E foi mesmo... e está celebrando 54 anos, nesta semana!
O compacto Hey Jude / Revolution, Duplo Lado A, foi lançado em 26 de agosto de 1968. Eles vinham de um ano difícil, pois perderam seu empresário Brian Epstein (suicídio involuntário, por overdose de barbitúricos), seu 3º filme não fora bem recebido (Magical Mistery Tour, para a TV), seu último compacto nem chegara ao topo das paradas americanas (Lady Madonna / The Inner Light, 'apenas' 4º lugar), sua inciativa corporativa (Apple Corps) não estava lá muito bem das pernas, e finalmente eles chegaram com essa jóia (com acento e tudo).
Nas semanas seguintes, atingiriam e permaneceriam muitas semanas no topo da parada inglesa (sendo desbancada por Mary Hopkins, outro lançamento da Apple) e americana (9 consecutivas, recorde apenas batido quase 10 anos depois), e também em outros 16 países (Brasil, inclusive, claro, eu tive um deles, em meus 10 aninhos), vendeu 6 milhões de cópias até o final do ano (e 8 milhões no final do século)!
Bem, agora vamos aos motivos desse sucesso todo: as canções!
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Lado A: Hey Jude (Cupid Girl Song by Paul McCartney)
Paul aconselha: 'Hey Jude, não me decepcione! Você a encontrou, vá lá e conquiste-a! Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração, aí você vai começar' a tornar tudo melhor'
Hey Jude é uma canção de Lennon/McCartney, composta por Paul em 1968;
- A inspiração veio por causa da separação de John Lennon pra ficar com Yoko Ono. Cynthia e Julian se sentiam abandonados. Tiozão Paul dirigia seu carro a caminho da casa deles, pensando em Jules, como ele chamava o ‘sobrinho’. E veio a melodia e a primeira frase, "Hey Jules, don’t make It bad! Take a sad song and make it better"
- Depois, a letra desvia pra um conselho amoroso, e ele começa a usar de várias maneiras o pronome "HER", "Remember to let HER into your skin" ou "Remember to let HER into you heart" até o conselho definitivo no Verso 3 "You have found HER, now go and get HER, mas o 'Don’t carry the world upon your shoulders" aplica-se também. John achava que era direcionado a ele. Enfim, sei que a inspiração veio de Julian, tanto que coloquei a imagem do post com ele e 'tio' Paul, mas trata-se de uma Cupid Song, e tenho dito! (esta assertividade toda é dirigida a uma comentarista minha, ela saberá por quê...)
- Paul mudou depois para Jude, porque gostava de um personagem de um musical famoso de então (Oklahoma), mas teve problemas com a escolha porque significa ‘judeu’ em alemão, chegou a ser ameaçado;
- Ele estava super animado com a canção, sabia que tinha uma pérola nas mãos, e chegou a apresentá-la em bares de Londres. Imagina a reação das pessoas;
- A letra de Hey Jude apresenta um jogo de rimas internas que poucas vezes se vê em música pop, note nos 3 versos da canção, 5 rimas do FINAL de uma linha com o MEIO da linha seguinte (linhas, aqui separadas por uma vírgula);
1. Hey Jude, don't make it BAD, take a SAD song and make it better
2. Hey Jude, don't be AFRAID, you were MADE to go out and get her
3. Hey Jude, don't let me DOWN, you have FOUND her go now and get her
- Entre os Versos 2 e 3, tem a primeira ponte, que começa com "And anytime you feel the pain, Hey, Jude, refrain, don't carry the world upon your shoulders.." e entre os Versos 3 e 4, uma outra ponte (letra riquíssima!) que começa em "So let it out and let it in, Hey, Jude, begin, you're waiting for someone to perform with...". E após essa ponte, e antes da seção NaNaNa, tem um Verso 4 que, na verdade, é uma mistura das frases 1 e 2 do Verso 1com as frases 3 e 4 do Verso 2. Ufa!!!
