Este é um capítulo da coletânea 'Obama é o Cara'
Os demais capítulos podem ser acessados neste LINK
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Na segunda-feira, minha filha repassou-me uma carta de Michael Moore ao presidente americano implorando para que não mandasse mais tropas ao Afeganistão.
Esperei o desenlace.
E ele aconteceu.
Estou arrasado.
Veja no link aí embaixo,
a carta que tanto quis que fosse lida,
a sugestão aceita,
a presidência redimida.
Mas não foi.
open-letter-president-obama-michael-moore
Obama não aguentou as pressões, e mandou 30.000 soldados para o Afeganistão...
Homero Desapontado Ventura
Esperei o desenlace.
E ele aconteceu.
Estou arrasado.
Veja no link aí embaixo,
a carta que tanto quis que fosse lida,
a sugestão aceita,
a presidência redimida.
Mas não foi.
open-letter-president-obama-michael-moore
Obama não aguentou as pressões, e mandou 30.000 soldados para o Afeganistão...
Homero Desapontado Ventura
Triste para os cidadãos americanos e para todos nós que almejamos a paz mundial.
ResponderExcluir"You know that nothing good can come from sending more troops halfway around the world to a place neither you nor they understand, to achieve an objective that neither you nor they understand, in a country that does not want us there."
Tanto Moore como Obama entendem que os motivos seguem sendo os mesmos da era Bush, ou melhor, os mesmos de sempre.
abs,
Triste, meu amigo, mas o mais triste é que, infelizmente, o resultado não surpreende muita gente.
ResponderExcluirHomero,
ResponderExcluirNão me surpreendeu.
Obama não conseguiria tirar as tropas em duas semanas, pois esta seria a alternativa para o não envio. Uma retirada total e imediata, deixando o Afeganistão às traças era a única alternativa que ele tinha.
Breve glória ao premio Nobel da paz - Ele já recebeu oficialmente o prêmio?
Gosto do Obama e o apoio. Mas esta já era uma armadilha anunciada ....
Regards,
Homero,
ResponderExcluirLi a carta que você enviou. Ao menos, muitos tentaram mostrar a ele que esse não é o caminho correto.
E evidentemente fico vendo o motivo geopolítico por detrás disso: agradar aos conservadores, movimentar a economia, pipelines, etc.
Abraço
Homero,
ResponderExcluirEu ainda tenho esperanças. Essas coisas não se mudam da noite para o dia, só porque um cara conhecido escreveu uma carta. Todos querem estar no foco dos holofotes. Mesmo que o cara mudasse de idéia da noite para o dia, como é que ele vai chegar em West Point e dizer para os comandantes que eles vão sair do foco? Para os recrutas (e suas famílias) seria ótimo mas para quem realmente sai na mídia, seria uma ducha de água fria. É por isso que os políticos têm que ter jogo de cintura (os nossos so têm para que caiba mais dinheiro na cueca). Aliás, ele já tinha dito, desde a campanha que ele iria diminuir o contingente no Iraque (não sei se está cumprindo) e aumentar no Afeganistão...
Abraço,
Oi Homero,
ResponderExcluirquando o Obama foi eleito você nos enviou um e-mail sobre a vitória. Eu lembro que respondi algo do tipo "aguardo cenas dos próximos capítulos".
Não é o Obama, não é o Bush, não é o Clinton. São os EUA. E assim será enquanto eles forem a potência hegemônica. Não tem jeito.
Ontem mesmo eu conversava com o coordenador da pós-graduação de Relações Internacionais que eu faço. A grande questão é que, apesar da saída de Colin Powell do governo americano, a Doutrina Powell continua vigente. É o neoconservadorismo na essência.
Obama, não podemos negar, tem uma outra forma de abordagem em relação a WBush. É um cara mais "agregador", mais educado... Mas a Pax Americana é maior que tudo isso, sem dúvida.
Nenhuma crítica aos EUA, ok? Se nós fôssemos a potência hegemônica, faríamos tudo igualzinho. Sem mudar uma vírgula.
Grande abraço,
Homero.
ResponderExcluirMichael Moore pegou pesado com o Obama, apelando para a avó e a própria mãe do presidente. Pena que nada adiantou!
