Rock Parceria e Poesia
Uma conversa sobre a Parceria Lennon/McCartney
Todas Juntas: ESTE
Parte 1 de 4
Clique acima para ouvir o que está escrito abaixo
Olá, amigos do Submarino Angolano
Aqui é Homero Ventura, directo do Brasil
Entra Ave Maria, de Schubert
Muitos, com certeza, já ouviram falar da parceira Lennon/McCartney mesmo não sendo fãs dos Beatles. Responsáveis pela composição por quase 90% das músicas autorais da banda, John Lennon e Paul McCartney certamente colocaram seus nomes na lista de TopTen Composers de qualquer especialista em música, incluindo os mais reticentes. Uns poucos exagerados da imprensa especializada da década de 60 diziam que Lennon e McCartney eram os melhores compositores desde Schubert (!!).
Segue Ave Maria, de Schubert
Esta parceria começou graças a um desprendimento de John, claro que associado a uma visão de futuro privilegiada. John, em sua costumeira modéstia, desde pequeno sabia que seria grande. Sempre foi o líder dos grupos em que se metia, para o bem ou para o mal. E líder ele era dos Quarrymen, uma banda de adolescentes ingleses que tocavam rock e skiffle em variados lugares de Liverpool, inclusive em pátios de igrejas.
Entra o primeiro áudio dos Quarrymen
E foi num pátio de igreja, na tarde de 6 julho de 1957, que ele foi apresentado a Paul por um amigo comum (de nome Ivan Vaughn, a quem nós, amantes dos Beatles, agradecemos imensamente).
Entra Twenty Flight Rock
Paul mostrou na guitarra seu conhecimento sobre o rock americano (John se impressionou por Twenty Flight Rock) e também trechos de composições suas.
De imediato, John percebeu que estava diante de um igual. Nas 24 horas seguintes, ficou matutando, com seu imensurável ego, o dilema de continuar como estrela solitária, ou deixar seu brilho ser ofuscado pela presença de um outro talento no grupo.
Quiseram os deuses do rock que ele optasse pela última, e assim criou-se a semente do sucesso dos Beatles. Depois, em 8 de fevereiro de 1958, Paul trouxe George Harrison
Entra Something, de George Harrison
E, por último, chegou Ringo Starr,
Entra Octopuss Garden, de Ringo Starr.
em 18 de agosto de 1962, já nas vésperas da gravação do 1º disco.
O resto é história... um pouco da qual, conto aqui!
Antes, uma Pausa para Ivan Vaughn
Entra Michelle,
Ivan era amigo de infância de John e colega de Paul, e tocava aquele escorredor de roupa do skiffle no Quarrymen, mas não era sempre. Os dois Beatles nunca se esqueceram dele, inclusive o colocaram na folha de pagamento da Apple por algum tempo, num projeto que não foi adiante. Outra ligação de Ivan com os Beatles foi por sua esposa Jan, professora de Francês, que foi contratada para sentar-se com Paul e John para ajudar nas partes no idioma francês da canção Michelle, de Rubber Soul, em 1965, especialment a rima para Michelle ... Ma belle... veio dela... não foi pouco não... Ivan era nascido no mesmo dia/mês/ano de Paul e morreu cedo, aos 51 anos, de pneumonia.
John e Paul começaram a compor juntos e logo viram que, apesar dos estilos diferentes, a afinidade era grande. Tanta que chegaram logo cedo a um acordo de parceria: fosse John ou Paul o verdadeiro autor de uma canção, a autoria oficial seria declarada como de Lennon/McCartney.
No começo, Paul tentou sugerir uma ordem diferente, algumas canções chegaram a ser registradas como McCartney/Lennon, mas a liderança de John acabou prevalecendo. A ordem inversa durou até o 2º single, com Please Please Me e Ask Me Why.
Entra Love Me Do,
Voltando um pouco... A primeira Lennon/McCartney que veio ao mundo, ainda na ordem inversa dos compositores, foi a 1ª lançada pelos Beatles, Love Me Do, mas ela era uma canção mais de Paul. A primeira que compuseram efetivamente juntos, de fato, foi I Saw Her Standing There, que abre o 1º LP, Please Please Me. A ideia da canção era de Paul, que começava com: Well she was just seventeen... mas ele ficou encalacrado já com a rima, já nesta 1ª linha, pois a ideia dele era: ... never been a beauty queen... não gostava de jeito nenhum, então buscou ajuda ao recente parceiro, e John veio com a DEFINITIVA e ESPETACULAR .... and you know what I mean... e foi muitas vezes assim, um vinha com a ideia, o outro complementava.
Este tipo de acordo foi repetido por inúmeras duplas famosas,
Jagger/ Richards
Entra Satisfaction, de Jagger/Richards
... mas Paul e John ajudaram logo no começo. Conta a história que, num encontro com Mick e Keith, eles perguntaram a John e Paul se não tinham nenhuma canção sobrando, então um olhou pro outro e disseram: "Chama a gente pro estúdio!" Diz a lenda que os dois se retiraram do ambiente por 10 minutos e, ao retornarem, entregaram a Mick aquela que seria o primeiro sucesso dos Rolling Stones: I Wanna Be Your Man.