- O manuscrito com a letra foi objeto de vários leilões, sendo a última vez em maio de 2021 arrematado por 910 mil dólares;
- Ao mostrar a canção pra John e Yoko, Paul disse que iria melhorar o ‘The movement you need is on your shoulder!’. Mas John disse que era a melhor frase da canção, então ela ficou. Essa foi a única contribuição de John na composição;
- Hey Jude começou a ser gravada em Abbey Road em 29 de julho, quando a base era Paul no vocal e piano, John no violão, George na guitarra e Ringo na bateria. Foram 6 takes. No dia 30, após take 7, houve a intercorrência entre Paul e George sobre a participação da guitarra na canção. George oferecia um riff na guitarra a cada frase, fazendo seu papel de guitarrista solo da banda, mas Paul preferiu a versão só com piano, prerrogativa do compositor, George ficou chateado, e foi pra sala de controle, com seu xará George Martin. Outros 16 takes foram tentados, agora sem George; E mais dois foram montados para preparar transferência para outro estúdio;
- Era o Trident Studios, que tinha um equipamento de gravação em 8 canais. Esta e outras 4 canções do Álbum Branco foram gravadas lá, após o que a EMI adquiriu o equipamento. No dia 31 de julho foram gravados mais 4 takes, já com George de volta, mas sem os movimentos que ele propusera. Começaram tudo do zero. Cada do que foi gravado em Abbey Road foi aproveitado. O Projeto Anthology 3 ressuscitou o take 2, ainda sem os Na-Na-Nas iniciais, que ficam só no piano mas timidamente nos finais. (LINK)
- Curiosidade 1: Você sabe por que não há bateria de Ringo nos dois primeiros versos? Porque Ringo foi ao banheiro! Isso mesmo! Paul não percebeu que Ringo não estava e começou o Take 1, para notá-lo voltando na ponta dos pés, sentar-se na banqueta e entrar mais que corretamente quando começa a 1ª ponte! Paul achou que aquilo ficou ótimo e foi aquele que ele escolheu como base para os overdubs.
- Curiosidade 2: Apure bem os ouvidos e preste atenção na 2ª vez em que Paul canta: "Remember to let her under your skin ... then you begin to make it better", exatamente no minuto 2:57, logo antes de começar a seção dos NaNaNa's, que Paul solta baixinho um "f#cking hell". É que ele reclamou do microfone para o engenheiro de som. Percebido o erro e informado aos rapazes, é claro que John exigiu que aquilo fosse mantido, por mais tênue que fosse! Esse John!!!
- Quase um mês depois, já abrindo agosto, vieram os overdubs, do vocal de Paul (quando somente aí ele colocou a letra correta "you have found her" em vez de "she has found you"), o baixo de Paul, mais piano de Paul, as harmonias de John e George, com os murmúrios nos três Beatles no Verso 2, e nas duas pontes, e John harmonizando lindamente na letra dos Versos 3 e 4, o pandeiro de Ringo dando um show à parte a partir do Verso 2, John e Paul berrando aqueles crescentes "Better, Better, Better....." para o grito primal de Paul "WoooooW", e os 4 Beatles cantando os NaNaNa's e, Paul gritando e animando a plateia na mesma seção final.
- Mais à noite, chegou a orquestra, de 36 músicos para acompanhar a parte final, dos NaNaNa's. Algumas coisas interessantes sobre essa sessão noturna: (i) Com o estúdio longo e estreito, George Martin preferiu colocar as tubas à frente, para não ficarem muito longínquas, e para não abalar as estruturas dos instrumentistas à frente; (ii) naquela apoteose final, todos os instrumentistas da orquestra que não tocavam nada se levantaram e acompanharam com canto e palmas, como todo amante da música faz, MENOS 1, que se levantou e disse e eu vou deixar em inglês: "I'm not going to clap my hands and sing Paul McCartney's bloody song"... inveja pura...; (iii) como faltaram faixas livres, mesmo no equipamento de 8 canais, a orquestra teve que ser gravada no final de duas outras e, portanto, as guitarras de John e George naquele final sumiram.... pena!!!
- A canção ficou com 7:11 minutos, coisa inédita no rock. George Martin, meio sem jeito, argumentou que as rádios não tocariam, John disse que como era dos Beatles eles tocariam. As rádios tocaram .... e como!!
- Hey Jude não saiu em LP. Era o Lado A de um Compacto Double A Side, um de vários na carreira Beatle (vou escrever sobre isso), cujo Lado B era Revolution, mas John não brigou pelo Lado A, reconhecendo a grandeza da composição do parceiro;
- O compacto foi o primeiro lançamento da Apple Records em agosto de 1968, ficou meses no topo das paradas pelo mundo todo e foi o mais vendido de todos os tempos até então; veja várias capas pelo mundo.