Pelo que temos visto em relação a reservas de petróleo e consumo energético, os EUA estão encrencados. Se não aparecer uma fonte alternativa de energia barata para suprir uma boa parte dessa demanda, eles terão sérios problemas.
A China está aumentando sua demanda e possivelmente se tornará um grande "aspirador" de óleo e gás. Um aumento no desenvolvimento de um país causa um aumento no consumo de energia e propicia uma melhora nas condições sociais de sua população, o que também gera aumento no consumo de energia. Você pode imaginar se todo o mundo quiser (e tem o direito de querer) consumir como os americanos?
Bem, o ponto é que os EUA precisam garantir suprimento de petróleo para manterem seu padrão de consumo e o Afeganistão é rota de escoamento.
Abraços.
Amigo Homero,
ResponderExcluirEu acho que existem "guerras e guerras". Isto é, existem guerras que poderiam e deveriam ser evitadas. Mas há outras que precisam e devem ser travadas. Como exemplo deste último caso, cito a Segunda Guerra Mundial. Imagine se os alemães encontrassem apenas ingleses condescendentes pela frente. Estaríamos, muito provavelmente, almoçando e jantando chucrutes!
A questão é saber em qual dos dois casos se encaixa a atual guerra do Afeganistão. Eu, pessoalmente, a classifico também no segundo tipo de guerra. O Sr. Moore que me perdoe. Li, hoje, no O Globo, um artigo de um articulista do NYT, falando que a estratégia apresentada pelo OBAMA (uma adaptação local à tal de COIN - ESTRATÉGIA DE CONTRA INSURGÊNCIA, desenvolvida por um general americano) é a estratégia possível, com uma análise muito interessante sobre como conduzir aquele problema.
Creio, firmemente, que se o Ocidente (leia-se OTAN) deixar que os talibans e afins dominem aquela área (Paquistão, Afeganistão, partes da Índia, Arábia Saudita, etc.) nossas (bis) netas estarão usando véus ou burcas e os (bis) netos orando de "traseiro para cima". É um conflito de civilizações, i.e., uma civilização de um lado e um bando de lunáticos de outro. Esta aliás é a própria essencia de uma guerra que precisa ser travada: quando o lado bom e o lado mau são tão visíveis. O Sr. Moore está naquela posição muito confortável de pacifista radical que acha que TODAS as guerras estão no primeiro tipo. Ele, talvez, não veja (ou não queira ver) os riscos que os países dominados e governados por islâmicos radicais representam para todos.
Não se sinta arrasado, Homero. Um bom presidente, como acredito que é o Sr. Obama, não é aquele que toma decisões fáceis, baseadas em posições radicais de um lado ou de outro. Mas alguém que, como ele, lida com dilemas, posições intermediárias onde qualquer lado tem vantagens e desvantagens. O mundo não é a Vila Sésamo.
Um abraço.
Homero,
ResponderExcluirThat is "realpolitik" (palavra que vi nos jornais pela primeira vez quando Willy Brant iniciou as negociações com a URSS para a reunificação das Alemanhas).
Independentemente das nossas vontades, existe hoje uma tensão maior entre os valores do mundo ocidental e os valores próprios dos grupos extremistas (Al Qaeda, Taleban, e outros). Há um número de evidências da intenção desses grupos de levar o seu modelo (autoritarismo religioso, eliminação dos diferentes, supressão do estado de direito, perseguição política-religiosa, etc.) aonde for possível, ou impossível. Com esses grupos não existe "batalha de idéias", eles só querem a liberdade de destruir a liberdade.
Enviar tropas é a solução? Pessoalmente não vejo outra. Quantas tropas? Não faço a menor idéia do número adequado. Há gente que estuda, pratica e é paga para isso, inclusive os generais que o Mihael Moore abomina.
Enviar jovens soldados para a guerra é terrível? Sim, não há dúvida. Atenua a situação o fato do alistamento não ser obrigatório nos EUA. Vai quem quer tomar o risco.
Inocentes vão ser vítimas? Certamente. Vitimados pelas açoes de ambos lados. A situação tem similaridades com o tráfico em nossas favelas. Invadir ou não? Se invadir morrem inocentes, senão invadir o tráfico domina com sua própria lei. Qual a melhor opção?
