segunda-feira, 1 de setembro de 2025

O dia em que soube dos Beatles - by Virgínia de Paula

Este é o primeiro, esperamos de muitos, programas mensais especiais do Submarino Angolano, em que Virgínia Abreu de Paula nos conta sobre suas experiências com os Beatles. 

Ela tem hoje 77 anos e viveu Beatles na veia, e tem muita história pra contar!

Clique no play verdinho acima e se quiser leia o que acontece aqui abaixo

__________________________________________

Acorde inicial de A Hard Day´s Night

Trechos de in My Life

Oi para todos, queridos ouvintes da LAC, sou Virgínia Abreu de Paula, falando diretamente de Montes Claros, no sertão roseano de Minas Gerais.

Muito agradecida e até emocinada pelo convite de contar para vocês um pouco dos Beatles em minha vida

The Beatles In My Life

Trecho instrumental de I Saw Her Standing There

Começando naquele dia 21 de maio de 1964.  Eu estava com 15 anos. O dia que eu conheci os Beatles. Isto é, o dia em que eu ouvi falar sobre eles pela primeira vez. Era manhã, perto do almoço. Entra minha irmã com uma revista Cinelândia, caindo de rir, mostrando a foto de 4 rapazes fazendo estrondoso sucesso no mundo.

Eddie Sullivan: Ladies and Gentleman, The Beatles

Trecho instrumental de All My Loving

Ela dizia que eram comediantes.   

Eu mal acreditei ao ver a foto porque tinha rezado aos meus anjos uns meses antes, pedindo rapazes de franja!  Eu fiz este pedido, imaginem. E chegaram quatro de uma vez. Ouviram minha prece e atenderam meu pedido.  

Minha irmã resolve ler a matéria em voz alta, mas tem dificuldade ... porque não consegue parar de rir. "Gente, as moças comeram a grama onde eles pisaram... e tiveram que fugir a nado em Miami"

Eles são ingleses, de uma cidade chamada Liverpool.

A revista corre de mão em mão.

 Meu pai aponta para Paul dizendo ter sorriso de boboca.  

   Minha mãe disse que são elegantes,  afinal são ingleses, terno e gravata,

    se bem que eu nunca tinha visto aquele modelo de terno antes.

     A cozinheira vem correndo ver também, 

      o que estaria causando aquela barulheira toda na sala....

       Pega a revista, aponta para Paul e diz: "Esta aqui é bonitinha!".  

         Meu irmão Virgílio dá uma gargalhada dizendo:

         "Só que é  rapaz, Maria.  Se bem que...são todos viados."  

            A revista volta pras mãos de mamãe querendo ler melhor a matéria

             já que minha irmã não tinha dado conta.

           "Valéria, eles não são comediantes não... São cantores de rock".   

          "Eu sei, mamãe, mas parecem comediantes...o jeito deles..

         o cabelo de um dos Três Patetas...não podem ser sérios".  

         Trecho instrumental de She Loves You

        O que será que eles tem que estão fazendo essa loucura toda 

      Bonitos, eles não são.  Eu fico olhando a foto...

     De fato, não vi beleza física em nenhum deles.  

   Dois narigudos.  Um com a boca cheia de dentes...

 E "a bonitinha" com olhos virados para baixo. 

Porém... que coisa interessante essa loucura, 

exatamente porque não são galãs convencionais.    

Que bacana rapazes assim, fora do padrão, fazendo tanto sucesso.  

A beleza deles é outra, é o que eu fico pensando.  

O nome Liverpool me toca de forma que não  sei explicar. 

Fico repetindo mentalmente... Liverpool, Liverpool... 

Tudo o que falo é..."Eu quero ouvir eles cantando..."

Trecho instrumental de I Want To Hold Your Hand

E é o que acontece no mesmo dia, na parte da tarde.

... mas isso fica para nosso próximo encontro!!!

Queridos ouvintes da LAC, recebam meu abraço!!


sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Minha 007Mania - O Prêmio - O Rap


Acima, o Rap
Ao lado, a História https://blogdohomerix.blogspot.com/2012/10/minha-007mania.html
Abaixo, a letra
____________________________________

Olhaí, gente!!!

Eu vou contar uma história pra vocês

o que foi que aconteceu comigo, certa vez:

um concurso nacional me perguntou,

na real, o que eu faria,

se eu fosse  007 por um dia?

Se eu fosse  007 por um dia?

Olha só o que eu faria...

Olhaí, gente!!!

Após a conclusão de mais uma missão, 

à saída da sala de "M",

sem pronunciar palavra, eu sapecaria 

um beijo na querida Moneypenny.

E ao Q, no laboratório … 

entregaria as  chaves do BMW

Especial…  intacto, … sem um arranhão.

E depois? E depois?

Despentearia o cabelo, jogaria o terno fora,

me disfarçaria … 

com o chapéu de Oddjob, a dentadura de Jaws,

pegava um jatinho para o Rio

com o gatinho de Blofeld no colo,

para participar como destaque ….  

do desfile da Mangueira com o enredo:  

Olhaí, gente!!!

"007 07 08   .....  Tá na hora de molhar o biscoito".

É de graça,  precisa nem de PIX!!

Está tudo lá no Blog do Homerix!!

"007 07 08   .....  Tá na hora de molhar o biscoito".

É de graça,  precisa nem de PIX!!

