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quinta-feira, 16 de maio de 2019

Um evento com Peninha

A imagem pode conter: 2 pessoas, incluindo Homero Ventura, pessoas sorrindo, pessoas sentadas, pessoas em pé e área internaPeninha, como é conhecido o escritor Eduardo Bueno, me contou uma história real, que ele presenciou, há uns 20 anos. Um sujeito entra numa livraria e trava-se o seguinte diálogo:
"Vocês tem a Odisséia?"
____ "Odisséia de quem?"
"Ué, a Odisséia de Homero!!"
____ "Homero de quê?"

ATENÇÃO! Fiz questão de acentuar Odisséia, mesmo sabendo que está errado. Ainda não me conformo com a nova ortografia.

E contou outra do tipo, que aconteceu com a filha dele que, há alguns anos entrou em outra livraria e pediu: “Bonequinha de Luxo”, ao que a vendedora retrucou: “Querida, aqui vendemos livros, não brinquedos!”. Pode-se admitir que a média da população não saiba tratar-se de um dos romances mais famosos de Truman Capote, mas não para a média dos vendedores de livros, no mínimo, tem que desconfiar, fazer cara de paisagem e ir procurar no sistema!

Ele contou aquele relato ‘homérico’ quando viu o nome para quem faria a dedicatória de seu novo livro, lançado no mês passado, e que fui especialmente à Livraria da Travessa de Ipanema para comprar. Chama-se 'Textos Contraculturais, Crônicas Anacrônicas e Outras Viagens'. Já li e recomendo! Resenha em breve!

Ao chegar, peguei o livro, e coloquei-me na fila dos autógrafos e li a capa, cheia de nomes. Chegando perto de Peninha, notei que ostentava a figura de Bob Dylan em sua camiseta, e lembrei não ter lido na capa do livro, em meio a dezenas de nomes que seriam o objeto da leitura, o nome do bardo americano. Mas tinha o ET CETERA...

Então, assim que cheguei, antes mesmo do autógrafo, eu o questionei:
“Pô, Peninha, vejo que você admira muito o Bob Dylan (ele olha para a própria camisa), como é que (aponto para o livro) você escreve sobre tanta gente e deixa o cara pro ET CETERA¿¿!!!”

Ele abriu uma gargalhada e disse:

“Ótima pergunta, amigo, mas é que o Bob Dylan vai ser objeto de um livro só para ele, e deve sair ainda neste ano!!!”
E continuou:
“E olha, esse negócio de ET Cetera é muito importante! Eu lembro que o João Ubaldo Ribeiro chegou a um evento literário para o qual foi convidado, parou em frente ao cartaz do evento, e notou que o nome dele não estava na lista principal. Ele chamou o organizador, questionou a ausência do nome, e aí soube que ele fazia parte do ET Cetera. Deu meia volta e foi-se embora.”

É por isso que a dedicatória dele mencionou os ET ceteras!!!

Mas não parou por aí, ainda houve mais uma situação interessante. Notei que estava presente ao evento o escritor Laurentino Gomes, de grandíssimo sucesso com seus livros de história 1808, 1822 e 1889.

Peninha, como se sabe, vendeu mais de um milhão de exemplares da Coleção Yerra Brasilis, de livros de história do Brasil, muito conceituados, sempre bem humorados (vocês devem se lembrar dos quadros no Fantástico ‘É muita história!’), enfim, também super bem sucedido. São muito amigos, então, emendando na história do João Ubaldo, ele disse, olhando para Laurentino:
“Pois é, vida de escritor é dura!! Não agüento quando um cara me emcontra na rua, com um sorriso largo e me diz: ‘Adorei seu último livro, o 1889!!!’, ah, vá pá porra! Um sujeito faz uns livros de Matemática, 1822, 1808 e tal, e ainda vem tirar minha venda!!”, ... ao que o antagonista riu mais ainda!!!”

Enfim, uma breve noite de autógrafos foi um acontecimento para mim!!

Sobre o livro, eu escrevo em outro post, pois este já se faz grande!!


Antecipo que é ótimo!!! O cara escreve muito bem!!

2 comentários:

  1. Gostei saber Homero...com toda fama!!!
    Paulus

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  2. Essa sua segunda profissão como escritor é ótima Gostei muito da história "Homérica" Agnes

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