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quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Get back - by Virginia - 3ª Parte

Esta é a 3ª Parte das impressões da querida Virginia, enorme Beatlemaníaca, sobre o Documentário Get Back.

Aqui, neste LINK, a 1ª Parte, Contextualização

 Aqui, neste LINK, a 2ª Parte, O Let It Be Original


Get Back – Minha visão. 

Terceira Parte. 

No segundo semestre do ano passado começaram a divulgar o documentário “Get Back”.   Cenas de dar água na boca.   Então  chega novembro. Eu não tenho o canal Disney. Mesmo assim, graças a amigos que entendem bem dessas coisas,  eu recebo  um link para ver os três episódios  pela internet.  Pouco depois recebo também o DVD de presente!  Nem há palavras certas para agradecer.  Mandam  também um livro especial com os diálogos dos filmes mais completos.  Fotos gigantescas. Puxa vida! Sei que é pouco dizer apenas  “obrigada”. 

    Assusto com enganos logo no início.   George teria entrado para a banda aos 13 anos?  Que é isso? Mas aquela introdução com o estúdio sendo varrido é tão bonita que perdôo a falha inicial. Agora é apenas sentar, respirar fundo, entrar lá dentro para passar horas com eles. O que me chama a atenção de cara:  fotografia perfeita.  Sem aquela aparência granulada do “Let it be”. . 

Levo  exatamente três dias para ver tudo. Quando estou vendo eu estou lá dentro. Olho   tudo ao meu redor.   Sou transformada novamente na  mamãe maravilhada com os filhinhos...Os mais simples gestos são motivos  para  me encantar.  George com sono, que gracinha... John e Paul dançando...pode haver coisa mais linda ? E Ringo que solta um peido?  Que fofo!  Ficamos sabendo apenas porque ele dá essa informação numa boa. 

      Que privilégio estar ali com eles!  Sim, os Beatles despertam meu instinto maternal.  Minhas sensações também lembram o que sinto por  gatinhos e cachorrinhos filhotes.  Vontade de pegar  todos no colo e adular muito. Curiosamente,  John se dirige à turma  em dado momento  chamando todos de gatos e gatinhos. 

   Sinto falta de cenas antológicas do primeiro (Let It Be, de 1970). Dias depois,  sou informada  ter sido proposital. O diretor teria optado  por não repetir cenas já vistas. 

  É curioso como  trabalhavam no caos.  Eu conhecia um áudio deles gravando uma música de George para o Rubber Soul. Loucura total  o tempo todo. Como conseguiram terminar a música e ainda fazer com que ficasse maravilhosa só mesmo obra de algum milagre. Paravam o  todo momento para brincar. 

    Pois no “Get Back” a coisa é parecida. Parece que vão se dedicar a “Don’t Let Me Down”...Que nada!  No meio, eles param  para  tocar velhos temas, inclusive de outros compositores. Sabe quantas músicas entraram assim de repente? 46! Inclusive o tema do “Terceiro Homem”. Espetacular!  Parece que não levavam à sério.  Mas era esse o jeito Beatle de criar maravilhas. 

    O que incomoda a Paul é   não levarem a  sério coisas importantes. Onde seria o tal show que pretendiam fazer? Não chegam a um consenso. E como tem gente ao redor palpitando... Uma coisa fica decidida. Nada de  viagem ao exterior. Ringo não poderia por estar se preparando para um filme. Isso mostra claramente como todos tinham poder de decisão. Gente, não havia um líder! Parem com essa de achar que John era líder pelo amor de Deus! Todos tinham direitos iguais e decidiam em conjunto. Se Ringo não podia, então seria um show ali mesmo em Londres e ponto final. 

    Viviam por dentro do que se passava no mundo. Há vários momentos deles lendo revistas e jornais em voz alta. Mudando a voz.  Representando. Rindo. Caçoando e até cantando...Tudo é motivo para uma encenação. Destaque para quando George e John simulam uma briga de socos.  Tinha saído na mídia que eles tinham brigado violentamente. Nada melhor do que representá-la, não é? É  o que fazem. 

    Que tal uma lista dos piores momentos? Onde já se viu Virginia A. de Paula sem ver defeitos? 

   A pior cena: Yoko parecendo celebrar a saída de George.  Logo que ele informa estar deixando a banda, ela inventa pegar o microfone.  O que seria aquilo? Algum encantamento? Soube que os meninos a acompanharam...Eu não sei porque não vi.  Já conhecia aquela coisa estrambólica.  Já até contei como o cachorro Pablo quase morreu. Tinha apenas ouvido em áudio.   Pois agora dá para ver tudo e saber que aconteceu quando George vai embora. Ficou ainda pior do que  era. Assim que começa, pego o cursor e vou passando...Que bom poder fazer isso. De vez em quando paro  para ver se tinha acabado. Que nada. Coisa longa. Ufa, finalmente acabou. 

 E ainda tem gente dizendo  que ela ficava calada o tempo todo... No “Let it be” realmente ficou calada. Nesse ela fez aquela invocação às trevas ou algo parecido.   E foi bem nessa hora que vem o segundo pior momento: John sugerindo chamar Eric Clapton para substituir George.  John, amor da minha vida,  George era insubstituível!  Ah, ele não falava à sério. Ele  realmente se preocupou, pois em seguida podemos ver  um momento lindo. Os três semi abraçados ao fundo...como se confortassem um ao outro. 