Está tudo lá no Blog do Homerix!!

 

Que legal.... foi-o-meu-carnaval!

 

Um mês depois, recebi um telegrama

Quando li caí de costas  na cama

Fui o primeiro colocado em nível nacional

Ó só que coisa legal

 

Ganhei foi muito prêmio, difícil acreditar!

Dentre eles, meu primeiro celular!

Ainda não tinha nem virado o milênio.

Até chegou a me faltar o oxigênio,

 

Quando vi aquelas fitas cassete

e o Omega do 007.

A mala samsonite e muitas miniaturas

de um carro  BMW e outras viaturas,

 

bottom boné, jaqueta de verdade,

calculadora para a contabilidade.

Deu um pico no eletorcardiograma,

com os meus 15 minutinhos de fama!

 

"007 07 08   .....  Tá na hora de molhar o biscoito".

É de graça, precisa nem de PIX!!

Está tudo lá no Blog do Homerix!!

"007 07 08   .....  Tá na hora de molhar o biscoito".

É de graça, precisa nem de PIX!!

Está tudo lá no Blog do Homerix!!

"007 07 08   .....  Tá na hora de molhar o biscoito".

É de graça, precisa nem de PIX!!

Está tudo lá no Blog do Homerix!!

"007 07 08   .....  Tá na hora de molhar o biscoito".

É de graça, precisa nem de PIX!!

Está tudo lá no Blog do Homerix!!

"007 07 08   .....  Tá na hora de molhar o biscoito".

É de graça, precisa nem de PIX!!

Está tudo lá no Blog do Homerix!!

 

Que legal.... foi-o-meu-carnaval!


quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Novos Beatles? Que nada!

Em algum dia de outubro de 1997,
mandei a um pequeno grupo de amigos um textão sobre Beatles.
Choveram comentários altamente positivos.
Era meu primeiro texto.
O PRIMEIRO DE 2750, QUE ACABEI REGISTRANDO NO BLOG,
DOS QUAIS 850 TRATAM SOBRE BEATLES!
Nestes dias, Noel Gallagher fez uma declaração altamente positiva 
sobre os Beatles, no lançamento do documentário Get Back.
Até o perdoei por aceitarem a alcunha de Novos Beatles
 à época, que motivou o tom ácido daquele texto.
Relembro-o aqui...


      

Com o fim dos Beatles como grupo, em 1970 (já que em qualquer outro aspecto, eles serão eternos!), a imprensa mundial especulou durante 10 anos, em torno de sua volta, criaram boatos, tipo "Agora vai!" várias vezes, alimentaram sonhos, inventaram situações propícias, enfim, nunca desistiram de tentar botá-los juntos novamente.
         Com a morte de Lennon, foi o fim do sonho. Harrison sempre dizia: "Enquanto Lennon estiver morto, os Beatles não voltarão!" Só a tecnologia conseguiu fazer com que ouvíssemos o grupo novamente junto, com a voz de Lennon, ao vivo do Além. Desde então, a imprensa mundial e em especial, a inglesa, cisma em encontrar um grupo sucessor para preencher o vazio. Mais ou menos como sempre tentaram achar o Novo Pelé, o que não conseguiram até hoje. Bem, agora, com a ida de Harrison, para botá-los juntos novamente, só mandando os outros 2 para tocar no céu (ou, no inferno, como queriam alguns mid-western americanos, quando Lennon disse que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo!).
         A última bola da vez chama-se Oasis! Comprei alguns de seus discos, e devo confessar que até gosto!
         O som é agradável, embora a batida de 80% de suas músicas seja o tradicional "Cha-kun-dum". As músicas e as letras são boas, muitas delas com citações explícitas de músicas dos fab-four. Dá vontade de ouvir o disco de novo, e cheguei até a pegar-me cantarolando alguns Chorus.
         Mas, daí a dizer que eles são "Os Novos The Beatles", como diriam o finado Bussunda e Cia., é prá mais de légua e meia, pra não dizer anos-luz.
         Para um grupo poder ser considerado como legítimo sucessor dos Beatles (e parece que esses aí aceitam a alcunha...) deve preencher os seguintes requisitos:


1. Tem que ter 100% de seus componentes como intérpretes das músicas.
·         Nos Beatles, todos cantavam e cantavam bem, ehrrrrr  .....   hummm  ....   quer dizer, Ringo tinha um voz meio esganiçada, mas as músicas que cantava foram todas marcantes e nós, beatlemaníacos, não admitimos as mesmas cantadas por outra voz, com a brilhante exceção de Joe Cocker, que gravou uma versão estonteante de With a Little Help From My Friends.
·         No Oasis, há apenas um cantor, Liam Gallagher, seu irmão Noel faz backing vocal e os demais três são mudos que nem uma porta de mogno!

2. Tem que ter 100% de seus componentes como compositores.
·         Nos Beatles, todos compunham e  compunham bem, ehrrrrr  .....   hummm  ....   quer dizer, Ringo demorou um pouco para ter uma música sua aceita pelos demais, “apenas” 6 anos ou  10 LP's. De Lennon/McCartney, não preciso falar nada! E, de George Harrison,digo apenas que, apesar de ter composto menos de 20 músicas na época Beatle, teve uma delas classificada como "A mais bela música de amor de todos os tempos" pelo notório Frank Sinatra, a antológica Something, a 3ª música mais regravada de todos os tempos (a 1ª é Yesterday, de McCartney e a 2ª, “Parabéns a Você”  ..... He He He!).
·         No Oasis, há apenas um compositor, Noel Gallagher, os demais quatro compõem tantas músicas quanto uma porta de mogno!