Entra I Wanna Be Your Man, pelos Rolling Stones
Claro que a canção está longe de ser uma obra-prima, ela não tem mais que 20 palavras ma letra, e nem poderia se exigir mais. Ringo gravou a canção em With The Beatles e a cantou em dezenas de shows.
Entra Quero que Vá Tudo Pro Inferno de Roberto e Erasmo Carlos.
Deste lado do Atlântico, teve outra parceria desse estilo, um faz a canção, o outro assina junto, a nossa tupiniquim Roberto e Erasmo Carlos, recentemente desfeita, com a passagem deste último para o andar de cima.
Mas, voltando ao início, novamente. Os dois amigos tinham uma capacidade para compor invejável. Inúmeros canções foram feits olho no olho, em quartos de hoteis, em viagens daquele começo insano. Um belo exemplo foi From Me To You...
Entra From Me To You
Quer outra dos hotéis? Paul veio com She loves you.... John respondeu Yeah...Yeah...Yeah, simples e brilhante.
Entra A Hard Day's Night,
Em outro episódio, à época da filmagem de seu primeiro longa-metragem, deram outra mostra dessa capacidade. O filme tinha o título baseado num suspiro de Ringo Starr após um dia intenso de filmagens, ele disse: Well, it's been hard day...’s night! Os produtores ainda tinham título. John falou o tradicional: É esse, deixa comigo! …. E foi para casa. Na manhã seguinte, mostrou o que tinha conseguido a Paul, que cantou o a ponte “When I’m home, everything seems to be right …”. pois ele, John, não conseguia cantar tão alto E entregaram A Hard Day’s Night, aquela que seria um de seus maiores sucessos. A canção abre o Lp de mesmo nome, a melhor abertura de todos os tempos, que choca o mundo com aquele acorde intrigante, que leva todas as notas em sua descrição, menos o MI
Entra o acorde inicial de A Hard Day's Night
Lennon/McCartney assinam todas as canções de A Hard Day's Night, após dois LPs em que mesclavam com covers de artistas americanos
Quer mais um episódio (há dezenas deles): Paul conta que sonhou com a melodia de Yesterday, acordou, e achou tão linda que duvidou da própria arte, e foi conferir, com John, com George, com o outro George, o Martin, até que se convenceu que era uma McCartney original, e foi buscar a letra. Ocorre que, a única coisa que lhe vinha à mente, ao invés do famoso “Yes-ter-day .... All my troubles seemed so far way ” não, ainda não era isso, era “Scram-bled-eggs .. oh my darling how I like your legs....”. Claro que, rapidamente, ele colocou uma letra mais apropriada e concluiu aquela que seria a canção mais re-gravada de todos os tempos. Nesta última, John pouco contribuiu,parece que a única contribuição foi que ela tivesse nome único, o que não deixou de ser uma ótima sugestão!
Aquele acordo de parceria fez com que muitos pensassem que todas as canções com o rótulo Lennon/ McCartney fossem compostas sempre por John e por Paul em um trabalho conjunto. Isso, na verdade, somente aconteceu nos primeiros anos da dupla e mesmo assim, somente em algumas poucas canções como She Loves You, I Wanna Hold Your Hand, Do You Want To Know A Secret?, From Me To You, Please, Please Me, This Boy e outras), e uma ou outra quando estavam mais maduros (With a Little Help From My Friends e A Day in The Life).
Entra With a Little Help From My Friends
Nas demais, o trabalho é mais de 3/4 individual, no máximo um dava um palpite num verso aqui, uma ponte ali uma sugestão de rima ou harmonia acolá. Havia uma disputa saudável entre os dois: um usava o outro como estímulo para compor cada vez mais e melhor e não ficar para trás na preferência dos fãs.
Uma característica de qualidade da dupla é que, com a exceções de duas canções logo no início da carreira eles nunca mais compuseram canções com versos repetidos na base, quer dizer, um verso ou outro poderia ser repetido mas somente após uma ponte, ou um refrão, como finalização da canção.
Outra pausa para Estrutura Musical...
