Alerta preliminar: usarei trema para sempre!
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Alerta 2: Outras SETE resenhas e causos do Oscar, neste link
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Alerta 2: Outras SETE resenhas e causos do Oscar, neste link
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Um trailer chamativo, personagens excêntricos, seis indicações e premiações paralelas levaram-me a aguardar com ansiedade sua estréia e finalmente assistir a Jojo Rabbit. Ótima decisão! Poderia resumir assim:
Jojo Rabbit ou
De como uma situação horrorosa pode ser tratada com humor.
Jojo é um alemãozinho loirinho fofinho, de 10 anos, na Alemanha da Segunda Guerra, que tem Hitler como ídolo, assim como a maioria dos jovens alemães da época, e sonha em participar da Juventude Hitlerista, como a maioria dos jovens alemães à época... pause para lembrar que o Papa emérito fez parte desse grupo...
Só que Jojo é diferente...
Sim, ele admira tanto o líder que o tem como seu amigo imaginário e a primeira cena é arrebatadora, quando esse relacionamento é apresentado, se houvesse Oscar para a Melhor Cena (cuja criação eu e Renata defendemos entusiasticamente), decerto seria indicada. É a cena de abertura, pré-créditos, e, para meu gáudio absoluto, logo em seguida, a música dos créditos é nada mais nada menos que 'I Wanna Hold Your Hand', dos Beatles, só que em sua versão em alemão, gravada pelos próprios Beatles. Houve um breve tempo em que Brian Epstein, o empresário dos garotos, pensou que seria interessante que gravassem em vários idiomas, e surgiu esse compacto, com dois Lados A, o outro é 'She Loves You', portanto dois de seus maiores sucessos de 1963. Em alemão ficou: 'Komm, Gib Mir Deine Hand' e 'Sie Liebt Dich'. Felizmente todos perceberam que era uma péssima idéia (já pensaram como seria 'We Can Work It Out', em português? Algo como 'Podemos Solucionar Isso'! Não dá, né?) e eles mataram esse projeto na raiz. Apenas beatlemaníacos severos como eu sabem dessa ocorrência.
Não, ele não tem em seu âmago o ódio, a intolerância, o desprezo pelos outros, necessários a entrar naquele time... e ele logo percebe isso na primeira cena pós-créditos, quando participa de um fim-de-semana de treinamento da tal juventude hitlerista, onde é enfatizado o ódio aos judeus. Ali ocorre a primeira cena chocante e termina desastrosamente... mesmo assim hilariamente, com nova presença do amigo imaginário. Ajuda também o fato de sua mãe Rosie ser uma defensora enrustida de tudo o que não representa o governo. Ela respeita o entusiasmo do menino com seu ídolo, até porque traidores são condenados sumariamente à forca, mas consegue combater à sua maneira, com uma atitude que remete situação de Anne Franke, mas eu não vou falar mais nada para não dar spoiler. A lavagem cerebral sobre a inferioridade dos judeus começa a ser modificada com uma descoberta que ele faz em sua casa.
Jojo é feito por Roman Griffin Davis, que foi indicado ao Globo de Ouro ao Globo de Ouro de Melhor Ator em Comédia ou Musical, certamente o mais jovem da história, mas perdeu para Taron Egerton, que fez um Elton John perfeito!
Rosie é feita por Scarlett Johanson, a atriz mais bem paga da história do cinema, que concorre ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, neste que certamente é o melhor anos de sua carreira, porque também concorre ao Oscar de Melhor Atriz pelo filme 'História de um Casamento', que certamente ganharia, não fosse a arrebatadora Renée Zelwegger, que ganhou todos os prêmios a que concorreu até agora, com sua perfeita Judy Garland.
Hitler é feito por Taika Waititi (!), um neo-zelandês que também é o Diretor e o Roteirista da filme, indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, e que já subiu duas vezes ao pódio para receber estatuetas: ganhou o BAFTA, o Oscar britânico, e o WGA, prêmio conferido pelos colegas roteiristas, ambos também por seu Roteiro Adaptado. A atuação caricata dele é sensacional!!!
Tem também um ótimo Sam Rockwell, como o treinador dos jovens, mas que tem um papel importante na vida do menino!
Finalmente, preparem-se para rir e também para chorar.
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