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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Flores Raras ....

... como raro é aparecer na telona um filme brasileiro de tanta qualidade. 
Que espetáculo!



O filme é baseado na história real do relacionamento entre a arquiteta brasileira Lota e a escritora americana Elizabeth Bishop, entre 1951 e 1965. A primeira foi parceira de Lacerda nos anos de criação do Parque do Flamengo, e a última, grande poeta que ganhou o Pulitzer, por obra escrita no Brasil.



Grandes atuações de Glória Pires e Miranda Otto, mais conhecida aqui por ter trabalhado em Senhor dos Anéis. Glória está perfeita, mas a australiana também, passou muito bem a mensagem, e arrasa nas cenas de bebedeira, sutis e divertidas. 

Reconstituição histórica, roteiro, música, clima, fotografia, figurino! Tudo digno de prêmios!!!

Infelizmente (porque merecia!!!), não poderá ser indicado ao Oscar de Filme em Língua Estrangeira, por ser falado, praticamente todo, em Língua Não Estrangeira, ou seja, em inglês.



E legal ver a ponta de Treat Williams, conhecido ator de muitos filmes policiais e comédias de Hollywood.



Bruno Barreto está de parabéns! 
Ele e todos os envolvidos na produção!

(bem, este era o texto original do post. No meio tempo entre elaboração e publicação, o meu amigo Fernando recomendou o filme. Então, passei a ele minha intenção de post, ele concordou, mas escreveu tantas coisas apropriadas que resolvi publicar aqui, no próprio post, ao invés de deixá-lo esquecido num comentário!!)
Homero


Assino embaixo de tudo que você escreveu até agora.


Além disso, uma coisa me chamou muito a atenção: a história do Parque do Flamengo. Acredito que, assim como eu, muita gente não sabia que o parque havia sido idealizado pela Lota. Idealizado, desenhado e construído sob sua supervisão. O que é mais divulgado é que os jardins são obra de Burle Marx. Talvez fosse uma estratégia da ditadura militar diminuir ou apagar o nome das pessoas que fizeram algo pelo país antes do golpe de 64. Como ela morreu, ficou mais fácil apagar seu nome da história pois não havia quem apontasse a real autoria do projeto.

Também me impressionou a história do porquê dos altíssimos postes de iluminação no Parque do Flamengo.


E também os efeitos especiais muito bem feitos recriando o Rio dos anos 50 e 60. O aterro do Flamengo em construção e sem o ajardinamento.Só não reparei se na panorâmica de Copacabana vista do apartamento a Avenida Atlântica já é a atual com pistas separadas pelo canteiro central ou a antiga, com caixa de rolagem única, junto aos prédios.


A reconstituição de época ficou também impecável: o terminal de passageiros da Praça Mauá com seu piso de pastilhas hexagonais em mosaico deve ser original, mas restaurado. Os carros da época circulando com as placas da época. Quando a Elizabeth chega, os carros tem placa laranja de 6 algarismos do então Distrito Federal. No final do filme as placas são do estado da Guanabara.


Na cena na praia de Copacabana, pouca pessoas e com trajes de banho da época. Não sei como filmaram sem a muvuca de hoje.


Também nas cenas em NY, tiveram o cuidado de não deixar aparecer qualquer sinal da NY atual.


As roupas, penteados e músicas também marcam muito bem os anos.


A destacar a direção de extrema sensibilidade ao abordar um tema tão delicado quanto esse caso de amor homossexual. Foi na dose certa!


Acho que os Barreto encasquetaram com a idéia de ganharem um Oscar. esse deve ser o 3º filme deles produzido mirando a estatueta. Acho que este tem chances, principalmente pelo fato de ser majoritariamente falado em inglês, com personagens americanos, conhecidos do público americano.


Como é lindo o Sítio Samambaia! Lembro que já foi cenário de uma novela ou minissérie. Quem será que o herdou e o preservou até hoje?


Grande abraço,

Fernando Nagle

3 comentários:

  1. Homero, já vi este maravilhoso filme e concordo com os seus comentários mas os do Fernando são excepcionais. Eu sou carioca e JAMAIS soube que o Parque do Flamengo tinha sido idealizado pela Maria Carlota, a genial Lota, e, sim, pelo não menos genial, Burle Marx, por causa das plantas. Notável, também, a explicação do porquê dos altissimos postes. Enfim, cada vez que passarmos por ali, a partir de agora, todos nos lembraremos dela.
    Aah, quase esqueci: geeente, que coisa linda de sítio?! Quem será o/a felizardo/a que agora lá passa seus dias e/ou fins de semana? Alguém sabe?
    Abraço grande.

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  2. Eu quero assistir no fim de semana. Parece ser um filme lindo!
    Olha o que eu encontrei...
    o making of da computação gráfica. http://globofilmes.globo.com/video-617-flores-raras.htm

    a história da casa e seu atual dono (em 2011) http://www.youtube.com/watch?v=TJkdFAY_wpw

    Foi locação da minissérie Queridos Amigos. Mas acho que já a vi em vários outros filmes/novelas.

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  3. Mais curiosidades:
    O título em inglês é "Reaching for the Moon".

    No cartaz do filme em inglês, além do título trocado, a foto também é diferente.
    Cartaz brasileiro, Gloria Pires em primeiro plano: http://cinepop.com.br/wp-content/uploads/2013/05/floresraras_32.jpg
    Cartaz americano, Miranda Otto em primeiro plano:
    http://cinepop.com.br/wp-content/uploads/2013/05/floresraras_22.jpg

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