Versos, em composição musical são aqueles conjuntos de duas ou mais frases que fazem a narrativa principal logo no início. Um 2º verso complementa a história. Normalmente vem uma ponte ou um refrão depois de dois versos.Um bom exemplo de versos, que contam a narrativa está em No Reply. Os verso vêm mornos,
This happened once before
When I came to your door, no reply
They said it wasn't you
But I saw you peep through your window
I saw the light I saw the light
E Ponte? É um elemento de ligação, como toda boa ponte, entre um verso e outro ou entre verso e refrão. Normalmente, a ponte aumenta a tensão do clima, quando os versos são mais mornos, ou diminui a tensão quando os versos são mais intensos. na mesma No Reply, logo depois do Verso 1, tem outro verso e vem a Ponte, ameaçadora:
If I were you, I'd realize that I
Love you more than any other guy
And I'll forgive the lies that I
Heard before, when you gave me no reply
Bem, ainda sobre estrutura, tem os Refrões, você já deve saber o que é, chama-se aqui também de estribilho ou coro, é aquela parte mais curtinha, vibrante, que cola no ouvido, uma mensagem forte, normalmente com o t+itulo da canção
Entra o refrão de She Loves You
Entra o refrão de Can't Buy Me Love
Entra o refrão de Ticket To Ride
Entra o refrão de You've Got To Hide Your Love Away
Entra o refrão de Yellow Submarine
Interessante que Refrões são muito mais conhecidos que Pontes, mas não eram primordiais para Lennon/McCartney, mais da metade de suas composições têm apenas Versos e Pontes.
Em tempo, George Harrison bebeu daquela fonte, integralrmente, apendeu com os maiorais e em nenhuma de suas composições ele repete Versos. O mesmo para Ringo Starr, em todas as suas DUAS composições na época dos Beatles.
Em tempo (2), as duas canções que repetem versos no início da carreira foram Love Me Do e Do You Want To Know A Secret, pode reparar, um único verso é repetido duas vezes, se bem que esta última tinha uma peça estrutural diferente, uma introdução fenomenal
Entra Do You Want To Know A Secret
Na próxima semana mais sobre a Parceria Lennon McCartney
______________________________
Parte 2 de 4
Muitos, com certeza, já ouviram falar da parceira Lennon/McCartney mesmo não sendo fãs dos Beatles. Responsáveis pela composição de quase 90% das músicas autorais da banda, John Lennon e Paul McCartney certamente colocaram seus nomes na lista de TopTen de qualquer especialista em música, incluindo os mais reticentes.
Quando se tem um pouco mais de familiaridade com as músicas dos Beatles, logo se percebe quem fez qual música:
1. O primeiro sinal é o cantor: geralmente quem compôs, canta a voz principal na gravação. E, com um pouco de treino auditivo, você distingue a voz mais ácida de John da voz mais suave de Paul... uma ótima exceção é Eight Days a Week, que é mais de Paul do que John, mas é este quem canta o vocal principal...
Entra Eight Days A Week
2. Se, ainda assim está difícil, vá pelo estilo: Paul é mais baladeiro, John mais roqueiro. Claro que há exceções memoráveis. Algumas das mais bonitas baladas dos Beatles, como In My Life, Good Night, Girl, Norwegian Wood, são de John
e sem esquecer de Because, uma linda harmonia tripla, obra-prima, de John Lennon
Entra Because
e alguns dos rocks mais dançantes, como I’m Down, Birthday, Can’t Buy Me Love, Back In The USSR, Helter Skelter (este, pra lá de pesado!), são de Paul;
Entra Helter Skelter
Interessante que eu falo do estilo de um e mostro o exemplo do que é mais o estilo do outro... esssa é a riqueza de Lennon / McCartney
3. Se o estilo musical não foi suficiente pra definir, em canções românticas, vá pela letra: Paul é mais up beat, otimista, como em Another Girl, All Together Now, Getting Better, Hello Good Bye, Penny Lane, Good Day Sunshine;
Entra Good Day Sunshine
John é mais down, pessimista, como em Run For Your Life, I Don’t Want to Spoil the Party, No Reply, I’m So Tired e ainda passando por crises existenciais como em I’m a Loser, ou Help, e até Nowhere Man, e Yer Blues ;
Entra Yer Blues
4. Se a canção não é romântica, aqui vai uma dica: Paul adora contar histórias, repare em Obladi Oblada, Rocky Raccoon (com aquele inesquecível honky tonky piano), Maxwell’s Silver Hammer, Paperback Writer, She’s Leaving Home, (esta, uma verdadeira obra-prima!); e jamais se esquecer de Eleanor Rigby, uma obra-prima de Paul McCartney
Entra Eleanor Rigby
John tinha algumas mensagens a dar, como em All You Need is Love e The Word , Revolution
Entra Revolution
e ainda viajava junto com as drogas em canções como em Lucy In The Sky Wiith The Diamonds, I Am The Walrus, Rain e Tomorrow Never Knows.
Entra Tomorrow Never Knows
Além disso, adorava se inspirar em posters de propaganda como em For The Benefit Of Mr. Kite ou em notícias ou anúncios de jornal como em A Day In The Life (cuja idéia central era dele, com participação de Paul, ao final - Woke up, got out the bed ...) e Happiness Is A Warm Gun;
Entra Happiness Is A Warm Gun
5. Se nada disso funcionou, vá ao detalhe da poesia:
John adorava os jogos de palavras como em ….