3. Tem que ter 100% de seus componentes como instrumentistas.
·         Nos Beatles, todos eram excelentes instrumentistas ehrrrrr  .....   hummm  ....   quer dizer, Lennon era apenas um bom guitarrista de base (rythim guitar), mas complementava bem a banda. Harrison era um guitarrista solo (lead guitar) de mancheias, seus solos de middle-eight (meados de uma música) eram sempre marcantes, como em And Your Bird Can Sing, algumas introduções são inesquecíveis, como em Ticket to Ride, Day Tripper e I Feel Fine. McCartney é um espetacular baixista (bass guitar), um estudioso, jamais se contentava em fazer uma seqüência de baixo simples, é só reparar em Lucy in the Sky with the Diamonds. Ringo é um baterista magnífico, apesar de não fazer aqueles solos demorados que aparecem em todas as bandas (... os outros três Beatles não deixavam!). Aliás, fez apenas um grande solo, no final do magnífico e inesquecível medley de Abbey Road, logo depois de You Never Give Me Your Money / Golden Slumbers / Carry That Weight e antes de The End. Fora aquelas batidas de rock que qualquer um sabe fazer, procurava elaborar e inovar, como em Tomorrow Never Knows , Come Together e em A Day in the Life, esta última muito elogiada pelo também grande Phil Collins, o baterista que virou cantor.
·         No Oasis, ainda não tenho conhecimento suficiente para apreciar as qualidades instrumentais do grupo, mas tenho certeza que pelo menos um deles, o cantor Liam Gallagher, toca tantos instrumentos quanto uma porta de mogno! Ou melhor, deve tocar chocalho, ao menos!

4. Tem que ter 100% de seus componentes com carisma.
·         Nos Beatles, todos tinham um carisma fenomenal ehrrrrr  .....   hummm  ....   quer dizer, Harrison era um pouco tímido e ficou conhecido como "The Quiet Beatle", mesmo assim, em entrevistas, tinha respostas oportunas e engraçadas. Lennon, o líder do grupo, tinha a língua mais ferina. Numa ocasião, num show no Albert Hall com a presença da Princesa disse: "Os sentados nos assentos populares, batam palmas; os demais, balancem suas jóias!", chocando os nobres e ricos que ocupavam nos melhores lugares. McCartney, um pouco intimidado no começo pela sobre-presença de Lennon, foi se abrindo aos poucos e chegou ao mesmo nível. Bom, de Ringo, basta dizer que tinha tanto carisma que houve época em que era o campeão em número de cartas de fãs, mesmo sendo, como direi (?) o menos bonitinho dos quatro, além de dar show em entrevistas: perguntado, numa ocasião, se apreciava Beethoven, que era citado em Roll Over Beethoven, ele respondeu: "Sim, claro, especialmente seus poemas!"
·         No Oasis, fora Noel, o solitário compositor, que ainda diz coisa com coisa, os demais quatro têm a expressividade de uma porta de mogno!

5. Tem que apresentar um repertório de ritmos variados .
·         Nos Beatles, após os primeiros anos de puro rock'n roll, mesmo assim entremeados de pérolas cover como Baby, It's You e You've Really Got a Hold On Me, começaram a mesclar ritmos, nunca deixando de lado o bom e velho rock, misturando como ninguém, até então, guitarras e violinos. Paul, com baladas como Eleanor Rigby e Hey Jude, Lennon com acid trips como I Am the Walrus, Harrison com viagens orientais (com cítaras e tudo o mais) como em Within You Without You e Ringo com ehrrrrr  .....   hummm  ....   bem, deixa pra lá!
·         No Oasis, ainda é cedo para julgar sua evolução, se bem que acho difícil, com uma só cabeça pensante!

6. Tem que chegar ao menos perto dos feitos dos rapazes de Liverpool (e isso só o futuro dirá!), como:
·              Vender mais de 1,5 Bilhão de discos, entre LPs e Singles, figura registrada no Guinness Book of Records;  
·   Produzir um álbum que dê uma guinada na música mundial, que sirva de marco tipo "Antes de ......  e Depois de ...." como Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band;
·   Produzir o equivalente a 15 Álbuns, com mais de 200 músicas em pouco mais de 7 anos de carreira;
·   Ocupar, em alguma ocasião, os 5 primeiros lugares da parada americanas e 14 entre os Top 100 durante semanas consecutivas;
·   Causar comoção coletiva por onde passarem;
·   Parar o aeroporto de Nova York em sua chegada aos States; 
·   Ter um manuscrito de alguma letra, ou original de certidão de nascimento, arrematado em leilão por 50.000 libras;
·   Ter mais de 200 biografias e ensaios fotográficos feitos sobre eles. Um bibliotecário velhinho de Nova York disse que não passa uma semana sequer sem catalogar alguma publicação sobre os Beatles, seja livro ou revista, nos últimos 40 anos;
·   Ter mais de 5.000 títulos piratas (não oficialmente lançados), entre LPs e CDs;
·   Ter dezenas de CDs com entrevistas, lançados no mercado;
·   Vender em um ano, 26 anos depois de terminada a banda, mais de 50 milhões de discos e se tornarem a entidade artística que mais faturou no período (1996, segundo a Fortune);
·   Voltar ao Guinness Book 30 anos depois de terminada a banda, com a marca de 13,5 milhões de cópias vendidas de um lançamento em um único mês;

