar neles como meninos mais avançados. Sempre me pareceram assim. Mas eu posso estar enganada, e eram como a maioria só pensando 'naquilo' o tempo todo.
John foi muito influenciado pela geração Beat que gostava de usar palavras com vários sentidos e algumas só para causar polêmico. Quero crer que seja o caso desse penetrate. Há outros sentidos de penetrar além de sexo.
Ei, você escreveu 'Paul John provoca". Paul John. Sei que pensava apenas em John porque a letra é toda dele, penso eu. Paul entrou aí por qual explicação? rs rs rs.
Bom, a música é ótima, mas dizer que música dos Beatles é ótima é pleonasmo.
A entrada dessa canção é fantástica, toda quebrada e feita ao vivo. ELES eram capazes de pegar alguma concepção individual simples (Octopuss Garden, Maxwell Hammer, por exemplo) e deixarem obras-primas. Concordo com depaula: John era um poeta concreto, sons e rimas com valor em si. Os versos do Walrus merecem estudo fonético/poético.
ResponderExcluirVendo a banda fazer essa cancão no Rock no Telhado, com a irmandade e parceria que mantiveram apesar das DRs, emociona.
Também não creio em dedicação de versos à Yoko: John faz isso, claramente, em outras canções Beatles e pós-Beatles. Como ele disse algumas vezes, de vez em quando trata-se de juntar palavras em um sentido melódico.
Dig it é é divertida e poderosa.
Gracias, Homerix.
É realmente uma ótima composição. É adoro o jeito de John quando canta essa sua composição. Pois é pode ter várias interpretaçoes. Uma delas é ele se referindo a Yoko.Aí surge a dúvida será que era mesmo para ela?Como John disse no documentário "Só o céu como testemunha", muitas composições era jogo de palavras mesmo. Mais o que importa que ele era gênio. É redundante dizer que eles faziam coisas boas. É claro que sim,só faziam músicas boas. Você está certo Homerix de falar que a canção é genial. E sem dúvida estar no último show deles ao vivo no telhado foi um privilégio para todos nós
ResponderExcluirNessa época John estava enfeitiçado por Yoko
ResponderExcluirQuem sabe era algo dirigido para ela
Como muitas outras músicas
Infelizmente John n está mais entre nós para tirar as dúvidas
Aliás depois q conheceu yoko John "mentia" ou repetia a opinião da yoko em tudo
Triste mas foi como as coisas ficaram
A banda já tava indo pras cucuias mesmo...
Ao estilo dessa musica, se sucederia varias outras de john em álbuns solo
ResponderExcluirCanção repleta de mensagens sub liminares
Pode ser besteira, mas nessa música ele evoca a versão de " A little help from my friends" da versão do Joe Cocker, propositalmente e até pra reforçar seus versos de que as pessoas podem ser ou fazer o que tiverem vontade, até imitar quem quiser. Essa música traz várias mensagens que representam o momento deles naquele período e "imitar" de forma linda e genial a versão que Joe Cocker fez de uma de suas músicas é algo que não estranharia pois eles mesmos ficaram fascinados com a versão. Bem, isso é só uma teoria boba minha, mas até que não acho tão absurda🙏🏽🙂
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