O começo de tudo

Aos que admiram o trabalho do Felipe, como arranjador, produtor e violinista, deixo aqui um registro de como tudo começou!

Descobri uma relíquia aqui em casa.... cerca de 50 fitas VHS-C do começo do milênio.

Encontrei um serviço conversor de analógico para digital.

Claro que a grande maioria é de filmes que só tem valor familiar.

Mas elegi um especialmente para divulgar, e pedi que fosse o primeiro convertido ...

... falando assim, até parece coisa de jesuíta... hehehe

Tratava-se de um exemplo de como a educação básica americana é sensacional.

É graças a ela que o Felipe tem o seu ganha-pão de hoje.

É o último concerto da orquestra que ele participou lá.

E foi um concerto especial, com uma programação sensacional.

Como pai presente, sempre tentei registrar tudo o que era possível.

Esta é uma peça de outubro de 2003 em Houston, quando estávamos a alguns meses de voltar pra casa.

Como já sabem, ele aprendeu a tocar violino na escola pública do nível básico (Middle School), quando chegou lá, no frescor de seus 11 anos de idade.

Neste concerto, ele já estava com 15 anos, no Ensino Médio (High School).

Vejam o que o sistema público proporciona nos States, tudo grátis!

O trabalho era constante, sempre a se preparar para o concerto da próxima estação.

Vejam o capricho!!!

Hão de entender o foco do cinegrafista.....

Como verão, logo nas primeiras imagens, as do folheto, Felipe era do time de Primeiros Violinos, e o nome dele aparece logo abaixo da Concert Master, que no Brasil chama-se Spalla. A ordem não é alfabética, como veem, portanto, ele era o 2º em importância da orquestra. 

Em seguida, vêm uns minutinhos mostrando a concentração dos jogadores enquanto aguardavam a hora de adentrar ao gramado. Acho que não precisarei apontar quem é o Felipe...

Isso vai até o minuto 3:15, então se quiserem pular a babação, sem problemas.

Notem, ao final desse trecho, a chegada de um violinista cabeludinho, com chifrinhos de diabo... já, já, a explicação...

Finalmente, o concerto, que levará os próximos 25 minutos, recomendo vejam até o fim.

O Maestro Michael Alexander, que foi quem ensinou o Felipe a tocar violino, caprichou na escolha do repertório.

Foram três magníficas peças, com ótimo apelo popular!

1. Romeo & Juliet - Dance of the Knights Nº13 - Prokofiev

2. Danse Macabre Opus 40 - Camille Saint Saens

3. In the Hall of the Mountain King - Peer Gynt Suite Nº 1 - Grieg

A 1ª é tocada sem explicações, apenas deixando o arrebatamento para a plateia, para vocês, e para este cinegrafista que, empolgado, acompanhava, vez por outra, o ritmo arrebatador da melodia!! Dá pra imaginar os Cavalheiros a marcharem!!!

Já para a 2ª peça, Dança Macabra, de Saint Saens, um poema sinfônico, nosso brilhante Maestro faz um introdução explicando o motivo do tema, muito bem apropriado para a época, o Halloween. Nesse dia, rezava a lenda que a Morte chega ao cemitério à meia-noite, aliás, ouvem-se as 12 badaladas na harpa, e os esqueletos começam a dançar, numa valsa espetacular. 

O Maestro faz questão de explicar o significado dos movimentos. Notarão que a Spalla deixa seu posto, e entra aquele diabinho que mencionei ali em cima! O violino dele está com sua corda Mi desafinada para MiBemol. É para produzir os acordes dissonantes necessários ao jeito macabro que a Morte toca sua valsa!! Anotar que o 'diabinho' ao chegar, como está no posto de Spalla, ele chega a comandar a afinação aos demais tocadores de instrumentos de corda, que é o que todo Spalla ao chegar.... só que não ... ninguém poderia afinar seu violino pelo violino desafinado dele... e todos da plateia riem!!

A 3ª merece uma breve introdução do Maestro, e logo notamos uma melodia absolutamente conhecida, que foi imortalizada na brilhante Journey to The Center of The Earth, de Rick Wakeman, que, aliás, ouvi ontem de novo.

Espetacular e bombástico final de concerto, inclusive a merecer um bis!!!

Ah, sim, o vídeo!

Notarão uma marca d'água presente em todo o filme..

Felizmente, não atrapalha o cerne da imagem.

https://youtu.be/fKVc1b507mc