- Hey Jude ficou inéditas nove (9) semanas no topo das paradas americanas, como nenhuma outra canção havia ficado até então;
- Tanto Hey Jude como Revolution tiveram vídeos promocionais, dirigidos por Michael Lindsay Hogg, que passaram na TV Britânica, inicialmente, e depois viajou pelo mundo! Falei sobre o primeiro neste LINK!! Lindsay Hogg dirigiria o último filme dos Beatles, Let It Be;
- Hey Jude foi cantada no maior flashmob já registrado, por 13.000 pessoas em Trafalgar Square, em abril de 2009;
- Na carreira solo, a partir de 1990 (que vi, extasiado, no Maracanã), Paul a tocou em virtualmente todos os seus shows, e a gravou ao vivo inúmeras vezes.
- O Brasil está gravado na memória de Paul por conta de uma performance de Hey Jude, em 2011, no Rio de Janeiro, quando dezenas de milhares de pessoas levantaram um cartaz com as letras NA NA hora de entoar o canto final, de 3 minutos!!! Falei sobre esse dia histórico neste LINK. Eu não era uma delas pois estava na arquibancada.
- Finalizando com informação de suma importância: foram 216 as vezes em que a sílaba NA foi cantada na gravação original.
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2º Lado A: Revolution (Group Speech Song by John Lennon)
John avisa: "Você me pede uma contribuição. Bem, você sabe, nós todos estamos fazendo o que podemos, mas se você quer dinheiro para pessoas com ódio na cabeça, bem, tudo que posso lhe dizer é que, irmão, terá que esperar
A versão original dessa canção era em ritmo mais lento, mais blues. Nessa versão, que foi considerada lenta para lançar como single, havia três importantes mudanças: (i) Na letra, quando John diz que se o caso é destruição, podem considerar ele fora ("You can count me out"), ele complementa com um 'Ou não!' (IN!!!), o que acende uma chama de esperança de poderem contar com ele; e (ii) 2. No vocal, Paul e George entoam um delicioso "oh schoo-bee-doo-wa oh schoo-bee-doo-wa" e (iii) nos acompanhamentos, não tem o piano elétrico nem as 'handclaps', mas tem uma magnífica sessão de metais. Além disso, John havia concebido a canção com uma longa série adicional, de mais de 8 minutos, de sons aparentemente sem nenhuma relação com o tema, mas que ele considerava parte da sua Revolução! Imediatamente, viram que não caberia, mas concordaram que se tornasse outra faixa do mesmo disco, que se chamou Revolution 9, quer dizer, Paul não concordou mas teve que aceitar!!! Aliás, seria interessante se conhecêssemos as outras, Revolution 2, Revolution 3 ... até Revolution 8, para tentar entender como seu raciocínio foi evoluindo até chegar àquela salada vanguardista de sons de Revolution 9. Brincadeira, eu sei que não foi assim!
Os Beatles, mais John que os demais, queriam abrir a boca sobre política desde sempre, mas eram refreados por seu empresário Brian Epstein, que não queria confusão.... mesmo assim, não conseguiu evitar os transtornos com a declaração do astro sobre a popularidade de Jesus Cristo. John queria muito, por exemplo, falar contra qualquer guerra, especificamente, contra a Guerra do Vietnã, mas nunca pôde, ou quando falou, o fez disfarçadamente! Depois que Brian morreu, a coisa ficou liberada! E Revolution foi a primeira canção a tratar de política, era uma mensagem contra o 'establishment', mas mesmo assim com muitas ressalvas. Em resumo, "Se é pra fazer com violência, não contem comigo". Então, a canção é um Discurso de John a um Grupo que o chama para a revolução. Ele fez a canção na estrutura verso-ponte-refrão-'treis veis', com uma espetacular seção instrumental, ali entre a 2ª e a 3ª vez. Todos os pares verso-ponte têm igual configuração:Linha 1: uma proposta deles
Linha 2: Well, you know
Linha 3: um consideração de John
Linha 4: outra proposta deles
Linha 5: Well, you know
Linha 6: uma outra consideração de John
Linha 7: um alerta de John
Linha 8: uma ação resposta por John
Todas as propostas do Grupo e as considerações de John rimam com "Revolution" (Evolution / Institution / Constitution / Solution / Contribution / Destruction), rimas pobres mas efetivas. Os Versos 2 e 3 tinham um complemento delicioso após as considerações de John, os famosos "oh schoo-bee-doo-wa oh schoo-bee-doo-wa" que não sobreviveram na versão mais pesada. Elas aparecem nos refrões também. As Linhas 7 e 8 de cada raciocínio constituem uma ponte como que introdutória para o Refrão "Don't you know it's gonna be (em falsete) All right". Aqui, é John lembrando-se de um mantra do Maharishi, que aprendera em seu recente retiro na Índia!
