Este é o Capítulo 2 de um artigo em que, respondendo à pergunta em vermelho abaixo, eu perpasso todas as demais.
O que é petróleo? Qual a sua composição química? Como foi formado? Como é encontrado na natureza? Como é feito o estudo geológico para encontrar o óleo? Em quais tipos de rochas se pode encontrar petróleo? Quais são as principais características que as rochas apresentam e que são indicativos de encontrar petróleo e gás natural? Se for mais de uma, quais são as diferenças entre elas? O que é preciso saber para se determinar que vale a pena perfurar um poço de petróleo? (*) Como é feito esse estudo? O que é pré-sal? Qual a diferença entre as demais áreas em que se encontra petróleo?
(*) pergunta adaptada - explicação no Capítulo 1
Capítulo 1: O Risco (aqui, neste link)
... portanto, o risco que o investidor encara, de encontrar petróleo em sua propriedade, neste exemplo numérico, é a multiplicação 100% x 60% x 70% x 80% x 60%, que resulta, sim, em APENAS 20%. Ou seja, ele sabe que tem uma chance de 80% de não encontrar nenhum petróleo ali, onde ele precisa que esteja!
Capítulo 2: A Exploração
O chamado Risco de 1:5 (perfuram-se 5 poços para encontrar petróleo em 1) não é nada incomum na história do petróleo, pode-se dizer até que é próximo a uma média histórica e, mesmo assim, os exploradores seguem procurando, porque o prêmio pode compensar o risco, e muito. É o assim chamado Capital de Risco, que é composto do custo de aquisição da área mais a investigação geológica mais a perfuração do poço pioneiro, pode ir de alguns milhares a centenas de milhões de dólares. Conclui-se, portanto, que petróleo não é coisa pra gente fraca. Tem que ter bala na agulha e sangue frio!

Ufa, adoro parágrafos enormes daquele de se tirar o fôlego, apesar de ser não recomendado
Além disso, o petróleo (óleo ou gás) tem que estar lá em quantidades economicamente viáveis, que compensem os, por vezes, pesadíssimos, investimentos de DESENVOLVIMENTO, necessários para se tirar o petróleo lá do fundo e processá-lo e entregá-lo ao pessoal do Segmento Downstream, que irá transformá-lo para entrega de derivados ao consumidor final. Tudo isso custa … às vezes muito … e tudo tem que ser compensado. Antes disso, entre a Exploração e o Desenvolvimento, tem uma fase importantíssima que é a que determina a quantidade de petróleo que está lá em baixo, que se chama de AVALIAÇÃO ou DELIMITAÇÃO, onde poços adicionais são perfurados para se delimitar a extensão da jazida descoberta. Somente após a fase de Avaliação, poder-se-á confirmar que se tem nas mãos uma RESERVA de petróleo, que significa ‘Volume de Petróleo Recuperável Economicamente Viável’. Se você encontrou petróleo que é impossível tirar do chão, nas condições de preço vigentes ou prospectivas, isso significa que você NÃO TEM uma Reserva de Petróleo, apenas Recursos. Aqui, vale um aparte sobre essa denominação RESERVA. Ela é determinada com o nível de tecnologia disponível no momento de sua avaliação. O petróleo que se encontra lá no fundo não é totalmente produzido, aliás, muito longe disso. Muito óleo fica aderido às rochas-reservatório. Somente se recupera, em média, cerca de 30% a 35% do chamado Volume de Oil In Place que está lá em baixo, sendo esse número conhecido como Fator de Recuperação. Entretanto, com o avanço das tecnologias, as técnicas de recuperação Melhorada e Especial, nos quais fluidos são injetados para manutenção da pressão e deslocamento do óleo, vêm aumentando substancialmente esse valor. A Noruega e o Reino Unido são campeões nesse quesito, com seus campos chegando a níveis de 50% ou até 60% de Fator de Recuperação.
Próximos Capítulos:
Capítulo 3: O Desenvolvimento
Capítulo 4: A Viabilidade
Capítulo 5: O Pré-Sal
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