Mais emocionante é ver Paul de olhos cheios de lágrimas no dia seguinte...Sem George, e onde estava John que não chegava? Só ele e Ringo.  “And then there were two”, é o que ele diz repetindo o dizer popular que quer dizer  “e então eram  dois...” 

    O filme  não revela o motivo da saída de George. Nem o motivo de ter voltado poucos dias depois todo feliz.  E ainda trazendo Billy Preston.  Mas mostra um diálogo entre John e Paul. Suspeitam ter sido pelo jeito aparentemente mandão de Paul. É uma conversa boa, honesta, sincera...Procuram entender. Querem entender, mas sem saber ao certo  os motivos de George.  

      A cena que leva o terceiro lugar  entre as piores:   John sendo extremamente desagradável com Heather.  Querendo saber se ela comia gatinhos. Isso mesmo...E fica insistindo nisso. Logo ele que sempre amou bichanos.  Mas a cena foi cortada antes do final.  Falei no livro, não falei? O livro espetacular que ganhei de amigos espetaculares?  Pois nele vem a conversa completa. E no final John até que dá uma melhorada.   Do jeito como está no filme não há como aceitar.  

   A quarta cena não chega a ser ruim.  É confusa...George parecendo...chatinho, pode? Pois ele faz um comentário que parece ser de censura aos amigos por não terem se comportado do jeito que ele achava que deviam se comportar quando na Índia. Paul comenta sobre um documentário que viu sobre aquela temporada. E gostou do documentário. Reconhece que deviam ter sido mais eles quando ali estavam aprendendo a meditar...George “passa pito”.   Paul não parece se incomodar. 

     O que mais não gostei? Dos cabelos ensebados de John e Paul. Principalmente John. Ai, que vontade de lavá-los. E fico aqui sonhando...Eu lavando os cabelos deles...Que sonho. 

Amanhã, listarei alguns dos  melhores momentos. 

Agora fiquem com o vídeo  “A Sneak Peak”   que é uma montagem  de momentos super saborosos com apresentação de Peter Jackson.



Aqui, neste LINK, a 4ª Parte, Os Melhores Momentos

Aqui, neste LINK, a 5ª Parte, O Grand Finale

7 comentários:

  1. Agradecendo com um sorriso do tamanho do mundo. Você é demais, rapaz.

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  2. É uma delícia acompanhar o entusiasmo e as revelações de Virgínia. assistindo ao documentário _Get Back_ dos Beatles. Viu em três dias, e testemunhou o sono de George, John e Paul dançando e Ringo, confessando um peido.
    Um caos total na gravação: parece que vão gravar _Don’t Let Me Down_, mas tocam 46 outros temas, até de outros compositores. E os piores momentos, quando George vai embora, Yoko se apodera do microfone, e John sugere chamar Eric Clapton pra substituir George. Sem falar na implicância de John com Heather, perguntando se ela comia gatinhos.
    E o brinde final, dos melhores momentos, no vídeo _A Sneak Peak_.
    Vera Mussi

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  4. Ela escreve muito bem. Ela coloca os seus sentimentos íntimos. Dá gosto ler. Me senti transportado para aqueles ambientes. Fiquei sabendo de muitas coisas que desconhecia e nem imaginava. Enfim, adorei ler!
    Armando Paulo Barros

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  5. Antes eu vim aqui agradecer a Homerix pela divulgação dos textos. Agora vejo os comentários adoráveis. Então estou de volta para agradecer a vocês que leram e também comentaram. Obrigada de coração.

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  6. Mais uma vez Virgínia refletiu minha alma , na época estava em três grupos dos Beatles, só se falava desse documentário, me senti péssima , lia os relatos , as cenas hilárias e só observava sem puder vivenciar essa experiência tbm, trabalho em excesso ,stress, problemas familiares, quando finalmente consegui ver , me senti fazendo parte da cena , estava ali como diretora ou como uma Beatle só que invisível talvez eu fosse a quinta voz que ninguém ouvia, nunca acreditei em líder no grupo , para mim eles são e serão quatro corpos e uma única alma, uma só mente e um só coração ❤️, como o cérebro é diversificado , vejo Paul como o irmão mais velho , John o brincalhão, George o meio depressivo, e Ringo aquele da paz que tá de boa com todo mundo , os textos lidos até aqui , retratam como o sentimento que eles passam consegue penetrar nas nossas almas e sim, como nós beatlemaníacos somos semelhantes, acho que por isso nos encontramos, a vida trata de unir quem se assemelha a nós.
    Ivone Maia

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  7. A terceira abordagem é instigante porque endereça uma incursão aos meandros do documentário e descreve eventos prosaicos denominados de as piores percepções. Como passageiro fugaz ao documento, surpreende a perspicácia da cronista em elencar passagens que aos olhos familiarizados com o mundo Beatles parecem impertinências intoleráveis. Porém, sempre entremeadas com um humor carinhoso, como aquele de lavar o cabelo seboso de John.
    Parabéns Virgínia.
    Laury

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