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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Rosana, uma secretária


Depois, foi Carlos, um engenheiro.
Agora, nesses tempos em que minha empresa é lembrada menos pela capacidade técnica, inventiva e criativa de sua forca de trabalho e mais por aspectos fora do controle desta última, recebo mais uma mensagem de despedida, depois de décadas de dedicação a ela.

Rosana, uma secretária! 

Sim, sim, faco questão de registrar, em igual espaço aqui no blog.

Secretárias, auxiliares, arquivistas, contadores, operadores, bibliotecários, técnicos, analistas e outras tantas profissões situadas nas bases das pirâmides corporativas, têm também sua parte na equação de sucesso da Petrobras.

E se vê, no discurso de Rosana aquele amor à companhia, daqueles empregados que vestem a camisa, infelizmente rareando nas gerações mais novas, representantes da geração Y.

Muito legal, Rosana!!! 

Pode estar certa, sim, de que é uma história de sucesso!
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Olá caríssimos e caríssimas,  
A minha história com a Petrobras se iniciou muito antes de 1974, mais precisamente em março de 1964, quando o meu pai foi admitido na nossa Empresa e eu contava, à época, com 8 anos de idade. 
Naquelas priscas eras, a Companhia tinha somente 10 anos e alguns meses, ainda estava começando a sua grandiosa história e, ainda assim, tão novinha, por intermédio do salário dele, foi capaz de  abrigar e proteger a nossa pequena e tradicional família de quatro pessoas e garantir, a mim e a minha irmã, a educação e a instrução.  
Dez anos mais tarde, em 4 de novembro de 1974, foi a minha vez de ingressar na Empresa como “Auxiliar de Escritório” ou, o popular da época, “Auxcri”.  Nessa data e mesmo tão jovem, já contava eu 6 meses de trabalho em um banco e terminava o primeiro ano da faculdade de História no, então, novissimo Campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.
Ingressei no antigo Serviço de Planejamento – SERPLAN, e logo fui alçada à função de Secretária de Setor. Logo percebi que eu nada sabia dessa profissão, além da datilografia – na verdade, eu havia começado a trabalhar, como tantos e tantos jovens, enquanto aguardava a conclusão da graduação para ser professora - mas eu tinha que aproveitar a oportunidade de aprender, e bem, porque apesar de eu nada saber, estavam me pagando para isso, e tratei de aprender o melhor possível com as colegas mais experientes (para elas, todo o meu agradecimento), que nunca se furtaram, ao contrário, faziam questão de ensinar àquela jovem que mais parecia ter 14 e não 18 anos, e em 1977, quando finalmente me graduei e tive a oportunidade de ser professora, já estava tão envolvida e vestida, até a alma, com a nossa camisa verde e amarela, que não consegui mais sair e, assim, dei seguimento à carreira já iniciada na Companhia. 
Tempos depois, fui Secretária de Divisão, de Superintendência-Adjunta, e de Superintendência-Geral, no pioneiro Grupo Executivo de Desenvolvimento da Bacia de Campos – GECAM (o órgão embrionário do que, em breve tempo, seria a pujante Bacia de Campos) e no Departamento de Produção – DEPRO, onde tive a grande oportunidade de acompanhar o desenvolvimento da promissora província produtora de Urucu (há  poucos anos, no programa de visita de empregados às unidades, tive a grande felicidade de lá estar e ver como aquela unidade se desenvolveu e, também, de reencontrar dois caros amigos que fiz durante curso da Amana Key, em SP). 