Revolution (ainda sem o 1 qualificador) foi a primeira canção a ser gravada na maratona para o Álbum Branco, aliás, já contei em outra resenha mas não custa repetir, criou-se o hábito de ser sempre uma canção de John a abrir os trabalhos de um álbum, desde 1965. Então, I Am The Walrus abriu Magical Mistery Tour, A Day In The Life abriu Sgt. Pepper's, Tomorrow Never Knows abriu Revolver e Run For Your Life em Rubber Soul. Antes daquele 30 de maio inaugural, a canção foi apresentada aos demais, dois dias antes, e foi materializada num dos já famosos Esher tapes, na casa de George. John ao violão e seus vocais dobrados, Paul e George em já ótimas harmonizações, Ringo no pandeiro e todos nas palmas. Ouçam que legal, aqui, neste LINK. Notem que o Verso 3, aquele do Chairman Mao, ainda não existia. No Dia D, ou melhor, 30 de maio, os Beatles fizeram 18 takes da canção, não sem tensão. Paul estava meio acabrunhado, provavelmente com aquela rotina de sempre ser uma canção de John a abrir as gravações, e John também não estava bem, chegou a ser ríspido com Geoff Emmerick, por conta de um som sujo que ele queria extrair do seu violão, e pressionou o técnico para fazê-lo. George não estava, Paul ficou ao piano e Ringo na bateria. Aquele foi o primeiro (de muitos) dia em que John trouxe Yoko, apresentava-a para todos, e tal, e ela chegou chegando, trouxe uns sons eletrônicos gravados em fita, pegou do banco de instrumentos uma tábua de lavar roupa, e a 'tocou', e muito do que ela fez, ficou na versão final que foi para o Álbum Branco. O último take do dia foi estendido em mais de 5 minutos do qual algo se aproveitou para Revolution 9, felizmente os primeiros quase 5 minutos estavam ótimos para overdubs, que vieram, naquele mesmo dia (já era madrugada) à noite.Isso tudo vale como história da canção. Ela evoluiu com vários overdubs para atingir o que vemos no Álbum Branco, mas a versão que estudamos aqui, a do compacto, não foi aquela, como dissemos. John chamou todos de volta em 9 de julho, para fazer uma pegada mais forte. Ensaiaram muito naquele dia com John tentando a guitarra solo, e as guitarras ainda soavam limpamente, sem a distorção incrível que conhecemos. No dia seguinte, ela chegou, por insistência de John, mas então ele passou para a guitarra rítmica ficando George com a solo, e teve Paul no baixo e Ringo na bateria e John cantando, em 10 takes. Depois vieram overdubs, de Ringo em sua caixa, de palmas de todos, de John dobrando seu lead vocal em algumas palavras ou mesmo sílabas, e especialmente nos vários "well, you know"(6). E gravou também aquele maravilhoso berro no começo (no vídeo, é Paul quem dubla, mas na verdade, é de John). E é John também quem faz os falsetes dos refrões. Não há outra voz além da de John na canção. Dia seguinte, veio aquele ótimo piano elétrico da seção instrumental e da conclusão, e não foi nenhum Beatle quem o tocou, mas um jovem músico, Nicky Hopkins, que já havia trabalhado com George, tão bom o solo que resolvi colocar a foto do rapaz. Deu um show! Mais tarde, finalmente veio Paul em seu baixo. No dia 13, quando se pensava que tido havia terminado, John pressionou os técnicos de novo pra fazer sua guitarra, e Geoff Emmerick arriscou estourarem as membranas todas, e colocou um amplificador na saída do outro, e então, finalmente, John sorriu. Guitarra distorcida já existia, mas nunca como em Revolution. E isso, mais uma vez, foi utilizado por várias bandas dali em diante.Ao vivo? Revolution, não. mas tem um video-clipe, mas na versão mais rápida e áspera do compacto. Aqui, neste LINK.
Dissecando os bastidores Beatles!
ResponderExcluirÓtimo Homero.
Comentando sobre Hey Jude apenas para começar. Volto mais tarde para a Revolution.
