Esta é a 17ª canção da coletânea Past Masters #1, 14º Álbum Oficial dos Beatles
a história do álbum, assuntos e canções, aqui neste LINK
É uma de 19 canções falando de Amor por Garotas
as demais 18 canções de mesmo Assunto e Classe, neste LINK
Atenção, canções com títulos em vermelho
são links que levam a análises sobre elas.
17. Yes It Is (DtR Girl Song by John Lennon)
John reclama: "Por favor, não use vermelho hoje à noite. Isso é o que eu disse hoje à noite. Porque vermelho é a cor que vai me entristecer, apesar de você, é verdade. Sim, é verdade. Sim, é verdade"
John abre os trabalhos como compositor em 1965, e parece que estava doido para fazer uma canção nos mesmos moldes de This Boy. E fez! Yes It Is é uma linda balada, em ritmo de valsa, com harmonia vocal tripla nos versos e com ele cantando pungentemente a ponte acompanhado de Paul e George no vocal de fundo, tudo do mesmo jeito que o sucesso de 1964. As duas foram lançadas como Lado B de grandes sucessos, aquela, de I Wanna Hold Your Hand, esta de Ticket To Ride. Paul requer para si uma participação na música, mas não mais do que 20%.
É uma canção de DR, mas com forte tendência para Saudade, veja bem! Começa com o apelo que transcrevi acima, que é do Verso 2, com o autor pedindo que a garota não use roupa vermelha, porque aquilo o deixa triste. Aqui, mais uma vez, destaco a letra em inglês, porque mais uma vez não se vê a palavra 'sad', que quer dizer 'triste'. Ele usa 'blue', como já expliquei, que quer dizer 'triste', porque azul é considerada uma cor triste, daí que Blues, na música, tem aquela profusão de temas tristes, enfim. Veja: "For red is the color that will make me blue". John já havia usado o jogo de palavras em Baby's In Black, (but I'm feeling blue) no ano anterior. Mas no Verso 1, ele diz: "For red is the color that my baby wore", então ele não quer que a atual garota use a mesma cor que sua outra garota, que o deixara, que partira, que morrera (?), uau, isso é que é saudade! E a ponte, pungente, tem John bradando: "I could be happy with you by my side, If i could forget her. But it's my pride, Yes it is, yes it is, oh yes it is, yeah." Veja o desespero do rapaz. E a moça, coitada, sem chances, se ela continuar vestindo vermelho, de nada vai adiantar, mesmo ela sendo muito legal, é o sentido do "in spite of you" do 2º Verso.
Como eu disse, eram as primeiras sessões de gravação para o álbum HELP! o primeiro de 1965. Na primeira, em 15 de fevereiro, gravaram Ticket To Ride. Dia seguinte, começaram e terminaram a canção objeto deste texto. Porém, não foi fácil... foi a canção que mais teve takes naquele ano, um total de 14 vezes foram necessárias para terminar sua base. Essa base era John no violão, Paul no baixo, Ringo numa leve bateria. Até a metade da sessão foram vários takes incompletos, com exceção justamente do 1º. Até o Take 4, faltava um compasso entre os dois versos iniciais, que foi introduzido por John no 5º, facilitando a respiração. A gente pôde perceber essa diferença porque o Take 2, apesar de incompleto, foi utilizado, em sua parte inicial, aé ametade da 1ª ponte, para o lançamento no Projeto Anthology 2, 30 anos depois, mesmo com a divertida cantoria de John, quando esqueceu a letra da mesma! Só no Take 9 veio a configuração definitiva, porém sendo aperfeiçoada até o Take 14, completando duas horas de trabalho. A base ocupou a trilha 1 da fita de 4 canais, George finalmente chega com sua guitarra na trilha 2, modificada por um pedal de volume (que evoluiria mais adiante para um Wah Wah), e os 3 tenores, digo, cantores entregam sua magnífica harmonia vocal tripa na trilha 3, após exaustivos ensaios, comandados pelo maestro George Martin, e a trilha 4 teve John dobrando seu vocal na ponte e também mais guitarra de George. A parte final dessa fita, a partir da 2ª ponte, completa a ponte errada do Take 2, já com os overdubs, e foi lançada no Anthology, o qual deixo aqui neste LINK pra vocês.
Outras diferenças entre This Boy e Yes It Is é que a primeira tem sua ponte cantada apenas uma vez enquanto na última, são duas vezes. E outra é que esta nunca foi tocada ao vivo, de verdade. A harmonia vocal era bem mais complexa que This Boy e acho que decidiram não arriscar! Ela foi dublada sobre playback em 3 ocasiões para divulgação na BBC.
E deixo aqui uma curiosidade: é que Yes It Is foi uma das canções que mereceu uma declamação do grande comediante Peter Sellers, neste LINK.
Um grande lance aconteceu no Brasil, porque Verônica Sabino lançou uma versão em português, que tem só um pouco a ver com a letra original, mas ficou linda 'Demais', aliás, que é o nome que saiu aqui. Foi tema da novela Selva de Pedra de 1986, muito sucesso!!! Veja aqui, neste LINK.
Yes it is é realmente linda. E ainda de um tempo que nem todas as músicas se referiam a alguém que existe. Apenas uma letra que muitos poderiam se identificar. Eu até pensei em Alma Cogan, mas ela faleceu em 66. Estava viva em 65. Sabe que eu não conbhecia a gravação de Veronica Sabino? Obrigada de montão pelo link.
ResponderExcluirOutro dia, acho que foi ontem, fiquei pensando mais uma vez sobre o que sempre senti falta nas músicas de todos sozinhos. Sempre pensei apenas assim: falta os outros. Mas ontem me dei conta do que falta principalmente: as vozes dos outros. A harmonia. Ouvindo Yes it is agora ficou provado. Nenhum deles conseguiu esse som em nenhum dos discos solo. E este som de suas vozes em conjunto é o que havia de mais belo nos Beatles musicalmente falando. As suas vozes não são apenas harmoniosas. Outras bandas fazem boa harmonia. É o som...uma coisa indefinível que só eles conseguiam. Bonito demais a voz de John com a de Paul, a de George e também a de Ringo quando entrava de vez em quando.
Em ritmo de balada, _Yes It is_, de 1965, virou “Demais”, em versão nacional. Canção de DR, já começa com John pedindo que ela não use vermelho porque é uma cor que o deixa triste (_blue_). Paul teve apenas 20% de participação. Eram as primeiras sessões de gravação para o álbum _Help_, depois de _Ticket to Ride_. George é o grande destaque, com sua guitarra.
ResponderExcluirE _Yes It is_ mereceu até uma declamação do comediante Peter Sellers.