Em 1989, fui convidada a substituir uma secretária (e até hoje grande amiga) na Diretoria (naquela época a sigla pela qual a Diretoria era conhecida, era... a do nome do Diretor! E se chamava 'Gabinete'). E assim eu fiquei lotada no Gabinete do Diretor Edilson de Melo Távora - GDEMT.Tempos depois, no GDJCL, Gabinete do Diretor João Carlos de Luca, e a seguir, o GAPRE. Lá iniciei como secretária dos Assistentes do Presidente e, em seguida, a partir de 1º de fevereiro de 1993 até 15 de março de 2012, designada formalmente como Secretária do Presidente (e foram 6), 19 anos trabalhando diretamente com o Chefe do Gabinete do Presidente (e foram 7 – o primeiro logo se aposentou mas com os 6 restantes guardo laços de grande estima e sincera amizade até hoje!). Nos últimos dois anos meus serviços estiveram à disposição da mais nova Diretoria, a Corporativa e de Serviços – DC&S, com o nosso Diretor, e ex-Presidente, Dutra (a ele eu muito agradeço por toda a compreensão, ajuda e generosidade, a ele e aos amigos do Gabinete que sabem a que me refiro).
Voltando um pouquinho no tempo, abraçando, definitivamente, esta profissão e os caminhos da Empresa indo na direção do mercado internacional, vi-me na contingência de aprender outros idiomas além do francês, com o qual prestei o vestibular e, assim, lá fui eu tentar dominar o inglês. Passados mais uns tempos a Companhia expandiu a sua experiência para o Mercosul, o que me colocou frente ao idioma espanhol. Gostei tanto de estudar esta língua que, muito incentivada por uma grande amiga, também secretária em uma das Diretorias e que terminava o seu curso de pós-graduação neste idioma, muni-me de muuuita coragem e disposição e voltei aos bancos acadêmicos e, também, pós-graduei em espanhol. 
O conhecimento de idiomas foi uma ferramenta muito importante na execução das minhas tarefas uma vez que eu trabalhava junto à Alta Administração de uma empresa de porte internacional. A demanda era grande.Pois é, como voces podem depreender, a Petrobras esteve presente durante toda a minha vida, e são muitos anos!, patrocinou  toda a minha instrução, proporcionou (e há de continuar!) muuuuitas ótimas férias dentro e fora do país e, ainda por cima, me deu até marido (e que Deus o tenha em ótimo lugar...), sem contar os grandes e leais amigos e amigas que fiz, e as incontáveis e sinceras amizades, como a sua, por exemplo.  
Creio que voces hão de concordar comigo: a Petrobras fez da minha história um sucesso...(modesta, eu, não?) Assim, vocês podem imaginar como é difícil deixar esta que foi a 'minha casa' (faltou muito pouco para eu até dormir aqui!) mas...le jour de dire adieu est arrivé , the day to say goodbye has arrived, el día de decir adiós ha llegado, o dia de dizer adeus chegou e é hoje! Para mim é motivo de imenso orgulho saber que dos 60 anos de existência e sucesso da Companhia, eu colaborei, diretamente, com 39 anos, 6 meses e 19 dias.
Por tudo o que lhes contei acima,  já tenho traçados novos caminhos que, como diriam os portugueses, estão a me levar para outras paragens.  
Acho que agora vou poder constatar o que dizem os que me precederam (e que eu espero seja verdade!): há vida fora da Petrobras. Só posso agradecer a todos vocês que estão nesta minha lista de distinta estima e fraternal amizade que continuem cuidando do desenvolvimento da nossa querida Petrobras e que espero revê-los aqui, ali, acolá, alhures e pela vida.
Aos novos: Saibam aproveitar o leque de oportunidades que os veteranos, com a sua saída, estão lhes possibilitando. Esta Empresa, apesar dos 60 anos, é jovem e é de e para vocês, cuidem bem dela como nós cuidamos até aqui.
Sorte, saúde, sucesso, felicidade e alegrias para todos nós e até sempre!
Um abraço grande da
Rosana
rosana.oliveira11@gmail.com


Um comentário:

  1. Sinto que a nova geração está contaminada pela situação em que vivemos hoje. Ensino ruim, muita "politica", falta de patriotismo (só neste ponto gosto do povo americano), desconhecer a história, etc.
    Estamos precisando de Governos que se importam com a Nação e não com seus bolsos.

    Itamar

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