Soube da notícia e lamentei... depois fui ao blog e coloquei no campo de pesquisa, Jô Soares!
Aí que eu vi que nunca escrevi SOBRE Jô Soares. Apenas escrevi sobre entrevistas antológicas que ele fez, decerto devido aos astros entrevistados, mas muito, com certeza, por ser ele o entrevistador, com sua condução inteligente, perspicaz.
Jô está em minha vida televisiva desde criança. A Família Trapo na TV Record era humor ao vivo, todo domingo. Jô Fazia o Mordomo Gordon, sempre muito engraçado, em interações impagáveis com Ronald Golias. Meu pai chegou a levar a família lá, subimos a antiga Anchieta especialmente para assistir. O formato foi repetido décadas depois pelo Sai de Baixo!
Depois, vieram os humorísticos só dele, como Faça Humor Não faça a Guerra, Satyricom, Planeta dos Homens e Viva o Gordo, com aqueles personagens e bordões inesquecíveis, Sois Rei, Você não quer que eu volte, Me tira os tubos, Casa-Separa, Meu negócio é Números, Capitão Gay, Gardelón Muy Amigo, Je vive de béc, enfim...
Ninguém entendeu quando ele deixou aquilo tudo, deixou a Globo, e foi para o SBT para fazer entrevistas.... Era o que ele queria ser, um novo Johnny Carson dos Talk Shows. Era o Jô Soares 11 e Meia, que nunca foi ao ar ás 11 e meia. Depois, mais de década depois, a Globo percebeu a bobagem que fez e o chamou de volta a peso de ouro, com a condição de levar a equipe toda junto, inclusive o Quinteto (que virou Sexteto) do Jô, com a risada inesquecível do Bira e o inteligentíssimo Derico, que na época do SBT era o AAA, Assessor para Assuntos Aleatórios, na Globo não repetiu a alcunha, mas sempre brilhou!
Jô foi importante para minha família também em nosso exílio americano (1999 a 2004), que começou junto com a Globo Internacional. Víamos todos juntos seu programa, com um dia de atraso, mas num horário adequadíssimo, às 8, 9 ou 10 da noite, dependendo dos horários de verão lá e cá! Era todo dia! Horário ideal pra não perder nenhunzinho!
Estive num stand-up dele, assisti a uma peça de teatro dirigida por ele e li também os 3 primeiros livros dele, romances policiais, O Xangô de Baker Street, O Homem Que Matou Getúlio Vargas (que me propiciou a maior risada contínua após a leitura de uma cena de minha vida) e Assassinatos na Academia Brasileira de Letras.
Deixo aqui, pra
quem se interessar, minhas reportagens sobre 5 entrevistas dele, com Roberto
Carlos, Miéle, José Vasconcelos, Hebe Camargo (com suas amigas Nair Belo e
Lolita Rodrigues) e Leandro Hassoum, por conta da experiência que contou quando
contracenou com ninguém menos que Jerry Lewis.
(*)
P.S. O título foi tirado da declaração de Falabella sobre a morte do gênio, no sentido de que atuou em todos os ramos da comunicação com maestria, ele fazia inclusive programas de rádio de alto nível, divulgando Jazz. De fato, o primeiro a construir a brilhante frase foi Carlos Drummond de Andrade quando da partida de Cacilda Becker.
Ah, sim, os posts!
https://blogdohomerix.blogspot.com/2015/10/profissao-miele.html
https://blogdohomerix.blogspot.com/2012/09/sao-pedro-voce-e-uma-gracinha.html
https://blogdohomerix.blogspot.com/2011/09/roberto-no-jo-espetacular.html
https://blogdohomerix.blogspot.com/2013/12/o-maior-de-todos-os-tempos.html
https://blogdohomerix.blogspot.com/2011/10/eu-sou-o-espetaculo-no-ceu.html
Renata sentiu. Viu qualquer coisa enquanto sonhava. Captou o acontecido.
ResponderExcluirSinto que para muitos brasileiros ele foi presença contínua...muito admirado. Eu via sempre o programa de entrevistas. E também os de humor. Humor da melhor qualidade. Grande Jõ.
Grande perda! Insubstituível (apesar do sonho da Renata)!!
ResponderExcluirComo sempre, sua narrativa está muito legal. Simples, sem ser vulgar , corretíssima sob o ponto de vista gramatical , mas principalmente poética. Eu lembro que sempre gravava o programa do Jô para ver no dia seguinte, mais cedo, no horário das novelas. Se não fosse assim, seria impossível acordar para trabalhar. O Jô era uma espécie de You Tube da época, ou seja, ser entrevistado pelo Jô dava uma fantástica visibilidade e prestígio. O Jô foi uma daquelas pessoas iluminadas e fará muita falta.
ResponderExcluirParabéns pela narrativa meu amigo Homero
Roberto Bazolli
Dia triste 😢
ResponderExcluirÓtima homenagem e texto.
ResponderExcluirUma tristeza grande em muitos corações brasileiros. Fiquei muito triste. Quem dera pudéssemos ver todos os programas novamente para matar a saudades ! Descanse em paz Jó ! Obrigado pela sua alegria entrar em nossas casas.
ResponderExcluirMuito bom, Homerix! RiP Jô Soares! Deixará saudades!
ResponderExcluirHomerix!
ResponderExcluirEmocionante homenagem. Um dos mais versáteis artistas, com amplo espectro de competências. Muito inteligente. Tenho o costume de revisitar muitos vídeos com suas excelentes entrevistas e programas humorísticos. Parece ter perdido a motivação, quando saiu de cena, depois que a Globo “abortou” o extraordinário e insubstituível Programa do Jô.
Dos livros dele só não li Assassinatos na Academia Brasileira de letras,
ResponderExcluirA edição de 18/08/2022 do jornal O Estado de São Paulo publicou um excelente artigo do professor Roberto Macedo, sob o título O polímata Jô Soares, que sintetiza a diversificada e exitosa carreira do saudoso Jô. Eu também conheci o termo polímata do mesmo livro que é referido pelo professor Macedo: "O Polímata - Uma história cultural de Leonardo da Vinci a Susan Sontag", de autoria de Peter Burke (Editora Unesp 2020). O polímata é "alguém que se interessa por muitos assuntos e aprende muitos assuntos". É dotado de capacidade de alcançar excelência em várias áreas do conhecimento. No seu livro, Burke concentrou a polimatia no conhecimento acadêmico. O professor Macedo mencionou no artigo: "Nas suas entrevistas , impressionavam-me o conhecimento que tinha de temas tão diversos como os cultivados pelos seus entrevistados e a sua capacidade de adentrar outros que não conhecia.". E finalizou: "Creio que, se Peter Burke tivesse ficado mais tempo no Brasil e tomado mais contato com a obra do insubstituível Jô Soares, provavelmente o teria incluído na sua lista de polímatas.".
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