O ano 2011 não é bissexto, disso não há dúvidas, afinal é ímpar. Quando é par, ainda se pode parar para pensar, mas aí é só fazer a continha, e se lembrar que tem que ser múltiplo de 4.
Aproveito a chegada de mais um 28 de fevereiro, para compartilhar uma interessante curiosidade sobre os anos bissextos, a começar por pôr por terra aquela regra que todos aprendemos, a Regra dos 4, segundo a qual, a cada 4 anos, sempre temos um dia a mais.
Há exceções!!!
Vejam em
Uma digressão do tema: notaram a tríplice aparição da palavra 'por' em negrito aí em cima?
Ela me fez criar este post. Eu ia apenas remeter vocês ao meu antigo texto sobre anos bissextos, quando surgiu não sei de onde o triplo 'por', (seria uma aliteração?)
A do meio é o verbo 'pôr', que felizmente não foi desacentuado pela esdrúxula reforma ortográfica, agora em vigor, para minha absoluta revolta. Ao menos esse circunflexo e o de 'pôde', no pretérito perfeito do mesmo verbo, escaparam da sanha eliminadora de acentos.
Ao contrário da terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo 'parar' (ufa!). Antes, o 'a' tônico era acentuado, para diferenciar da preposição 'para', agora, foi-se. Vocês devem ter sentido o tamanho da burrice em algumas manchetes de jornal. Lembro de uma: 'Greve para o Hospital das Clínicas', por exemplo. Ó só! A gente pensa que a matéria vai ser um manifesto por uma greve em benefício do hospital.
A sanha aboliu ...
- ... criminosamente, um verdadeiro assassinato, o absolutamente necessário trema, fundamental para ler se você deve pronunciar o 'u' entre 'q','g' e 'e','i'. Quero ver como será a educação de crianças a partir de agora, para explicar pra elas que se deve frequentemente aguentar linguiça quente de sagui ensanguentado, e pedir que elas leiam isso em voz alta!
- ... estranhamente o circunflexo de hiatos com letras dobradas (chamo de hiatos, poisas letras estão em sílabas diferentes). Não perdoo nem abençoo, e fico com enjoo e me magoo com a falta de acento em 'voo'. Além do que, vai convencer um americano aprendendo português a não falar 'perdu', 'abençu', 'enju, 'magu', e, principalmente: A que horrras é o vu da Varig?'
Olha, vou ficando por aqui, pois desisti de aprender como se coloca hífen. São 19 REGRAS (EU CONTEI!!!), em prefixos, em nomes compostos, usa com letra 'x', não usa com letra 'y', dobra-se a letra 'z', usa com elemento de ligação, não usa em base oracional, mas usa de novo se há apóstrofe, não se usa em espécie botânica, mas tem que usar em topônimos, isso sem contar os 'casos particulares' e os 'outros usos'. DE-ZE-NO-VE!!!
Concordando com a Renata, eu trocava todas por UMA SÓ...
Está abolido o uso do hífen na língua portuguesa!!
Bem, eu estava devendo esse desabafo a mim mesmo!!!
Estou aliviado ... mas ainda puto!!!
Neguinho não tem o que fazer e fica inventando reformas bissextas. Só serviu aumentar a renda das editoras, de professores de português (pra isso até que valeu), e tirar dinheiro da população.
E ainda, se for ver quem assinou a reforma .....
Fui!
Homero Reformado Inconformado Ventura
Essa reforma é coisa de quem não tem o que fazer. Esses "reforarmadores" poderiam estudar um pouquinho para entender a acentuação de paroxítonas terminadas em ditongo ou mesmo o uso do trema (não é acento, mas um sinal auxiliar para a pronúncia da letra u, nos casos de que, qui, gue e gui. Com efeito, roubaram uma das características do idioma, que a é falar o que se escreve e vice-versa. Quero ver pronunciar a letra u no vocábulo freqüência, por exemplo, sem o trema. De que maneira? se "que", sem trema, tem sempre som de [ke]. Ou não pronunciar a letra u no vocábulo extinguir, que nunca teve trema, mas a moçada insiste em pronunciar como se tivesse. Essa foi a revolução na educação, de que falou o ex-presidente Lula? O mais grave disso tudo é que a discussão se limitou a uma meia-dúzia de "entendidos", que, na calada da noite, pela via do "cala a boca", impuseram o decreto, que, estou certo, quem aprovou não entendeu bem o porquê, mas o aprovou. Que democracia é essa? Jamais aceitarei e usarei os "mandamentos" dessa reforma. Neste caso, a partir de 2012, serei um honroso e honesto fora-da-lei, pois a forma culta sai de cena, graças ao infeliz decreto...
ResponderExcluirO mais desconfortável dessa reforma está no elemento motivador. Acredite se quiser, foi uma "grande sacada" dos PALOPs, unificar o idioma português para torná-lo universal. Inacreditável o profundo conteúdo intelectual dessa baboseira. Certamente foi falta de assunto ou falta de visão de questões prioritárias dessa organização. No âmbito da criatividade exótica dessa gente, há algum tempo se cogitou o ingresso da Guiné Equatorial nos PALOPs. Certamente, alguém despertou e se deu conta que se trata de país de idioma espanhol.
ResponderExcluirVoltando à reforma, em Portugal parece que não vingou e haveria uma forte rechaço à sua implementação. Dizem os patrícios que isso é piada de brasileiros. Parabéns aos reformadores, conseguiram desagradar lá e cá...
Discordo quanto ao tratamento desse assunto, que é sério e muito útil, como "cultura ínútil". Permita-me sugerir a sua realocação no marcador "Idioma".
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ResponderExcluirDaqui a pouco nosso dicionário vai ser igual ao inglês, com indicação da pronúncia de cada palavra... :-S
ResponderExcluirExcelente, João. Havia me esquecido da minha categoria 'Idioma' para este post!!!
ResponderExcluirEnquanto não resolvermos o problema do analfabetismo (de todos os tipos, diga-se de passagem) qualquer reforma é absurda.
ResponderExcluirÓtima crítica, Homero!!!
Raquel B.