(Comecei a escrever estas linhas em meu blackberry enquanto aguardava a hora de começar as bodas que o Felipe iria acompanhar ao violino; decidira levá-lo pessoalmente à Barra, por a cerimônia ocorrer no sábado em que não deveríamos sair de casa, com o desenrolar do que acontecia no Alemão. Terminei de escrevê-las s no congestionamento da volta para casa por causa de uma blitz na entrada do túnel do elevado do Joá.)
Não sou 'operário'. Em outras palavras, não sou chegado em ópera. Conheço, sim, umas poucas árias, e até me emociono com algumas delas, a última que me tocou foi 'O Mio Babbino Caro', de Puccini, que ouvi na voz da soprano brasileira Carmen Monarcha, que faz parte do conjunto de ótimos profissionais que cerca o maestro e violinista Andre Rieu. Mas dele, falarei em outra mensagem.
Não sou 'operário'. Em outras palavras, não sou chegado em ópera. Conheço, sim, umas poucas árias, e até me emociono com algumas delas, a última que me tocou foi 'O Mio Babbino Caro', de Puccini, que ouvi na voz da soprano brasileira Carmen Monarcha, que faz parte do conjunto de ótimos profissionais que cerca o maestro e violinista Andre Rieu. Mas dele, falarei em outra mensagem.
Enfim, não é a minha praia, tenho que reconhecer esta desfaçatez em meu caráter musical. Tanto que NUNCA assisti a uma ópera inteira. Estive sim num espetáculo em Houston que era um poutpourri das mais famosas e populares árias, e foi ao mesmo tempo divertido e emocionante.
Então, na última sexta-feira caiu em meu colo uma oportunidade de assistir a uma ópera integral. Rolaria no Municipal do Rio, 'O Barbeiro de Sevilha', que ótimo! Sabia tratar-se daquela que tinha a ária Fígaro, muito popular, já a ouvira em diversas oportunidades, inclusive em vários desenhos, desde criança.
E, que bom, conheceria o novo Municipal, após a reforma que deveria terminar para o seu centenário, mas terminou mais de um ano depois, e ficamos assistindo àquelas anúncios na TV, muito boas, com bailarinos em meio a operários, mas que só serviram pra aumentar o custo. Nenhuma novidade nisso, afinal disciplina de capital em obra pública é coisa rara. Atrasou a obra? Gasta-se mais em anúncios! Nem quero ver o que será a nossa Olimpíada.
Bem, o teatro está lindo, veramente più bello! Pena que, segundo Felipe, o estofamento das poltronas é inaproriado, abafa o som, justamente dos instrumentos de corda, que é a praia dele. Mas, acontece...
Ufa, falemos da ópera. Ao adentrar o teatro, vi tratar-se da primeira peça da recém criada Companhia Brasileira de Ópera. Ao começar a encenação, vi tratar-se de algo diferente. Ao invés de cenário, uma tela. Nela, um desenho: um personagem, que logo sabemos tratar-se de Rossini, escreve notas em pautas, e prepara-se para dormir, em situações engraçadas. O desenho lembra o traço de Hanna e Barbera, magos da animação. Na apresentação, na tela, Rossini se apresenta como atuando como todos os sete personagenss principais. Na orquestra, localizada no tradicional fosso entre platéia e palco, ao invés de um maestro sisudo, tem um John Neschling reclamando que não tinha música para tocar, quando então aparece um ajudante no palco e interage com o Rossini da tela, pega as pautas de última hora, dirige-se ao fosso, e joga as pautas, que voam em direção aos músicos, que não as conseguem pegar, claro.
O desenho é parte fundamental, personagens entram e saem do desenho a todo momento, há situações que ocorrem integralmente na tela. Mas o mais interessante, é o sincronismo entre o som que sai dos instrumentos e o que ocorrem na tela. Perfeito! Parece até que alguém mexe para atrasar ou adiantar o desenho pra que as coisas aconteçam no momento certo. Mas não, o maestro é que comanda tudo para que a música esteja concatenada. Brilhante!
A coisa é recheada de momentos histriônicos, que eu não sei se a ecenação tradicional tem, mas o fato é que funciona. Não sei o que os puristas acham desse jeitinho brasileiro de fazer ópera.
Também não sei se com outras óperas mais na linha da tragédia, a coisa vai funcionar. É conferir no próximo ano!
Pois é, a presente mensagem não serve como dica, afinal a coisa terminou no domingo. Foram cinco dias, 24 a 28 de novembro, curtíssima temporada, assim como foi em outras 13 cidades do Brasil (Santos, inclusive, que chique!).
Amantes de ópera, pronunciai-vos.
Homero Operando Aos 52 Ventura
caro Homero
ResponderExcluirem Santos, deve ter sido no maravilhoso Coliseu, teatro-ilha cercado de lixo, putas, vagabundos, praça famosa, fórum e catedral por todos os lados
bração do
francisco paulo
ps.: falando em música, agora é que estou começando a me acostumar com a remasterização daqueles meninos de liverpool.
comparei-a com a do dr. ebbetts que, segundo os fanáticos, era a melhor até nove do nove de nove.
as músicas que prá mim evidenciaram mais esta melhora foi roll over beethoven e long, long, long.
pô, mas você é alto mesmo hein!!!!!!!!
Bacana, Homero, eu também adorei essa nova versão. Assisti há mais de um mês, acredito, (setembro?), aqui em Aracaju, no Tobias Barreto. Muito simpática a produção. Quero muito conhecer o novo Municipal e o farei em breve, já que estou de transferência para o Rio outra vez.
ResponderExcluirAi que pena!! eu adoraria ter visto, aprendi a gostar de ópera com meus sogros, profundos entendedores do assunto, uma pena que a temporada foi curta demais...
ResponderExcluirRealmente o theatro está lindo...
ResponderExcluirQuanto à opera bufa... pela sua descrição foi inusitada!!!!!!!!!!!!!
Paulus
Prezado Homero,
ResponderExcluirUma boa dica para aqueles que gostam de ópera são as transmissões, ao vivo e com legendas, direto do Metropolitan Opera House para a rede Cinemark e Kinoplex.
No próximo dia 28 de dezembro às 19h apresentarão Don Carlo, de Verdi. No dia 8 de janeiro de 2011 às 16h será A Garota do Oeste, de Puccini.
Na modern sound há um belo estoque de DVD para comprarmos aquelas obras que desejamos rever em casa.
Eu adquiri Carmen, Don Giovanni e Aída.
Abraços,
Homero.
ResponderExcluirMinha primeira ópera foi Tristão e Isolda, montada pelo Gerald Thomas. Triste escolha! Não pela ópera ou pela história, mas pelo Gerald. Ele fez uma mistura tão grande que durante a ópera tivemos até um Freud cheirando cocaína. Ao final foi vaiado por metade do Municipal e, para retribuir a falta de educação, virou as costas no palco e arriou as calças para a plateia. Ainda guardo na lembrança a imagem da sua bunda branca e murcha. Enfim, nada agradável para uma primeira experiência com ópera. Ainda mais considerando que seu autor é Wagner!
Lembro-me do episódio...
ResponderExcluirTriste iniciação sua no mundo operário.... A minha foi melhor.....