Em uma enquete para se determinar qual seria uma data para o
Dia Mundial do Automobilismo, decerto que seria melhor dar o título a um dia de
semana, mais especificamente, um domingo, e mais detalhado ainda, o último
domingo de maio. Afinal,nesse domingo ocorrem, em dois continentes, as mais
charmosas corridas das duas maiores categorias do esporte. Essa constância
falha de vez em quando, mas a coincidência ocorreu muitas vezes. De manhã, o
Grande Prêmio de Mônaco na Fórmula 1, e de tarde, as 500 Milhas de Indianápolis,
quer dizer, os dois ocorrem de tarde em seus respectivos fusos horários. Neste
domingo, hoje, há ainda outra corrida, o Charlotte 600 das NASCAR, que tem a
largada às 18:00, mas só os americanos dão essa importância, perdoem-me os
apaixonados...
São muitos os momentos de lembrança de Mônaco, mas sem
sombra de dúvida, o GP de 1984 permanece indelével. Ayrton Senna começava sua
carreira na humilde Toleman, e naquele domingo chovia torrencialmente. Sem
carro para largar na frente, Senna começou lá na 13ª posição, mas ele veio
galgando posições, passou Lauda, passou Piquet, passou Mansell, e antes da
metade da corrida estava no encalço de Alain Prost, que liderava. Aí aconteceu
a carteirada famosa: Prost sugeriu a seu amigo Jackie Ickx, diretor da prova, que
interrompesse a corrida porque era impraticável correr sobre tanta água (só
Senna estava à vontade!!), o belga baixou a bandeira vermelha, segundos antes
de Senna ultrapassar Prost, que foi declarado campeão. Com a bandeirada
antecipada, antes de completadas 75% das voltas regulamentares, os pontos
contaram pela metade, e Prost ganhou 4,5 pontos, ao invés dos 9. Se a prova tivesse ido até o fim,
provavelmente Prost seria segundo colocado, terminaria com 6 pontos! E eu
cantei a bola logo após o GP a meus amigos: “É capaz desse ponto e meio fazer
falta no final do campeonato!!”. E FEZ! Niki Lauda venceu o campeonato por MEIO
PONTO! Bem feito, messiers narrigudô!!
Na Indy 500,
a grande lembrança, claro, é de 1989, quando o grande
Luciano do Valle narrou a espetacular vitória de Emerson Fittipaldi, que
ganharia o campeonato naquele ano, tornando-se o segundo piloto do mundo a ser
campeão nas duas categorias (Mario Andretti fez o caminho inverso, primeiro na Indy, depois na Fórmula 1). Fittipaldi ganharia de novo em 1993, depois o Hélio
Castro Neves ganhou três vezes. Outros brasileiros a vencer a Indy 500 foram Gil de
Ferran e Tony Kanaan. O fantástico Nigel Mansell repetiria o feito de
Fittipaldi, sendo campeão nas duas categorias, mas Mansell não venceu a Indy
500. Jacques Villeneuve também entra nessa seleta categoria, com direito a uma garrafa de leite e um milhão de dólares, os prêmios da mais tradicional corrida da história, hoje em sua 103ª edição.
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