O governo lá é corrupto? Certamente. O que fazer? Abandonar o país? E depois? Conferir as atrocidades praticadas por esses grupos e ficar se lamentando dos absurdos?
Os EUA, bem como UK, Alemanha e outros da OTAN, tem o direito de estar lá? O direito não existe mas, pessoalmente, do ponto de vista de quem preza as nossas liberdades democráticas e repudia essas formas autoritárias de governo para qualquer povo, acho melhor que eles estejam lá do que o país fique entregue ao Taleban.
A presença das tropas vai melhorar a situação lá e em outras partes do mundo? Afirmar que sim ou que não é pura aposta. Qual a chance de aumentar o número de vítimas das ações desses grupos caso as tropas abandonem o país? Michael Moore certamente deve ter essa resposta.
Como disse em e-mail por ocasião da eleição do Obama, ele foi um fenômeno mas para cumprir as promessas teria que ser fenomenal. A conferir.
Abraços.
Ontem à noite Obama fez um belo discurso, daqueles tão naturais que parecia improvisado. Mas cada palavra tinha seu lugar correto. Cada frase tinha uma mensagem para um público específico. Nada estava fora de lugar. E quando começou a falar para o povo do Afeganistão, deixou de olhar a plateia e passou a olhar para a câmera de TV central. Tão natural como os hotéis de Las Vegas...
ResponderExcluirDepois de aprofundar a guerra no Afeganistão, o primeiro presidente "afro-negão" dos Estados Unidos (como o chama a turma do Casseta & Planeta) passará lá na Escandinávia, na matriz dos brancos com olhos azuis, para receber em poucos dias o seu prêmio Nobel da Paz. "Da paz"...
Ninguém disse que o mundo é justo, nem que pessoas e instituições são coerentes. Mas essa decisão de injetar US$ 30 bilhões por ano numa guerra, num momento de crise econômica profunda, soa como uma bofetada na cara dos senhores que representam o inventor da dinamite. Ué... parece que tudo tem lógica!
Um abraço de um nunca iludido,
Homero,
ResponderExcluirEu não assino a revista "Carta Capital", cujo foco das matérias parece ser bem mais profundo, contundente, crível e imparcial (neste último ponto, talvez eu esteja sendo bastante ingênuo) do que as informações de onde normalmente nos informamos no dia-a-dia (revistas Veja, Isto é, Jornais impressos e sites populares).
Assim sendo, perceba que minha opinião pode ter fundamento em informações "distorcidas", mas de qualquer forma, vamos lá....
O conteúdo da carta (ou seja, se você espremê-la bastante) é no fundo, no fundo, algo do tipo ("all you need is love" ou "vamos fazer amor e não a guerra", etc...), tanto é assim que numa primeira leitura que fiz (por estar sem tempo) pulei vários parágrafos e sentenças, buscando extrair apenas o que era, de fato, informação, como por exemplo a frase onde o MMoore diz que há apenas uma centena de membros Al-Qaeda, ainda resistentes. Já numa segunda leitura, dessa vez com mais calma, lendo todos os parágrafos....não consegui extrair nada novo, ou seja, a única informação de fato apresentada é a de que existem apenas uma centena de membros da Al-Qaeda.
Para a análise, vamos verificar as opções de Mr. Obama.
1a. Hipótese : +/- 150.000 soldados x +/- uma centena de terroristas.
Atualmente, já estão por lá aproximadamente (108.000 soldados = 68.000 (EUA) + 40.000 (OTAN)) e com adicionais 40.000 (30.000 (EUA) e 10.000 (OTAN)), totalizam 148.000 soldados, contra uma centena de resistentes. Portanto, estatisticamente, os pais dos filhos enviados à guerra já não mais deveriam preocupar-se com o risco de seus filhos serem mortos, seja em razão da baixíssima probabilidade de serem atingidos ou seja em razão do tempo provável ainda restante de guerra, pois acredito que em 30min, a "centena" seria "decapitada".
Devo escrever um ponto principal aqui, que é o fato de eu não ter filhos. Portanto, eu sequer consigo imaginar o tamanho da dor, mesmo que hipotética de perdê-los. No entanto, mesmo não tendo filhos e me colocando no lugar de um pai, eu tenho certeza que por mais baixa que seja a probabilidade de risco de morte dele, eu não me sentiria confortável em vê-lo sendo enviado para a guerra. O que eu quero dizer é que eu não estou simplesmente dizendo : "Já que eu não vou, então, vamos à guerra !!!" De qualquer forma, quem quer ser militar, opta por correr o risco, então, independente da probabilidade, correr o risco é dever deles.