E, mais recentemente.... ao redor de 60 anos depois do fim da banda... 
  • Levar um diretor ganhador de Oscar a dedicar dois anos de sua vida a produzir um documentário de 6 horas sobre eles;
  • Ter dois de seus membros ativos, na casa de 80 anos de idade, com obras inéditas no áudio
  • Ter um de seus membros com um livro na lista dos mais vendidos em New York, com o título de "O Livro do Ano"
·   Produzir outra Equação do Amor como:
...and, in the end, the love you take is equal to the love you make!


7. E, finalmente:
·         Serem naturais de Liverpool     e
·        Chamarem-se
JOHN LENNON                 
PAUL McCARTNEY
GEORGE HARRISON  e   
RINGO STARR.

              E TENHO DITO!!!

domingo, 24 de agosto de 2025

Quatro Anos de Viagens no Submarino Angolano


Quatro Anos como Contramestre no Submarino

Foram 200 programas, sendo uns 170 inéditos!!!

Elaborei um roteiro de conversa para possibilitar ao Comandante prover alguns sons, e não ficar apenas no bate-papo.

O papo, de 54 minutos, foi este do link acima... é só dar Play

_____________________________________________

1.    Comandante, tu escolhes uma música qualquer de fundo

2.    Tu me conectas e começamos as boas-vindas e agradecimentos mútuos iniciais, assim meio solto, tu podes falar como me conheceste e tal… que conhecia o meu blog, de publicações minhas no Facebook, e até me ouvias numa primeira experiência de locução beatle num programa de uma rádio universitária de Araraquara. “À época eu tinha contato com alguns amigos, que ouviam e iam montando a Pilha Sonora com as canções que conheciam por meu intermédio” e então fizeste a proposta de viajar no Submarino…

3.    Aí tu falas do meu áudio de apresentação no dia 7 de agosto de 2021 e podes colocá-lo todo, se for o caso, ou apenas os primeiros 25 segundos, se preferires… https://voca.ro/14MGsAZj8A4x

4.   4. Tu colocas o começo de Come Together e eu “Muito bom, Comandante, Boa lembrança! Meu primeiro áudio oficial com conteúdo foi sobre a gênese da capa do LP Abbey Road, aquela ideia simples de Ringo que perguntou porque não iam lá fora e atravessavam a rua, e que virou a capa mais icônica da história da música…  Mas esse ainda não foi feito especialmente para o programa, eu já tinha o texto e ainda não teve tuas edições e inserções maravilhosas

5.   Tu comentas algo sobre o ponto 4 acima, tipo: “mas no seguinte, já vieste com programa especial para o Submarino, não é Contramestre?” e  colocas aquele áudio inicial do Quarrymen, e eu “Isso aí, Comandante, já o áudio seguinte foi especialmente criado por mim para o Submarino, quandoeu  contei sobre as 8 condições sine qua non para a existência dos Beatles e tu colocaste sensacionais inserções sonoras ilustrativas do que eu falava… foi sensacional…” colocas In Spite of All The Danger… “só lembrando as 8 condições, teve o encontro de John com Paul, a chegada de George, a saída de Stuart Sutcliffe que fez Paul se dedicar ao baixo, a chegada do empresário Brian Epstein, a recusa da Decca Records em contratar os rapazes, que foi um NÃO fundamental, que possibilitou a chegada de George Martin e finalmente, a chegada de Ringo… somente em agosto de 1962 e eu considero que os Beatles começaram a existir…  o resto é história ... aliás, que estamos a contar aqui, né Comandante” E tu sempre entremeando com teus comentários, livremente

6.    Tu colocas Misery ao fundo…. “Sim, Comandante, então comecei a contar nos Songfacts, as histórias de certas canções. Primeiramente, comecei com áudios que já havia usado no programas cá do Brasil, mas que tu estendias maravilhosamente, inserindo sons aqui e ali conforme eu ia comentando no áudio, e produzias aqueles arquivos em que colocavas o sufixo Extended, lembras…. A primeira delas foi  Misery,  depois vieram Ticket To Ride, It Won’t Be Long, You Won’t See Me, She Said She Said, If I Fell e tantas outras, até que acabou o estoque já pronto, e outras 10 canções pré-gravadas, com áudios originais de 3, estourando 4 minutos que tu transformavas em 8, 10, 15 minutos com teus magníficos acréscimos”.

