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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Paul is Dead?


                  

O mundo conhece esta capa de disco.

Contei sobre a história dela, no post
http://www.blogdohomerix.blogspot.com.br/2009/08/por-que-nao-vamos-la-fora-e.html

Agora, exponho o que estava ‘por detrás’ daquela aparentemente simples foto de quatro cavalheiros atravessando uma rua.
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                  Havia uma história, um boato, que pairava no ar à época: a suspeita morte de Paul McCartney, em um suposto acidente de moto em 1966, e sua substituição por um perfeito sósia.
                  Tudo o que envolvia, ou fazia menção, ou simplesmente lembrava qualquer um dos quatro Beatles, na época, era motivo de especulações dos ensandencidos fãs. Imaginem um boato como este! Variadas evidências, que comprovariam a morte de Paul, foram encontradas em músicas, declarações, anúncios de jornal, etc. Sei de algumas delas que só interessam aos mais fanáticos, e que não cabe aqui detalhar. Restrinjo-me aqui ao mais interessante conjunto delas:  as estampadas na capa de Abbey Road.
         Bom, se tiver a curiosidade de checar, pegue o disco na sua discoteca, ou se ainda não tem, que vergonha, vá imediatamente comprar o CD, pois é impossível você não tê-lo em sua estante, e note:
  1. Os 4 estão em fila indiana;
  2. John segue à frente, de terno branco;
  3. Ringo a seguir, de terno preto;
  4. Paul, a seguir, com roupa informal chique, descalço;
  5. George, finalizando o cortejo, todo em jeans;
  6. Paul é o único com o pé direito à frente;
  7. Os demais têm o pé esquerdo à frente;
  8. Paul carregava um cigarro na mão direita;
  9. Há um fusca bege descompromissadamente estacionado no lado esquerdo.
           Sua licença é LMW 2 8 I F.

         Não seria nada além de mais uma bela capa beatle se os fãs não tivessem usado sua fértil imaginação para descobrir nada menos do que oito evidências irrefutáveis de que Paul estaria mesmo morto!
         Senão vejamos:
  1. Os 4 estão em fila indiana, como todo bom cortejo fúnebre, e iam na direção de um cemitério nas imediações do estúdio;
  2. John, que segue à frente, de terno branco, era o padre que lhe proporcionara a extrema-unção (ou o médico, segundo alguns);
  3. Ringo a seguir, de terno preto, era o agente funerário que lhe proporcionaria funeral digno (ou o padre, segundo aqueles mesmos alguns);
  4. Paul, a seguir, com roupa normal, mas descalço como todo bom defunto, pronto para ser colocado num caixão;
  5. George, finalizando, todo em jeans, um traje simples, como todo humilde coveiro,que o colocaria na cova;
  6. Paul é o único com o pé direito à frente; os demais têm o pé esquerdo à frente. Sinal de que não está neste mundo;
  7. Cigarro na mão direita? Prova de que não era Paul, sabidamente canhoto;
  8. Há um fusca bege descompromissadamente estacionado no lado esquerdo.
Sua licença é LMW 2 8 I F, que naturalmente, quer dizer:
"Linda McCartney Widower - 
Paul would be 28 years old, IF he were alive"
                    
         Pode?!!!!!
          Devemos relevar fato de o ‘I’ do ‘IF’ ser, na verdade, o número ‘1’, como toda boa licença naquela britânica ilha de miserable weather. Ou ainda,esquecer também que Paul, se estivesse vivo, ainda não teria completado 28 anos, mas, sim, estava no 28ª de sua vida....
         Meros detalhes!
         Em 1995, Paul, ainda muito vivo, em todas as interpretações do adjetivo, capitalizou uma vez mais em cima de sua fama de morto. Lançou um disco ao vivo com trechos de sua fantástica e muitíssimo bem sucedida excursão mundial. A capa do disco mostra a mesma rua, com um fusca similar àquele, estacionado no mesmo ponto mas com uma licença 54IS, e ele, Paul,  sendo puxado por uma cadela da mesma raça de sua antiga cadela Martha, que ele tinha na época do Abbey Road.  Deu ao disco o nome de "Paul is Live". O nome tem triplo sentido:
  • "Paul is Live", pois é um disco ao vivo, não gravado em estúdio;
  • "Paul is Live", pois ele não está morto, mas sim bem vivinho, apesar dos boatos;
  • "Paul is Live", pois, além de estar fisicamente vivo, está também artisticamente vivo, ainda fazendo turnês de grande sucesso e vendendo muitos discos, 25 anos depois de terminado o grupo.
  • Para completar, a licença do fusca é  54IS  pois   
 " .... now, Paul   IS 54 years old! "

A capa de Abbey Road ficou mundialmente famosa. O citado fusca bege ganhou notoriedade imediata e começou a passar de mão em mão de colecionadores. Chegou a valer dezenas de milhares de libras, e hoje está no museu da Volkswagen, na Alemanha.
         Desde o fim dos Beatles, todo santo dia, ao menos uma pessoa, às vezes dezenas, preferencialmente em grupos de quatro, repete a coreografia da capa, com pé trocado do 3º, que normalmente está descalço, e tudo o que tem direito. Entre elas, o bocó aqui! Estive lá pela primeira vez em 1992. Só que como eu estava sozinho, tive que esperar por outros três bocós para acompanhar-me na jornada e um 5º bocó para tirar a foto. E retornei algumas vezes: por menos tempo que eu tivesse, fosse apenas uma escala do vôo de ida ou de volta, eu pegava a Jubilee Line do metrô, descia na estação St. James Wood e repetia a coreografia.
         E deixava, sempre, minha mensagem no muro dos estúdios da EMI. Claro que nunca encontrava a mensagem anterior: aquele local virou ponto de registro do amor pelos Beatles. Cada centímetro quadrado de sua tinta branca é preenchido com declarações, poemas, citações de letras, Beatles 4ever, fulano esteve aqui, sicrano ama beltrana, e coisas do gênero.  A velocidade de preenchimento é enorme: a cada três meses, o muro tem que ser pintado, para começar uma nova série de pichamentos, totalmente legais e autorizados!
         Quem tiver dúvidas sobre o fenômeno, pode ir ao site da EMI, e procurar a imagem: há uma câmara permanentemente ligada, registrando a movimentação aquela faixa de pedestres. Pode estar vazia agora, mas não demora muito e aparece alguém atravessando e fazendo pose. 
         E se for a Londres, não deixe de pagar o seu mico!!!
            

3 comentários:

  1. Se pararmos realmente para pensar, é difícill explicar o fenômeno em que se transformou ao longo do tempo, a foto da capa do Abbey Road. Na verdade é uma foto simples e sem muita pretensão. Existem discos, inclusive dos Beatles, com capas super sofisticadas do ponto de vista artístico, e que não chegam perto da representatividade desta. Impressionante.
    Como curiosidade, uma beatlemaníaca que morava em Londres na época, me disse que as fãs que todos os dias, e noites, acompanhavam os Beatles em frente aos estúdios da Abbey Road, não estavam no local na hora do foto, porque ela foi tirada no horário em que as meninas estavam na escola.
    Será que foi de propósito?

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  2. Diziam até que, se você tocasse a música Revolution no. 9, do Álbum Branco, ouviria uma voz dizendo "Turn me on, dead man". Uma loucura!...

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  3. Pixo o muro da Abbey road então...kkkk

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