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quarta-feira, 20 de maio de 2020

Um soneto para Pandora

Meu amigo Falabella contou, transtornado, sobre sua cadelinha, e depois o desfecho feliz...

Fiquei muito tocado e prometi-lhe um poema.

Acabou saindo um soneto, o primeiro que fiz, em sua específica forma, de duas quadras (4 versos) e dois tercetos (3 versos), totalizando 14 versos, com o último dando a conclusão, o ponto final de tudo o que foi desenvolvido antes.

O problema respiratório da cadelinha inspirou a lembrança de um 'reclame' antiiigo, que ficou muito famoso. Então, os dois primeiros versos e o penúltimo foram nele inspirados..... e posteriormente, eu o explico.

Ficou assim...

A Pandora, cadelinha faceira,
Que Falabella tem ao seu lado,
Picou-lhe uma aranha caranguejeira,
Deixando eles todos preocupados.

Bem além da patinha dolorida,
Na sua glote, edema e inflamações.
Mas voltou pra casa ainda combalida
Após muito soro e medicações. 

Já em casa seguia o mau estado 
Para dormir era grande aflição.
Mas lá estava um Felipe iluminado.

Ele sacou do nada a solução.
Não salvou-lhe o rhum creosotado
Mas uma simples nebulização!

Felipe é o filho dele, que está em confinamento com ele nesses tempos difíceis, e foi ele quem veio com essa ideia...

Agora, a explicação da inspiração... lá nos idos de 1920, sim, completando 100 anos, os bondes começaram a circular com propagandas que usavam rimas para atrair o povo, e uma delas ficou no gosto, e as pessoas se lembram dela até hoje... Ela dizia:

Veja ilustre passageiro
o belo tipo faceiro
que o senhor tem a seu lado
e no entanto, acredite,
quase morreu de bronquite
salvou-o o Rhum Creosotado!

Acho que os mais jovens talvez não tenham conhecimento, mas talvez, sim, pois faz parte do imaginário coletivo.

Em uma outra propaganda publicada sobre o elixir milagroso, dizia-se que o Rhum Creosotado tinha "fartos elementos para a hygiene dos pulmões".

Vamos parar por aqui senão aparece mais um concorrente para a cloroquina.

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