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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

The Non-Beatles For Sale Songs

                                                               Esta é uma prévia do Capítulo 39 

Da minha saga  

O Universo das Canções dos Beatles


Todos os Capítulos têm acesso neste LINK 

Premidos pelo tempo e pela pressão de lançarem seu 4° LP para chegar às lojas antes do Natal de 1964, os Beatles recorreram a clássicos a que estavam acostumados a tocarem nos shows, para completar as 14 canções regulamentares, que haviam entregado nos dois primeiros LPs, em que pese a falha de "A Hard Day's Night", 
onde foram 'apenas' 13. Repetiriam o quantitativo de canções nos álbuns seguintes "HELP!", "Rubber Soul" e "Revolver"! Foram 6 os covers! Desta vez, vieram com pesos pesados do Rock, como Buddy Holly, Chuck Berry,  Little Richards e Carl Perkins, seus favoritos. 

Vamos a elas!

Rock And Roll Music era um clássico de Chuck Berry, que John considerava o Rei do Rock. "Não me venha com jambo, mambo, tango, o que eu quero ouvir é Rock And Roll".  Desde 1959, ele tocava essa canção em shows, então não foi difícil escolhê-la para o álbum. E também não foi difícil gravá-la! Relembrando a histórica gravação de Twist And Shout, John não precisou de mais que UM TAKE para finalizar o trabalho, de uma também histórica sessão de 9 horas de duração, em que gravaram outras SETE canções, sendo SEIS delas aproveitadas no álbum, uma eficiência impressionante. Era a penúltima sessão em que se dedicaram a "Beatles For Sale", no profícuo 18 de outubro de 1964. John e George Martin acrescentaram piano posteriormente! Ela é a primeira Cover do LP, na posição 4 do Lado A. Eles tocaram a canção na BBC, na TV e em vários shows até 1966, último ano das apresentações ao vivo.

Mr. Moonlight? Eu disse ali em cima que os Beatles trouxeram pesos pesados do Rock, e citei quatro nomes. Pois bem, este é o quinto! E a exceção! Seu autor é Roy Lee Johnson, você conhece? Nem eu! Quem a lançou foi um tal Dr. Feelgood, você conhece? Nem eu! Estou mais para Feelbad! Fraquinha, na minha opinião, mas eles sempre fazem do limão uma limonada. Finalizada na enorme sessão de 18 de outubro,  John manda muito bem no vocal, abre a canção com um grito primal, tem uma harmonia vocal tripla magnífica, Paul toca um órgão Hammond (com direito a solo), Ringo inova num tambor africano, então dá pra engolir. O que não me conformo é saber que, para colocar Mr. Moonlight, eles engavetaram uma muito melhor, gravada quatro dias antes, chamada Leave My Kitten Alone, ouça bem neste LINK, mas prepare-se para balançar na cadeira!! Rock do da melhor qualidade, incomparavelmente superior à escolhida, em verdade uma música caipira, letrinha breeeega, como pode ser conferido neste trecho da versão brasileira: "Senhor Luar, olhe pra mim!..."!! Se há uma escolha que eu reprovo dos Beatles, é essa! Infelizmente, ela é a sexta canção, do Lado A do LP!

Kansas City/Hey, Hey, Hey, Hey é um medley já cantado assim pelo autor da segunda, Pennyman, o real nome de Ricardinho, ou Little Richard. A primeira é da dupla Lieber/Stoller. Favorita de Paul, eles a cantavam desde 1962, quando conheceram o roqueiro pianista americano e se tornaram seus amigos.  Após uma parada de sua performance em shows, ela foi revivida na excursão aos EUA, justamente em Kansas City, onde foi devidamente aclamada, e foi então considerada para sair no novo LP. Foi a vez de Paul entregar seu ONE-TAKE-Song e no mesmo vigoroso 18 de outubro em que John entregara sua Rock And Roll Music. Até gravaram mais um take, mas ficaram com o primeiro, com perfeitas harmonias de John e George, e ao qual foram acrescidas palmas, dos quatro, e o piano de George Martin. Ela é a sétima canção, fechando o Lado A do LP!

Words Of Love está na posição 2 do Lado B do LP e é uma fundamental homenagem a seu autor Buddy Holly, genial líder dos Crickets, que morrera num desastre de avião aos 19 anos, em 3 de fevereiro de 1959, conhecido como O Dia Em Que A Música Morreu, sobre o qual falo, neste LINK. Os Beatles reverenciavam Holly, desde sempre, tanto que é dele o primeiro registro em gravação de John, Paul e George, ainda no Quarrymen, em 1958, a canção That'll Be The Day, tendo no Lado B uma canção de Paul chamada In Spite Of All he Danger. Foi ótimo que os Beatles optaram por esta canção de Holly, menos conhecida que a já citada, ou que Peggy Sue, ou ainda Maybe Baby, dando a possibilidade ao grande público conhecer mais a fundo o lindo poema,  ,"Deixe-me ouvir você dizer as palavras que eu quero ouvir, querida, quando você está perto, umm, umm, palavras de amor que você sussurra, suave e sincera, querida, te amo", rimando lindamente em inglês.  Assim como as outras três covers até agora, Words Of Love foi também gravada na já antológica Sessão Mamute de 18 de outubro. Gajos em seus instrumentos usuais, e vocal triplo imbatível de John/Paul no lead vocal e George na harmonia. Eles a promoveram ao vivo na BBC.

Honey Don't abre o reinado de Carl Perkins em "Beatles For Sale", logo a seguir, na posição 3 do Lado B do LP. Ela era o Lado B de Blue Suede Shows, compacto lançado em 1956. Na  voz de Ringo, Perkins embrenha numa DR e quer conhecer melhor sua 'Honey', um dos mais famosos qualificativos de 'Amorzinho' na língua inglesa. Ele é o único autor a ter duas canções gravadas pelos Beatles num único álbum! E foi a oportunidade para Ringo brilhar! Era John quem cantava a canção nos shows em Liverpool e Hamburgo, mas ele considerou que o range vocal de Ringo estava OK para ela, e a partir de então, foi o baterista quem a cantou ao vivo, nos shows subsequentes. Ela foi gravada na última sessão de gravação do LP, em 28 de outubro, 

Everybody´s Trying to Be My Baby fecha "Beatles For Sale" e consolida Carl Perkins como campeão com a segunda canção no LP. George a canta, como fazia nos primórdios e voltou a fazer após o lançamento, na BBC, na TV e nos shows de 1965. A letra reflete o que acontecia com cada um dos quatro Beatles à época, todas queriam ficar com eles! George era o maior admirador do guitarrista americano, em quem se inspirou para seu próprio estilo na guitarra. Ela foi gravada na mesma sessão em que John e Paul gravaram suas ONE-TAKE-Songs, e George não ficou atrás: apenas um take foi necessário para a conclusão da faixa, com John no violão e os demais em seus instrumentos usuais (acho que já escrevi isso!).

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