ResponderExcluirFiquei sabendo agora de algumas novidades graças a você. Não sabia que Lady Madonna chegou apenas ao quarto lugar nos Estados Unidos. Mas tenho quase certeza que chegou ao primeiro na Inglaterra. Eu recebia um jornal ingles naquele tempo que vinha a parada de sucessos. E penso que vi aquele single lá no topo. Tambem não sabia que Hey Jude/Revolution foi o compacto mais vendido deles. Eu pensava que sim, mas li depois não sei mais onde que o mais vendido foi She loves you. Tudo bem porque tenho até um pouco de antipatia dessa coisa de 'charts'. Tudo que sei ao certo É que os três compactos foram primeiro lugar aqui em casa.
Uma historia que, com certeza você sabe, mas não contou. Não dá mesmo para escrever sobre tudo. Paul não sabia que Jude também significava judeu e com tom pejorativo ainda por cima, Um viznho lá da Apple viu Paul pintando Hey Jude na parede. Ficou furioso. Achou que Paul estava dando uma de anti semita. Ligou para ele, não sei como. Deve ter sido apra a Apple. E fez ameaças. O filho dele iria lá para surrálo! Deu o que fazer para entender que Jude era nome próprio. E até comum. Estou pensando aqui no Jude Law.
Ringo no banheiro e chegando atrasado foi ótimo. Também ignorava isso.
E aquela coisa do quem pegou meu cavaquinho? Uma frase assim. Já ouviu? Hoje estou incerta de quase tudo. Vai ver que não é em Hey Jude. Tem uma música dos Beatles que dá para a gente ouvir Paul falando "Quem pegou meu cavaqunho perfeitamente bem.
Mas é claro que entendo seu desejo de continuar achando ser Hey Jude uma canção de cupido. Você gosta assim e pronto, ninguém tem nada com isso. É sua viagem pessoal. Quem sou eu para criticar visto que vivo viajando também.
ResponderExcluirMesmo sabendo que escreveu o música para Julian enquanto seguia no carro para onde ele estava com a mamãe, (Weybridge?) Lá dentro você gostaria que fosse Paul dando conselhos a John para ficar com Yoko. Não é algo assim? Pode ( e deve) me corrigir. Mas rapaz...desde quando John precisaria de tais conselhos? Ele já estava com ela! E foi ela quem o conquistou, a bem da verdade. Ele não pensava em conquistá-la. Ela o conquistou.
Mas pode ser que exista outro motivo para você ver a musica como sendo de cupido e eu ainda não entendi. Fico curiosa!
Concordo que ele dá conselhos amorosos. Todos os conselhos ali são amorosos. Ela amava o menininho.
Lendo a letra inteira fica claro que ele fala sobre música. Paul sempre acreditou que música cura. Até participou de um documentário sobre esse temaa e quem ainda não viu precisa ver. É lindo Paul ensinando música para crianças com problemas, Sentado no chão com eles.
Uma exemplo apenas da letra e como é preciso ver por inteiro. Hey Jude, don't make it BAD, take a SAD song and make it better
Remember to let her into your HEART, than you can START to make it better.
Quem deve entrar no coração? Claro que é a canção triste. Que será melhorada. Pegue uma canção triste e a melhore. Lembre-se de deixa-la entrar no seu coração, então você começará a melhorá-la.
E assim fica também obvio que é a canção que deverá entrar na pele. E não heroína como já ouvi por aí. Sim, eu ouvi isso! :)
Não sabia que Paul escrito antes She has found you. E aí até parece mesmo ser algo para John. rs rs rs. Porque foi Yoko que o encontrou. Mas...She has found you now go and get her? Não faz o menor sentido. Ainda bem que percebeu e fez a devida alteração.
Escutei Hey Jude pela primeira vez numa quinta feira à noite pelo Serviço Brasileiro da BBC. Tive um impacto. Eles não consavam de nos surpreender. E tinham conseguido algo popular e sofisticado ao mesmo tempo. Já fazia algum tempo que vinham lançando o sofisticado. Fizeram sucesso. Mas muitas eram músicas para pessoas de gosto apurado. Strawberry field, Elanor Rigby, Lady Madonna. Já Hey Jude veio com melodia que pega desde a primeira ouvida e não sai mais. Sendo que, ao mesmo tempo, é belíssima. E inovadora também por ser tão longa e pelo crescendo no final. Como você disse...o grito primal. Expressou bem.
ResponderExcluirMe emocionei recentemente cdom a gravação de Caetano Veloso e sua história...Acho que todos sabem. Ele sempre a escutava quando preso sem saber o motivo., Supersticioso tinha uma música que ele pensava que daria má sorte. Mas quando ouvia Hey Jude ele sentia que ficaria melhor em breve. beter better better... E de fato logo ele saiu trazendo até hoje nele aquela música como um som altamente positivo, de boa sorte.