Pelos dados acima, +/- 150.000 soldados contra uma "centena" de terroristas, nota-se que esse contingente todo não está sendo usado para a guerra propriamente dita. Se encaixa nos argumentos de pacificação das cidades, controle social de um país que não possui polícia, exército ou poder do estado organizado e por outro lado a única organização que há, são dos mais fortes (milicias, terroristas, tribos, etc) que subjugam os mais fracos e estabelecem suas diretrizes (ou seja, anarquia). Assim sendo, da forma como está hoje, o país não apresenta nenhuma condição de "jogar" o jogo da democracia, que é uma alternativa melhor ao regime ditatorial anterior (dito pelos próprios afegãos).
Se realmente isso for verdade, (150K x 100´s), então essa questão de "controle social" é provávelmente verdadeira e se assim for, é razoável deduzir que isso não é para já, mas também não pode ser para sempre, por isso foi importantíssimo o estabelecimento do prazo por Obama.
A alternativa de Obama, seria simplesmente abandonar o país, deixando-o sob o controle dos mais fortes, que podem ser aqueles solidários aos talibães e assim, dentro de alguns anos eles estariam novamente no poder e os EUA teriam que voltar ao Afeganistão, mais uma vez, para garantir a sua segurança.
Portanto, por esta 1a. hipótese, acredito que ele não teve escolha.
A 2a. hipótese vem em outro comment, pois neste não coube. See you!
2a. Hipótese : muito mais do que uma centena de terroristas.
ResponderExcluirHá outras opiniões que dizem que o risco de volta dos talibães é real, pois ainda haveria muitos deles soltos por lá e com apoio de tribos locais. Sendo assim, os 150K soldados seriam necessários para a guerra em sí e não apenas para pacificação de cidades e treinamento de polícia e criação de exercito locais, o que nos mostra que se duvidarmos, este contingente até é pouco e o que é pior, o prazo teria que ser maior do que o já estipulado.
Portanto, por esta 2a. hipótese, acredito que ele também não teve outra escolha.
Assim, dear Homero, em minha opnião, Mr. Obama continua com meu apoio e apreço iniciais, diminuídos isto sim, pela posição dele no caso de Honduras, onde da forma como está (novas eleições feitas), já está resolvido. No entanto, da forma como está, também não há punição para quem errou (os ditos "golpistas"), nem reparação para quem sofreu danos (o Sr. "não-agiu-certo" Zelaya). Independente dele ter ou não desrespeitado a lei do país, nós sabemos que no jogo da democracia, o que foi feito com ele, foi errado. O correto seria criarem uma CPI, que distribuiria grana para diversos parlamentares e ficaria tudo tal e qual no mundo real como nós já vimos acontecer aqui em terras tupiniquins.....rs....é triste, mas como já disse alguém que não sei o nome.....a democracia é uma merda, mas é o melhor dos sistemas já criados.
Outro ponto que diminui meu apreço por ele é a pífia contribuição para os cortes de emissões de gases. Claro que isso há de ser gerenciado com o impacto para a economia do país, no entanto, a dívida já está estabelecida e o prazo para pagá-la é logo ali (segundo dizem os cientistas), então, assim como no caso da guerra....acho que não há muito para se conversar. É tratar de agir.
Pense na possibilidade de conceder um desconto para "o cara"....rs.
Sucesso,
Grande Homero,
ResponderExcluirA industria da guerra ganhou! Infelizmente, o Obama não aguentou a pressão. Mandar mais soldados para aquela maldita terra é uma insanidade que só os
doidos dos republicanos totalmente pirados ficam felizes e babando em ver o circo pegando fogo.
O pior de tudo é que a Fox está com uma turma de recalcados pregando os mandamentos da ala extrema republicana, promovendo a guerra, mais dinheiro e poder para os super ricos, descriminação social e racial, é uma sacanagem brava.
Enfim, só nos resta rezar e torcer para que o estrago seja menor.
Abraço