“It won’t be long, till I belong to you”,
de It Won´t Be Long misturando a expressão "Be Long" que quer dizer "Não se demore" com o verbo "belong" que é pertencer ou seja Não se demore até eu pertencer a você,
E também em Please Please Me
“Please, please me oooh yeah like I please you”,
Entra Please Please Me
... misturando dois verbos com a mesma escrita e significados diferentes: o 1º Please ... Por favor... o 2º é ... Me agrade, com muita conotação sexual
E tem It´s Only Love... olhe só a quantidade de rimas em "Ai"
“I get high when I see you go by, my oh my
When you sigh, my, my inside just dies, butterflies
Why am I so shy when I’m beside you”
Entra It's Only Love
Nas próximas edições, mais sobre a Parceria Lennon/McCartney
__________________________________________________
Parte 3 de 4
Clique acima para ouvir o que está escrito abaixo
Olá, amigos do Submarino Angolano
Aqui é Hoemro Ventura, directo do Brasil
Entra 12 Bar Original, de Lennon/McCartney/Harrison/Starr
Muitos, com certeza, já ouviram falar da parceira Lennon/McCartney mesmo não sendo fãs dos Beatles. Responsáveis pela composição de quase 90% das músicas autorais da banda, John Lennon e Paul McCartney certamente colocaram seus nomes na lista de TopTen de qualquer especialista em música, incluindo os mais reticentes.
John e Paul começaram a compor juntos e logo viram que, apesar dos estilos diferentes, a afinidade era grande. Tanta que chegaram logo cedo a um acordo de parceria: fosse John ou Paul o verdadeiro autor de uma canção, a autoria oficial seria declarada como de Lennon/McCartney. Os dois amigos tinham uma capacidade para compor invejável. Inúmeras composições foram feitas olho no olho, em quartos de hotéis, em viagens daquele começo insano.
Aquele acordo de parceria fez com que muitos pensassem que todas as canções com o rótulo Lennon/ McCartney fossem compostas sempre por John e por Paul em um trabalho conjunto. Isso, na verdade, somente aconteceu nos primeiros anos da dupla e mesmo assim, somente em algumas poucas canções e mais no futuro, uma ou outra quando estavam mais maduros.
Nas demais, o trabalho é mais de 3/4 individual, no máximo um dava um palpite num verso aqui, uma ponte ali uma sugestão de rima ou harmonia acolá, etc. Havia uma disputa saudável entre os dois: um usava o outro como estímulo para compor cada vez mais e melhor e não ficar para trás na preferência dos fãs.
Quando se tem um pouco mais de familiaridade com as músicas dos Beatles, logo se percebe quem fez qual música:
1. O primeiro sinal é o cantor: geralmente quem compôs, canta a voz principal na gravação. E, com um pouco de treino auditivo, você distingue a voz mais ácida de John da voz mais suave de Paul...
2. Se, ainda assim está difícil, vá pelo estilo: Paul é mais baladeiro, John mais roqueiro. Claro que há exceções memoráveis. Algumas das mais bonitas baladas dos Beatles são de John, e alguns dos rocks mais dançantes são de Paul. Essa é a tiqueza de Lennon/McCartney
3. Se o estilo musical não foi suficiente pra definir, em canções românticas, vá pela letra: Paul é mais up beat, otimista, John é mais down, pessimista, e ainda passando por crises existenciais e ainda viajava junto com as drogas
4. Se a canção não é romântica, aqui vai uma dica: Paul adora contar histórias. John tinha algumas mensagens a dar, além disso, adorava se inspirar em posters de propaganda ou em notícias ou anúncios de jornal.
5. Se nada disso funcionou, vá ao detalhe da poesia: John adorava os jogos de palavras.
Querem mais jogos de palavras de John?
Everybody's green
'Cause I'm the one, who won your love
But if they'd seen
You're talking that way they'd laugh in my face
So please listen to me, if you wanna stay mine
I can't help my feelings, I'll go out of my mind
I'm gonna let you down (let you down)
And leave you flat (gonna let you down and leave you flat)
Because I've told you before
Oh, you can't do that
O Melô do Ciumento - You Can't Do That - repare como o sujeito é ciumento até o âmago - repare ali no meio - the one, who won - as palavras "one" e "won" têm quase a mesmíssima pronúncia mas são escritas de forma diferente equerem dizer coisas completamente diferentes, alé de ser uma rica que em Português chamaríamos "rica", um verbo com um numeral, no caso da letra,com um substantico, e foi nessa letra que eu descobri de onde veio a nossa expressão "Ele está verde de inveja!".
Na canção, John diz: "Estão todos veeerdes, fui eu quem ganhou teu amor!" Verdes... de inveja!
E parece que John tinha fixação em cores, veja em Baby's In Black, John diz:
Oh dear, what can I do?
Baby's in black and I'm feeling blue
Tell me, oh what can I do?
She thinks of him
And so she dresses in black
And though he'll never come back
She's dressed in black
Ele joga com cores, embora a segunda cor da frase não tenha nada a ver com a Cor Azul... é que Blue em inglês é a cor da tristeza, como verde é a da inveja... até por isso aquele ritmo americano, o Blues, sempre vem com temas tristes!!