7.    …tu entremeias com falas que quiseres e no meio colocas American Pie…. E eu: “Pois é, Comandante, tu me davas cada vez mais espaço e tempo… davas-me asas à Imaginação…. Imaginação leva a Imagine, a grande canção de John… e logo no programa 7 tu me proporcionaste a oportunidade de materializar um sonho meu… eu sempre vi conexão entre a canção de John, verdadeiro hino à Paz, com o universo criado por Gene Rodenberry em Star Trek… e ainda deste o luxo de colocar sons que não vieram de Beatles, como as músicas de abertura da série e até de James Bond, que eu menciono… mas muito mais que isso, possibilitaste que eu narrasse, em viva voz a declaração que marca Jornada nas Estrelas, a que fala da missão de 5 anos… audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve. “ (aqui, Comandante, poderias, se houver condições, diminuir o American Pie que está a tocar e colocar o trecho deste áudio - https://voca.ro/17CgFuvozEZX, a partir do minuto 7:30, … para colocar no ar minha declaração original, que gravei na época e tu sonorizaste), ou não, fica a teu critério… enfim tu comentas e tal e eu sigo:      ______ “e não ficou aí, fiz outras duas homenagens, uma para Lizzie Bravo, a heroína brasileira do mundo Beatle que havia morrido recentemente, que fez a proeza de ter sua voz numa canção dos Beatles, onde eu contei a história dela e de Across The Universe, a canção do facto heróico….         ______ E teve ainda, uma outra homenagem, desta vez a Buddy Holly, que foi tão importante para os Beatles e morreu tão precocemente em um desastre de avião… num dia que ficou definido por Don McLean como The Day The Music Died, em American Pie, que estamos a ouvir aqui… nesse dia, que foi no programa 9, eu bati meu recorde de participação … foram 25 minutos … num programa de uma hora!!! tanto espaço que tu me deste, Comandante… À época nem imaginávamos que esse recorde seria batido, certo?...”

8.    Tu colocas o Medley de Abbey Road: “E teve Projecto Medley, Comandante, tu hás de recordar…. aquela maravilha que tinha no Lado B do LP Abbey Road, e que era o que eu mais ouvia, em meus 11 anos, quando inda era o Homerinho… Montamos 5 programas, no primeiro deles falando sobre o racional da ideia de Paul, que John felizmente embarcou com três das 9 canções, e falava sobre You Never Give Me Your Money, que até me inspirou lembrar do Carnaval daqui, e chamei-a de Hey, você aí, me dá um dinheiro aí!! Nos 3 programas seguintes eu fui descrevendo a composição, a estrutura, a gravação de 6 canções duas a duas, pois assim ela foram gravadas, então o 2º teve Here Comes The Sun King e Mean Mr.Mustard, ou Lá vem o Rei Sol e O Malvado Senhor Mostarda, e no 3º teve A Garota de Plástico e a Invasora de Banheiros, ou seja, Polythene Pam e She Came In Through The Bathroom Window, e no 4º aquelas que se juntavam naturalmente Golden Slumbers e Carry That Weight.. Finalmente, no último, contei a história de The End, que não foi efetivamente O Fim, porque apareceu uma Rainha Travessa…  hehehe… o facto é que foram episódios cada vez mais longos, sendo que o último bateu 28 minutos, batendo o recorde de Buddy Holly

9.    Comandante, coloca The Ballad of John e Yoko. “E depois do Medley, retornaram as Songfacts, Comandante, agora com áudios meus especialmente preparados para o programa, só que paramos de chamar de Songfacts. Virou O Papo do Contramestre…  E agora, ‘mal acostumado’ com tuas brilhantes inserções, eu montava o texto base já sabedor de tua capacidade de responder com um som correspondente… e desse jeito vieram The Ballad of John and Yoko, , Happiness Is A Warm Gun, While My Guitar Gently Weeps, Eight Days A Week, e umas outras” ….

1   Agora, colocas Live And Let Die…: “ e depois teve um segundo projecto que balançou as estruturas do Submarino, quase soçobrou a nave…. Foram 6 episódios em que o mais curto deles foi o primeiro, com 33 minutos de duração e, portanto, já batendo o recorde de tempo vigente, os 4 seguintes oscilaram entre 36 e 42 minutos, e veio o sexto e último pra arrebentar a boca do balão como dizemos aqui, com estrondosos 48 minutos, um recorde até hoje registrado no Guiness Book of Records!!  Foram as Décadas sem Os Beatles … mas sempre com eles… em que eu contava o que rolava, assim por alto, sobre o que de importante ocorreu nas carreiras solo dos 4 Beatles, década a década, daí o números de episódios, já estamos na 6ª década sem eles… a apenas na primeira, que terminou em 1980 tivemos os 4 vivos… e mesmo assim, nunca deixei de mencionar John nas 5 seguintes, e George nas últimas duas décadas que já estamos sem ele… sempre aconteceu um facto relevante a apresentar!! Os Beatles fazem notícia sempre… e ainda hoje,   como o Mergulhador não nos deixa mentir!!”

11.  Tu colocas Honey Pie..  De volta às canções,  tu te espantavas como, às vezes, antes de eu falar da canção objecto do programa propriamente dita eu chamava como referência outras 3, 4, às vezes 5 canções, que eu chamava de análises temáticas, que foram o caso de Being for the Benefit of Mr Kite, Yer Blues, e Honey Pie, dentre outras. Por exemplo Honey Pie, sendo uma canção estilo vaudeville, ou music hall, eu tinha que passar pelas outras canções assim, que Paul havia feito, ué, era mais que natural

12.  Tu colocas Good Morning, Good Morning. “Um terceiro projecto, que eu nem chamei assim, mas rolou durante 4 programas, foram as Estatísticas dos Beatles que só mesmo o Homerix para pensar nelas… começava com as vezes em que os Beatles citavam números nas letras das canções originais, e eles foram de UM a UM Milhão, passando até por 31 e 4.000…. _____ depois vieram os nomes de Homens e de Mulheres citados desde a famosa Michelle e também Rita e Julia e Rocky e Martha que foram nomes de canções aos verdadeiros Edgar Allen Poe e Sir Walter Haleigh e Chairman Mao que eram mencionados de passagem em algumas letras de John_____ … em seguida, vieram os nomes de lugares pelo mundo, que passaram por 4 continentes, e que eu conectei com as palavras capitalizadas, segundo o idioma inglês, e _____ finalmente as vezes em que os Beatles citaram os animais e foram de inverterbrados a vertebrados, e percorrendo os rastejantes, os andantes, os nadantes e os voantes, toda a bicharada esteve presente!” Aliás, recentemente repetimos eles todos.

