Hora de adentrar a uma nova fase de minha Saga,
Ainda na época dos Quarrymen (John, Paul, George e John Lowe e Colin Hampton),gravaram algo parecido com um disco (nem acetato era, pois não tinham o dinheiro)na 1ª metade de julho de 1958 (porque a 2ª metade começou com uma tragédia),em algo parecido com um estúdio (em Kensingnton, Liverpool),com um microfone único pendurado no teto (e o 'ótimo' som captado),uma McCartney/Harrison (de fato, composição de Paul com guitarra de George).
Deixo aqui uma cena do filme Nowhere Boy com a canção - LINK.
Mas não.... não ... ainda prefiro minha interpretação.
Pra mim, The Beatles começaram, já com a formação definitiva, em 5 de outubro de 1962, contei aqui neste link, quando lançaram o primeiro compacto com 'Love Me Do' e 'P.S. I Love You'. Somente aí, deixaram de ser aquela banda de rock de uma cidade litorânea do norte da Inglaterra, para serem conhecidos em Londres, e chegarem ao 17° lugar das paradas inglesas, e fazerem shows na capital e depois toda a Inglaterra e depois todo o Reino Unido e depois toda a Europa e depois a América e depois o mundo! Foi naquele dia que a luz se acendeu. E, claro, eu gosto muito de celebrar aquele 5 de outubro porque naquele exato dia, mais especificamente, naquela exata noite, estreava, com grande pompa e circunstância, o primeiro filme de 007, Dr.No, com Sean Connery no papel de James Bond, que no Brasil saiu como 007 Contra o Satânico Dr.No ... coitado do Demo, sempre levando a culpa! Foi naquele dia que a luz se acendeu. Sim, naquele dia The Beatles vieram ao mundo. Ou, 45 dias antes, pra ser mais preciso!
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Em primeiríssimo lugar, tem o 6 de julho de 1957, quando John conheceu Paul, no pátio de uma igreja de Liverpool, levado por um amigo comum, Ivan Vaughn, a quem nós beatlemaníacos agradecemos a passagem pela terra. John ouviu suas habilidades, percebeu que era um talento de igual magnitude que ele, e após uma noite debatendo com seu imensurável ego, decidiu por admiti-lo no Quarrymen. Esse episódio foi contado no filme Nowhere Boy (resenha aqui!). E conto sobre essa parceria que ali começou neste LINK!
SINE QUA NON 1:
Se John não conhecesse Paul,
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Depois, um certo 6 fevereiro de 1958 (quando eu já tinha um mês neste mundo) também foi fundamental, pois foi quando Paul trouxe seu amigo de escola George para conhecer John, pasmem, no andar de cima de um ônibus, onde deu um show na guitarra. John demorou um pouco para admiti-lo na banda por ser ainda um pirralho (ainda ia completar 15 anos), mas acabou por render-se à habilidade do menino.Se Paul não trouxesse George,
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Breve pausa para uma tragédia....
Depois de ficar afastado da mãe Julia, por 10 anos, aos 15, John voltou a ter sua companhia, estava de bem com a vida, ela era muito alegre e jovial, ensinou-lhe os primeiros acordes num banjo, era adorada pelos amigos, inclusive Paul, até que o destino deu um duro golpe no rapaz, meses antes de seus 18 anos: em Julho de 1958, quando atravessava a rua da casa de sua irmã, Menlove Avenue, para pegar um ônibus, Julia foi atropelada por um policial bêbado, de folga, sendo lançada a metros de distância, e morrendo instantaneamente, aos 44 anos de idade.
John nunca se conformou.
De volta às condições para o sucesso...
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| Stuart e Astrid |
Se Stuart não fosse embora,
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Se Brian Epstein não chegasse,
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Talvez eu apele um pouco agora, mas um NÃO pode ter sido essencial para o sucesso deles. Escrevi sobre isto aqui. Foi Dick Rowe, gerente da Decca Records que, num 1º de janeiro de 1962, recebeu-os em sua gravadora para um teste, não gostou do que ouviu, dizendo que aqueles grupos de guitarra não tinham futuro... Se tivesse gostado, e assinado com eles, talvez eles tivessem mantido Pete Best. E não teriam Ringo, fator crítico de sucesso da banda, e não teriam conhecido George Martin, outro fator crítico de sucesso, pois era gerente de uma gravadora concorrente. Apelei? Bem, o tape virou um dos mais procurados pelos fãs e foi oficializado no Projeto Anthology 1, 30 anos depois.Se Dick Rowe tivesse dito SIM,
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E seguimos... com aquele NÃO, o desânimo tomou conta dos rapazes mas não de Brian, que seguiu buscando, e passou nos escritórios da grande loja HMV em 363, Oxford Street, para transformar a fita da Decca num disco, entregando-a para um certo técnico de som Jim Foy, que ouviu e gostou, sugeriu que conversasse com o chefe dele, um certo Sid Coleman, que pegou o telefone e marcou uma reunião do grupo com um certo George Martin da EMI. Era um 8 de fevereiro de 1962, portanto outra data ‘sine qua non’ sem a qual não haveria o sucesso. Fizeram até uma placa celebrativa no endereço, mesmo sem a HMV lá. Foto de 2005, em uma peregrinação pelos locais Beatle que fiz em Londres, a qual conto neste LINK.Sem o encontro na HMV,
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E, claro, o próprio dia do encontro, um certo de 6 de junho de 1962, na EMI, com George Martin, que aliás nem os ouviu ao vivo, ficou só na fita, mas enxergou longe, adorou o carisma dos rapazes (o garoto George até reclamou da gravata do velho George), assinou contrato mas recomendou que trouxessem outro baterista. Martin foi fundamental para a transformação dos Beatles numa banda mais madura, e sempre estava aberto a ouvir as ideias dos rapazes e fazia o possível para concretizá-las.Se Martin tivesse gostado de Pete Best,
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E somente aí, apareceu a chance de Ringo. Já era o melhor baterista de Liverpool, era o único dos quatro que tinha um carro, astro da banda Rory Storm and The Hurricanes, era claro que John e Paul o queriam na banda. Fizeram o convite, ele se manteve nas duas bandas por um tempo, até que, num 22 de agosto de 1962, assumiu de vez as baquetas da bateria Beatle para nunca mais largá-las, exceto num par de três ou quatro breves ocasiões, por saúde, férias e briguinhas... Falo sobre esse episódio em minha breve biografia sobre Ringo Starr, que está neste LINK.The Beatles estavam completos!