Falando em temas tristes, dizem as más línguas que John pensava em Astrid Kircherr quando fez a canção, a fotógrafa dos tempos românticos de Hamburgo, namorada de seu melhor amigo Stuart Sutcliffe, membro de primeira formação dos Beatles que abandonou a banda pra ficar com ela, e que morreu de um aneurisma cerebral ainda antes do sucesso...
Este trecho entrega bem essa situação:
She thinks of him (Astrid pensa em Stuart)
and so she dresses in black, (porque Astrid está de luto)
ant though he’ll never come back (porque Stuart mórreu)
She’s dressed in black
E aqui, tem mais uma ponte que eleva o clima da canção
“Oh how long will it take till she sees the mistake she has made”
Dear, what can I do?
Baby's in black and I'm feeling blue
Tell me, oh what can I do?
Além disso, John mostra todo seu apuro literário quando pôs, pela primeira vez na história do rock, a palavra "trivialities", que foi buscar para fazer rima rica com "please" em When I get Home.
Come on, if you please, I’ve got no time for trivialities,
I've got a girl who's waitng home for me tonight
Whoa, Whoa,
I got a whole lot of thing to tell her
When I get home
Quer saber de uma coisa, Paul gostava de uma DR... Sabe o que é uma DR?
É como chamamos aqui a Discussão de Relacionamento, normalmente dentro de um casal. Não que ele gostasse, mas ele mandava recados para Jane Asher, sua namorada, para expressar seu sentimento.
Já no single de final de ano de 1965, veio We Can Work It Out, uma DR das boas
Se você pensa assim, corre-se o risco de nosso amor terminar.
Podemos solucionar... Podemos solucionar
Reconheceu?
Try to see it my way
Do I have to keep on talking till I can't go on?
While you see it your way
Run the risk of knowing that our love may soon be gone
We can work it out
We can work it out
Think of what you're saying
You can get it wrong and still you think that it's alright
Think of what I'm saying
We can work it out and get it straight or say good night
We can work it out
We can work it out
Na ponte, ele diz que a vida é curta, que é um crime viver brigando!
Life is very short, and there's no time
For fussing and fighting, my friend
I have always thought that it's a crime
So I will ask you once again
No LP Rubber Soul, a DR continuou firme!
Em You Won’t See Me, ele reclama que que ela se esconde, que as mãos dele estão amarradas e que se continuar assim, ela não vai mais vê-lo.
I don't know why you
Should want to hide
But I can't get through
My hands are tied
I won't want to stay
I don't have much to say
But I can turn away
And you won't see me (You won't see me)
You won't see me (You won't see me)
Sabe o que é… nesse tempo, Jane, que era atriz respeitada, viajava muito pela Inglaterra e ele reclamava disso. E era interessante pois ele morava na casa dos pais dela em Wimpole Street, e era mesmo esquisito ele estar lá com os pais dela enquanto ela viajava...
No mesmo Rubber Soul tem mais outra DR, I’m Looking Through You, em que Paul reclama nos dois primeiros versos que ela está mudando com ele.... que ele nem consegue ouvir o que ela fala.
Your lips are moving, I cannot hear
Your voice is soothing, but the words aren't clear
You don't sound different, I've learned the game
I'm looking through you, you're not the same
Na ponte, Paul reclama que ela não o trata bem e ele ameaça que o amor pode acabar do dia pra noite!
Why, tell me why, did you not treat me right?
Love has a nasty habit of disappearing overnight
E no verso seguinte (veja bem, 3 versos diferentes, uma riqueza de letra), Paul reclama que a procura, mas ela não está em lugar nenhum
You're thinking of me, the same old way
You were above me, but not today
The only difference is you're down there
I'm looking through you, and you're nowhere
Em 1967, quase não houve tempo para amores, afinal, eles estavam mudando o mundo da música em Sgt Pepper’s, mas o ano não acabou sem a mais definitiva pérola da DR no single de maior sucesso da carreira britânica. Veja se não...
Homens e Mulheres estão sempre em campos opostos. Ele diz sim, ela não, Ela diz Pare ele diz Vá Vá Vá... Ele lá no alto, Ela cá embaixo....E homens não gostam de discutir o relacionamento... Ela pergunta por que e ele diz que não sabe!! Simples assim!!! Sempre assim...
Digo sim, você não!
Cê quer parar, Eu digo não, não não oh não
Você diz adeus, eu digo alô
Alô Alô não sei por que cê diz adeus eu digo alô
Agora, na voz deles!!