13.  Tu colocas Something: “O maior dos projectos, entretanto, foi o dedicado ao Beatle George, nosso George Harrison. Foram 15 programas, o primeiro deles dedicado as covers que cantou lá no início, e os demais com a análise completa de cada uma de suas composições… _____ E dividimos em seções temáticas… tivemos o George Romântico, o George Madura, o George Indiano e o George Psicodélico!! _____ Então nosso guitarrista mór deve estar feliz por ser o único Beatles a ter TODAS as canções de sua época nos Beatles analisadas detidamente nas ondas sonoras do Submarino Angolano!!”

14.  Tu colocas, alguma canção de Rubber soul.. Então aconteceu minha primeira viagem a Angola e dei aquele susto no Comandante, na cabine do Submarino bem no começo do programa sem avisar nem que eu iria viajar a Angola… isso não se faz Homerix”, E você conta como foi…   “depois foram mais duas presenciais, em que programamos um roteiro, mas essas foram as últimas ao vivo. Conversamos sobre a discografia brasileira dos Beatles, que teve alguma diferença da oficial britânica, lembra? …. _____ Estive aí de volta em mais duas oportunidades sem chances de ir ao vivo mas gravamos horas de conversa, primeiro sobre Rubber Soul, depois sobre Revolver, que acabaram rendendo mais de 20 programas dissecando as 28 canções dos dois fantásticos álbuns… enfim rendeu bastante”

15.  Tu colocas, o show do Royal Variety ao vivo Finalmente, começamos em 2023 um processo de acompanhar, com 60 anos de diferença, as actividades dos Beatles, em shows, em gravações, em filmagens,  a intenção era descrever o que os Beatles faziam 60 anos antes com no m. Tivemos algum sucesso no início, acompanhamos as excursões pela Inglaterra, celebramos até o surgimento do termo Beatlemania, que aconteceu no London Palladium e depois o famoso show no Royal Variety, aquele que John manda os mais ricos balançarem as jóias, as gravações de todas as canções de With The Beatles, e já em 2024, a temporada em Paris, a conquista da America, com os shows de New York, Washington e Miami, as gravações das canções da trilha sonora de A Hard Day’s Night e ainda tivemos o luxo de reproduzir o ritmo das filmagens da película,e depois as férias de cada um, e depois a gravação do lado B do disco do filme veio a excursão aos Estados Unidos e a 1ª Mundial e terminou com a análise de TODAS as canções de Beatles For Sale. UFA

16.   ---"Em 2025 estamos tentando acompanhar o ano de 1965,  estamos meio atrasadinhos, tivemos um especial sobre aquele 11 de fevereiro de 62 em que gravaram 10 canções de Please Please e estamos a recorrer a alguns repetecos, alguns necessários, como a carreira de Ringo na época dos Beatles, e até repetimos os quatro episódios sobre a Parceria Lennon McCartney, o que foi bem legal, mas retomaremos o ritmo em breve, né Comandante?”

17.  “E pretendemos seguir assim, celebrando os 60 anos, mês a mês, ano a ano, então temos programação pra até 2030… e depois, repetimos tudo, celebrando os 70 anos ué, por que não?”

domingo, 17 de agosto de 2025

OUÇA e LEIA - Across The Universe em Homenagem a Lizzie Bravo

Clique Acima para ouvir o que eetá escrito abaixo!!!

No último 4 de outubro, eu e o mundo Beatlemaníaco no Brasil entramos em luto, sentido e prolongado.

Havia morrido Lizzie Bravo, uma verdadeira heroína, em nossa concepção.

Era uma adolescente brasileira, nos anos 1960.

Como muitas, era fã dos Beatles,

Como poucas, deixou o país para estar perto deles,

Como nenhuma outra, gravou com a maior banda da história

E como isso aconteceu?

Sua paixão pelos Beatles começou ainda em 64, com o primeiro filme dos Beatles, adotou para si o apelido de Lizzie, e não de Beth, Lisa, Lilibeth, ou qualquer outro, porque sentia que John , seu Beatle favorito, falava com ela, quando dizia 'You make me dizzy, Miss Lizzie!'. Ela não se conformou que os Beatles haviam abandonado os palcos em 66, e viajou junto com uma amiga para Londres, em 67, para ficar atenta a todos os movimentos dos 4 rapazes de Liverpool. O combinado com seus pais era uma estada de férias, como presente de 15 anos, porém ao final das férias, a amiga veio embora, e Lizzie ligou para o pai e disse: ‘Não vai rolar!’ Ela ficou, trabalhando no que dava, cuidando de criança, e fazendo faxina, trabalhando em meio período e estudando no outro. Nas horas livres, sem falta, e mesmo cabulando algumas aulas dos cursos que fazia, ela ia para as redondezas dos estúdios na EMI em Abbey Road. Desde fevereiro de 1967, ela batia ponto lá, e onde quer que eles fossem gravar, e conversou várias vezes com eles. Sempre foram muito simpáticos e receptivos com as meninas. Ela acompanhou a criação e lançamento do LP Sgt. Pepper's, do EP Magical Mistery Tour, e dos ótimos compactos daquele ano, incluindo All You Need Is Love.

