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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

A Odisséia do outro Homero

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Finalmente, li Homero, sim, o poeta grego de quem meu pai tirou a idéia de homenagear quando cheguei aqui, em 1958. E ele o fez com um método bastante interessante. Foi à sacada do prédio em que morava e gritou bem alto os nomes candidatos. Podem crer que eu fiquei bem feliz com o nome escolhido, afinal coisas como Heráclito, Demóstenes e outros nomes gregos estavam na lista.

Caso fosse escolher a ordem cronológica dos acontecimentos relatados nos épicos poemas de meu homônimo, como quebrador de minha iliteracia na obra, então teria escolhido a Ilíada, que passeia pelos 10 anos da Guerra de Tróia, tendo em Aquiles, sim, o do calcanhar, como grande herói. Entretanto, preferi os 10 anos seguintes, que foi o tempo de Ulisses, o grande companheiro de Aquiles na guerra, levou para percorrer os 600 km (linha reta) que separavam a lendária Tróia, de Ítaca, sua ilha natal, aonde sua querida Penélope, esposa fiel, o esperava em seu palácio real. A obra se chama Odisséia.

E por que escolhi a seqüência inversa¿ Primeiro porque eu vi, em minha infância de Sessão da Tarde, o filme homônimo, com o grande Kirk Douglas, um de meus heróis de Hollywood (também fez Calígula), e sempre me recordo do Ciclope, o gigante de um olho só. Ah, mas aí eu poderia pensar, também vi A Ilíada, um filme bem mais recente, com Brad Pitt no papel de Aquiles. Bem, além de o primeiro ser muito mais meu ídolo que o último, outro fator importantíssimo foi que eu JÁ TINHA um exemplar da Odisséia, olhando insistentemente para mim e perguntando: ‘Você não vai me ler, não, seu ingrato preguiçoso¿’, já há quase 20 anos.

Chegou a hora!! 

E estando o livro já aqui foi bom porque nem tive o dilema de escolher em que língua eu leria a obra. O preferível seria ler em grego, mas seria uma missão impossível, e eu poderia escolher qualquer tradução, inclusive em português, sem problemas. Neste caso tanto faria, já que nenhuma seria original, aliás, nem o poema em grego era original, pois foi traduzido do grego arcaico. O que eu tinha era em inglês, foi em inglês mesmo!!

Ocorre que ler um poema épico em outra língua não é assim de cara que se faz. A própria editora sabe disso, então o volume que eu li tinha um introdução de 60 páginas feita por outro historiador, um glossário de pronunciação dos nomes gregos, e muitos mapas, de como era a geografia homérica!

Então, nessa introdução, em prosa, claro, esclarece-se que Homero não escreveu, muito menos porque era cego, mas porque não havia ainda a escrita em si.... que veio, rudimentarmente com ele ainda em vida, então infere-se que talvez a Odisséia tenha sido transcrita por alguém enquanto ele recitava, mas o mais certo é que tenha sido reproduzida por décadas, de voz em voz, até que tenha sido propriamente posta em papel, ou no meio disponível na época. Depois passa-se por um périplo pelos tradutores que enfrentaram o desafio ao longo dos séculos.

No final dessas 60 páginas,  o tradutor faz um resumo do que vai ser declamado a seguir. Então, se o sujeito se cansar da leitura, ele pode se dar por satisfeito de saber o que aconteceu, em linhas gerais. 

Mas eu fui adiante, até o fim .... e vou contar um resumo, mas em outro post, em separado.

Aqui eu deixo uma imagem que me lembrou de muitos dos versos do poeta, ao notá-la de minha varanda, num belo anoitecer.


Homero várias vezes descreve a partida dos heróis, nas madrugadas, ao alvorecer, descrevendo-o com a expressão 'rosy-fingered Dawn' e coloca o nome em letra maiúscula porque, claro, existe um deus do Alvorecer.

Não pude deixar de lembrar dessa expressão, quando vi esse céu rosado da varanda de casa, em seu Crepúsculo, com a adaptação para 'rosy-fingered Dusk!!!


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