Esta canção é a 6ª do Lado B do álbum Revolver
a história do álbum, cenário, assuntos e canções, aqui neste LINK
É uma de 4 canções sobre Drogas, na Classe História
as demais 3 canções do mesmo Assunto e Classe, neste LINK
Atenção, canções com títulos em vermelho
são links que levam a análises sobre elas
13. Got to Get You Into My Life (Story Acid Song by Paul McCartney)
Paul conta: 'Você não fugiu, você não mentiu, você sabia que eu só queria te abraçar. E caso tivesse ido embora, você saberia a tempo, nós nos encontraríamos de novo, pois eu lhe disse: Oh, você foi feita para estar junto de mim, Oh, e eu quero que você me ouça dizer que estaremos juntos todos os dias. Preciso ter você em minha vida.'
Perceberam a declaração de amor eterno? Quem seria a felizarda a quem era dedicada essa canção, uma verdadeira Love Song? Jane Asher, sua namorada? Bem, não foi bem assim. Muitos anos depois, Paul contou a verdade: era a maconha 'marvada', chamada de 'Pot' na boca pequena!!! Pois é, vamos voltar ao encontro com Bob Dylan que, aliás, pensava que eles já estavam na onda, porque na canção I Wanna Hold Your Hand, eles berravam 'I get high, I get high, I get hiiiiigh' hehe, na verdade, era 'I can't hide, I can't hide, I can't hiiiide'. Todos ficaram chapados, mas foi Paul quem descobriu o 'segredo do universo'. No meio da 'viagem', ele chamou Mal Evans, o roadie que sempre estava com eles, e pediu 'Tive uma revelação. Anota aí, Mal, pra eu não me esquecer: Existem 7 níveis!' Paul achou engraçado quando Mal lhe entregou o papel no dia seguinte, e não fez nada com a descoberta, mas, brincadeiras à parte, o fato é ela realmente se tornou companheira dele, tanto, tanto, que as ÚNICAS noites de sua vida de casado em que não passou com Linda foram no Japão, quando ele foi PRESO ao chegar no aeroporto, por porte de maconha. Letra enganosa e extensa, com três versos extensos, com 7 linhas cada um, sendo as 3 últimas com melodias diferentes das 4 primeiras, e cada um com letra diferente dos demais. Em termos de rimas, note no 1° verso a interessante ocorrência de rimas pobres (paupérrimas, aliás), com palavras iguais "there", mas com precedentes ricas ("mind" com "find"), o que torna o conjunto rico! No 2° verso, ocorre coisa similar, "hold you" com "told you", porém como as duas precedentes são verbos, a riqueza do conjunto vai pro espaço, mas no 3° verso, tudo volta ao normal, "stay there" com "way there", todas as ocorrências nos segmentos maiores dos versos, onde também a riqueza se estabelece nas rimas "ride" com "I" e "lie" com "time" e . Há outros conjuntos nos segmentos menores de cada verso, a saber, "see you" com "need you", pobre, depois "near me" com "hear me", rico, e depois repetindo o primeiro no verso final. Saldo mais que positivo!!
Na história de gravação da canção, aqui inverteu-se, pois em Revolver, 'as primeiras serão as últimas', explicando: a 1ª canção a ser gravada, Tomorrow Never Knows, seria a última no LP final, enquanto a 2ª, exatamente esta que analisamos aqui, a penúltima faixa! E foram quatro sessões, tendo a última um distanciamento enorme das outras três, explicarei por quê. A primeira base foi apenas o violão de Paul, o chimbal do Ringo e um órgão de George Martin, abandonado ainda no primeiro dia, com a decisão de dar um ritmo soul à canção. No segundo dia, já são os quatro em seus instrumentos tradicionais, sendo que o pedal fuzz da guitarra de George aposentou a primeira ideia acústica!
No 3° dia houve apenas um overdub de guitarra, e depois, houve a parada de 40 dias, quando o autor Paul pensou no toque definitivo, de dar uma puxada pro Motown que bombava nos Estados Unidos, decisão e execução que marcariam a faixa para sempre: a chamada de três trompetistas e dois saxofonistas. Eles chegaram, não tinha nada escrito, Paul tocou pra eles a visão que ele tinha da coisa, no piano, e algumas horas depois, saíram com o serviço pronto, cada um com 18 libras no bolso (equivalente a R$ 2000 de hoje) e o nome para sempre marcado na história deles!! Na versão final, os metais dominam totalmente, escondem as guitarras anteriormente gravadas, que aparecem apenas no final entre os dois últimos refrões. Já o baixo é proeminente, e também a bateria de Ringo, o chimbal ao longo de toda a canção e dois tambores anunciando versos e refrões.
Claro que nunca foi tocada ao vivo plos Beatles, mas Paul a ressuscitou em três de suas excursões, mas deixarei aqui um versão marcante. Quem estava por aqui na década de 1970 com idade suficiente para gostar de boa música, com certeza notou a excepcional interpretação do Earth, Wind & Fire. Conheça ou relembre neste LINK.
Amo também a voz de Paul nesta música. Interpretaçã dez.
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