I You say yes, I say no
You say stop and I say go go go, oh no
You say goodbye and I say hello
Hello hello
I don't know why you say goodbye, I say hello
Hello hello
I don't know why you say goodbye, I say hello
I say high, you say low
You say why and I say I don't know, oh no
You say goodbye and I say hello
(Hello goodbye hello goodbye) Hello hello
(Hello goodbye) I don't know why you say goodbye, I say hello
(Hello goodbye hello goodbye) Hello hello
(Hello goodbye) I don't know why you say goodbye
(Hello goodbye) I say hello/goodbye
VOltando a falar de rimas Paul procurava rimas internas, como em You Won´t See Me
Though the days are few, (oh, la la la)
They're filled with tears, (oh, la la la)
And since I lost you, (oh, la la la)
It feels like years, (oh, la la la)
Repararam a genialidade?
Though the days are few, (oh, la la la)
They're filled with tears, (oh, la la la)
And since I lost you, (oh, la la la)
It feels like years, (oh, la la la)
Yes, it seems so long, (oh, la la la)
Girl, since you've been gone, (oh, la la la)
And I just can't go on, (oh, la la la)
If you won't see me, (you won't see me)
You won't see me, (you won't see me)
E... falando em YEARS!!!
Paul inventou a rima interplanetária, veja bem, em Sgt Pepper’s, aliás, antes, tenho que ressaltar que essa canção, que é integralmente de Paul, tem uma estrutura espetacular, um verdadeiro PALÍNDROMO, em 7 peças, ou 7 degraus de um pÓdium de 7 lugares,
1. A introdução instrumental
2. O Verso 1, It’s Twenty years ago today...
3. A Ponte 1, instrumental, pa pa pa pa pa pa pa pa pa pa
4. O Refrão “We’re SPLHCB... we hope you will enjoy the show…
5. A Ponte 2, cantada... It’s wonderful to be here I’s certainly a thrill...
6. O Verso 2, I don’t really want to stop the show…
7. A Conclusão, instrumental
Ah, sim, a rima interplanetária, ia me esquecendo.... Eu que dei esse nome, porque uma coisa impressionante. É que Paul rimou a frase final do Verso 1 no começo da canção
The act you’ve known for all these years
Com a frase final do Verso 2, lááá no final da canção
The one and Only Billy Shears
E ele diz que escolheu o nome do alter-ego de Ringo, Billy Shears justamente para rimar com o Years lá do começo...
Ainda sobre Sergeant Peppers, vou aproveitar para voltar ao tema da estrutura de canções.. e comentar sobre a Ponte, que aparece duas vezes na canção, uma apenas instrumental e outra com letra.
Note que a Ponte de SP exemplifica a outra situação que expliquei aqui, lá atrás.
Em No Reply, a Ponte vem botar fogo em versos inicialmente mornos.
Esse era um dos motivos de um Ponte.
Em SP é o oposto! Os versos começam lá no alto, intensos... com o anúncio da chegada triunfal da banda no palco
E a ponte vem amenizar... com o Sargento Pimenta conversando calmamente com a plateia:
Vocês são a-do-rá-veis, me dá um arrepio,
a gente gostaria de levar vocês pra casa, gostaria de levar
I don't really want to stop the show
But I thought you might like to know
That the singer's going to sing a song
And he wants you all to sing along
So let me introduce to you
The one and only Billy Shears
And Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band
E Paul é mestre em rimas internas como em fez nada menos que 5 vezes em Hey Jude
1. Hey Jude, don't make it bad
Take a sad song and make it better
2. Remember to let her into your heart
Then you can start to make it better
3. Hey Jude, don't be afraid
You were made to go out and get her
4. The minute you let her under your skin
Then you begin to make it better
5. Hey Jude, don't let me down
You have found her, now go and get her
ENTRA HEY JUDE E VAI ATÉ O FINAL
________________________________________________________________________________
Parte 4 de 4
Entra 12 Bar Original, de Lennon/McCartney/Harrison/Starr
Muitos, com certeza, já ouviram falar da parceira Lennon/McCartney mesmo não sendo fãs dos Beatles. Responsáveis pela composição de quase 90% das músicas autorais da banda, John Lennon e Paul McCartney certamente colocaram seus nomes na lista de TopTen de qualquer especialista em música, incluindo os mais reticentes.
John e Paul começaram a compor juntos e logo viram que, apesar dos estilos diferentes, a afinidade era grande. Tanta que chegaram logo cedo a um acordo de parceria: fosse John ou Paul o verdadeiro autor de uma canção, a autoria oficial seria declarada como de Lennon/McCartney. Os dois amigos tinham uma capacidade para compor invejável.
Quando se tem um pouco mais de familiaridade com as músicas dos Beatles, logo se percebe quem fez qual música:
1. O primeiro sinal é o cantor: geralmente quem compôs, canta a voz principal na gravação. E, com um pouco de treino auditivo, você distingue a voz mais ácida de John da voz mais suave de Paul...
