Hoje 11/12, celebra-se mais um Dia do Engenheiro.
Algum tempo atrás um amigo reclamou que eu não celebrei,
um blogueiro engenheiro teria que registrar....
Falha nossa!!!
Pensei rapidamente no assunto
e lembrei que um belo motivo para
eu ter inconscientemente
esquecido da data
pode ser minha sina de exemplo de desvio de função visceral.
Escrevi sobre isso, e agora atualizo!
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pode ser minha sina de exemplo de desvio de função visceral.
Escrevi sobre isso, e agora atualizo!
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Sou um engenheiro civil que nunca projetou ou construiu
nenhuma casa, prédio, ponte, estrada ou barragem, afinal, 4 dias depois de me
formar, soube que iria me tornar Engenheiro de Petróleo. Cronologia? Formei-me
em 31/12/1980 e recebi, no dia 4/1/1981 o telegrama dizendo que havia passado
no concurso da Petrobras, e que seria admitido (caso passasse nos testes
psicológicos) para o curso de Engenharia de Petróleo. Daí, varreu-se-me da
memória qualquer vestígio de vigas, pilares e lajes durante aquele mês, e entrei
na Petrobras em 5/2/1981, aonde fiquei até 2016... nunca fiz uma entrevista de
emprego, nunca mandei um currículo... depois ainda exerci a profissão por mais um ano, e agora parei mesmo!
Era um mundo totalmente diferente ...
Éramos 200 engenheiros na ensolarada Salvador, que embarcariam num novo mundo, uma
nova língua, um verdadeiro dialeto, e acabou-se logo no primeiro dia uma ideia
que o povo ainda tem: que o petróleo então dormia em lagos no fundo da terra.
Essa nova engenharia era inversa da que eu havia aprendido, ela construía para
baixo, e era uma obra de um, dois, sete, dez quilômetros lá para o fundo, para
trazer o óleo à luz do sol.
Foi um ano de especialização e então haveria a distribuição
pelo país. Fiquei no 'quintil' (existe isso?) melhor e consegui vir para o Rio,
fui cedido à Braspetro, subsidiária que cuidava dos negócios internacionais,
que era a opção mais próxima que podia da minha querida Santos.
Mas o desvio não parou por aí.... afinal, 6 anos depois de formado em Engenharia de Petróleo, foi a vez de abandonar poços, revestimentos, árvores de natal (secas ou molhadas), separadores, FPSOs, e virei Analista
Econômico de Contratos de Exploração e Produção, onde realmente me encontrei profissionalmente, e virei fera em
contratos de todos os tipos, Concessão, Associação, Partilha de Produção,
Serviços, de países dos quatro cantos do mundo....
A coisa foi ainda mais adiante quando desviei de vez, 10 anos depois, e virei
Gerente Financeiro de nosso escritório nos Estados Unidos, e esse foi outro
mundo novo, aprendi contabilidade e finanças na marra, em outro idioma, e pra
complicar um pouco, os negócios eram não apenas de E&P ("aquela
diretoria que fura poço e acha óleo", lembram-se de Severino Cavalcanti?) que era minha praia como engenheiro,
mas tinha que controlar as atividades de Trading e Procurement. Foi tenso!!!
Na volta, cheguei a ser responsável pela Comunicação
Internacional, mas logo voltei ao Portfolio
e segui minha estrada por aí, e geri a estratégia internacional até que acharam que a atividade internacional não era mais prioridade.
Claro que, em todos esses movimentos, sempre me vali do
raciocínio lógico que desenvolvi na Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo, e tudo o que consegui começou lá, não posso renegar. Os ventos da vida é
me levaram a outros portos.
Isso tudo sem contar que sou mesmo é um
engenheiro metido a besta
que acha que sabe escrever
e fica incomodando os amigos com suas abobrinhas...
Um abraço
Homero Para Sempre Desviado Ventura
Homerix, nada de "metido à besta"... Sabes que também sou engenheiro (de 1982) e também contador, e, modéstia à parte, escrevemos um tantinho melhor do que muitos "letristas" por aí...Feliz ou infelizmente...E tenho muito a agradecer a você e à nossa saudosa amiga Leilane (Enga, química e "letrista") por muitas dicas IMPORTANTES do tipo "mim fazer", "meia-chateada" e vai por aí afora...Abçs, Anonymous AC
ResponderExcluirÉ muito interessante e estimulante ver o histórico profissional dos colegas de trabalho com tanta diversidade de atividades. Considero que a mudança é essencial para o desenvolvimento profissional e observo que ela tem ocorrido cada vez mais cedo atualmente. Na minha turma são pouquíssimos casos de pessoas que continuam na mesma atividade desde o início (há quase 9 anos). Acho que não há um tempo mínimo ou máximo, cabe a nós saber o tempo certo.
ResponderExcluirJuliana
Homerix,
ResponderExcluirA recíproca do título da sua postagem é mesmo um gerador de grandes problemas, i.e., as bestas metidas a engenheiro, entre outras profissões. O seu CV é exemplar e inspirador, quer pela a origem que certifica o profissional oriundo da Poli-USP, quer pela competência e pela versatilidade. Parabéns.
Acho que é quantil, nao? Abraços
ResponderExcluirMeu abraço e cumprimentos ao engenheiro que pareceu o oposto de besta. Buscou aquilo com que tinha afinidade, aquilo que te deixaria completo ao trabalhar... como todos os sensíveis buscam. E encontrou! E também se encontrou. Parabéns.
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