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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A resenha escarlate da semana!!

De vez em quando vou publicar aqui uma resenha ou outra do livro A Arma Escarlate
Esta veio lá do Skoob, aquela comunidade de leitores. 
O mais recente fã de Renata é Vinicius, de Itapetinga, da Bahia


Surpreendentemente, mais que um HP brasileiro.

Antes de tudo devo dizer que esse foi um dos melhores livros que já li nos últimos tempos.

Tendo o aval da própria J.K. Rowling, ele conta a história de um bruxo brasileiro, Idá. Ou melhor, Hugo Escarlate, que adota esse nome pra esconder suas origens pobres da favela do Morro de Santa Marta, no Rio. Embora focando na magia, "A Arma Escarlate" traz a tona problemas sérios da nossa realidade - a violência, as drogas, a corrupção, o anti-patriotismo. Simplesmente genial.

Não há a inocência dos primeiros "Harry Potter". O protagonista, Hugo, não se assemelha em nada ao menino que sobreviveu. É moralmente questionável, irado, um personagem deveras complexo que realmente irrita em alguns momentos com suas atitudes e conclusões precipitadas. E é por isso que ele se destaca de tal forma, mesmo não sendo o único personagem interessante. Temos o professor Atlas, a doidinha diretora Zô, os Pixies e os Anjos - cuja rivalidade serve pra exemplificar e opor a questão entre a "europeização" e o "brasileirismo", um tema que a autora Renata trata com bastante eficiência.


Não hesitando em colocar palavrões, um personagem bissexual (ou vai dizer que não suspeitou ---- spoiler ---- spoiler  ---- ?), o consumo  ---- spoiler ---- spoiler  ----  (uma temática que permeia a segunda parte do livro, onde um acuado Hugo abre a caixa de Pandora ---- spoiler ---- spoiler  ---- para poder se salvar e à sua mãe do truculento vilão Caiçara), Renata mostra que esse não é um livro pra crianças, e sim uma obra infanto-juvenil com uma mensagem séria. Afinal de contas a geração jovem de hoje não é a mesma de 1997, quando A Pedra Filosofal foi lançado. Deixando ganchos para a sequência (admito que o final me deu um ligeiro nó na cabeça, mais pelo modo como terminou do que pelo final em si), esse livro prova o valor da literatura nacional.


Vinicius

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