Se Ringo fosse fiel à sua banda,
Em 23 de agosto de 1962, John se casou com Cynthia, já grávida de Julian!
1. Love Me Do (by Paul McCartney)
2. P.S. I Love You (by Paul McCartney)
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Conforme já explicado aqui em cima, durante a análise de Love Me Do, o 1º compacto dos Beatles foi um sucesso, atingindo o 1º Quinto dos Top 100 da parada inglesa, o que era absoluta novidade para uma banda em sua estreia. Não se sabe em que posição ficaria se não houvesse a ajudinha do empresário deles Brian Epstein, que comprou 10.000 cópias para sua loja NEMS, de Liverpool. O fato é que o 17º lugar garantiu à banda uma exposição ótima em rádios, além de aumentarem o cachê de seus shows. Antes, devo estabelecer uma convenção pra efeito de estatística de shows dos Beatles. Minha contagem vai começar de 5 de outubro de 1962, que foi quando eles vieram ao mundo do estrelato, já com disco lançado. Se quiserem considerar desde que Ringo se juntou definitivamente aos Beatles, somem 39 aos números... Aliás, falando nisso, pode contar, desse dia 1 da contagem até 31 de dezembro, temos quantos dias .... 88 dias. Em metade desses, eles estavam em palcos da Inglaterra, cantando até em Liverpool! Em dois deles, abriram para Little Richard. E em outros 24, em duas temporadas de duas semanas no Star Club de Hamburgo, cumprindo contratos já firmados. A última delas foi de 18 a 31 de dezembro. Então, 88 - 44 - 24 = 20 dias..... Foram de férias? No way!! Os convites começaram a aparecer, na TV Granada e na Wembley TV, entrevistas e programas na Rádio Luxemburgo, e fizeram uma primeira aparição na BBC, aonde fariam participações em shows ao vivo e até teriam um programa só deles no ano seguinte.... Contabilizando, foram 4 entrevistas em programas de rádio e 6 aparições em programas de TV. Também estiveram mais uma vez em Abbey Road, para gravar o 2º compacto, dia 26 de novembro!! Era o início de uma agitação só, viagens, filmagens, programas, shows, que só terminaria quatro anos depois quando fizeram seu último show ao vivo.... mas ainda teriam muito mais a mostrar! Mas isso é papo para os próximos capítulos.
Vou começar aqui uma tabela, apenas para deixar registrada a evolução de números impressionantes, que jamais foram (serão?) repetidos por nenhuma outra entidade artística. Vale aqui, para as sessões de gravação, o mesmo critério adotado para o quantitativo dos shows: só valem as sessões de gravação a partir da chegada de Ringo, segundo a minha visão, o dia em que os Beatles começaram! Então, você verá que eu coloquei para 1962 um total de 3 sessões de gravação, não contando aquela com Pete Best em Abbey Road, muito menos a sessão da Decca do início do ano! São as duas sessões para a gravação do 1º compacto (4 e 11 de setembro) e a única para gravação do 2º (26 de novembro)!
NÚMEROS DOS BEATLES
Até 31 de dezembro de 1962
Compactos: 1
Canções originais: 2
Sessões de gravação: 3
Shows no Reino Unido: 44
Shows na Europa (sem UK): 24
Entrevistas em rádio: 4
Aparições em TV: 6
Beatles casados: 1
Conforme for a evolução, eu provavelmente farei uma tabela mais estruturada!
Próximo Capítulo: The Beatles' 1963 - O 1º Compacto Nº 1 (LINK)


Confesso não ter entendido bem como será a nova fase. O texto já é conhecido. Até fiz comentário antes. Mas tenho certeza que sua ideia não é apenas repetir o já publicado. Como será?
ResponderExcluirBuen día Homerís, te felicito por la selección de sucesos Beatles. Son tips cortos pero precisos que enriquecen a las nuevas generaciones. Por mi parte tengo 53 años coleccionando a los Fab Four. Qué digan tus éxitos. Abrazos.
ResponderExcluir*sigan.....
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