Obrigada pelo link do show com você participando na arquibancada. Soube que Paul se emocionou. Tanto que quis repetir e repetiu em Belo Horizonte. Eu também na arquibancada. Foi algo inacreditavel porque, de repente, eu fazia parte do show. Quando veio aquela graciosa garota entregando os cartazes como o na na na na para nós eu vi que seria algo especial. " É para levantarem as placas no ar no Hey Jude na hora do na na na", explicou ela. Sim, recebemos uma missão, a de fazer parte, a de provocar emoção nele assim como ele provocava em nós. Entraqmos em cena levantando as plaquinhas para o ar na hora marcada. O show ali sem nossa participação não seria tão lindo. rs rs rs. Podemos dizer sem medo de errar que nós ali em B.H. fomos extras do espetáculo. Extras da maior importância.
Vou entrar no link agora.
Sei uma histórinha sobre o motivo do count me in. Nada afirmo. Faz tempos sei que muita coisa que lemos sobre eles, mesmo nos livros, e até principalmente nos livros, são invencionices. O problema é: quando saber se é verdade? Não há como.
ResponderExcluirLi em algum lugar que pessoas da turma revolucionária politicamente falando costumavam procurar os Beatles pedindo até ajuda financeira para a causa. John tinha amizade com alguns deles. Eles não gostaram de forma alguma da letra dizendo que não contasse com ele. Se queixaram com ele. Então, foi apenas para agradá-los que resolveu acrescentar o 'in' na segunda versão. E para enganá-los também ,visto que pelo resto da letra está bem claro que a resposta continuou sendo 'não'. Ele não mudou em nada a parte sobre Mao. "Brother, you have to wait.,." So se os amigos dele não ouviram a música inteira.
E é claro que não poderia dizer sim visto que estava empenhado no pacifismo.
Amo quando ele diz que temos é de libertar nossa mente. E é esta a revolução que ele aprovava. Não a revolução com 'minds of hate. " Está tudo lá na segunda versão que nem na primeira.
Soube também que sua grande inspiração foi o acontecido em Paris naquele ano. Os Rolling Stones também se inspiraram lançando Street Fighting Man.
Levei dois anos para conhecer a Revolution do album. É que meu album era daqueles com defeito horripilante nessa faixa. Impossivel de ser ouvida. Quando em Londres comprei outro álbum branco e aí tive como conhecer. E nao gostei nem um pouco daquele final. Primeira vez que desgostei de músicas dos Beatles foi no Album Branco.
Eu gostei do schoo-bee-doo-wa. Mas aquele final, pela mãe do guarda. Só muito tempo depois fiquei sabendo que realmente não era nada dos Beatles. Era coisa de Yoko, e mesmo John participando prevaleceu o estilo dela. Facílimo entender porque tantos problemas aconteceram na gravação daquele disco. O Oral agreement já não mais existia. Ponta pé inicial para o fim.
Não estou bem certa se John seria o que mais queria falar sobre política. Paul me parecia mais engajado...antes de Yoko, preciso dizer. Mas é assunto que não cabe aqui nesta postagem.
Por causa da núsica abriram uma boite chamada Revolution em Londres. John foi o padrinho. Bem ali passei minha ultima noite ali no paraíso na terra. Pensei que seria impossivel...cara demais. E para sócios. Não custava tentar. Na saída encontro uma amaiga que estava com namorado português querendo demais ir na Revolutioin. O cara rico..Ficou sócio na hora e pagou por nós. A namorada, um amigo dela, uma outra amiga minha e eu. Foi uma noite inesquecível. Eu na Revolution.
Aquela parede de veludo na capa do disco Best of the Cream é de lá Comprei o disco por causa da capa...mas valeu. O disco é muito bom. Tem mais: fiquei conhecendo dois meninos do Moody Blues que estavam na boite na mesma noite.
Homero, ótimo, como sempre
ResponderExcluirDetalhes imperceptíveis consegues nos trazer
Adorei conhecer o _background_ de _Hey Jude_. Nem imaginava que a inspiração tinha sido Julian, filho de John, meio abandonado, quando o pai se afastou dele e da mãe, Cynthia, para ir viver com Yoko. E que Paul chamava, carinhosamente, o “sobrinho” de Jules.
ResponderExcluirVera Mussi