Quando rompeu 68, os Beatles planejavam um retiro espiritual na Índia, e precisavam deixar um material gravado para ser lançado em compacto enquanto eles estivessem longe, para manter a chama acesa. Ao efeito, Paul compôs Lady Madonna, George criou The Inner Light. A proposição de John nasceu de uma discussão que teve com Cynthia, sua esposa, que falou muito, eles se deitaram discutindo, mas ele não conseguia dormir, e se levantou pensando: Palavras estão voando como chuva incessante num copo de papel, e deslizam selvagemente enquanto fluem através do universo…. Perceberam? A fina poesia deste verso e de mais outros cinco, entremeados por um refrão, vieram só na cabeça de John um atrás do outro, como se tivesse sido possuído, ele colocou no papel, pegou o violão e no dia 4 de fevereiro entraram no Estúdio 3 da EMI para materializá-la. O Take 2 gravado que tinha John e Paul no violão, George numa cítara e Ringo num swarmandahl, um outro instrumento indiano, parecido com uma harpa, foi guardado… Reparem como John tem dificuldade na respiração.

(entra o Take 2, com os dois primeiros versos ‘Words are flying out” até o 2 º acroos the universe”)

Já no Take 6 já haviam abandonado os instrumentos indianos como base e o take seguinte foi considerado bom, mas John não estava feliz. George Martin tentou ajudar e, no primeiro overdub de vocais de John, tocou a base em velocidade ligeiramente menor que a normal, para facilitar a vida do vocalista. Esqueci de dizer que era um domingo, e eles tinham pressa para deixar canções prontas para o próximo compacto. Já de noite, Paul McCartney tem mais uma daquelas idéias de Paul McCartney. Ele sai do Estúdio 3, encontra as meninas abrigadas no saguão de entrada da EMI, pois o porteiro havia ficado com peninha delas, devido ao frio daquele pesado inverno, e se dirige a elas, perguntando: 'Quem daqui consegue sustentar uma nota aguda?'. Sem saber se poderia mesmo manter a tal nota, Lizzie levantou o braço, e carregou sua amiga inglesa Gayleen, e Lizzie cantou junto a John Lennon, num mesmo microfone, e depois junto a Paul McCartney, num outro microfone, as palavras 'Nothing's gonna change my world' do refrão da linda canção. Em verdade, sim, aquilo mudou seu mundo…. Para sempre! Elas ficaram lá por duas horas, e entraram para a história! Imagens quebradas de luz que dançam na minha frente como um milhão de olhos, eles me chamam sempre através do universo

(Entra a versão com as meninas com os Versos 3 e 4, a partir de desde “Images of broken light" até “They tumble blindly as they make their way across the universe”)

Vocês podem imaginar o tamanho desse feito? Aquela era a primeira vez que uma voz aparecia num vocal de destaque numa gravação dos Beatles, que não fosse de coro. E depois, mais adiante, apenas mais uma vez isso aconteceria, e era Yoko Ono. Mais ninguém tem esse registro!!

Depois da saída das meninas, vieram overdubs de baixo e bateria tocados em reverso, e murmúrios múltiplos do banco de efeitos da gravadora, e uma guitarra e um som de harpa, a serem também revertidos. John levou um acetato com o resultado, para casa e 3 dias depois, disse: "Não quero nada disso!". Gravaram órgão, piano, guitarra e chocalho, e harmonias de George e Paul que nunca vieram a público , felizmente, Sean, filho de John, incluiu numa magnífica versão em 2001

(entra trecho do vídeo de Julian Lennon harmonizando Across the Universe com Rufus e Mobby)

John ainda gravou um novo vocal no dia 8, mas nada ficou ao seu gosto, ele estava desapontado, e, ao final daquele dia, decidiram que Across The Universe ficaria de fora do próximo compacto que, pela primeira vez, não teria uma original Lennon. Felizmente, o produtor Spike Mulligan que estava presente, a convite de George Martin, simplesmente amou a canção, e fez um trato com John para usá-la num disco beneficente.

Lizzie seguiu em sua rotina de imigrante apaixonada, durante as gravações do Álbum Branco, viu o filme Yellow Submarine in loco, chegou a vir ao Brasil um tempinho em outubro, mas voltou pra lá, e, e acompanhou de fora do estúdio as gravações de Let It Be e Abbey Road, e voltou de vez ao Brasil em outubro de 1969, dois meses antes de sua voz vir ao mundo no álbum beneficente do projeto Our World, quando todos conheceram a nova canção dos Beatles! A versão tinha Lizzie e sua amiga, e tinha pássaros e barulhos de criançada, e nem sei se ela notou que foi lançada em Mi Bemol, meio-tom acima do que ela cantou, em Ré.

