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domingo, 6 de outubro de 2024

Coringa – Delírio a Dois, na verdade, Três, pode me incluir nessa!

 


Coringa – Delírio a Dois

Segundo e ÚLTIMO filme da encarnação de Joaquin Phoenix como O Coringa.

Não, não se tratava mesmo de uma tentativa de inventar uma franquia sobre o maior vilão de Batman.... jamais um ator de primeiríssima grandeza como Phoenix se prestaria a isso... ele não ia fazer nem o segundo, pois, além de tudo, teria que enfrentar aquele processo de emagrecimento furioso, que o fez até passar muito mal, mas encantou-se com a ideia!!! E esse processo se o vê logo na longa cena inicial, esplendidamente dirigida, sem palavras dele, apenas com a imagem explícita.... só essa cena já valeu o ingresso...

(um parêntesis... claro que os 20 milhões de dólares que lhe ofereceram devem ter feito importante parte na decisão do ator de reencarnar o personagem mais uma vez...)

Eu já mencionei meu processo de expectativa pela continuação...

  1. 1.      Euforia, com o anúncio
  2. 2.      Euforia² quando vi que Lady Gaga faria sua contraparte
  3. 3.      Decepção quando soube que seria um musical
  4. 4.      “Magnífico!! Irei na primeira semana!!”eu disse, quando vi o trailer!

Nada de musical!

Sim, há música, cenas de musical, mas apenas nos delírios do personagem.

E como são bem encaixadas no roteiro!!

E como são bem interpretadas, surpreendentemente no caso de Phoenix, sem surpresa nenhuma no caso de Gaga.

E não são canções novas, como em musicais tradicionais, que são criadas para serem cantadas pelos personagens como parte do roteiro do filme, isso me incomoda um pouco em musicais tradicionais. Aqui são clássicos maravilhosos, daqueles que a gente ouve há décadas, mas nunca havíamos prestado a devida atenção nas letras, uma descoberta sensacional. Clássicos cantados por Frank Sinatra (That’s Life), Stevie Wonder (For Once In My Life), Carpenters (Close To You), Ella Fitzgerald (Bewitched), Judy Garland (That’s Entertainement)... e tantos outros.... é de emocionar ouvi-los aplicados milimetricamente ao roteiro... brilhante!! E tem Edith Piaf, com Ne Me Quite Pas, em sua versão em inglês, que é de arrepiar, o momento em que é apresentado, a gente demora a perceber qual é a canção, mas quando se percebe, ai meu Deus, que emoção!!!

O roteiro é em seguida ao primeiro, Arthur Fleck está preso no Asilo de Akhram, numa das ilhas de Gotham City, magnificamente criada por computação gráfica, com uma realidade impressionante! Aguarda a decisão sobre seu julgamento, pelo assassinato de 5 pessoas, uma delas em Rede Nacional de Televisão, o mais impressionante do primeiro filme, ápice da trama, o único que ele comete caracterizado como Coringa. Na verdade, nós sabemos que foram no mínimo 6, mas isso é revelado depois...

Mais um desempenho magistral de Phoenix, decerto seria candidato ao Oscar, mas dificilmente o será por se tratar de uma mesma caracterização já premiada em 2019. Ele inclusive nos brinda com um sapateado supre gracinha!!! Bom também o desempenho de Lady Gaga, numa personagem interessantíssima, que vamos descobrindo ao longo do filme suas intenções, tudo plausível, encaixado, justificado, perfeito!!

Que não se perca de vê-lo na tela grande, quem puder!!

Eu estou penando em ver mais uma vez, como fiz no primeiro, para prestar atenção nos detalhes.... inclusive na trilha sonora.... que agora vi, nas redes, que foram mais de 15 canções conhecidas... nem sempre as percebi... mas as que eu percebi, fizeram valer ainda mais o ingresso!!

Ó, o pessoal está criticando, decerto porque esperavam uma continuação sangrenta, com a celebração do fenômeno popular que o Coringa se tornou no final do filme passado e tal...

Mas eu?  

Como veem, APLAUDO DE PÉÉÉ!! 

O final tem uma interpretação que Renata percebeu, dá a deixa para uma continuação, do fenômeno Coringa ... mas sem Joachin Phoenix... e se for isso mesmo, é mais GENIAL ainda!!!!

Um P.S. repetido do meu post sobre O Coringa de 2019

P.S. Uma curiosidade sobre o ator: o sobrenome Phoenix não é o que ele nasceu, mas não se trata de nome artístico. Seu pai, John Lee Bottom, desencantou-se com uma seita religiosa que seguia, no final da década de 1960, e se mudou com a família toda para bem longe, e mudou também o nome. Deixou Bottom para trás e trocou o nome de seus 5 filhos para, Leaf, River, Rain, Liberty e Summer Phoenix. Joaquin virou Leaf. Depois, ele voltou a adotar o verdadeiro nome, Joaquin, mas manteve Phoenix. Seu irmão mais velho River Phoenix (devem lembrar-se dele), era um ator já famoso, quando morreu aos 23 anos, de overdose, e Joaquin estava com ele. Sua chamada no 911, por socorro, viralizou. Abalado, ele interrompeu sua carreira por um ano, mas voltou, que bom!

Um comentário:

  1. Oi, Homero. Desta vez, terei que discordar de ti. As atuações de Gaga e Phoenix são boas, é verdade. Mas termino aqui as concordâncias. Em musicais as letras das músicas devem ser, por definição, condizentes com a história. O filme parece muito, portanto, com um musical no stricto senso da categoria. O maior problema, entretanto, para mim, foi quanto ao roteiro. O que acontece no filme? Qual a história? O primeiro era a brilhante apresentação do personagem. E esse? E o final é a definição de anticlimax!! Sinto mas saí bem desapontado ...

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