2. · Se, ainda assim está difícil, vá pelo estilo: Paul é mais baladeiro, John mais roqueiro. Claro que há exceções memoráveis. Algumas das mais bonitas baladas dos Beatles são de John, e alguns dos rocks mais dançantes são de Paul. Essa é a magi ados Beatles
3. Se o estilo musical não foi suficiente pra definir, em canções românticas, vá pela letra: Paul é mais up beat, otimista, John é mais down, pessimista, e ainda passando por crises existenciais e ainda viajava junto com as drogas
4. Se a canção não é romântica, aqui vai uma dica: Paul adora contar histórias John tinha algumas mensagens a dar, além disso, adorava se inspirar em posters de propaganda ou em notícias ou anúncios de jornal
5. Se nada disso funcionou, vá ao detalhe da poesia: John adorava os jogos de palavras, olha só o que ele fez em Please Please Me, aquela mesma do jogo de palavras.
I don't want to sound complaining
But you know there's always rain in my heart (in my heart)
I do all the pleasing with you... It's so hard to reason with youuuu
whoa yeah, why do you make me blue?
... percebeu? "Complaining" rimando com "rain in", uma rima composta de um verbo com uma expressão.
Ou, em Good Morning, Good Morning, uma sucessão de versos com rimas incríveis internas e bem casadas com o requinte dos finais também casarem, um primor. A canção abre com:
Good morning, good morning
Nothing to do to save his life, call his wife in
Nothing to say but what a day, how's your boy been?
Nothing to do, it's up to you
I've got nothing to say but it's okay
Good morning, good morning
Reparam? Rimou "life" com "wife" na 1ª frase, "say" com "day" na 2ª, e as duas frases terminam rimando, "in" com "been"... e lá no meioda ponte, vem:
Everybody knows there's nothing doing
Everything is closed, it's like a ruin
Everyone you see is half asleep
And you're on your own, you're in the street
After a while you start to smile, now you feel cool
Then you decide to take a walk by the old school
Aqui, ele rima "while" com "smile" na 1ª frase, "decide" com "by the" (old school) na 2ª, além de rimar, "cool" com "school"... olha.. preciso, não?
E, mais que rimas, muito além de rimas, John era mais poético, em imagens, mesmo não rimando... Across The Universe é uma pérola em sucessão de imagens... e olha que ele fez isso sóbrio, em uma ou duas horas, após uma discussão com sua esposa Cynthia.
Words are flying out like endless rain into a paper cup...
Eu vou até traduzir...
"Palavras estão fluindo como chuva incessante dentro de um copo de papel..."
Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my open mind ...
"Poças de mágoas, lamentos de alegria, estão vagando por minha mente aberta..."
Images of broken light which dance before me like a million eyes ...
"Imagens de luzes falhas dançam ante mim a frente como um milhão de olhos..."
Thoughts meander Like a restless wind inside a letter box...
"Pensamentos vagueiam como um vento sem fim por entre uma caixa de correio.,."
Sounds of laughter shades of love are ringing through my open ears...
"Sons de gargalhadas, sombras de vida estão tocando em frente à minha vista aberta..."
Limitless, undying love which shines around me like a million suns
"Amor imortal, sem limite que brilha ao redor de mim como um milhão de sóis"
Olha... difícil superar...
Isso sem contar com a conjunção cósmica entre os dois. QUando decidiram parar com as excursões em agosto de 66, foi cada um pro seu lado tratar da vida e, claro, compor. Quando retornaram ao estúdio, no final do ano, a primeira canção que um apresentou para o outro complementar vinha com reminiscências da época de Liverpool, sua cidade natal.
John veio com: Entra Strawberry Fields Forever
Let me take you down
'Cause I'm going to strawberry fields
Nothing is real
And nothing to get hung about
Strawberry fields forever
Living is easy with eyes closed
Misunderstanding all you see
It's getting hard to be someone, but it all works out
It doesn't matter much to me
Lembrando-se de um orfanato que ele, John, menino, costumava invadir para brincar e transformou aquilo numa viagem mental
Nothing is real
Paul veio com: Entra Penny Lane
Penny Lane is in my ears and in my eyes
Wet beneath the blue suburban skies
I sit and meanwhile back in
Penny Lane, there is a fireman with an hourglass
And in his pocket is a portrait of the Queen
He likes to keep his fire engine clean
It's a clean machine
... lembrando uma rua central da cidade em que na juventude sempre passava, inclusive com um hub de ônibus que acessava toda a cidade.
As canções eram tão excepcionais que viraram um Single DUplo Lado A, lançado no início de 67. Sgt. Pepper's ficou pra depois.
Enfim, como são cerca de 180 canções, haverá sempre exceções aqui e ali em que regras serão quebradas. E, na verdade, nem interessava saber de quem era qual música. O importante, realmente, é o conjunto da obra. A perfeita harmonia vocal dos dois (muitas vezes com a inestimável ajuda de George Harrison), juntamente com as inovações técnicas (muitas vezes com a ajuda de George Martin), contribuía para que o verdadeiro autor se tornasse um detalhe desnecessário.