De volta ao Brasil, Lizzie fez linda carreira como backing vocal de inúmeros astros da MPB como Milton Nascimento, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Joyce, Ivan Lins, Djavan, e tantos outros, até Roberto Carlos uma vez. Enamorou-se e casou-se com o grande cantor e compositor Zé Rodrix, com quem teve sua única filha Marya. Morou 10 anos nos EUA, trabalhando como fotógrafa, chegou a se encontrar com Paul em 1990, em Indianápolis, e também com Ringo por acaso num restaurante em Los Angeles, e também com George após um show no Albert Hall, convidada que fora para cruzar o Atlântico para assistir a um show do guitarrista. Ela era uma pequena celebridade no mundo Beatle. Os três se lembraram dela. Justamente John, entretanto, ela não conseguiu encontrar,… chegou a combinar com o secretário dele um encontro quando voltasse a New York, mas era setembro de 1980.... na próxima viagem dela, ele já não estaria mais conosco.

Voltando à canção, houve uma primeira tentativa de mixagem em meados de 69, o projeto foi dado a Glyns Johns, que felizmente se lembrou de Across The Universe, pois havia sido tocada em janeiro, no Projeto Get Back, mas os Beatles recusaram suas misturas. Em 1970, chamaram Phil Spector e lhe deram carta branca e ele pôde usar sua técnica de Wall of Sound. Para isso, elaborou arranjos de orquestra e coral e chamou 50 músicos e cantores ao Estúdio 1. Vai contando: 18 violinos, 4 violas, 4 violoncelos, 1 harpa, 3 trompetes, 3 trombones, dois violões, 14 cantores, somou? Deu 49? Errou? Não! Ele chamou também Ringo Starr para uma nova bateria.

A épica sessão foi em 1º de abril. Em um gravador de 8 Canais, Spector colocou a base de 7-2-68 no Canal 1, o novo vocal de John do dia 8, no Canal 2, o piano de Paul e a guitarra e chocalho de George no Canal 3, e colocou a orquestra pra tocar, de forma separada, cordas em geral no canal 4, mas apenas violinos no Canal 5, metais, nova bateria e violões no Canal 6, o coral no Canal 7, e mais metais, bateria e coral no Canal 8. Uau! Era a filosofia da Parede de Sons! Infelizmente, Spector sumiu com as vozes femininas na versão do álbum Let It Be. Um amor incondicional sem limites brilhando ao meu redor como milhões de sóis, que me chamam para ir através do universo.

(entram os Versos 5 e 6 da versão Spector “Sounds of laughter, shades of love” até o final)

Ah, interessante que aqui, ele reduziu a velocidade da gravação, também em meio tom, passando do Ré original para o Ré Bemol. Dessa forma, NENHUMA das versões oficiais de Across The Universe tinha o tom original gravado pelos Beatles, até 2003, quando o Let It Be Naked foi lançado em Ré!!!

Então, amigos, que abençoada foi a presença de Lizzie Bravo entre nós. Ela estava no local certo, no momento certo, e teve a competência necessária para impactar a história dos Beatles, e por que não, a do Brasil. Adorei um comentário que vi à homenagem que escrevi, que dizia: “Que linda história, Homero.!! Me senti orgulhoso de ser brasileiro por causa de Lizzie Bravo."

Eu também, desde que soube, lá em 1990, ao ler no livro de Mark Lewisohn, The Beatles Recording Sessions, que “Lizzie Bravo, a 16-year-old from Brazil' cantou vocal de apoio numa das mais belas canções dos Beatles, sem dúvida a mais poética letra entre todas elas. Poética como era a canção que Elis Regina cantou em 72, feita por Zé Rodrix, em que dizia querer ‘a esperança de óculos’, que, em verdade, soubemos há pouco tempo, era a própria Lizzie, que estava grávida de sua filha, à época.

(entra Casa no Campo a partir do minuto 1:23)


Descanse em paz, Lizzie! Você foi muito importante para nós!


Um abraço aos ouvintes da LAC – Luanda Antena Comercial… e até para a semana!!!

____________________






Marcadores

Aniversário (44) Arte (12) b (2) Baleia (43) bea (1) Beatles (847) Blog News (101) Campanha (9) Carta (37) cele (1) Celebração (59) Ciência (9) Cinema (312) Comida (3) Comportamento (259) comu (1) Comunicação (164) Concurso (23) Costumes (77) Cultura Inútil (32) Despedida (17) Educação (27) Energia (45) Esporte (56) Estatística (2) Facebook (2) Família (29) Futebol (133) Game of Thrones (9) Geografia (1) Geologia (1) Her Majesty (1) História (14) homenagem (94) Houston (48) Ícones (66) Idioma (58) Jack Bauer (7) James Bond (54) Justiça (35) Livro (272) Los Bife (66) Matemática (8) Memória (1) Mensagem (18) Música (208) Obama (20) Pelé (29) Pesquisa (7) Pink Floyd (22) Poesia (94) Política (104) Propaganda (6) Rádio (41) Reflexão (1) religião (42) Rio de Janeiro (43) Saga A Arma Escarlate (52) Saúde (62) Segurança (5) Show (99) Star Trek (17) Teatro (11) Tecnologia (3) TV (122) Viagem (115)

O dia em que soube dos Beatles - by Virgínia de Paula

View on Vocaroo >> Este é o primeiro, esperamos de muitos, programas mensais especiais do Submarino  Angolano, em que Virgínia Abreu ...