O acordo apenas veio a se desmanchar de uma maneira interessante. John voltava com Yoko de sua lua de mel cheio de idéias e chamou Paul para ajudar a gravar, somente Paul, pois os outros estavam ausentes, e saiu .... isso aqui:
Entra The Ballad of John and Yoko
Caught the early plane back to London
50 acorns tied in a sack
The men from the press said, "We wish you success
It's good to have the both of you back"
Christ, you know it ain't easy
You know how hard it can be
The way things are going
They're gonna crucify me
The way things are going
They're gonna crucify me
John ficou tão agradecido que deu co-autoria a ele de outra canção mesmo após o final da parceria, rendendo ao amigo uns bon milhões
Era simplesmente Give Peace a Chance, um hino a paz.
E, por conta dessa parceria de presente, Paul McCartey a canta nos show atuais em seguida A Day In The Life.
As desavenças normais que acontecem em 90% das bandas depois de longo tempo de convivência acabaram por distanciar um do outro, sem, entretanto, diminuir o nível de suas composições. E, com o final dos Beatles, cada um seguiu seu rumo, em carreira solo, sempre produzindo boas canções.
John continuou mandando mensagens, as melhores delas em Imagine, e Working Class Hero, e seguiu-se abrindo em crises existenciais como em Mother ou em God.
Paul continuou sendo up beat como em Coming Up e seguiu contando suas historinhas como em Another Day.
Devido ao seu melhor tino comercial ainda que sendo algumas vezes execrado por isto, Paul teve mais retorno financeiro que John. Este, por seu lado, era mais bem recebido pela crítica do que Paul. Além disso, devido às desavenças mal resolvidas, trocavam farpas musicais, como a Too Many People de Paul ...
Entra Too Many People, de Paul
... respondida duramente por John em How Do You Sleep?,
Entra How Do You Sleep
e que foi educadamente respondida por por Paul em Dear Friend
Entra Dear Friend, de Paul
E, com todas essas desavenças artísticas, nem Paul nem John admitiam que se falasse mal do outro, eles diziam: "Somente eu posso falar mal"
Em 1973,John e Paul fizeram as pazes, este foi visitar aquele em seu exílio na Califórnia, enfim. Porém o tempo não foi suficiente para que voltassem a reviver a velha e profícua parceria, a mais famosa da história da música. Não foi suficiente, pois John foi assassinado.
E naquele dia, (a voz até embarga...) 8 de dezembro de 1980, na última conversa que teve com um repórter, a declaração foi sobre o grande amigo. Perguntado sobre seu relacionamento com Paul, já ‘off the record’, a caminho do estúdio onde faria sua última gravação, John disse:
Paul is my brother! You know, as a family we always had ups and downs. But at the end of the day, there is nothing that I wouldn't do for him and I'm sure it's vice-versa!....
..... pausa para uma lágrima .....
Paul prestou uma última homenagem ao amigo, em 1982, com a canção Here Today, linda, linda, tocante, e ele a tem interpretado, acompanhado apenas ao violão, em todos os seus recentes shows, sempre com a voz embargada.
Entra Here Today
And if I said,
I really knew you well what would your answer be?
If you were here today
Ooh- Ooh- Ooh, here to-day.
Well knowing you,
you'd probably laugh and say that we were world's apart.
If you were here today
Ooh- Ooh- Ooh, here to-day.
But as for me,
I still remember how it was before,
and I am holding back these tears no more
Ooh- Ooh Ooh, I love you, Ooh.
Como se vê, Paul abre seu coração e admite como faz falta o velho amigo, e se lembra de como era antes, na época em que eles mudaram o mundo.
Bem, não vou terminar isto de maneira down. É que Paul nos deu um brinde sensacional. Ele canta I've Got A Feeling. Esta é uma canção que foi lançada em Let It Be e foi uma das últimas parcerias, de verdade, entre ele e John. Na verdade, eram duas canções que os dois, em sua genialidade, jnutaram numa só, pois tinham os mesmos acordes. E ficou uma maravilha. No show, Paul começa cantar sua parte, a parte que ele cantava:
I've got a feeling
A feeling deep inside
Oh yeah
Oh yeah, that's right
I've got a feeling
A feeling I can't hide
Oh no, no
Oh no
Oh no
Yeah, yeah
I've got a feeling, yeah
Oh please believe me
I'd hate to miss the train
Oh yeah, yeah
Oh yeah
And if you leave me
I won't be late again
Oh no
Oh no
Oh no
... depois ele canta uma ponte que só ele sabe cantar ... e então entra John cantando a música dele:
Everybody had a hard year
Everybody had a good time
Everybody had a wet dream
Everybody saw the sunshine
Oh yeah (oh yeah)
Oh yeah, oh yeah (yeah)
Mas o Paul, no show, ele canta a parte dele, e a Inteligência Artificial que o grande Peter Jackson usou para fazer aquele documentário espetacular Get Back, coloca no telão o prório cantando a parte dele.
É uma coisa espetacular!
Para encher os olhos e os corações e as mentes de todo beatlemaníaco!
Obrigado, Paul Obrigado John,
Obrigado por tudo